Cameron
Eu senti meu coração palpitar enquanto olhava para a janela do quarto, o céu já começando a se pintar com tons de laranja do entardecer. Ragnar tinha saído para resolver assuntos que, embora eu quisesse, não me envolviam diretamente. Seu lado controlador estava no nível máximo, e durante todo o voo eu percebi o quanto ele tentava esconder a fúria que estava prestes a emergir. A proximidade de Tayrus, e a vantagem que ele parecia ter ganho sobre nós, enchia meu peito de uma mistura tumultuada de desespero e raiva.
Não consegui ficar parada. Movida por um impulso que eu mesma não entendia completamente, corri para a cômoda, peguei meu celular e disquei o número da Sweet, a hacker que trabalhava para o meu irmão no Sul. Ela era quase uma estranha para mim, apenas conhecida através de conversas rápidas e informaç&otil
CameronAinda perdida em meus pensamentos, senti os braços fortes de Ragnar envolverem-me por trás. Seu queixo repousou gentil em meu ombro, e um calor familiar espalhou-se pelo meu corpo. Por meio de nossa ligação mental, ele sussurrou,"Não se preocupe, Cameron. Estou no controle. Você está segura."Um sorriso brotou em meus lábios ap
RagnarEsperava as palavras de Cam com uma tensão que me corroía por dentro, mas o que ela disse a seguir me surpreendeu mais do que esperava. "Não aceitarei sua marca enquanto você não me ver como uma igual," declarou ela com firmeza. Sua voz era calma, mas carregada de uma convicção inabalável. "Estou ciente dos riscos, e não, isso não me fará fugir."Tentei acalmá-la, dizendo que ela não precisava se preocupar. Contudo, Cam rebateu rapidamente, "Não é uma questão de preocupação, Ragnar. É sobre o seu controle excessivo. Você não pode controlar tudo, não importa o quanto tente."Bufei, negando com a cabeça. "Eu tenho o controle, sim, e você vai me obedecer e ficar onde é seguro." Minha voz saiu mais dura do que pretendia.A loba dentro dela brilhou em seus olhos, e ela se aproximou, a
CameronA irritação fervilhava em mim, uma mistura incômoda de ressentimento e carinho retorcido. Ragnar tinha me dito que eu não poderia sair de casa, e cada palavra dele ecoava na minha cabeça como uma sentença. Parte de mim queria voltar para minha própria casa, longe da opressão de suas decisões. No entanto, eu não podia negar os sentimentos que ainda nutria por ele; sentimentos que teimavam em me lembrar que talvez ele só precisasse me ver em ação para entender que eu não era tão frágil quanto ele imaginava."Se prepare, Supremo." Falei me levantando da cama e indo até a porta, onde Elara tinha acabado de chegar."Luna, o jantar está na mesa.""Obrigada," falei sorrindo. "Por favor avise, o alfa." falei não querendo ir atrás dele para falar sobre isso. Ela concordou e saiu de minha visão. Olhei novame
RagnarA ira borbulhava dentro de mim, uma fúria contida que me consumia enquanto eu caminhava pelo jardim sob a luz prateada da lua. Eu sabia que explodir não resolveria nada. Desde que Cameron voltou do sul, ela estava diferente, mais determinada, e ignorar sua força seria uma estupidez da minha parte.Tentei falar mais alguma coisa com ela, mas ela me ignorou completamente e subiu as escadas. O impulso de ir atrás dela e fazê-la sucumbir a mim era quase irresistível. Meu lobo interior rugia, desejando marcá-la à força, mas eu sabia que isso só afastaria Cameron ainda mais. Ela tinha razão: minha casa, de alguma forma, tinha trazido à tona o pior de mim.Com as mãos enfiadas nos bolsos, eu perambulava pelo jardim, perdido em pensamentos sobre o caminho tortuoso que havíamos trilhado até aqui. Desde meu primeiro relacionamento, o controle sempre foi apenas me
CameronAcordei com o braço completamente dormente; Eron havia dormido sobre ele durante toda a noite. Com um murmúrio suave de desconforto, me espreguicei, tentando despertar os músculos adormecidos, chacoalhando o braço para que o sangue voltasse a circular. Ainda sonolenta, balancei as pernas para fora da cama, tentando preservar o silêncio, mas minha coordenação falhou. Desorientada e sem perceber a presença no chão, me desequilibrei e acabei caindo, não sobre o frio do chão, mas sobre o calor de um corpo.Contive um grito surpreso quando o cheiro familiar de Ragnar me envolveu, e o calor de seu corpo sob minha palma clareou instantaneamente minha mente. "Ahh..." murmurei, ainda tentando processar a situação inesperada."Ai! Você se machucou, Cam?" A preocupação na voz de Ragnar era evidente, misturada com uma rouquidão de quem acabara de
RagnarEu estava animado com o contato que tivera com Cameron naquela manhã. Sentia que, de uma forma ou de outra, conseguiria derrubar as barreiras que ela havia erguido novamente. Sabia o que queria, e sabia que ela também me queria. Meu objetivo agora era fazer com que ela se sentisse confortável para ser quem ela era. Da mesma forma que
CameronEu estava mexida com tudo o que havia acontecido. Sabia que deixar Eron na escola era o melhor para ele, mas não aliviava a angústia que pulsava no meu peito. Queria protegê-lo de tudo, mas também sabia que ele só aprenderia a seguir seu próprio caminho se soubesse lutar suas batalhas. Meu coração se apertava com essa dualidade, o desejo de manter meu filhote seguro contra a necessidade de vê-lo crescer e se tornar forte por conta própria. RagnarCheguei à sede, com a mente ainda envolta na paz que senti ao deixar Cameron e Eron. No entanto, ao cruzar a porta, a realidade se impôs com força. A segurança do nosso território, da nossa família, dependia das informações que eu estava prestes a receber. Encontrei Gabriel já esperando por mim156. Decisões sobre o futuro