BárbaraDurante a noite, minha cabeça não parou de girar pensando na proposta do Ricardo. Sinceramente, a convivência com ele tem mexido comigo de uma forma que nunca imaginei. Sabe aquele impulso de querer compartilhar tudo? De contar como foi o dia, de saber sobre o dia dele? Estou assim. E isso não é nada comum para mim. Essa sensação de ter alguém sempre por perto, tanto nos momentos bons quanto nos ruins, e de achar a companhia dele tão agradável… está me deixando confusa.Sim, admito: estou sendo uma boba. Mas também sou esperta, sempre fui. E é aí que mora o problema. Não tenho medo do que o Ricardo possa fazer comigo; confio nele. Ele é diferente desses caras com quem já fiquei, que nunca mais quis ver ou que sabiam que não passariam disso. Meu receio é comigo mesma. Tenho medo de me apegar, de me perder. Nunca fui esse tipo de pessoa. Sempre tive controle. Agora, com ele, sinto como se algo estivesse prestes a mudar, e isso me deixa insegura.O Ricardo nunca foi só "o amigo g
Nesse meio-tempo, vi Cristal dançando a poucos metros de nós. Ela claramente queria chamar atenção e, para piorar, estava mirando diretamente na Melissa, que já não parecia nada confortável com a ousadia. Não passo pano para essas atitudes. Era nítido que ela estava fazendo questão de se exibir.Não aguentei. Tive que falar.— O, perna de saracura, vai para a danceteria, fia. Tá estragando minha visão. — Soltei na lata. Henry, Melissa e Ricardo me olharam surpresos, enquanto Lennon caiu na gargalhada.— Coitada, ela é até jeitosinha. — Ele comentou, tentando aliviar.— Jeitosinha é o caramba. Tá forçando a barra. — Rebati, enquanto Melissa tentava disfarçar a risada. Não adianta. Cristal pode até ser uma "colega", mas eu não deixo passar. Hoje é dia de paz, e não vou deixar ninguém estragar isso.— Pega para você, quer que eu te apresente? — Provoco Lennon, que não tira os olhos da Cristal.— Não, obrigado. — Ele responde rápido demais, mas o nervosismo o entrega. Não me convenceu.—
Continuação...Peguei na mão do Ricardo, fiz ele levantar e saímos andando. Um lugar tão bonito assim merece ser aproveitado.Saímos caminhando, deixando Melissa e Henry para trás. Peguei no braço do Ricardo, me sentindo confortável com sua presença.— Está num clube, querido. Tira essa camisa e mostra a perfeição por baixo. — Tentei provocá-lo, tentando deixá-lo mais à vontade.— Não, não vou tirar. Essa camisa é levinha, cavada, está boa. — Ricardo argumentou, sem sequer olhar para mim. Percebo como ele é paciente, mesmo eu agindo como uma completa idiota hoje. Continua aqui, ao meu lado, como se nada tivesse acontecido.— Preferia sem. — Ele sorriu tímido, mas percebo que está mesmo incomodado com o jeito que o tratei. Eu não deveria ter feito isso. Ficou chato e estranho. Paramos em frente a um dos quiosques.— Pega ela para mim. — Falei, indicando Mia.— Tenho medo de deixá-la cair, Bárbara. — Ele hesitou.— Olha o tamanho desses braços. Não é possível que vai deixar essa pequena
MELISSAHenry continua me surpreendendo. Ele está se mostrando um homem completamente diferente daquele dos últimos três anos. Cada gesto, cada atitude, me faz perceber o quanto ele está empenhado em ser melhor. E confesso que me emociona. Hoje, ele foi totalmente amigável com o Lennon, algo que jamais esperei, dada a história complicada entre eles. Foi uma surpresa positiva, e não consigo evitar um sorriso ao pensar nisso.— Agora é só nós dois, amor. — Ele murmura, me puxando suavemente para sentar entre suas pernas.— Deixa de ser bobo. — Respondo, acariciando seu rosto antes de selar nossos lábios em um beijo suave. — Agradeço por ser tão tranquilo com o Lennon. Me surpreendeu mesmo.— O cara tava se borrando de medo. Não gosto de ver isso, Mel. Se ele tivesse agido de outra forma, talvez minha reação fosse outra. — Ele dá de ombros, relaxado, enquanto suas mãos permanecem firmes em minha cintura.— E a Cristal, hein? Fazendo de tudo para chamar atenção. — Reviro os olhos, ainda i
MelissaPeguei em sua mão e, juntos, caminhamos para o quarto. Ele abriu a porta e me deixou entrar primeiro. Assim que ele a fechou, puxei-o pela camisa, trazendo-o para perto. Dei três leves tapinhas em seu rosto e sorri. — Você é meu, entendeu? — Falei firme, encarando seus olhos. — Você ainda tem dúvidas disso? — Não, não tenho. Mas estou aprendendo a ser territorialista. — Sorri e agarrei seu pescoço, puxando-o para que se inclinasse. Beijei seus lábios com intensidade. Caminhamos lentamente até a cama, e eu o empurrei sobre ela. Ele mordeu os lábios, me observando, enquanto eu tirava minha blusa. — Você é minha, amor. — Ele murmurou, passando as mãos com firmeza em meus seios. Em seguida, abocanhou um deles, enquanto os dedos da outra mão acariciavam o bico do outro com movimentos circulares. — Ahh, caramba, Henry… — Ele parou e me olhou nos olhos. — Vou pensar se quero isso. — Sorri de canto e, em seguida, coloquei sua mão de volta sobre meu seio. — Não brinca com
ElisângelaLogo cedo, Eduardo pediu que eu fosse ao seu encontro. Bárbara saiu com Ricardo para o clube, e fiquei feliz ao perceber que eles estão se entendendo bem. Quero o melhor para meus filhos; eles sempre foram e sempre serão minha prioridade. Como Bárbara saiu, não vi motivo para não ir até Eduardo. Ele estava com uma voz aflita e disse que teríamos problemas à vista e precisaríamos saber como lidar. Não vou negar que fiquei nervosa com o tom de sua fala.Sem imaginar mais nada, pensei que Ricardo, irmão de Eduardo, pudesse ter descoberto nossos encontros, mas não me alarmei, já que Ricardo é prudente e muito cauteloso. Ainda assim, isso me deixa receosa. Não sou uma mulher amedrontada, mal me importo com o que os outros falam ou pensam de mim, mas me importo demais com o julgamento dos meus filhos. Esse é meu maior temor.Sem muita demora, tomei café da manhã e pedi à secretária do lar que preparasse uma cesta com café da manhã para eu levar ao Eduardo. Ele é muito desleixado c
Peguei em suas mãos e as tirei do rosto. Ergui seu queixo e a puxei para um abraço. Quero que ela sinta que ainda tenho carinho por ela, e isso não vai mudar. Quem sabe esse gesto a ajude a sair dessa paranoia em que se encontra.— Você é forte, não precisa disso. Precisa aprender a ser uma mulher de verdade e seguir em frente, deixando o passado para trás. — Digo a ela, o mesmo que aconselharia à minha filha. Graças a Deus, minha filha sempre teve a minha personalidade: nunca se deixou envolver por quem não merecia sua atenção. Vejo isso também na esposa do meu filho. É uma mulher forte, que soube se reerguer após o divórcio. Em nenhum momento a vi correr atrás do meu filho, choramingando. É esse tipo de mulher que admiro, e sempre fui assim, mesmo que de um jeito torto. Sempre dei liberdade a quem quisesse sair da minha vida, mas nunca dei tanta liberdade para quem quisesse entrar. Isso precisa ser conquistado, como Eduardo tem feito.— Madrinha, me ajudaaaa, por favor. — Ela chora
EduardoNa tarde de domingo…Já tentei falar com Elisângela de todas as formas. Marcamos hoje cedo para ela vir à minha casa, mas até agora nada dela aparecer. Estou preocupado, principalmente porque Renata está me pressionando para que eu dê uma posição a ela. Essa mulher não se cansa. Não é à toa que Henry não quer nada com ela. Será que ela não percebe o quão insuportável isso é?Em mais uma tentativa, liguei novamente para Elisângela, mas desta vez alguém atendeu, e não era ela.Ligação— Olá, boa tarde. Tauros falando. A senhora Elisângela está incomunicável no momento.— O que aconteceu? Onde ela está?— Quem está falando?— Eduardo, Tauros.— Ah, senhor Eduardo. A senhora Elisângela teve um mal-estar e está no hospital.— Merda! Que hospital? Estou indo agora. A família está com ela?Tauros respondeu minhas perguntas e me passou o endereço do hospital, mas já sei onde é. É o mesmo que ela foi da outra vez. Minha mente deu um nó. E se eu for até lá e a família aparecer? Merda, o