Poder ter Vivian finalmente nos meus braços era uma sensação indescritível. Nesse momento, tudo que eu sentia era felicidade por ela ter aceitado meus sentimentos. Não conseguia ver meu futuro sem ela.A viagem para as Ilhas Maldivas era longa, mas valeu a pena cada minuto. Quando chegamos, seus olhos brilharam ao observar cada pedaço daquela ilha paradisíaca. Ela me arrastava para todos os lugares, parecendo ter ganho uma bateria adicional. Contudo, passamos a maior parte do tempo embaixo dos lençóis. Eu tinha esperado tanto e, por mais que eu a tivesse, nunca parecia suficiente. Estava viciado, e sair da cama era minha última vontade.— Temos mesmo que voltar? — perguntei, puxando-a de volta para a cama ao perceber que ela ia arrumar as malas.— Será que estou escutando direito? Julian Moore, o viciado em trabalho, está relutante em voltar para o escritório? — ela zombou, colocando a mão na minha testa.— Isso é tudo culpa sua, que me fez ficar viciado nessa cama — disse, beijando-
Ponto de vista de Ingrid...Começar a trabalhar em uma pequena agência de advocacia foi uma das experiências mais emocionantes da minha vida. Eu auxiliava Henrique, um dos melhores advogados da agência, além de desempenhar várias outras funções, que apareciam a todo momento. Ser estagiária era cansativo, mas eu não me importava. Talvez fosse a adrenalina e a emoção que me envolviam, lembrando-me dos tempos de faculdade, quando adorava fazer pesquisas.Henrique, além de excelente advogado, era um homem muito bonito; cabelos loiros, olhos cor de mel, e traços firmes no rosto que eram extremamente atraentes. Às vezes, eu me perdia olhando para seus delicados lábios rosados, que me causavam arrepios sempre que fechava os olhos, pois eram tudo o que eu via. Contudo, eu estava focada em desempenhar bem minha função, então disfarcei e ignorei o máximo possível o que estava sentindo.Eu sei... Eu tinha prometido dar uma chance para o Benny, e realmente sentia algo forte por ele. Mas no dia qu
Ponto de vista de Benny...É... Eu tomei um pé na bunda duas vezes da mesma mulher. Se acontecer uma terceira vez, posso pedir música? Pensei, lembrando de um programa de televisão, e ri sozinho feito um bobo. Achei que fosse ficar mais abalado, mas depois de afogar as mágoas na bebida, meu coração estava mais relaxado.Continuei focado no trabalho, sem me preocupar com interesses amorosos. Daqui a alguns meses, vou completar 38 anos. Vivi da forma que queria, amei levianamente várias mulheres e deixei de amar na mesma medida e intensidade. Um amor sem apego, sem compromisso. Quando eu começava algo, eu me entregava com paixão; era assim em todos os aspectos da minha vida, inclusive no trabalho.Agora, sinto que deveria levar uma vida mais tranquila. Tinha dito que faria isso por Ingrid, mas a verdade é que já não estava mais tão animado em conhecer pessoas novas todos os dias. Sem contar que a maioria das pessoas da minha idade já estava casadas ou em relacionamentos estáveis. Contin
Havia se passado três semanas desde que voltamos da lua de mel. Eu estava cansada por causa do tratamento, mas ainda não tinha conseguido contar a Julian o que estava acontecendo. Meu rosto, mais pálido que o normal, precisava ser escondido por muita maquiagem. Contudo, a queda de cabelo era evidente, e em poucos dias qualquer um iria notar.No dia do aniversário de Julian, percebemos uma interação entre Bianca e Benny. Mas ela estava tão bêbada que, mesmo eu e Ingrid insistindo, tudo o que ela sabia fazer era negar e falar que jamais gostaria de — um idiota como aquele — foi assim que ela se referiu várias vezes. Ingrid tinha nos falado antes que gostava dele, mas insistiu que sentia por ele apenas um amor de irmão e que Bianca poderia investir no relacionamento.Mesmo assim, ela continuou negando, então eu e Ingrid combinamos de descobrir o que tinha acontecido entre eles. Claramente, os dois estavam se "comendo" com os olhos, então a fala dela não fazia sentido. Mais tarde, Ingrid
Desde que me casei com Vivian, tenho me sentido o homem mais feliz do mundo. Seus sorrisos me faziam um bem tão grande que era até difícil para meu coração aguentar tamanha felicidade. No entanto, com o passar dos dias, notei que ela parecia cada vez mais abatida, por mais que tentasse esconder com maquiagem.Tentei conversar com ela para saber o que estava acontecendo, mas ela sempre inventava alguma desculpa. Ela estava mais magra; na verdade, notei que ela sempre perdia um pouco de peso desde que nos conhecemos.Inicialmente, pensei que era alguma dieta maluca, mas se fosse, estava passando dos limites. Até mesmo cabelo ela estava perdendo, isso não era normal. Eu queria saber o que estava acontecendo com minha esposa e o motivo dela não contar para mim; isso estava me matando.Alguns dias atrás, recebi uma foto na qual um homem estava abrindo a porta do carro de seu irmão Bruno, ajudando-a a entrar com um sorriso gentil. Com a foto, veio uma mensagem dizendo que minha mulher não e
— Doutor, como está minha esposa? — questionei, tropeçando nas palavras.— Vivian está bem, não precisam se preocupar. Devido ao tratamento que ela está fazendo, é normal que desmaie — ele informou, olhando para todos que estavam com expressões apreensivas. — Ela precisará ficar até amanhã para realizarmos exames e, se não houver nenhuma piora, poderá receber alta.— E os medicamentos, doutor? — indaguei ansioso.— Você deveria estar nervoso com a situação, mas o frasco que você me entregou era de vitaminas. Já deveria ter acabado — ele respondeu, e meu coração se tranquilizou.Fizemos mais algumas perguntas e o doutor Cláudio respondeu com muita paciência. Para nossa sorte, ele estava de plantão e pôde nos atender. Ele informou que Vivian já estava acordada e poderia receber visitas, mas pediu que não entrassem todos juntos para não estressá-la. Depois, saiu para atender outros pacientes.Os pais de Vivian, seu irmão e Bianca me pediram desculpas por não terem contado. Por mais que e
Ponto de vista de Bruno...Quando Vivian nasceu, eu me senti a pessoa mais feliz do mundo. Apesar de ter apenas cinco anos na época, ela era minha princesinha. Seus cabelos avermelhados a deixavam ainda mais fofa. Eu vigiava seu sono, ajudava minha mãe a cuidar dela, e a cada vez que ela crescia, eu a protegia mais e mais. Seus primeiros passos foram comemorados com grande alegria; eu estava encantado ao vê-la tentando se equilibrar e quase morri do coração quando ela caiu de bunda no chão.Quando ela teve leucemia pela primeira vez, eu quase não pude suportar vê-la sofrendo. Queria ver a alegria de volta em seus olhos, então fiz de tudo para apoiá-la. Da primeira vez foi difícil, mas superamos. Porém, o pior estava por vir. Ela se fechou no seu mundinho e não queria fazer novas amizades. Passava tanto tempo distraída na biblioteca que acabava esquecendo que existia vida lá fora, mas como um bom irmão, eu me mantinha sempre por perto.Para a minha felicidade, Bianca entrou em sua vida
Conversar com Julian me fez perceber o quanto eu estava sendo egoísta. Foi insuportável ouvir suas palavras, não porque eu discordava, era justamente o contrário. Cada palavra atingiu meu coração como uma bala, doeu tanto vê-lo preocupado comigo. Prometi para mim mesma que, por mais difícil que parecesse, eu iria tentar ver o mundo mais colorido ao seu lado, como ele havia pedido. E, quando os pensamentos ruins estivessem tentando me destruir, eu iria pensar no seu sorriso e, por ele, encontraria a força que nem sabia que tinha.Depois, tive que receber todos os outros que estavam preocupados comigo. Acho que no final, meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, não de tristeza, mas de felicidade por ter tantas pessoas cuidando de mim. Meu irmão e Bianca, sempre compreensivos, apenas me falavam palavras de incentivo. Já meus pais alternavam entre dar sermões e me abraçar sem se preocupar com as lágrimas.Ingrid e Sofia, por sua vez, pareciam me entender perfeitamente, como se tivess