Nossa corrida agora era contra o tempo e contra o poder do seu Rodolfo e toda a máfia que ele fazia parte. Eu tinha um aliado agora, Tony seu único filho estava ao meu lado e faríamos uma dupla. Eu não mediria esforços para vingar a morte de Cristian e tirar meu pai da cadeia, provando sua inocência.
Totalmente lúcida e com minhas lembranças vivas novamente, eu corria contra o tempo. Recuperar o tempo perdido na faculdade, arrumar outro emprego e lutar na justiça, não seria fácil, mas essa palavra não existe no meu vocabulário.
Desde que me entendo por gente, a luta sempre foi meu forte, nada veio de mão beijada ou de forma simples. Tudo conquistado por mérito.
Me lembrei que o principal propósito de eu ter escolhido a faculdade de psicologia, foi por minha mãe, eu queria entender os sintomas, entender o que afligia a alma dela e porque desistiu
Eu não imaginava como seria difícil encontrar um advogado que não tivesse nenhum laço com o grande e poderoso senhor Araújo. A primeira pergunta era.— Você conhece o senhor Rodolfo Araújo?A resposta era a mesma de todos, e era a única que eu não queria ouvir.— Claro que conheço, aliás, é um grande e respeitado advogado.Para não desligar na cara e demonstrar minha frustração, eu fingia que estava procurando um bom advogado.Já estava ficando frustrada e exausta dessa busca, sempre dormindo altas horas da madrugada depois de uma longa tarefa na faculdade, mas desistir não era meu forte.Mais uma manhã para novas buscas por emprego, sou despertada por Bárbara como sempre. –Oh garota barulhenta.-Levantei na maior preguiça de todos os tempos, só que era um dia e tanto, vi v
Nem acredito que meu pai está livre, e acho que sei muito bem quem fez isso, preciso agradecer o Tony, pessoalmente. O difícil agora estava sendo encontrar o rapaz, que parece estar trabalhando mais que o normal.— Bárbara… — chamei minha amiga e colega de apartamento, que estava concentrada no notebook, dizendo que estava estudando, mas eu sabia que ela estava no tinder. Essa maluquinha não desistia. Com um fone de ouvido ela não conseguia me ouvir. Cheguei bem perto e tirei seu fone e falei bem pertinho do seu ouvido.— Está afim de dar um rolê?Ela se estremeceu toda fingindo estar arrepiada.— É verdade isso ou estou sonhando? Senhorita certinha me chamando pro rolê? — Báh me encarou nos olhos semicerrando os olhos como se desconfiasse de algo.— É isso mesmo. Estou te chamando para sair, mas não vai se animando que n&ati
Tony já era um homem adulto, mas quando se tratava do seu pai era uma criança acuada e indefesa. Eu não queria imaginar o que aquele velho maldito teria feito com meu amor.Agora ele parecia ser bem mais importante em minha vida do que antes, afinal, ele passou duas semanas cuidando de mim no hospital quando eu não tinha ninguém, me protegeu do seu próprio pai. O que eu não esperava acabou acontecendo. Precisava admitir que estava sentindo um carinho acima do normal por aquele rapaz mulherengo que queria de toda forma me conquistar. Acho que acabou conseguindo.— O que aconteceu, meninas? Esses rostinhos estão tristes e cabisbaixo. — Fomos interrompidas por Tony entrando de surpresa na sala.Olhamos todas ao mesmo tempo para ele, com os olhos arregalados e surpresos. Nós esperávamos o pior, e ele estava ali, bem na nossa frente, são e salvo.— Tony
As coisas estavam caminhando tranquilamente há algum tempo. Eu estava focada nos estudos e Tony focado nos nossos planos de desmascarar o pai dele. O trabalho não seria fácil, ele precisava ganhar a confiança do seu Rodolfo a ponto de pegar um trabalho suspeito e assim colocar o plano em ação.Bárbara se juntou a dona Sueli para planejar o nosso casamento que eu nem sabia se iria acontecer. Só sei que minha amiga diariamente tinha uma ideia e me contava empolgada. Eu deixava ela falar, percebia que assim ela ficava ocupada e feliz. Pois, assim ela não pensava em balada ou namorados.Meu primeiro estágio estava chegando e Bárbara me servia de cobaia. Ainda bem que ela gostava que eu fosse a pseud. Psicóloga dela. Minha amiga brincava mais que desabafava, mas estava me ajudando muito.Ficamos duas semanas fazendo consulta psicológica. Bárbara colocou um lençol no meio do nosso quarto, incluiu um pufe e uma cadeira, para ela, ali era meu consultório e ela era minha pa
Tony me convenceu dormir na casa dele, porque assim ficaria fácil de irmos à delegacia de manhã, eu só precisava avisar para Bárbara que eu dormiria fora. Com certeza ela não se oporia, ainda mais porque eu iria dormir com “meu homem”, segundo ela.Disquei o número de Báh intermináveis vezes, mas ela não atendia o telefone. Eu já estava ficando preocupada e resolvi compartilhar minha preocupação com Tony que saia do banho com uma toalha branca enrolada na cintura.Meus pelos traidores se eriçaram, não consegui evitar de esfregar o braço tentando coloca-los no devido lugar. O corpo atlético de Tony, seu peitoral másculo com aquela curvinha de músculo embaixo do peito, seus mamilos escuros eriçados que dava vontade de aquecê-los com os lábios.“Ah, Suzan, controla essa periquita que o assunto é sério”. Me repreendi mentalmente para não delirar nos braços de Tony.— Tudo bem, Su? — ele perguntou de um jeito tão malicioso que meu estômago se encheu de bo
Depois da notícia que Tony me deu, meu mundo caiu, eu queria ser um grão de poeira e me misturar no ar para desaparecer. Só poderia ser minha sina, ninguém sofre tanto desse jeito e ainda se reergue para continuar.Já dentro da casa, Tony chamou Sueli e pediu que ela preparasse dois cafés para viagem, subiu rápido até o quarto e pegou sua carteira e as chaves do carro. Eu preocupada com o que poderia acontecer, corri atrás dele, peguei minha bolsa e nos preparamos para ir à delegacia.Tony dirigia com tanta pressa que me deu medo, meu coração acelerou e eu me lembrei do dia do acidente, como se tivesse acontecendo tudo novamente. Meu ar ficou preso, eu não conseguia respirar. Levei a mão no peito e puxava o ar com força, mas ele não vinha.— Suzan? Calma, meu amor. Você está tendo um ataque de pânico. Respira. — Tony pegou na minha mão, acariciando e tentando me acalmar, mas ainda dirigindo. Eu não queria atrapalhá-lo, ele já estava com problemas demais.— É
Eu não sei se estava muito animada com a polícia toda do nosso lado, em teoria, já que o maldito Rodolfo estava solto e não sabíamos quem era confiável e quem não era. Encarávamos todos os rostos um por um, mas ninguém dava indícios para desconfiarmos. Eu precisava dar um voto de confiança, até porque eu não tinha muito o que fazer.Ao aproximar da aglomeração que se juntava em volta da casa, Tony segurou firme meu braço para que, seja lá o que fosse que iríamos encontrar, não me fizesse desmaiar, já que eu estava fraca psicologicamente. Eu não sabia até onde eu aguentaria. Mas eu precisava ver, eu precisava saber do que se tratava, o que tinha ali.Os policiais nos deram abertura como se tivéssemos em um tapete vermelho. Chegamos bem perto e eu ainda não tinha visto nada que pudesse me abalar. Então perguntei a Tony se ele vira algo.— Olha ali, amor. — ele falou com a voz embargada. Talvez por medo, susto, terror?Ao olhar na direção que ele me apontou eu v
Depois de algum momento sentada e chorando angustiada, levantei-me e jurei que vingaria minha amiga e se fosse coisa do senhor Rodolfo eu iria até o inferno, mas me vingaria. Esse homem já foi longe demais com suas tramoias.Andei calmamente pelo apartamento, observando cada papel, cada gaveta para encontrar qualquer pista que fosse. Tony procurava junto comigo e tudo que encontrava me mostrava, mas nada nos abria qualquer luz no fim do túnel. Entrei na cozinha e na geladeira tinha um papel com um recado. Corri eufórica na esperança que fosse um recado da minha amiga.“Deus, que seja uma pista” Pensei em voz alta.— Amor? Encontrou alguma coisa? — Tony gritou do outro cômodo.Me aproximei da geladeira ainda sem responder a pergunta de Tony. Ao ler o bilhete o ódio invadiu meu ser. Todo o amor que meus pais ensinaram tinha deteriorado. Os bons costumes, o bom coração, a a