Bárbara e eu, estávamos no quarto se arrumando, pois tínhamos sidos chamados na delegacia, e discutindo sobre sua gravidez. Ela estava realmente muito aflita e confusa e precisava de amparo nesse momento. Eu não era especialista em gravidez inesperada como não era também em enfrentar advogado corrupto, mas a vida nos mostra o quanto podemos enfrentar as situações, pois somos capazes de qualquer coisa. Ouvir minha amiga reclamando e desabafando me fez ter várias ideias, fora o aborto, esse seria em último caso. Mas eu precisava saber como abordar as ideias sem que ela me visse como inimiga.
— Amiga. — Parei na frente do guarda-roupa vestindo minha blusa branca de manga longa e gola alta. Olhei para ela e falei. — O Cristian parece te amar de verdade e pelo que eu conheço dele, independente de quem for o pai desse bebê, ele vai aceitar. Você dizendo que é dele tamb&
Eu esperava encontrar Bárbara chorando, ou feliz. Não me importava, eu só queria saber que ela tivesse conversado com Cristian e resolvido a situação dos dois. Os problemas deviam terminar definitivamente, eu queria isso e torcia muito para que acontecesse. Se dependesse de mim, a paz reinaria, eu faria o que fosse necessário.Tony entrou sério em casa. Eu já fui logo procurando o casal em todos os cômodos da casa, já que no ambiente principal não tinha ninguém, nem dona Sueli que provavelmente estava cuidando de alguma tarefa de casa. Fui até a varanda do apartamento e lá estava, Bárbara sentada no colo de Cristian com a cabeça jogada no seu ombro, com uma das mãos acariciando os fios bagunçados do seu cabelo na nuca. Em silêncio observando a paisagem que não era de tudo ruim. Mesmo sendo só prédios, eram edifícios exu
Os preparativos do casamento estavam me deixando quase louca, tomando todo meu tempo. Eu estava ficando irritada com tudo e quase desistindo. Tony me deu a ideia de trazer Carmen para me ajudar, eu não tinha me decidido ainda, pois nem para isso eu tinha tempo.Estava no final do curso de psicologia, fazendo o bendito TCC e o professor ainda pediu vários trabalhos em grupo. Eu não era muito fã de trabalhos em grupo, gostava de fazer as coisas sozinha. Não me sentia melhor que ninguém, mas eu achava que as pessoas se distraíam demais com coisas fúteis e supérfluas e acabavam perdendo o foco. Eu estava me esforçando mais que o normal para concluir essas atividades, mas tinha certeza que passando essa fase longa, que para mim estava demorando mais que o normal, eu estaria apta á qualquer paciente problemático que viesse no meu futuro consultório.A despedida de Báh e Cristian
Uma manhã recheada com um sexo delicioso é revigorante. Meu querido noivo queria continuar o deleite debaixo do chuveiro, mas alguém precisava ser responsável nessa relação, afinal nós dois tínhamos compromissos importantes e não tínhamos todo o tempo do mundo. Deixei toda minha agenda planejada e fui adiantando o que conseguia por telefone enquanto digitava alguns arquivos no notebook. Carmen viria me ajudar na semana seguinte e eu ficaria mais tranquila com os detalhes do casamento. Nem café eu tomei, fiquei praticamente a manhã inteira no quarto digitando e ligando para vários contatos. Quando saí já tinha passado o horário de almoço e nossa querida dona Sueli estava preocupada comigo. — Dona Suzan, você está bem? Não a vi comer nada hoje. — Ela me pergunta eufórica. — Não se preocupe dona Sueli, eu estou tão atarefada que nem sinto fome. — Passei por ela enquanto tirava o pó de alguns livros na estante. — Vou esquentar a comida para você. — Ela jo
A vida não podia parar por causa de Amber, mas meu psicológico estava deveras muito abalado e os eventos e comemorações não seriam suficientes para levantar meu astral. A colação de grau foi simples, com anúncios e entrega de canudo, todos com suas becas, uma cena gratificante. Imaginei que minha mãe estivesse com orgulho de mim e assim que finalizei meu discurso fui inundada de aplausos e assovios. Meu coração estava aflito e feliz ao mesmo tempo, não sei como isso era possível, mas era assim que eu me sentia na festa de conclusão do meu maior sonho. Tony foi até o palco e me agarrou na frente de todos, me beijando os lábios e parabenizando pelo sucesso.— Esse é só o começo de muitas realizações em sua vida, meu amor. — Tony sussurrou em meu ouvido me trazendo a realidade. Olhei-o nos olhos e uma lágrima involu
Provei todos os vestidos que gostei na gigante loja de noiva da cidade de São Paulo. Uma das maiores. A vendedora já estava perdendo a paciência conosco, eu e Carmen estávamos nos divertindo, porém, quase sendo expulsas. Na última prova de vestido, meu celular tocou freneticamente, mesmo eu deixando que tocasse até cair na caixa, a pessoa insistia.— Carmen, atende para mim. Por favor! — Pedi para minha amiga que me ajudava a desabotoar o vestido. — Pode deixar que me viro aqui. Ouvi poucas palavras de Carmen, mas não estranhei, no telefone ela falava pouco quando não era eu e ela, que nos tornávamos tagarelas quando ligávamos uma para a outra.Saí do vestuário e percebi o rosto pálido de Carmen. Ela mal se mexia.— Amiga! O que foi? Quem era no telefone? — Questionei curiosa e colocando meu casaco jeans surrado que Carmen insis
Isso não poderia estar acontecendo, era para eu me casar e Bárbara ter o filhinho dela e vivermos feliz para sempre, é claro que isso era somente uma metáfora, mas eu esperava pelo menos um pouco de paz em minha vida. Era muito tempo de sufoco, nada comigo foi fácil, nunca, em toda minha vida eu não sabia o que era ter sucesso sem uma grande batalha antes. Mas eu nunca desistia, de nada, pelo contrário, todas as minhas conquistas foram por mérito próprio, tudo que conquistei até hoje e que ainda almejo alcançar sempre foi e sempre será com minhas próprias lutas.Carmen tentou me falar do andamento da organização do casamento, mas eu não estava com cabeça para pensar em nada, muito menos para decidir alguma coisa, então dei permissão para que ela decidisse por mim. Eu precisava sair, respirar um pouco e espairecer. Eu confiava em Carmen, mesmo el
Tudo estava indo bem, pelo menos, conforme o planejado. Mesmo com alguns imprevistos de processos e obstáculos burocráticos, estávamos no caminho para abrir minha clínica popular de psicologia e futuramente iria procurar um psiquiatra para ser nosso grande apoio nessa jornada. Eu já tinha alguns colegas, só precisava entrar em contato e obter um “sim” de algum deles.Carmen se tornou minha assistente pessoal, garanti a ela que nunca mais ela iria embora para o Nordeste e que não precisava se preocupar com nada, pois ela moraria comigo e Tony pelo tempo que precisasse. Minha intenção era futuramente contratar Amber para trabalhar comigo na clínica, já que ela estava fazendo a faculdade de psicologia no mesmo campus que eu, porém, ela precisava se cuidar primeiro, se estabilizar e concluir os estudos. Enquanto isso eu daria todo o suporte necessário para ela.Tony se to
Eu tive que fugir, eu não conseguia olhar no rosto cínico de Tony, nem na cara deslavada de Carmen. Não deixei que eles tentassem se explicar, mesmo com toda desculpa que arrumassem, não seria fácil aceitar o que eu vi naquele dia. Seja lá o que eles disseram que tinha acontecido. Mas eu precisava desse momento, sozinha, para refletir e decidir quais seriam minhas prioridades a partir dos novos acontecimentos. Eu não era nenhuma criança, muito menos uma amadora, eu tinha experiência vasta, ainda mais quando o assunto era sofrer e me decepcionar.Eu confiei na minha amiga de olhos fechados para colocá-la dentro da minha casa, compartilhar minhas conquistas e projetos futuros. Como ela pode me trair daquela forma, eu ainda não estava acreditando, mas não tive um momento sequer para pensar sobre o assunto, eu tinha trabalho demais e não tinha tempo para banalidades.Já se pass