Cameron
Eu estava sentada na cama, os olhos fixos na porta. Cada segundo que passava me deixava mais tensa, o aperto no peito não dava trégua. Eu sabia que Ragnar ia perguntar se Riuk aceitaria passar pelo teste de Elowen. Só de imaginar meu menino enfrentando algo assim, meu coração se agitava com medo e incerteza.
Os meus pais saíram com Libby e Eron para distraí-los, deixando Mallory comigo. Ela estava sentada ao meu lado, tentando me dar um pouco de companhia e conforto. Eu me sentia grata pela presença dela, mas não conseguia afastar a ansiedade.
Mallory percebeu meu nervosismo e, segurou minha mão. O toque inesperado me fez sobressaltar, e ela me olhou preocupada. "Cam, o que está acontecendo? Você está mais agitada do que quando cheguei," ela disse com a voz suave.
Suspirei, tentando reunir forças para explicar. "Estou com medo de que Riuk sofra de novo
Ragnar"Vou procurar uma sala para nós," disse, tentando manter minha voz firme, mas sentindo a tensão pesar em cada palavra. Saí rapidamente e fui até a recepção, pedindo para falar com alguém responsável pela administração do hospital. Meu lobo estava inquieto, e a urgência em encontrar um lugar adequado para o que precisávamos fazer me deixava ainda mais angustiado.Quando o responsável chegou, expliquei que precisávamos de uma sala isolada e tranquila, pois faríamos alguns testes de magia. O homem, um lobo de aparência robusta, ficou visivelmente tenso, mas não ousaria negar um pedido meu. Ele assentiu, os olhos levemente arregalados, e me levou até uma sala afastada, onde ninguém nos incomoda
RagnarO ar na sala estava tão pesado que parecia difícil de respirar. Elowen começou a entoar palavras em uma língua antiga, quase gutural, que reverberavam nas paredes. Uma corrente fria passou por nós, envolvendo a bruxa e meu filho. Cameron ainda sentada na cadeira de rodas, soltou um pequeno gemido, o medo dela tão palpável quanto o meu. Feixes de luz dourada e prateada começaram a brilhar ao redor deles, formando um círculo que parecia pulsar com energia própria.Cam me olhou, seus olhos cheios de desespero e dor, e eu me abaixei para beijar sua testa, tentando transmitir segurança. "Vai ficar tudo bem," sussurrei, mas até eu sabia que aquelas palavras soavam vazias. Não tinha como garantir isso. Não com meu filho ali, no meio de uma magia tão poderosa.A voz de Elowen ficou mais alta e grave, ressoando na sala como um trovão distante. Era como s
CameronVoltar para o quarto após o que aconteceu com Riuk era como atravessar uma tempestade silenciosa. Tudo estava calmo por fora, mas dentro de mim, cada pensamento era um redemoinho de medo, incerteza e uma vontade desesperada de proteger minha família. Acariciei o rosto dele com cuidado enquanto Ragnar deitava nosso filho na cama, seus olhos fechados, o rosto pálido de exaustão.Eu me sentei ao lado dele, segurando sua pequena mão, sentindo seu pulso fraco, mas estável. Meu coração estava pesado, uma mistura de alívio por ele estar respirando e de medo pelo que poderia vir a seguir. A sala estava silenciosa, com apenas o som de sua respiração leve, enquanto eu esperava que ele despertasse. O tempo parecia se arrastar, cada segundo uma eternidade."Vou resolver alguns detalhes com Elowen, se qualquer coisa mudar, me ligue." Ragnar falou preocupado e beijou minha cabeça. 
RagnarChegar em casa deveria ter me dado uma sensação de alívio, mas, em vez disso, tudo parecia mais pesado. A presença da família de Cameron nos deu uma falsa sensação de normalidade, mas o peso da missão que eu sabia que precisava enfrentar só aumentava.Cam e os meninos foram para o nosso quarto, e por um momento eu pensei que poderia me esconder no silêncio, mas logo Libby os chamou para brincar, me deixando a sós com ela. Eu sabia que não poderia fugir mais. Desde o hospital, Cam estava esperando o momento certo para me confrontar, para me fazer falar o que eu estava escondendo. E agora, finalmente sozinhos, ela aproveitou a oportunidade."Ragnar, senta aqui," ela pediu, o tom de voz suave, mas firme.Sentei na beira da cama, de costas para ela. Meu corpo estava tenso, cada músculo em alerta. Eu não estava pronto para essa conversa, mas sabia que não havia como evitá-la. Senti o colchão afundar levemente quando ela se aproximou, e
RagnarA respiração de Cam se acalmou lentamente ao meu lado. Eu a observei até que o sono finalmente a dominasse. Seus traços relaxados contrastavam com a tempestade que ainda rugia dentro de mim. Quando tive certeza de que ela estava dormindo profundamente, levantei-me da cama com cuidado, como se um movimento errado pudesse quebrar aquele frágil momento de paz.Saí do quarto em silêncio e peguei o celular no bolso, ligando para Gabriel. “Quero você e Max aqui na mansão agora,” falei sem rodeios, minha voz baixa, mas carregada de urgência. "Temos uma guerra para planejar."A casa estava estranhamente silenciosa, como se o próprio ambiente estivesse se preparando para algo inevitável. Eu sentia essa calmaria como um aviso sombrio. Talvez fosse apenas a calmaria antes da tempestade. O silêncio que precede o caos.Eu caminhei até o meu
CameronDespertei de repente, meu coração batendo forte. O sonho que tive ainda pairava na minha mente como uma sombra, fragmentos confusos de perigo e perda. Pisquei os olhos, tentando me orientar no escuro, e então percebi: a cama estava fria e vazia. Ragnar havia saído há muito tempo.Levantei-me lentamente, sentindo o corpo pesado e os resquícios de cansaço ainda me prendendo. O quarto parecia envolto em uma névoa fria, o ar da manhã fazia minha pele arrepiar. Enrolei-me em um roupão, ajustando-o em volta do corpo, e caminhei até o banheiro. Meu reflexo no espelho me mostrou uma expressão preocupada que não consegui disfarçar.Saí do quarto, movida pela inquietação que crescia dentro de mim. Onde Ragnar poderia estar? E por que não voltou? Enquanto andava pelo corredor, passei pelo quarto de Eron. A luz fraca da manh&
CameronNo mesmo instante, senti meu corpo reagir instintivamente. "Não!" As palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse sequer controlar. "Meu filho não vai para essa batalha com você!" Meu coração estava acelerado, minha mente tentando processar o que Ragnar acabara de me dizer. "Por que você está fazendo isso?" Eu sabia que minha voz estava carregada de raiva, mas não me importava.Ragnar deu um passo à frente, segurando meus braços como se quisesse me acalmar. "Cam, por favor, se acalme. Pense no bebê. Não pode se estressar, se lembra?""Como você espera que eu faça isso, Ragnar?" rebati, minha voz subindo um tom, a incredulidade tomando conta de mim. "Como eu posso ficar calma sabendo que você está arrastando Riuk para o meio de uma guerra?"Ele tentou me puxar para um abraço, os olhos suplicantes, mas o emp
RagnarVer Cameron naquele estado me destruía por dentro. Seu choro, sua fragilidade… era um golpe profundo em mim, mas eu sabia que não havia volta. Eu, Gabriel, e Riuk conversamos durante boa parte da noite anterior, e por mais que eu tentasse encontrar outra solução, sabia que Riuk precisava fazer isso. Ele nos contou cada detalhe que se lembrava do Leste. Cada passagem onde se escondia, os lugares que sua mãe lhe ensinou a escapar. Aquele garoto carregava mais informações do que qualquer informante que contratamos. E com lágrimas nos olhos, ele contou tudo que sabia sobre o território. Mas quando tentou falar de Vincent, algo o travou. Era como se a própria memória ainda estivesse aprisionada.Expliquei tudo o que iria acontecer, todos os riscos, e ainda assim, Riuk olhou diretamente para mim e disse que iria. Ele sabia que precisava enfrentar aquilo, tanto por ele