Continuação RenataNo caminho para o apartamento de Eduardo, algo me deixou intrigada. Marcelo apontou para o prédio, e fiquei em choque.— É aqui? — perguntei, incrédula.— Sim, por quê? — ele respondeu, sem entender minha reação.Esse prédio é de Elisângela. Não apenas o apartamento, mas o prédio inteiro. Como Eduardo conseguiu um lugar aqui? Nem para mim Elisângela cedeu algo assim. Os apartamentos são extremamente caros, e ela sempre faz questão de manter tudo administrado por empresas de aluguel para evitar problemas futuros. Elisângela é esperta demais. Então, como Eduardo, que até pouco tempo morava com o irmão e não tinha nada, conseguiu isso? Algo está fora do lugar, e pretendo descobrir o que é.— Sabe qual é o apê dele? — pergunto a Marcelo enquanto aguardamos a liberação do porteiro. Eduardo autorizou nossa entrada, mas ele nem imagina que estou acompanhando Marcelo. Espero que isso não o deixe irritado, pois meu objetivo é conquistá-lo para o nosso lado.— Apê? Nada, gata
Renata X Edu— Quero vocês dois fora daqui. — Eduardo esbravejou, apontando para a porta com um olhar furioso.— O que é isso, irmão? — Marcelo protestou, claramente desconfortável com a situação.— Irmão? Você é um falso! Eu confiei em você, te falei que ninguém podia saber onde eu estava morando. Era a única pessoa que sabia disso! — Edu respondeu, sua voz carregada de raiva. Ele intimidava Marcelo com facilidade, e os dois pareciam prontos para uma briga de maricas indignadas. Um espetáculo que sempre me entediava.— Não tente nos enganar, Edu. Marcelo não é a única pessoa que sabe. Elisângela sabe também, afinal foi ela que te colocou aqui, não é mesmo? — falei, sorrindo com a satisfação de ter descoberto tudo. — Agora tudo faz sentido. — Acrescentei com um tom casual, ignorando o clima tenso. — E já que estamos aqui, por que não me traz uma cerveja? Por favor. — Provoquei, aproveitando para cruzar as pernas de maneira displicente.Eduardo me lançou um olhar que poderia fulminar q
EduardoA Renata era a última pessoa que eu esperava ter que lidar, e até agora, tudo o que fez foi me enrolar. A cada palavra dela, fica mais claro que seu objetivo é derrubar a Melissa para abalar o Henry. Que covarde! Melissa nunca fez mal a ninguém, muito menos a essa cobra. Confesso que, no passado, até cheguei a simpatizar com a Renata. Tivemos alguns flertes, mas a Elisângela vem me mostrando o quanto ela é louca, e isso me abriu os olhos.Entendo o Henry. Ele é explosivo e tem um ciúme feroz da Melissa. E diria que ele tem razão: Melissa é linda, meiga e trata todos com uma amabilidade natural. Não é de se estranhar que ela conquiste quem se aproxima. Contudo, deixemos esses pensamentos de lado. O que me preocupa no momento é o perigo que eu e a Elisângela corremos agora que Renata parece ter descoberto nosso segredo. Ela é ardilosa, e claramente está disposta a tudo para alcançar seus objetivos.Decidi sentar no sofá e ouvir o que Renata queria. Afinal, preciso entender o que
MelissaApós a saída de Bárbara e Ricardo, aproveitamos para deitar no quarto. Henry brincava com Mia na cama, enquanto eu pesquisava decorações para a nova loja no computador. Amanhã planejamos ir ao clube levar Mia para passear. Precisamos desses momentos em família, pequenos respiros de tranquilidade. Enquanto isso, fico pensando na ideia de Elisângela sobre Bárbara e Ricardo juntos. Surpreendentemente, acho que desta vez ela acertou. Dá para perceber que os dois têm uma química evidente, só eles parecem não enxergar isso. Quem sabe agora finalmente vejam.— Que lindo, deu sua bênção para o seu amigo namorar sua irmã. — comento, provocando.— Haha, acho melhor não brincar muito com esse assunto. — ele responde, tentando manter a seriedade.— Por quê? Vai sentir ciúmes depois de dar a bênção? — continuo, rindo.— Ainda estranho essa situação. Para mim, nunca iria rolar nada entre os dois. Não que esteja rolando ou vá rolar, mas é estranho.— Só você e ele não veem a química que aque
HenryManhã de domingoHoje marcamos de ir ao clube, e Melissa teve a brilhante ideia de chamar Bárbara e Ricardo para se juntar a nós. Apesar de saber exatamente quais são as intenções da minha esposa — juntar Bárbara e Ricardo e descobrir o que rolou na conversa deles —, concordei. Não nego, também quero saber o que aconteceu.Nos arrumamos e partimos por volta das 10h da manhã. Bárbara e Ricardo já estariam nos esperando no clube. A ideia era passar o dia em paz, em tranquilidade absoluta (assim espero), e quem sabe aliviar um pouco as tensões que têm pairado sobre nós. Estamos precisando disso.Durante a noite, Melissa e eu tivemos uma conversa longa. Não brinco quando digo que estou buscando formas de manter minha mente longe da Renata e seus jogos. Uma das soluções que surgiu foi a possibilidade de sairmos do Brasil. Melissa relutou contra essa ideia, e eu entendo: temos nossas vidas, negócios e família estabelecidos aqui. No entanto, penso que poderíamos ter paz, mesmo que temp
Chegamos ao clube, que, na verdade é um parque hotel com estrutura completa. Como planejamos passar o dia inteiro, reservamos um quarto para o caso de Mia precisar descansar, já que ela costuma tirar cochilos à tarde. O lugar é incrível, com restaurante, lanchonete e até uma danceteria que promete lotar mais tarde, mas nossa intenção é aproveitar a paz e tranquilidade do dia. Tudo o que mais precisamos agora.Deixamos nossas coisas no quarto e descemos, já em contato com Ricardo. Eles estavam nos esperando lá embaixo no carro. Assim que chegamos, Bárbara desceu apressada e correu até mim, me envolvendo em um abraço apertado.— Ai, mano, já estava sentindo falta de pegar no seu pé. — disse com aquele tom despreocupado, mas algo na maneira como ela me olhou parecia diferente.— Te vi ontem e já está sentindo falta? — pergunto, confuso. Minha irmã está agindo de forma estranha; nunca foi assim.— Ela anda carente demais, Henry. — Ricardo brinca ao se aproximar, enquanto Bárbara se desvia
Olhei fixamente para Melissa, sorrindo enquanto ela caminhava na nossa direção, mas, antes de chegar, ela e Bárbara pararam no meio do caminho. As duas estavam conversando, e Melissa gesticulava muito. Reconheci de longe o tipo de conversa: Bárbara estava levando um sermão ou, no mínimo, um puxão de orelha. Conheço bem essa dinâmica.— Peraí, vou buscar o babador. — Ricardo brincou, rindo. — Achei que era só sua filha que babava assim, irmão. — Ele soltou uma risada debochada.— Vai te catar. — Retruquei, rindo também. — Aquilo ali é em seu favor. Pode esperar.— Tá brincando? — Ele olhou surpreso.— Cara, você sabe que eu não sou de reparar nessas coisas, mas a Melissa me disse ontem que a Bárbara já era a fim de você antes. E, agora, deve ser ainda mais. Não tô entendendo essa sua conversa. Tem algo fora do lugar aí.— Não sei, cara. Sempre foi tudo tranquilo entre nós, mas hoje, desde que me viu, mal olhou na minha cara. Do jeito que ela tá agindo, tenho certeza de que não quer min
MelissaO que está acontecendo com a Bárbara? Meu Deus, eu não consigo entender essa mulher. Até ontem, parecia que ela e o Ricardo estavam finalmente se acertando, e agora eles estão mais distantes do que nunca.Quando fomos pegar as bebidas, precisei repreendê-la. Ela disse que estava de olho no Marcelo. O MARCELO?! Francamente, ela deve ter enlouquecido. Se é para escolher um homem que não quer compromisso, por que não o Ricardo? Ele é muito mais bonito, sabe respeitar uma mulher e, acima de tudo, tem um caráter que o Marcelo nem sonha em ter. Não me leve a mal, não conheço o Marcelo tão bem, mas ele simplesmente não me passa confiança, e a safada da Bárbara estava trocando olhares com ele como se nada fosse.Tive que puxar as rédeas. Antes de voltarmos para perto do Henry e do Ricardo, dei um sermão nela e disse que o Ricardo podia se sentir constrangido, afinal, eles vieram juntos e ele conhece bem o Marcelo. Felizmente, ela parou com a brincadeira, mas depois veio a bomba do Hen