Ragnar
Entrei em nosso quarto, meu peito ainda queimando com o desespero e a fúria que me consumiam. A imagem de Celeste conspirando contra nós estava gravada em minha mente. A maldita poderia ter feito algo terrível a Cam ou aos nossos filhos, e essa ideia me assombrava, me deixando à beira da loucura.
CameronVê-lo ali ao meu lado trazia uma tranquilidade que eu nunca pensei ser possível. Repousando em seu peito, eu percebi que éramos mais fortes juntos do que eu jamais sonhara. Ragnar era minha fortaleza e minha segurança. Quando ele não me interrompeu, mas me apoiou na cozinha, soube naquele momento que éramos uma unidade. Eu e ele, um só.Levantei a cabeça e olhei para ele. Seu olhar encontrou o meu, e um sorriso suave surgiu em seu rosto. "Acho melhor nos levantarmos," ele disse, com a voz ainda rouca de desejo. "Os meninos estão para chegar, e sua família está lá embaixo tentando entender o que aconteceu."Concordei, sentando-me na cama e puxando o lençol para cobrir meu corpo. Mas Ragnar, com um movimento rápido, soltou o tecido dos meus dedos, revelando meu corpo nu para ele. O rosnado que escapou de seus lábios sempre incendiava algo dentro de mim,
CameronOlhei para Libby e chamei-a com um aceno. “Vem cá, quero te apresentar direito ao Riuk.” Ela se aproximou, sorrindo e esbanjando seu carisma.Riuk a observava com curiosidade, e ela deu um passo à frente, estendendo a mão. “Oi, Riuk. Até que enfim nos conhecemos. Quer ser meu amigo?”Antes que ele pudesse responder, Eron se colocou ao lado deles, os braços cruzados, com um ar de superioridade típico. “É claro que ele quer, Libby! Quem não ia querer ser seu amigo?”Todos ao redor caíram na risada, quebrando a tensão do momento. Olhei para minha mãe, que sorria de volta para mim, visivelmente aliviada por tudo estar acontecendo de forma tão natural. Meu coração se encheu de alegria ao ver nossa família se integrando tão bem.Ragnar deu um passo à frente, voltando ao assunto
TayrusO café em Seattle estava movimentado, a mistura de cheiro de café recém-coado e conversas abafadas preenchendo o ambiente. Sentado em uma mesa no canto, eu observava a movimentação do lugar com atenção. Meu olhar fixo na figura de Mallory, a irmã da Cameron. Ela estava sozinha, concentrada em alguma pesquisa, o olhar dela parecia atento a cada rosto ao seu redor. Desde que fiquei sabendo que ela estava na cidade, viajei para o local e passei a segui-la. Eu precisava descobrir o que aquela loba estava fazendo ali. E agora, o que eu ouvi mudava o jogo completamente.Ela estava procurando por bruxas.Bruxas.Um sorriso frio se espalhou pelo meu rosto. Melhor ainda, Cameron e Astoria viriam para ajudá-la. Aquilo era a melhor notícia que eu poderia receber. Os caminhos da Deusa realmente conspiravam a meu favor.Mantive-me imóvel, controland
CameronOs dois dias que passei com minha família em nossa casa foram cheios de risadas e uma confusão agradável. As crianças corriam pelo jardim, suas gargalhadas enchendo o ar de alegria. Libby e Eron estavam inseparáveis, enquanto Riuk os observava e, pouco a pouco, se deixava envolver na brincadeira. Eu sorri ao ver as crianças brincando, sentindo uma pontada de esperança em meio a toda a tensão.Dentro da casa, as mulheres da família me atualizavam sobre as últimas notícias das alcateias. Minha mãe, minha cunhada se revezavam em contar as histórias, trazendo um pouco da normalidade que eu havia deixado para trás. Mas minha mente estava longe, presa na reunião que aconteceria em breve, a reunião que decidiria o destino de Riuk. Eu precisava de seis das dez alcateias da aliança ao nosso lado. Apenas isso.Meu Alfa, meu pai e meu irmão
RagnarA maneira como Brandon, o Alfa do Leste, interrompeu a reunião e ousou acusar minha Luna fez meu sangue ferver. Minha visão se tingiu de vermelho, e sem pensar, dei dois passos firmes em sua direção. Ele se manteve imóvel, um ar de arrogância estampado em seu rosto.“Eu acho que você esteve na minha união, lobo,” rosnei, a voz baixa e ameaçadora. Fiz questão de não chamá-lo de Alfa. A simples provocação fez seus olhos se estreitarem de fúria.“A união só se concretiza com a marca, está em nossas leis!” Brandon rebateu com um sorriso cruel. “Vocês não podem se dizer uma família se nem mesmo consegue marcar sua Luna.”O burburinho se espalhou entre os outros alfas, questionamentos baixinhos se entrelaçando como um zumbido irritante. Meu controle escapou por um segund
CameronAssim que ele levantou a mão para me atingir, o mundo ao meu redor pareceu desacelerar. Em um piscar de olhos, Ragnar já estava à minha frente, transformado em sua forma de Lycan. Ele agarrou Brandon pelo pescoço com uma velocidade que nem os alfas mais rápidos conseguiriam acompanhar. A sala inteira se congelou. O silêncio se tornou mortal, e eu pude ouvir o som do ar sendo sugado dos pulmões de várias Lunas que choramingavam de dor pela pressão esmagadora que emanava do meu Alfa.“Você acha mesmo que vai tocar na minha Luna?” Ragnar rosnou, sua voz soando como um trovão, preenchendo cada canto do salão. A risada que escapou de seus lábios era crua, fria, um som que gelou a alma de quem estava ali. "Você pode não ter sido um Alfa para salvar sua própria Luna de todo o mal que ela sofreu, mas na minha, ninguém toca."
RagnarA ira e a raiva ainda pulsavam em meu peito. O desejo de partir atrás de Brandon, de caçá-lo, estava ali, ardente. Mas eu sabia que não poderia. Minha Luna estava presente, seu olhar atento e forte me mantinha consciente, centrado. Ela era o ancoradouro em meio ao caos que se instalava em minha mente. Respirando fundo, controlei meus instintos, voltando-me para o que realmente importava naquele momento.O salão mergulhou em um silêncio atento quando todos retornaram aos seus lugares. Caminhei até o centro, deixando a minha fúria de lado enquanto me preparava para expor o verdadeiro caso de Riuk. Olhei para minha Luna e, ao ver seu rosto sério, respirei fundo, começando a falar. Com calma e precisão, expus os relatórios médicos, os exames que mostravam cada detalhe do estado em que encontramos o menino. Descrevi os treinamentos e as sessões de fisioterapia que ele vin
CameronA sala estava arrumada com todo o cuidado que a ocasião exigia. Os sofás confortáveis estavam estrategicamente dispostos, com uma mesa no centro repleta de chás, sucos e vários tipos de alimentos e guloseimas. Minha mãe tinha me ajudado a preparar cada detalhe, e um sorriso orgulhoso tomou conta de mim ao ver como tudo estava se desenrolando. Eu queria que esse encontro das Lunas fosse agradável, uma demonstração de unidade e força.Conversava tranquilamente com minha mãe e minha cunhada, trocando risadas e breves comentários sobre os últimos acontecimentos nas alcateias, quando notei algo estranho. Um burburinho crescente começou a se formar do outro lado da sala. As seis Lunas restantes haviam formado um círculo e conversavam baixo, quase como se estivessem tramando algo.Franzi a testa, lançando um olhar para minha mãe e Ravenna. Elas