71. Bruxas de Seattle

CameronA tensão entre nós era quase palpável. Ragnar me olhava de uma forma diferente, como se estivesse tentando decifrar algo que eu não conseguia compreender. Eu sentia que havia algo errado, algo que ele não estava me contando, e isso me deixava inquieta. Havia uma distância crescente entre nós, mesmo quando estávamos próximos, e eu não sabia como abordar o assunto.Quando começamos a falar sobre os lobos errantes, tentei manter o foco. "Quais pistas vocês estão seguindo? O envolvimento de Irina é algo preocupante?" perguntei, tentando esconder a insegurança na minha voz.Ragnar respondeu, a voz firme, mas com uma sombra de preocupação. "Houve furtos e confusões, mas o mais estranho é que não há rastros. É como se eles simplesmente desaparecessem."Algo naquela descrição me pareceu familiar, e minha mente começou a puxar memórias que eu preferia deixar enterradas. "Isso só aconteceu uma vez em minha alcateia," murmurei, mais para mim mesma do que para ele. "Quando Zayn foi morto

72. Como é sua loba?

CameronEu observei Ragnar se afastar, indo até o aparador para pegar uma bebida, enquanto eu tentava me recompor. A intensidade da nossa conversa ainda ressoava dentro de mim, mas eu precisava me focar em outra coisa, algo que não envolvesse a pressão crescente entre nós. Resolvi deixar as muletas de lado, colocando o pé ligeiramente no chão, sentindo uma leve dor, mas nada que eu não pudesse suportar. Com cuidado, comecei a me aproximar dele, decidida a pegar algo para mim também.Ragnar me observou enquanto eu avançava, e o olhar interrogativo em seus olhos me fez sorrir. "Você deveria tentar andar com essas muletas para entender como é horrível," brinquei, esperando que ele achasse graça.Ele sorriu de lado, aquele sorriso que fazia meu coração bater mais rápido. "Imagino que não seja nada fácil, mas parece que você está se saindo muito bem."Revirei os olhos, mas com um sorriso nos lábios. "Estou pensando em me transformar em loba para ver se acelero a cicatrização," falei, meio

73. Transformação

RagnarEu estava completamente envolvido por Cameron, de uma maneira que me deixava confuso e vulnerável. Quando estávamos longe, as dúvidas surgiam, e eu sentia que ela escondia algo, algo que era importante para a manutenção do que quer que estivéssemos construindo. Mas quando estávamos próximos, tudo isso desaparecia, e o único pensamento que ocupava minha mente era o desejo avassalador que sentia por ela. Eu me esquecia de tudo, até mesmo de mim."Acredito que tenha razão. A melhor forma de se curar de vez é se transformando em loba. Não quer tentar?" perguntei, tentando manter minha voz firme, mesmo com meu lobo ansioso dentro de mim, querendo estar perto dela em cada passo.Ela assentiu, seus olhos brilhando com uma mistura de ansiedade e expectativa. "Estou sentindo falta da minha loba," confessou, e eu sabia o quanto isso significava para ela. "Faz tempo que não me transformo. Desde a guerra do Sul, estive tão envolta aos assuntos de nossa união que acabei me deixando de lado.

74. Memórias

CameronO ar ao meu redor parecia vibrar com uma energia nova e indescritível. Eu já havia visto Ragnar em sua forma lupina antes, mas nunca tão perto, nunca com os olhos de uma parceira, de alguém que estava conectada a ele de maneira tão profunda e primitiva. A transformação que ele acabara de fazer, tão poderosa e fluida, deixou-me sem fôlego.O Alfa Supremo estava diante de mim, não apenas como o líder imponente que todos respeitavam, mas como o lobo que agora eu conhecia como meu parceiro. Ele era magnífico, com uma pelagem escura e densa que parecia absorver a luz ao redor, seus olhos intensos e predatórios fixos em mim. Havia uma força bruta em sua presença, uma força que fazia minha loba se agitar dentro de mim, respondendo ao chamado silencioso que ele emitia.Eu podia sentir o calor de seu corpo irradiando até mim, uma sensação reconfortante e, ao mesmo tempo, excitante. O cheiro amadeirado e masculino que sempre esteve presente em Ragnar agora era mais intenso, misturado co

75. A verdadeira Cameron

RagnarAs palavras de Cameron me deixaram intrigado. O jeito como ela falava sobre o relacionamento passado com Tayrus, como se ele a tivesse mantido constantemente insegura, mexeu comigo de um jeito que eu não esperava. Eu me lembrei das palavras que ele proferiu no dia da nossa união, de como ele a olhava, como se ela fosse inferior, e tudo começou a fazer sentido. Talvez fosse por isso que ela tentasse tanto se provar, que carregasse esse peso de sempre precisar ser mais. E isso despertou em mim um sentimento de compaixão ainda maior por ela. Eu queria que Cameron nunca mais precisasse sentir isso, especialmente comigo."Me diga, Cameron," comecei, a voz baixa, mas carregada de uma curiosidade misturada com preocupação. "O que Tayrus falava para você que a deixava tão receosa?"Ela hesitou, e eu podia sentir a luta interna dela. Mas, depois de um momento, ela começou a falar, sua voz um pouco trêmula. "Ele nunca me achou tão bonita quanto minhas irmãs," admitiu, a vergonha evidente

76. Poucos segundos de paz

CameronAcordei de repente, meu corpo quente e úmido, sentindo a presença forte de Ragnar ao meu lado. Seu calor irradiava, envolvendo-me completamente. Meu coração acelerou por um momento, mas ao abrir os olhos e vê-lo ali, na forma de lobo, adormecido, senti um misto de tranquilidade e satisfação. A luz suave do amanhecer penetrava pelas cortinas, iluminando seus pelos escuros e brilhantes. Um sorriso surgiu em meus lábios ao perceber como ele havia entrado na minha vida de forma tão inesperada, e como eu permiti que ele permanecesse.

77. A segurança de Cam

RagnarO cenário diante de mim era devastador, mas o que mais me prendeu a atenção foi Cameron, com fuligem nas mãos e no rosto, resultado de sua busca por pistas entre os escombros. Um misto de raiva e preocupação tomou conta de mim. Ela se colocou em perigo, uma vez mais, sem pensar nas consequên

78. Um suspeito

CameronMeu coração estava apertado, uma sensação de aflição tomando conta de mim enquanto eu tentava processar a mensagem no envelope. O que poderia ter feito para ser acusada de um crime? E por que alguém atacaria pessoas inocentes em meu nome? As perguntas martelavam minha mente, mas não havia tempo para me perder com suposições. A destruição ao meu redor, as vidas em jogo... eu precisava me concentrar em ajudar a alcateia de Ragnar.Caminhei entre os lobos, oferecendo conforto, tentando acalmar o pânico que pairava no ar. Minhas palavras eram firmes, mas meu cérebro não desligava, a dúvida sempre presente. Meus olhos ardiam pela fumaça, mas eu me recusava a parar. Continuava dando instruções, coordenando os esforços de resgate, fazendo o possível para trazer alguma ordem ao caos."Socorro..." ouvi uma voz fina de a