Cameron
Meu corpo inteiro se enrijeceu ao ouvir o médico mencionar algo diferente no ultrassom. Uma onda de medo percorreu minha espinha, e meus olhos se arregalaram. "O que há de errado?" perguntei, com a voz trêmula.
Ragnar segurou minha mão, apertando-a com força. Mas eu podia sentir o quão tenso ele estava, o calor emanando de sua pele. O médico continuou a movimentar o aparelho de ultrassom com cuidado, sem dizer nada. Ragnar, já nervoso, rosnou baixo.
"O que tem de errado com meu filho, doutor. Fale de uma vez. Não vê que está nos deixando ainda mais tensos?" olhei para ele, mas seus olhos estavam fixos no monitor.
O médico finalmente parou, olhando para nós com uma expressão séria e preocupada. "O bebê está menor do que o esperado para a idade gestacional," ele explicou, sua voz calma, mas cheia de peso. "Isso não é comu
RagnarAssim que a enfermeira chegou à sala, ela ajudou Cam a se acomodar na cadeira de rodas e a levou de volta para o quarto. Eu segui ao lado dela, tentando parecer forte, mas por dentro estava angustiado. As palavras do médico ainda ecoavam na minha mente, a preocupação com o tamanho do bebê e tudo o que precisávamos fazer para garantir que ele ficasse bem. Eu sabia que tinha que ser o suporte de Cam, não demonstrar fraqueza, mas cada vez que olhava para ela, sentado naquela cadeira, tão vulnerável, meu coração se apertava."Bom, Luna, verei com o médico se precisa de mais alguma coisa, mas enquanto isso descanse." ela falou para Cam que se levantava e se sentava na cama."Obrigada, Eni." ela falou e a mulher saiu com um aceno.Fui até ela e beijei sua testa suavemente e, enquanto ela se ajeitava na cama, peguei o celular para ligar para Gabriel e saber se os men
Ragnar"Todos estão bem? Alguém quer alguma coisa para comer?" perguntei, tentando suavizar a atmosfera e dar a Cam um momento de descanso.Riuk foi o primeiro a levantar a mão, tímido, mas determinado. "Eu quero, papai."Dei um leve aceno com a cabeça e segui Riuk para fora do quarto, sentindo o olhar atento de Cam nas minhas costas. Ela sabia que eu iria aproveitar esse momento para conversar com ele. Eu precisava ambientá-lo do que estava acontecendo, porque assim como o passado de Cam, o passado dele estava muito vivo em nosso meio.Caminhamos juntos até a lanchonete do hospital. Riuk escolheu um salgado e um suco, e nos sentamos em uma mesa afastada. Ele parecia tranquilo, mas notei um brilho diferente em seus olhos. Esperei que ele começasse a comer, observando-o com atenção. Depois de alguns minutos, ele finalmente ergueu o olhar e me encarou."Papai, eu n
CameronEu estava sentada na cama, os olhos fixos na porta. Cada segundo que passava me deixava mais tensa, o aperto no peito não dava trégua. Eu sabia que Ragnar ia perguntar se Riuk aceitaria passar pelo teste de Elowen. Só de imaginar meu menino enfrentando algo assim, meu coração se agitava com medo e incerteza.Os meus pais saíram com Libby e Eron para distraí-los, deixando Mallory comigo. Ela estava sentada ao meu lado, tentando me dar um pouco de companhia e conforto. Eu me sentia grata pela presença dela, mas não conseguia afastar a ansiedade.Mallory percebeu meu nervosismo e, segurou minha mão. O toque inesperado me fez sobressaltar, e ela me olhou preocupada. "Cam, o que está acontecendo? Você está mais agitada do que quando cheguei," ela disse com a voz suave.Suspirei, tentando reunir forças para explicar. "Estou com medo de que Riuk sofra de novo
Ragnar"Vou procurar uma sala para nós," disse, tentando manter minha voz firme, mas sentindo a tensão pesar em cada palavra. Saí rapidamente e fui até a recepção, pedindo para falar com alguém responsável pela administração do hospital. Meu lobo estava inquieto, e a urgência em encontrar um lugar adequado para o que precisávamos fazer me deixava ainda mais angustiado.Quando o responsável chegou, expliquei que precisávamos de uma sala isolada e tranquila, pois faríamos alguns testes de magia. O homem, um lobo de aparência robusta, ficou visivelmente tenso, mas não ousaria negar um pedido meu. Ele assentiu, os olhos levemente arregalados, e me levou até uma sala afastada, onde ninguém nos incomoda
RagnarO ar na sala estava tão pesado que parecia difícil de respirar. Elowen começou a entoar palavras em uma língua antiga, quase gutural, que reverberavam nas paredes. Uma corrente fria passou por nós, envolvendo a bruxa e meu filho. Cameron ainda sentada na cadeira de rodas, soltou um pequeno gemido, o medo dela tão palpável quanto o meu. Feixes de luz dourada e prateada começaram a brilhar ao redor deles, formando um círculo que parecia pulsar com energia própria.Cam me olhou, seus olhos cheios de desespero e dor, e eu me abaixei para beijar sua testa, tentando transmitir segurança. "Vai ficar tudo bem," sussurrei, mas até eu sabia que aquelas palavras soavam vazias. Não tinha como garantir isso. Não com meu filho ali, no meio de uma magia tão poderosa.A voz de Elowen ficou mais alta e grave, ressoando na sala como um trovão distante. Era como s
CameronVoltar para o quarto após o que aconteceu com Riuk era como atravessar uma tempestade silenciosa. Tudo estava calmo por fora, mas dentro de mim, cada pensamento era um redemoinho de medo, incerteza e uma vontade desesperada de proteger minha família. Acariciei o rosto dele com cuidado enquanto Ragnar deitava nosso filho na cama, seus olhos fechados, o rosto pálido de exaustão.Eu me sentei ao lado dele, segurando sua pequena mão, sentindo seu pulso fraco, mas estável. Meu coração estava pesado, uma mistura de alívio por ele estar respirando e de medo pelo que poderia vir a seguir. A sala estava silenciosa, com apenas o som de sua respiração leve, enquanto eu esperava que ele despertasse. O tempo parecia se arrastar, cada segundo uma eternidade."Vou resolver alguns detalhes com Elowen, se qualquer coisa mudar, me ligue." Ragnar falou preocupado e beijou minha cabeça. 
RagnarChegar em casa deveria ter me dado uma sensação de alívio, mas, em vez disso, tudo parecia mais pesado. A presença da família de Cameron nos deu uma falsa sensação de normalidade, mas o peso da missão que eu sabia que precisava enfrentar só aumentava.Cam e os meninos foram para o nosso quarto, e por um momento eu pensei que poderia me esconder no silêncio, mas logo Libby os chamou para brincar, me deixando a sós com ela. Eu sabia que não poderia fugir mais. Desde o hospital, Cam estava esperando o momento certo para me confrontar, para me fazer falar o que eu estava escondendo. E agora, finalmente sozinhos, ela aproveitou a oportunidade."Ragnar, senta aqui," ela pediu, o tom de voz suave, mas firme.Sentei na beira da cama, de costas para ela. Meu corpo estava tenso, cada músculo em alerta. Eu não estava pronto para essa conversa, mas sabia que não havia como evitá-la. Senti o colchão afundar levemente quando ela se aproximou, e
RagnarA respiração de Cam se acalmou lentamente ao meu lado. Eu a observei até que o sono finalmente a dominasse. Seus traços relaxados contrastavam com a tempestade que ainda rugia dentro de mim. Quando tive certeza de que ela estava dormindo profundamente, levantei-me da cama com cuidado, como se um movimento errado pudesse quebrar aquele frágil momento de paz.Saí do quarto em silêncio e peguei o celular no bolso, ligando para Gabriel. “Quero você e Max aqui na mansão agora,” falei sem rodeios, minha voz baixa, mas carregada de urgência. "Temos uma guerra para planejar."A casa estava estranhamente silenciosa, como se o próprio ambiente estivesse se preparando para algo inevitável. Eu sentia essa calmaria como um aviso sombrio. Talvez fosse apenas a calmaria antes da tempestade. O silêncio que precede o caos.Eu caminhei até o meu