Ragnar
Estava no quarto de Eron, ouvindo-o reclamar da nova tutora. O menino mostrava os trabalhos que ela havia lhe pedido para fazer, com uma expressão de puro desdém.
"Isso é muito chato, pai. Eu não quero mais fazer isso," Eron resmungou, jogando os papéis na cama.
Suspirei, tentando manter a calma. "Eron, os estudos são importantes. Você precisa aprender essas coisas para se tornar um bom líder um dia."
Ele balançou a cabeça, teimoso. "Prefiro sair para treinar com a Cameron. Pelo menos é divertido."
A menção de Cameron fez um alívio momentâneo me percorrer. Se ele estava disposto a passar mais tempo com ela, talvez isso ajudasse a quebrar a resistência dele. "Eu entendo, filho, mas a educação é tão importante quanto o treinamento físico. A Cameron também quer que você apr
CameronMal mexi meu corpo e gemi, sentindo a dor latejar em minha testa. Instintivamente, levei as mãos ao local dolorido, passando a ponta dos dedos com cuidado e me encolhendo com o toque na pele sensível.
RagnarEra final da tarde quando Cameron finalmente recebeu alta. A ajudei a se sentar em uma cadeira de rodas e começamos a caminhar até a entrada do hospital. O sol estava começando a se pôr, lançando sombras longas e douradas pelo caminho."Posso te pegar no colo, se preferir." Ela olhou para cima e negou."A cadeira de rodas já é humilhação suficiente, Supremo.""Entendi direito? Ser vista sendo carregada pelo melhor partido da nossa alcateia é uma humilhação?" Ela começou a rir, e empurrei devagar sua cadeira para evitar trancos desnecessários."Só quis dizer que eu estou bem, Ragnar," ela respondeu, tentando sorrir, mas podia ver a dor ainda presente em seus olhos.Quando chegamos à entrada, encontramos Gabriel esperando com o carro. Ele saiu rapidamente, abrindo a porta do passageiro e ajudando-me a colocar Cameron dentro."Como voc
CameronEnquanto Eron desenhava em meu gesso, observei com atenção cada traço que ele fazia. "Está ficando muito bonito, Eron," elogiei, vendo-o sorrir brevemente. "Você deveria desenhar mais." No entanto, algo na expressão dele me dizia que havia mais por trás daquele sorriso."Está tudo bem?" perguntei, tentando manter minha voz suave e reconfortante.Ele hesitou por um momento, mas depois respondeu com um "sim" pouco convincente. Chamei-o mais perto, estendendo a mão."Eron, você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa, não sabe?"Ele ficou encabulado, mordendo o lábio, mas finalmente falou. "Meu pai perguntou se eu... se eu tinha derrubado você da escada por alguma pegadinha." Seus olhos se encheram de tristeza. "Mas eu não fiz nada, tia Cam."Minha expressão suavizou, e estendi os braços, chamando-o para
RagnarEu estava no escritório, tentando focar na conversa com Gabriel, mas minha mente insistia em voltar para Cameron. Cada vez que ele falava sobre os três lobos errantes, eu só conseguia pensar nela, em seu estado frágil, caída ao pé da escada."Os três lobos foram vistos novamente," disse Gabriel, sua voz carregada de preocupação. "Não estou gostando disso. Não há rastros nem cheiros. É como se fossem fantasmas."Senti minha raiva ferver com essa informação. "Como assim, fantasmas? Não existe algo assim!" Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, e Gabriel deu um passo para trás."Ragnar, estou dizendo que eles são extremamente habilidosos em se esconder. Precisamos encontrar uma solução," ele explicou, mas percebi que minha concentração estava em outro lugar."Eles podem t
CameronAcordei lentamente, sem abrir os olhos, sentindo meu corpo quente e minha loba mais do que satisfeita. Meu primeiro instinto foi me mexer, mas percebi que estava imobilizada. Levei minha mão até o que estava me apertando e senti o braço forte de alguém sobre meu corpo. Meus olhos se abriram, e inclinei levemente a cabeça para trás, vendo Ragnar adormecido colado a mim, com o rosto enterrado em meu cabelo. Um sorriso se espalhou pelo meu rosto, aquecendo meu coração.Aquele momento de intimidade me trouxe uma felicidade que não queria deixar escapar. As dúvidas começaram a rondar minha cabeça, mas preferi jogá-las para escanteio, não deixando que esse momento fosse estragado por medos. Lentamente, me virei entre os braços dele, ficando de frente para seu rosto. Ragnar se mexeu e virou de barriga para cima, fazendo com que eu perdesse o calor do seu corpo.Ob
Ragnar Deixei Cameron no banheiro e pedi que esperasse enquanto eu ia até meu quarto me trocar. Corri para fazer minha higiene matinal o mais rápido que pude, passando um perfume mais marcante do que o habitual. Vesti uma calça de moletom e uma camiseta branca, calçando tênis confortáveis. Ao me olhar no espelho do closet, sorri para o reflexo, percebendo algo diferente em mim, algo que não tinha nada a ver com a roupa. Saí do quarto, evitando olhar para o quadro de Amanda, temendo que ela me julgasse por sentir esse fervor por Cameron. Ao voltar para o quarto, encontrei Cameron trocada, usando um vestido floral e com o cabelo amarrado. Ela se levantou, evitando apoiar a perna machucada. "Nossa, tudo isso é para mim?" brinquei ao me aproximar dela, e ela riu. "Claro que não. É apenas um vestido de ficar em casa, Ragnar." Antes que ela questionasse, peguei-a no colo, e ela envolveu suas mãos ao redor do meu pescoço, encarando-me com um brilho evidente no
CameronEron e eu caminhamos para o jardim, o ar fresco da manhã trazendo uma leveza ao meu coração. Sabia que minha família estava a caminho, e o pensamento de vê-los novamente me encheu de alegria."Tia Cam, então não vou treinar hoje por causa da sua família?" Eron perguntou, com uma leve expressão de desapontamento."Claro que você vai treinar," respondi, sorrindo. "Mas você deve esperar minha irmã mais nova chegar para treinar com você."Eron fez uma careta. "Prefiro treinar sozinho.""Mas você e Libby se deram tão bem no casamento," comentei, tentando convencê-lo. "Achei que vocês eram amigos."Ele deu de ombros, evitando meu olhar, e não respondeu. Com certeza algo o tinha desagradado e teria que investigá-lo para descobrir.Quando minha família finalmente chegou ao jardim, acompanhados de Ragnar. O falat&oacut
CameronCeline chamou as crianças para brincar em outro lugar, levando-as para dentro e as deixando com a babá. Voltou logo em seguida, acompanhada de Elara, que carregava uma bandeja com chá fumegante."Você age tão facilmente como Luna, mãe. Como consegue?" comentei, observando-a com admiração enquanto ela servia o chá.Celine sorriu, um sorriso cheio de sabedoria e ternura. "São muitos anos de prática, minha querida. Com o tempo, você também vai aprender."Mallory, impaciente, interrompeu. "Pare de enrolar, Cam! Conte logo o que Tayrus fez e porque você ainda está sem celular. Há dias quero falar com você. Graças à Deusa que você quebrou a perna, ou eu ficaria louca de curiosidade." comecei a gargalhar, e minha mãe repreendeu minha irmã."Você é louca, mas eu te amo." A abracei, reunind