Bárbara finalmente teve alta do hospital, eu fui para o apartamento com ela, pois, minha amiga precisava mais do que nunca de alguém para cuidar dela e fazer companhia.
Ao chegar no apartamento as arrumadeiras já tinham feito uma limpeza completa. Só tinha deixado os restos de eletrônicos quebrados jogados num canto.
Agasalhei minha amiga e pedi comida no quarto, até o café da manhã. Ela, mesmo toda debilitada começou a rir sem parar.
— Do que você está rindo, sua maluca? — perguntei estranhando sua atitude.
— Isso! Tudo isso… — ela fez uma pausa olhando em volta e de repente seu sorriso se transformou em choro. É claro que eu me desesperei. Agarrei-a forte e aconcheguei sua cabeça em meu peito. — Tentei tanto fugir de tudo isso. Se eu quisesse toda essa merda tinha ficado na casa do meu pai.
— Porque está dizen
Uma nova e bela fase tinha se iniciado em minha vida. Cheguei em casa e contei a minha amiga Bárbara a notícia maravilhosa do dia. Ela gritou feito uma hiena e chorou em meus braços. Nesse momento eu senti que minha amiga precisava de mim e mais do que nunca, nesse momento. Abracei-a e confortei-a em meus braços, como uma mãe faria com sua filha.— Não vai ligar para o Tony e contar? — ela larga meus braços às pressas, sorrindo e enxugando as lágrimas das bochechas rosadas e redondinhas dela que eu amava muito.— Olha a hora, Báh. Ele já deve estar dormindo, e também, ele não é nada meu, AINDA. — Ressaltei o “ainda”, pois sabia que ela completaria a frase.— Vamos apostar? Liga de vídeo, se ele tiver dormindo eu te pago uma pizza, se ele tiver acordado você me paga um x-tudo. — Bárbara, como sempre
Acordei no dia seguinte muito animada, eu queria correr para os braços de Tony e me casar com ele, ter filhos com ele. Levantei cedo, cantarolando enquanto fazia a higiene matinal.— Alguém acordou feliz hoje! Teve um orgasmo durante o sexo virtual com o gostosão? — Bá me surpreende enfiando a metade do rosto na fresta da porta.— Báh! — A repreendo empurrando a porta com o pé. Bárbara era uma amiga e tanto, mas às vezes ela era invasiva demais, tirando a minha privacidade. Eu não ligava muito porque era ela que me tirava do meu mundo de estudos, tristeza, dèjavú, nostalgia, etc. Ela era minha companheira para todas as horas. Eu me sentia em dívida com ela, dado a sua situação com seus pais.“Caso eu me casar com Tony, vou a levar para morar conosco”— Aff, que pensamento louco, dona Suzan. Pés no chão.
Eu precisava respirar, meu corpo ainda tremia por presenciar a cena de dona Sueli na cama, com um semblante desfigurado e Tony tinha certeza que isso fora coisa do seu pai. Não poderia ter outra explicação. Ao lado da cama em um pequeno móvel onde ela colocava sua bolsa e carteira tinha um bilhete que ao ler não tivemos dúvidas.“Pare de me procurar, ou os próximos serão vocês”Despertei do meu desmaio curto e repentino olhando para Bárbara e Tony assustados me encarando.— Eu estava sonhando? Tudo foi um sonho, não é? — perguntei esfregando as têmporas sentindo um incômodo na cabeça. Os olhos de Báh entregaram tudo, da forma que ela me olhou eu tive certeza que não foi só um sonho.— Infelizmente, não foi um sonho, Suzan. Dona Sueli perdeu um dos olhos e cortaram sua língua, sem piedade. &m
O caminho até o novo apartamento foi tenso, o silêncio preencheu completamente o carro, nem uma só palavra ecoava, era como se o medo estivesse predominado nosso ser.— Eu preciso ir até meu apê para pegar minhas coisas. — Bárbara quebrou o silêncio sem olhar para ninguém em específico. Jogou as palavras no carro e virou o rosto para a janela. Minha amiga estava muito nervosa, não sei se mais do que qualquer um dentro do carro, mas a tensão estava explícita em seu corpo, seus ombros curvados e seu olhar perdido. Eu tive pena dela, só de imaginar o que ela enfrentava para agradar o pai.— Agora não podemos, precisamos estar juntos. — Tony falava com os olhos fixos na pista. — Depois iremos até lá, as coisas de Suzan também estão lá. — ele ficou sério de repente. Olhei pelo retrovisor e seus olhos fir
Depois de nos perdermos e nos entregarmos numa transa que para mim, foi a melhor de todas até hoje. Nada como se entregar com prazer, excitação e desejo. Levantei-me rapidamente preocupada com o horário e com o estômago alarmando pela fome, já era hora de almoço e não tínhamos preparado nada nem dado nada para dona Sueli se alimentar.— Tony, dona Sueli deve estar com fome! — falei enquanto observava-o deitado de barriga para cima e com os pés cruzados e mãos atrás da cabeça, com uma tranquilidade incomum para o momento, sem deixar de notar que estava completamente nu com o lençol sobre a pequena área da sua nudez.Meu corpo me traíra novamente me trazendo pensamentos insanos e pecaminosos, mas essa não era a hora certa de desejar estar quicando sobre aquele homem gostoso, mordi o lábio inferior e pressionei meus olhos para me concent
Por tanto tempo em minha vida eu sofri, eu chorei e sobrevivi, porém, eu sinto que estou sucumbindo, parece não existir formas leves de viver. A vida se tornou um peso insustentável para mim. Eu esperava nunca mais perder alguém em minha vida e que tudo pudesse caminhar tranquilamente, mas era como se meu destino fosse esse, sofrer e sobreviver.Meus pensamentos vagam enquanto aguardo uma notícia de Bárbara que demora mais que o esperado. Observo em volta e vejo pessoas sofrendo, outras chorando. Minha angústia só aumenta. Me levantei e fui até a janela de vidro do hospital e visualizei o céu azul e intenso, clamei por minha mãe.— Mãe, se estiver me ouvindo de onde você está, me ajude, não me deixe desistir, eu quero ser uma vencedora. Quero lutar até o fim. — Meus olhos encheram de lágrimas enquanto eu sussurrava as palavras. E como se min
O estado da minha amiga era estável, o médico deu alta e a levamos para casa. Eu precisava conversar com Bárbara, mas já estava atrasada para faculdade, então decidi adiar nossa conversa, além do mais ela precisava ser recuperar.Tony deixou Bárbara em casa aos cuidados de Danila e me levou para a faculdade, como tinha prometido. No caminho da instituição aproveitamos para colocar nossos assuntos em dia. Eu puxei a conversa, já que Tony estava concentrado na estrada com os pensamentos longe.— Tony?! — chamei-o e ele se virou como se tivesse se assustado, passou a mão sobre minha perna.— Oi, querida!— Você se lembra que estávamos conversando sobre o pai de Bárbara? — ele assente e eu continuo. — acredito que essa tentativa de suicídio seja decorrente a isso, ou esteja relacionado. O que acha? — finalizei com u
Entrei no carro com o coração aflito e nem olhei nos olhos de Tony, ele logo percebeu minha euforia, mesmo eu tentando disfarçar meu sentimento que eu não sabia definir se era alegria ou susto. Me agasalhei no banco do passageiro e coloquei o cinto de segurança sem pronunciar uma palavra sequer.— Boa noite, Suzan! Você está bem? — Tony passou a mão sobre meus dedos notando meu nervosismo. — Você está pálida. Aconteceu algo?— Estou bem. Vamos para casa, por favor! Preciso descansar, estou exausta. — respondi rápido, sem ao menos respirar.A caminho de casa foi impossível segurar o assunto que estava preso na minha garganta fechando a passagem da minha respiração. A todo momento Tony me olhava aflito, eu não poderia deixar ele nessa agonia, ele estava presente a todo momento e me apoiando sempre, tem demonstrado sua co