EduardoA Renata era a última pessoa que eu esperava ter que lidar, e até agora, tudo o que fez foi me enrolar. A cada palavra dela, fica mais claro que seu objetivo é derrubar a Melissa para abalar o Henry. Que covarde! Melissa nunca fez mal a ninguém, muito menos a essa cobra. Confesso que, no passado, até cheguei a simpatizar com a Renata. Tivemos alguns flertes, mas a Elisângela vem me mostrando o quanto ela é louca, e isso me abriu os olhos.Entendo o Henry. Ele é explosivo e tem um ciúme feroz da Melissa. E diria que ele tem razão: Melissa é linda, meiga e trata todos com uma amabilidade natural. Não é de se estranhar que ela conquiste quem se aproxima. Contudo, deixemos esses pensamentos de lado. O que me preocupa no momento é o perigo que eu e a Elisângela corremos agora que Renata parece ter descoberto nosso segredo. Ela é ardilosa, e claramente está disposta a tudo para alcançar seus objetivos.Decidi sentar no sofá e ouvir o que Renata queria. Afinal, preciso entender o que
MelissaApós a saída de Bárbara e Ricardo, aproveitamos para deitar no quarto. Henry brincava com Mia na cama, enquanto eu pesquisava decorações para a nova loja no computador. Amanhã planejamos ir ao clube levar Mia para passear. Precisamos desses momentos em família, pequenos respiros de tranquilidade. Enquanto isso, fico pensando na ideia de Elisângela sobre Bárbara e Ricardo juntos. Surpreendentemente, acho que desta vez ela acertou. Dá para perceber que os dois têm uma química evidente, só eles parecem não enxergar isso. Quem sabe agora finalmente vejam.— Que lindo, deu sua bênção para o seu amigo namorar sua irmã. — comento, provocando.— Haha, acho melhor não brincar muito com esse assunto. — ele responde, tentando manter a seriedade.— Por quê? Vai sentir ciúmes depois de dar a bênção? — continuo, rindo.— Ainda estranho essa situação. Para mim, nunca iria rolar nada entre os dois. Não que esteja rolando ou vá rolar, mas é estranho.— Só você e ele não veem a química que aque
HenryManhã de domingoHoje marcamos de ir ao clube, e Melissa teve a brilhante ideia de chamar Bárbara e Ricardo para se juntar a nós. Apesar de saber exatamente quais são as intenções da minha esposa — juntar Bárbara e Ricardo e descobrir o que rolou na conversa deles —, concordei. Não nego, também quero saber o que aconteceu.Nos arrumamos e partimos por volta das 10h da manhã. Bárbara e Ricardo já estariam nos esperando no clube. A ideia era passar o dia em paz, em tranquilidade absoluta (assim espero), e quem sabe aliviar um pouco as tensões que têm pairado sobre nós. Estamos precisando disso.Durante a noite, Melissa e eu tivemos uma conversa longa. Não brinco quando digo que estou buscando formas de manter minha mente longe da Renata e seus jogos. Uma das soluções que surgiu foi a possibilidade de sairmos do Brasil. Melissa relutou contra essa ideia, e eu entendo: temos nossas vidas, negócios e família estabelecidos aqui. No entanto, penso que poderíamos ter paz, mesmo que temp
Chegamos ao clube, que, na verdade é um parque hotel com estrutura completa. Como planejamos passar o dia inteiro, reservamos um quarto para o caso de Mia precisar descansar, já que ela costuma tirar cochilos à tarde. O lugar é incrível, com restaurante, lanchonete e até uma danceteria que promete lotar mais tarde, mas nossa intenção é aproveitar a paz e tranquilidade do dia. Tudo o que mais precisamos agora.Deixamos nossas coisas no quarto e descemos, já em contato com Ricardo. Eles estavam nos esperando lá embaixo no carro. Assim que chegamos, Bárbara desceu apressada e correu até mim, me envolvendo em um abraço apertado.— Ai, mano, já estava sentindo falta de pegar no seu pé. — disse com aquele tom despreocupado, mas algo na maneira como ela me olhou parecia diferente.— Te vi ontem e já está sentindo falta? — pergunto, confuso. Minha irmã está agindo de forma estranha; nunca foi assim.— Ela anda carente demais, Henry. — Ricardo brinca ao se aproximar, enquanto Bárbara se desvia
Olhei fixamente para Melissa, sorrindo enquanto ela caminhava na nossa direção, mas, antes de chegar, ela e Bárbara pararam no meio do caminho. As duas estavam conversando, e Melissa gesticulava muito. Reconheci de longe o tipo de conversa: Bárbara estava levando um sermão ou, no mínimo, um puxão de orelha. Conheço bem essa dinâmica.— Peraí, vou buscar o babador. — Ricardo brincou, rindo. — Achei que era só sua filha que babava assim, irmão. — Ele soltou uma risada debochada.— Vai te catar. — Retruquei, rindo também. — Aquilo ali é em seu favor. Pode esperar.— Tá brincando? — Ele olhou surpreso.— Cara, você sabe que eu não sou de reparar nessas coisas, mas a Melissa me disse ontem que a Bárbara já era a fim de você antes. E, agora, deve ser ainda mais. Não tô entendendo essa sua conversa. Tem algo fora do lugar aí.— Não sei, cara. Sempre foi tudo tranquilo entre nós, mas hoje, desde que me viu, mal olhou na minha cara. Do jeito que ela tá agindo, tenho certeza de que não quer min
MelissaO que está acontecendo com a Bárbara? Meu Deus, eu não consigo entender essa mulher. Até ontem, parecia que ela e o Ricardo estavam finalmente se acertando, e agora eles estão mais distantes do que nunca.Quando fomos pegar as bebidas, precisei repreendê-la. Ela disse que estava de olho no Marcelo. O MARCELO?! Francamente, ela deve ter enlouquecido. Se é para escolher um homem que não quer compromisso, por que não o Ricardo? Ele é muito mais bonito, sabe respeitar uma mulher e, acima de tudo, tem um caráter que o Marcelo nem sonha em ter. Não me leve a mal, não conheço o Marcelo tão bem, mas ele simplesmente não me passa confiança, e a safada da Bárbara estava trocando olhares com ele como se nada fosse.Tive que puxar as rédeas. Antes de voltarmos para perto do Henry e do Ricardo, dei um sermão nela e disse que o Ricardo podia se sentir constrangido, afinal, eles vieram juntos e ele conhece bem o Marcelo. Felizmente, ela parou com a brincadeira, mas depois veio a bomba do Hen
BárbaraDurante a noite, minha cabeça não parou de girar pensando na proposta do Ricardo. Sinceramente, a convivência com ele tem mexido comigo de uma forma que nunca imaginei. Sabe aquele impulso de querer compartilhar tudo? De contar como foi o dia, de saber sobre o dia dele? Estou assim. E isso não é nada comum para mim. Essa sensação de ter alguém sempre por perto, tanto nos momentos bons quanto nos ruins, e de achar a companhia dele tão agradável… está me deixando confusa.Sim, admito: estou sendo uma boba. Mas também sou esperta, sempre fui. E é aí que mora o problema. Não tenho medo do que o Ricardo possa fazer comigo; confio nele. Ele é diferente desses caras com quem já fiquei, que nunca mais quis ver ou que sabiam que não passariam disso. Meu receio é comigo mesma. Tenho medo de me apegar, de me perder. Nunca fui esse tipo de pessoa. Sempre tive controle. Agora, com ele, sinto como se algo estivesse prestes a mudar, e isso me deixa insegura.O Ricardo nunca foi só "o amigo g
Nesse meio-tempo, vi Cristal dançando a poucos metros de nós. Ela claramente queria chamar atenção e, para piorar, estava mirando diretamente na Melissa, que já não parecia nada confortável com a ousadia. Não passo pano para essas atitudes. Era nítido que ela estava fazendo questão de se exibir.Não aguentei. Tive que falar.— O, perna de saracura, vai para a danceteria, fia. Tá estragando minha visão. — Soltei na lata. Henry, Melissa e Ricardo me olharam surpresos, enquanto Lennon caiu na gargalhada.— Coitada, ela é até jeitosinha. — Ele comentou, tentando aliviar.— Jeitosinha é o caramba. Tá forçando a barra. — Rebati, enquanto Melissa tentava disfarçar a risada. Não adianta. Cristal pode até ser uma "colega", mas eu não deixo passar. Hoje é dia de paz, e não vou deixar ninguém estragar isso.— Pega para você, quer que eu te apresente? — Provoco Lennon, que não tira os olhos da Cristal.— Não, obrigado. — Ele responde rápido demais, mas o nervosismo o entrega. Não me convenceu.—