Alguns dias haviam se assado, desde o reencontro de Fiorella com Hugo.Ela achava que, havia conseguido tudo o que queria, já que teve a sua vida, família e marido de volta. E como Fiorella já havia se acostumado a ter o lado "negro" de Hugo para ela, a garota nem se quer notava as mudanças.Hugo entrou no quarto, enquanto Fiorella estava nua, prestes a se vestir.Ele parou na porta e a olhou de baixo a cima, travando o maxilar.Ele não sentia desejo e sim repulsa por ela; Hugo era muito além do que todos esperavam, mas ele tinha que manter um personagem e então, respirou fundo e foi até ela.Ele passou a mão pelas laterais do corpo de Fiorella a alisando e mantendo a cabeça erguida para o lado. — Por que não diz nada? – Perguntou Fiorella, se virando para ele e o abraçando.Fiorella sabia como ser uma mulher provocante; em seu timbre de voz havia a sensualidade, em seu corpo emanava o desejo e ela sabia bem como usar todo aquele poder.A questão era que, Hugo não era mais o homem qu
Cecília encarou a mulher, com desespero no olhar.Para ela, não importava de quem Hugo fosse filho, ela o queria ao seu lado e contava os minutos para o reencontrar.O problema era que, ela temia pela vida de seu amado. Hugo passou e pelo visto, ainda passaria por muita coisa, ainda mais depois de saber daquilo.Ela então, segurou o braço de Roseta e a olhou, com tristeza.— Por que o torturam tanto? Deixem-no em paz! – Pediu Cecília, a fazendo rir.— Você deveria implorar pela sua vida e não pela dele. Eu me vingarei de toda família Scopelli primeiro, mas o seu marido está na lista, porque me lembro nitidamente do rosto do verdadeiro pai dele na noite do abuso.— O quê? – Perguntou Cecília, completamente assustada. Ela não conseguia digerir aquelas informações. — Não era Hugo, por que o está envolvendo?E então, Roseta se levantou, afastando-se dela e voltando a encara-la com desprezo.— Por mim, nenhum porco naquela Itália sobreviveria. As gerações deles e as gerações das gerações d
Confessionário igreja de Gesu, Palermo... O barulho da sola de sapato soando alto pelo piso da capela, era assustador. O homem passava entre os fiéis, com um charuto entre os dedos e uma áurea escura o acompanhando; naquele instante, todos se assustaram e temeram estar vivendo o próprio apocalipse. "É ele"! – Resmungaram alguns, com a voz amedrontada, a final, Hugo nunca foi do tipo que se exibia publicamente, com a sua melhor arma do acervo em mãos. Também, quem não o olharia com pavor? O homem de quase um metro e noventa, corpo forte e trabalhado, usando um terno slim de lã batida na cor grafite e óculos escuros em plena noite, lembrava o próprio Blade. A fumaça do charuto o acompanhava, fazendo com que todos se assustassem, pois, o acaram desrespeitoso. Quando nem ao menos sabiam o porquê de o homem estar lá, com sangue nos olhos. Hugo entrou até o confessionário e se ajoelhou na almofada, encarando ao arcebispo atrás das grades madeiradas. — Faz tanto tempo que não o vejo,
Lux Gold Hotel, Richmond, Virginia.O hotel em que Hugo estava hospedado, era confortável e luxuoso. O lugar era cercado por móveis de madeira escura e tapeçarias ricasAlguém havia conseguido o quarto para ele, imaginando que estaria completamente exausto depois de tantas horas de voo. A ansiedade o dominava enquanto ele esperava a pessoa que poderia ajudá-lo a encontrar Cecília.A tensão era visível através das mandíbulas dele; Hugo apertava forte o encosto da cadeira, enquanto sentia alguém sair do banheiro, o encontrando de costas.— Como foi a viagem, meu bem? – Aquela voz era de Katherine, que fazia um tempo que não o via e estava disposto a ajuda-lo, como prova de seu amor.— Onde ele está? – Perguntou Hugo com aspereza na voz, se virando para olha-la.Katherine respirou fundo e se sentou na cama, levando os olhos até os do homem a sua frente. Ela o achava ainda mais atraente do que antes; talvez fosse pelo tempo em que não estavam juntos.— Ele foi atrás dela! – Dito isso, Hug
Estava no fim de tarde; as luzes passavam rapidamente e os barulhos dos motores eram altos.— O que está acontecendo? – Perguntou Cecília, esfregando os olhos. Seu corpo movia de um lado para o outro com brutalidade e foi então que uma alta risada soou.Cecília percebeu estar dentro de um carro e alguém dirigia com velocidade.Uma hora antes...Não dava para saber quem estava do lado de quem, naquela bagunça.Ítalo carregava Cecília em seus braços para a saída do lugar, quando deu de frente com Katherine na entrada do simples hotel a beira da estrada.— Se você não me ajudar como prometeu, eu a largo aqui! – Disse Ítalo entre dentes, vendo um carro aparecer e frear bruscamente.— Vamos, você só terá mais essa chance para se redimir! – Disse Katherine, correndo até o carro e ao fingir dirigir, entregou a chave para Ítalo, o fazendo a encarar assustado.— “Motherfucker, cosa stai facendo”? – Perguntou Ítalo, entre dentes, a olhando com fúria nos olhos. Katherine sorriu e segurou forte a
Tudo estava um caos. Hugo e os demais, saíram apressados indo em direção ao carro e quando Hugo estava prestes a tocar a maçaneta do veículo, Katherine o interrompeu, puxando-a primeiro. — O que está fazendo? Não temos tempo! – Disse Hugo, encarando-a de forma confusa. — Eu sou boa em dirigir e você, é o melhor em matar. Vamos fazer isso juntos, Don! – Respondeu Katherine, entrando no lugar dele. Hugo teve que concordar. Ela está cheia de razão! – Pensou ele, se apressando para chegar até a outra porta. E então, o carro arrancou com velocidade. Katherine dirigia, pisando ao máximo no acelerador, enquanto Hugo conferia sua preciosa arma em seu colo. E de repente, uma voz conhecida soou pelo painel do veículo, logo após Katherine tocar na tela sem nem mesmo Hugo perceber. —“Anda logo, eles estão atrás de nós! – Gritou Ítalo, com humor na voz ao invés de pavor. Ele amava adrenalinas. E então, uma voz ao fundo fez com que Hugo se distraísse do que estava fazendo. —“Aiiii, anda logo
Cecília mal conseguia abrir os olhos. Ela se sentia muito cansada e só sabia dormir.Aquilo era preocupante, tanto para os médicos, quanto para Katherine, que já estava a mais de quatro horas esperando que ela reagisse.E então, o médico entrou no quarto, com uma prancheta nas mãos. E então, o homem de jaleco a encarou de forma confusa e se aproximou.— Senhorita, o que disse ser dela?— Sou cunhada. O que está acontecendo? – Perguntou Katherine, com os olhos escurecidos, ao ver que o homem de jaleco parecia desconfiado.— Por acaso, ela sofria maus tratos ou seu irmão a batia? – Perguntou ele, respirando profundamente ao olhar para Cecília sobre a cama.— Por que acha que isso acontecia? Eu já disse, ela estava em um momento de depressão e por isso, não estava se alimentando direito. O que está havendo? – Perguntou Katherine, olhando-o fixamente.— Bom, ela consta duas costelas quebradas e estava suportando apenas. Por ter forçado o parto acabou a prejudicando mais, porém, alguns dia
Cecília estava apreensiva e preocupada com Hugo, mas, seguindo o conselho de Katherine, decidiu ficar na cama e aguardar por notícias. Enquanto isso, o médico e os policiais se prepararam para receber o depoimento de Katherine.— Muito bem, senhorita. Vamos à sala de depoimento para esclarecermos o que aconteceu. Por favor, me siga. – Disse um dos policiais, olhando-a seriamente.Katherine seguiu o médico até uma sala onde puderam conversar em particular, mas antes de passar pelo arco da porta, ela deu uma última olhada para Cecília, como se dissesse a ela que tudo ficaria bem.Cecília não conseguiu parar de perceber a estranheza sobre o ato da mulher, mas não havia muito o que fazer, ela sabia que por mais que não se gostassem, ambas tinham uma pessoa em comum que queriam proteger.Enquanto isso, na sala, dois policiais estavam sentados encarando a italiana, enquanto o médico estava na lateral da mesa, analisando toda aquela situação.E então, o policial começou:— Primeiro, gostaríam