Cameron
"Tayrus, que troca?" Minha voz saiu tensa, minha mente girando em mil direções diferentes. Eron ainda estava de costas para mim, alheio ao perigo que o cercava.
Tayrus deu um sorriso frio, os olhos dele nunca deixando o menino. "Quero apenas uma conversa, Cameron. Nada mais."
Eu sabia que não tinha muitas opções. O risco era grande demais. Concordei, mas com uma condição clara. "Eron não pode estar aqui."
O lobo assentiu, um brilho maligno em seus olhos. "Como quiser."
Engoli em seco, chamando Eron com uma voz que tentei manter firme. "Eron, venha aqui."
"Sim, mamãe," ele respondeu, a inocência em sua voz quase me despedaçando. O som suave de sua obediência foi o que provocou um rosnado baixo de Tayrus, mas ele se manteve no lugar, observando.
Quando Eron chegou até mim, ajoelhei-me para ficar na altura dele, tentando esconder meu pavor en
RagnarEu estava desesperado, procurando por Eron junto com os outros, o pânico crescendo dentro de mim a cada segundo que passava sem encontrá-lo. Meu lobo estava inquieto, sentindo que algo estava terrivelmente errado. Cada fibra do meu ser estava em alerta, minha mente girando com cenários que eu não queria sequer considerar. Eron não podia estar longe. Ele não devia estar em perigo. Eu me recusava a acreditar que algo tivesse acontecido com meu filho.Então, de repente, ouvi seu grito. "Papai!" O som de sua voz, misturado ao barulho de seus passos apressados, foi como um bálsamo de tranquilidade. Meu coração, que até então estava sufocado pela angústia, pareceu liberar a tensão num instante. Vi Eron correndo em minha direção, e em um movimento rápido, o peguei nos braços, segurando-o como se fosse o bem mais precioso que eu tinha."Está tudo bem, meu filho? Por que você fez isso?" Minha voz saiu grave, mas havia um tremor ali que denunciava o alívio profundo que sentia.Os olhos d
CameronRagnar se levantou, sua postura rígida e carregada de tensão. Ele foi até o banheiro sem dizer uma palavra, e quando voltou, estava em sua forma humana, segurando uma toalha de rosto úmida. Sua roupa estava em pedaços, vestígios da transformação recente, mas isso parecia não incomodá-lo nem um pouco. Ao contrário, a fúria ainda dominava seu semblante. Quando nossos olhares se encontraram, pude ver a ira ardendo, desesperada para se libertar, e naquele momento, percebi que talvez não devesse ter pedido para ele ficar. Talvez eu devesse ter deixado que ele caçasse Tayrus.Ele voltou a se ajoelhar na minha frente, o cuidado com que limpou o sangue do meu rosto contrastava com a intensidade selvagem que emanava dele. O toque da toalha úmida na pele cortada me fez gemer de dor, e no mesmo instante, Ragnar rosnou, um som baixo e profundo que reverberou pelo quarto. Instintivamente, levei minha mão ao seu rosto, acariciando sua pele com suavidade, tentando acalmá-lo.“Está tão ruim a
RagnarAinda sentia a tensão correndo em minhas veias, a raiva latente de ter visto Cameron ferida misturada com a preocupação de que ela estivesse em perigo. Mas seu pedido… aquilo mexia comigo de uma maneira que eu não esperava. Ela estava me pedindo para confiar nela, para reconhecê-la como uma igual, como uma companheira que poderia lutar ao meu lado. E enquanto uma parte de mim queria protegê-la a qualquer custo, outra parte sabia que estava negando algo que fazia parte de quem ela era, de sua essência.Eu me afastei um pouco, tentando encontrar clareza em meio ao turbilhão de emoções que me dominava. "Vou pensar sobre isso, Cam," disse, minha voz ainda carregada de incerteza. "Mas agora, não vou tomar nenhuma decisão."Ela não hesitou. Cameron se aproximou e, suavemente, envolveu minha cintura com os braços, abraçando-me pelas costas. O calor dela contra mim era uma mistura de conforto e desespero, e quando ela sussurrou um "obrigada", senti algo dentro de mim se suavizar. Virei-
CameronA atmosfera ainda estava carregada de tensão, todos os presentes tentando se tranquilizar após o incidente com Tayrus. No entanto, algo estava fora de lugar, como se um peso pairasse sobre a festa, sobre cada um de nós. Eu e minhas irmãs estávamos no centro da pista, dançando juntas, tentando ignorar o que havia acontecido. Tentávamos trazer um pouco de normalidade àquele momento, mas meu olhar continuava a se voltar para o canto onde Ragnar e os outros machos estavam reunidos.Eles estavam todos encostados na parede, discutindo estratégias, com expressões severas e focadas. O semblante de Ragnar estava especialmente fechado, seus olhos sombrios enquanto discutia com os alfas e os betas. Era como se todo o ambiente festivo não existisse para eles, como se estivessem imersos apenas na necessidade de resolver o problema de Tayrus. Aquilo começou a me irritar.Chamei Eron para dançar comigo, querendo afastar minha frustração e tentar trazer um pouco de leveza para o momento. O men
CameronAssim que chegamos em frente à escada que leva para os quartos, eu senti a tensão entre nós atingir um ponto insuportável. Olhei para Ragnar, sabendo que precisava de algo diferente, algo que não nos limitasse à preocupação constante com os ouvidos atentos de minha família."Vamos para outro lugar," pedi, minha voz baixa, mas carregada de necessidade. Ele me puxou para mais perto, sua força me envolvendo, e seus olhos brilharam com uma intensidade que fez meu coração disparar."Para onde?" ele perguntou, a voz rouca de desejo."Não sei," admiti, tentando não me perder completamente na presença dele. "Mas não quero pensar se minha família vai ouvir o que estamos fazendo."Ele concordou com um aceno, e juntos, nos dirigimos para a entrada da casa. Ragnar pediu por seu carro, e logo o manobrista de Ben apareceu com ele. Entramos rapidamente, ele assumindo o volante e eu me acomodando ao seu lado.Ragnar saiu em alta velocidade, como se todo o seu corpo ansiasse pelo momento em qu
RagnarMinha Luna sabia exatamente o que estava fazendo, e estava funcionando. Ela estava tirando minha atenção dos problemas, afastando meus pensamentos de Tayrus, do ódio que me consumia por ele ter ousado tocá-la. Ela me trouxe de volta para o presente, para ela, e naquele momento, nada mais importava.Seu corpo se movia sobre o meu, os gemidos suaves que escapavam de seus lábios me deixavam mais desperto, mais focado nela do que jamais estive. Cada so
CameronAs palavras de Ragnar ressoavam na minha mente, cada sílaba ecoando como um trovão. Ele disse que estava apaixonado por mim. Mas, por mais que eu quisesse acreditar, havia uma parte de mim que resistia, que temia que fosse apenas uma reação ao que estávamos passando. Será que era real? Será
CameronAssim que o carro parou na frente da casa de Ben, Ragnar desligou o motor, mas não soltou o volante. Seus dedos apertavam o couro com força, os nós dos dedos brancos. Ele continuava tenso, e parecia que nada do que eu dissesse seria capaz de acalmá-lo. O silêncio no carro era pesado, carregado de sentimentos e pensamentos não ditos.Finalmente, ele se virou para mim, seus olhos fixos nos meus. Ele estendeu a mão, alisando meu rosto com um carinho silencioso, mas não disse uma palavra. O toque era suave, mas a tensão por trás dele era palpável, quase como se ele estivesse lutando contra algo dentro de si. Antes que eu pudesse responder ao seu gesto, ele saiu do carro, me deixando ali, imersa em um turbilhão de pensamentos.Eu respirei fundo, tentando reorganizar as emoções que se atropelavam dentro de mim. Finalmente, saí do carro e entrei na casa, movendo-me automaticamente em direção ao quarto que dividíamos. Mas ao abrir a porta, ele não estava lá. A ausência dele no lugar on