Cameron
Os dois dias que passei com minha família em nossa casa foram cheios de risadas e uma confusão agradável. As crianças corriam pelo jardim, suas gargalhadas enchendo o ar de alegria. Libby e Eron estavam inseparáveis, enquanto Riuk os observava e, pouco a pouco, se deixava envolver na brincadeira. Eu sorri ao ver as crianças brincando, sentindo uma pontada de esperança em meio a toda a tensão.
Dentro da casa, as mulheres da família me atualizavam sobre as últimas notícias das alcateias. Minha mãe, minha cunhada se revezavam em contar as histórias, trazendo um pouco da normalidade que eu havia deixado para trás. Mas minha mente estava longe, presa na reunião que aconteceria em breve, a reunião que decidiria o destino de Riuk. Eu precisava de seis das dez alcateias da aliança ao nosso lado. Apenas isso.
Meu Alfa, meu pai e meu irmão
RagnarA maneira como Brandon, o Alfa do Leste, interrompeu a reunião e ousou acusar minha Luna fez meu sangue ferver. Minha visão se tingiu de vermelho, e sem pensar, dei dois passos firmes em sua direção. Ele se manteve imóvel, um ar de arrogância estampado em seu rosto.“Eu acho que você esteve na minha união, lobo,” rosnei, a voz baixa e ameaçadora. Fiz questão de não chamá-lo de Alfa. A simples provocação fez seus olhos se estreitarem de fúria.“A união só se concretiza com a marca, está em nossas leis!” Brandon rebateu com um sorriso cruel. “Vocês não podem se dizer uma família se nem mesmo consegue marcar sua Luna.”O burburinho se espalhou entre os outros alfas, questionamentos baixinhos se entrelaçando como um zumbido irritante. Meu controle escapou por um segund
CameronAssim que ele levantou a mão para me atingir, o mundo ao meu redor pareceu desacelerar. Em um piscar de olhos, Ragnar já estava à minha frente, transformado em sua forma de Lycan. Ele agarrou Brandon pelo pescoço com uma velocidade que nem os alfas mais rápidos conseguiriam acompanhar. A sala inteira se congelou. O silêncio se tornou mortal, e eu pude ouvir o som do ar sendo sugado dos pulmões de várias Lunas que choramingavam de dor pela pressão esmagadora que emanava do meu Alfa.“Você acha mesmo que vai tocar na minha Luna?” Ragnar rosnou, sua voz soando como um trovão, preenchendo cada canto do salão. A risada que escapou de seus lábios era crua, fria, um som que gelou a alma de quem estava ali. "Você pode não ter sido um Alfa para salvar sua própria Luna de todo o mal que ela sofreu, mas na minha, ninguém toca."
RagnarA ira e a raiva ainda pulsavam em meu peito. O desejo de partir atrás de Brandon, de caçá-lo, estava ali, ardente. Mas eu sabia que não poderia. Minha Luna estava presente, seu olhar atento e forte me mantinha consciente, centrado. Ela era o ancoradouro em meio ao caos que se instalava em minha mente. Respirando fundo, controlei meus instintos, voltando-me para o que realmente importava naquele momento.O salão mergulhou em um silêncio atento quando todos retornaram aos seus lugares. Caminhei até o centro, deixando a minha fúria de lado enquanto me preparava para expor o verdadeiro caso de Riuk. Olhei para minha Luna e, ao ver seu rosto sério, respirei fundo, começando a falar. Com calma e precisão, expus os relatórios médicos, os exames que mostravam cada detalhe do estado em que encontramos o menino. Descrevi os treinamentos e as sessões de fisioterapia que ele vin
CameronA sala estava arrumada com todo o cuidado que a ocasião exigia. Os sofás confortáveis estavam estrategicamente dispostos, com uma mesa no centro repleta de chás, sucos e vários tipos de alimentos e guloseimas. Minha mãe tinha me ajudado a preparar cada detalhe, e um sorriso orgulhoso tomou conta de mim ao ver como tudo estava se desenrolando. Eu queria que esse encontro das Lunas fosse agradável, uma demonstração de unidade e força.Conversava tranquilamente com minha mãe e minha cunhada, trocando risadas e breves comentários sobre os últimos acontecimentos nas alcateias, quando notei algo estranho. Um burburinho crescente começou a se formar do outro lado da sala. As seis Lunas restantes haviam formado um círculo e conversavam baixo, quase como se estivessem tramando algo.Franzi a testa, lançando um olhar para minha mãe e Ravenna. Elas
RagnarEu estava conversando com os alfas, discutindo os próximos passos após o intervalo, quando senti a onda poderosa de energia de Cam. Era um fluxo quente, denso, e imediatamente me coloquei em alerta. Meu olhar se voltou para a porta, esperando por algo ou alguém. Jordan e Benjamin perceberam minha súbita mudança de postura e me questionaram:"Está tudo bem?" Jordan perguntou, franzindo a testa.Antes que eu pudesse responder, vi a porta se abrir e Cam sair, o rosto transtornado, uma tempestade de raiva refletida em seus olhos. “Com licença,” murmurei, já me afastando rapidamente. Eu a segui, chamando seu nome, mas ela não parou. Seus passos eram rápidos, decididos, como se estivesse fugindo de mim e do que estava sentindo.“Cameron!” chamei, minha voz carregada de autoridade. Ela continuou caminhando, ignorando minha voz. Frustrado, apressei o passo, alcançando-a antes que ela pudesse virar o corredor. Agarrei seu braço e a puxei para meu peito, prendendo-a ali.Ela não me encaro
CameronRagnar tinha me acalmado o quanto pôde, mas assim que voltamos para a reunião, eu sabia que as coisas estavam diferentes. Ele estava mais rígido, cada movimento calculado e firme. Meu pai e meu irmão compartilhavam da mesma tempestuosidade, como se os lobos estivessem prontos para surgirem, enquanto os outros alfas pareciam, de
CameronAssim que saímos do salão, senti um alívio inundar meu corpo. Minha família já estava nos esperando do lado de fora, e tanto meu pai quanto Benjamin tinham expressões mais tranquilas, embora meu pai ainda mantivesse aquele ar pensativo.“Eu sempre achei aquela Luna insuportável, se achando superior a todos,” meu pai resmungou, cruzando os braços enquanto caminhávamos para fora.“Não é só você, pai. Concordo plenamente,” respondi, ainda sentindo o gosto amargo das palavras venenosas daquela mulher. Minha mãe, sempre elegante e tranquila, apenas alisou o braço do meu pai, o olhar calmo e distante.“Ela não me afeta, Cameron,” disse minha mãe, com um sorriso suave. “Nada do que ela ou qualquer outra pessoa diga pode mudar quem eu sou, ou o que somos como família.”Sorrimos
RagnarPercebi de imediato quando a expressão de Cameron e Astoria mudou. Algo havia acontecido, e por mais que tentassem disfarçar, meu lobo, desde a mordida no pulso de Cam, estava ainda mais sintonizado com ela. Ele a desejava de forma completa e irrestrita, e até que a marca estivesse em seu ombro, nada o faria sossegar. Seus olhos vasculharam o salão, claramente em busca de alguém, até que se fixaram em mim. Algo estava errado. Não precisávamos de palavras para que eu entendesse. Com um olhar rápido para Astoria, ela se despediu e veio em minha direção, tentando não chamar a atenção de ninguém, mas seu rosto traía a urgência do momento.Cameron não disse nada de imediato, apenas me pegou pelo braço e me conduziu para fora da sala de jantar. Senti a tensão nela e o cheiro de medo começava a se misturar ao ambiente, algo q