ContinuaçãoMensagem— Saudades de vocês.Vi que ela estava online, e a resposta veio mais rápido do que eu esperava.— Então volta para nós.Li aquilo e, por um instante, juro que vi "volta para mim". Meu coração disparou como sempre fazia quando ela estava envolvida. Melissa tinha um jeito inexplicável de mexer comigo, e, como dizem, o amor não é para ser entendido, mas sentido.Enquanto processava o que fazer com essa resposta, Bárbara entrou no quarto, claramente em meio a uma discussão com a minha mãe, que vinha logo atrás com a testa franzida.— Bárbara, estou fazendo o melhor para ele. Dá para parar de agir com infantilidade? — Minha mãe falou, visivelmente irritada.— Viu essa agora? — Bárbara bufou, sentando-se na minha cama. — Você sabia disso, Henry? Concorda com as ideias da sua mãe?— Me respeite, Bárbara. — Minha mãe retrucou, mas eu estava confuso.— O que está acontecendo? Alguém pode me explicar? — Perguntei, tentando entender o motivo da discórdia.— Sua mãe quer cont
MelissaCustei pegar no sono na noite passada. Minha cabeça não parava. A todo momento, pensava nas mudanças que Henry tem demonstrado. Sinceramente, isso está nos aproximando novamente, mesmo sem intenção. Também fico tentando imaginar alguma forma de ajudá-lo a lidar com Renata, mas ontem, enquanto Ricardo trazia eu e Bárbara para casa, ele foi claro. Pediu que eu apenas cuidasse de mim e da Mia, porque o maior temor de Henry é algo acontecer conosco. Ricardo ainda disse que estará ao lado dele caso Renata apronte mais alguma. Sinto-me de mãos atadas diante de tudo isso. Decidi que, por enquanto, ficarei na minha, observando e de olho em tudo. Afinal, mesmo não estando mais juntos, jamais deixaria Henry na mão. Estou extasiada com essas mudanças. Ele nunca foi de me deixar saber dos problemas que o afetam. Sempre foi fechado nesse ponto, mantendo os problemas só para si. Agora, sinto que há uma abertura. Antes, eu evitava ser invasiva e nada perguntava, mas agora percebo que ele t
BárbaraMinha tática estava funcionando perfeitamente. Quero muito juntar meu irmão e minha amiga. Eles parecem não perceber, mas estão mais apaixonados do que nunca. Fico indignada vendo essa enrolação sem que nenhum dos dois dê o primeiro passo. Meu irmão sempre foi bem atirado, nunca teve medo de magoar ninguém. Agora, vê-lo nessa postura toda cuidadosa, com medo de machucar a Melissa, me deixa surpresa e, ao mesmo tempo, mais tranquila. Isso só mostra o quanto ele a respeita e a valoriza.Mas o que realmente me pegou foi ouvir o Henry dizer que abriria mão dela para vê-la feliz, mesmo que fosse com outro. Esse não é o meu irmão de antes. Ele jamais diria algo assim. Na verdade, diria o oposto, com certeza! Se a Melissa soubesse disso, tenho certeza de que ela se derreteria de chorar. Até eu, que sou durona, quase chorei. Agora, imagine ela, que é tão sentimental.Depois de conversarmos e brincarmos na sala, subimos para o quarto da Melissa. Ela estava numa indecisão tremenda, pens
MelissaA reação de Bárbara me surpreendeu. Eu não esperava que ela me olhasse com desconfiança, como se eu tivesse feito algo errado. Senti-me como se estivesse diante de Henry, com seu olhar de reprovação. Embora soubesse que ele não se limitava a um olhar; viriam questionamentos e sua fúria, disso eu tinha certeza. Mas, naquele momento, senti-me fuzilada pela dúvida de Bárbara.— Mel, não brinca, você me faz ter um ataque!— Juro que queria estar brincando, Bárbara, mas não estou. — Ela me olhou confusa.— Como assim o Edu te deu essa cesta, Mel? Quando, onde e por que isso? Caramba, me sinto traída, como você não me falou nada disso! — Ela argumentou, e tentei ser amena, já que nem me lembrava mais dessa cesta. Do mesmo jeito que a deixei em cima da mesa do quarto, ali ela ficou; o único que mexeu nela foi Henry, pegando bombons. Mas tentei explicar à minha amiga, que parecia desconfiada demais.— Bárbara, deixa de ser exagerada, amiga. Foi ontem, não tive nem tempo para lembrar d
MelissaBárbara voltou ao hospital. Ela disse que queria avisar ao Henry pessoalmente que ele poderia ficar aqui em casa. Minha doidinha agora era também ciumenta, algo que eu desconhecia, mas que achei engraçado. Ela mencionou que traria o Henry assim que ele recebesse alta, e meu coração disparou só de imaginar tê-lo aqui por perto. Poder cuidar dele e não precisar me preocupar se ele estava se cuidando bem era um alívio.Dora chegou logo em seguida, e, para nossa felicidade, seus exames não apresentaram nenhuma alteração. Eu gostava muito da Dora, considerava-a quase como parte da família. Confiava nela tanto que deixava meu bem mais precioso sob seus cuidados.Conversando com Dora, decidi preparar algo especial para o jantar. Planejei cozinhar mais cedo para que, quando ele chegasse, pudesse se alimentar. Dora sugeriu alguns pratos que Henry gostava, e optei por uma torta de frango. Ele adorava tudo que levasse massa, e achei que seria uma boa escolha para sua recuperação. Sabia q
Melissa e Bárbara desceram sem a Mia, e pelo horário, acreditei que minha pequena já tivesse dormido. Bárbara desceu com um semblante arteiro; minha irmã não era nada normal, conhecia bem essa guria, e estava com cara de quem queria aprontar alguma. Ela chegou de mansinho, abraçando o Ricardo.— Ricardinho, meu amigo, ou amigo do meu irmão, sei lá. Vamos aproveitar que está cedo e pegar uma balada? — Bárbara falou ao Ricardo, que a olhou surpreso; nem eu esperava que ela dissesse isso.— Balada? Bárbara, seu irmão acabou de sair do hospital. — Ele a questionou.— Eu sei, mas ele precisa descansar, não é, mano? — Falou, dirigindo-se a mim; ela me deu um abraço, e pensei que sabia o que ela estava tramando. — Deve estar cansado. A Melissa já me disse no quarto que estava cansada, quase me colocou para fora, mas antes disse estar com dor nas costas, é tensão demais. — Melissa fez cara de confusa, e Bárbara sorriu para mim e piscou o olho. — A bonita até pediu uma massagem, mas não tenho
ContinuaçãoEles partiram. Antes de entrarmos em casa, avistamos Rômulo acompanhado de uma moça que eu não via há tempos; sabia que ela era sua ex-namorada, então supus que haviam reatado. Ele se aproximou com ela, enquanto eu permaneci um pouco atrás de Melissa.— Olá, boa noite, Melissa, Henry. Não sei se lembram da Lisa. — Rômulo cumprimentou, ao que Melissa respondeu, e eu, mais atrás, assenti em cumprimento aos dois.— Oi, Rômulo, lembro sim. Se não me engano — e me desculpem se estiver errada —, ela era sua namorada, estou certa? — Melissa perguntou, e ambos assentiram.— Sim, éramos namorados e reatamos. — A moça respondeu sorridente, recebendo um beijo no dorso da mão. Fiquei meio sem jeito; ainda era estranho lidar com outros casais enquanto não éramos mais um.— Ah, que bom, parabéns, felicidades a vocês. Nunca é tarde para dar uma chance ao amor. — Melissa disse, deixando-me feliz ao ouvir isso, mas pensei que ela nem se lembrava de que eu estava ali, pois, ao me olhar, fic
HenryCurioso para saber se era ela mesma que andava de um lado para o outro, levantei da cama, mas antes de eu ir até a porta ela bateu.— Entra, Melissa — falei, observando a porta abrir lentamente. Ela entrou de mansinho.— Deu o horário do seu remédio — disse ela. Olhei para ela, incrédulo.— Sério! — falei, frustrado. Jurava que ela viria falar sobre nós, ou perguntar se eu estava chateado, sei lá. Minha cabeça andava pensando de menos, ou seria demais? Isso não importava; só sei que me frustrou ouvi-la falando sobre o remédio.— Sério por quê? Tem que tomar — ela falou, como se não percebesse o que eu queria.— Eu sei, mas não gosto.— Não tem que gostar, tá bom? É só colocar na boca, tomar água e pronto; não vai fazer mal nenhum.— Envenenou a água por eu te dar trabalho demais? — brinquei, e ela fez careta.— Você é igualzinho à Bárbara, hein. Pare com isso, beba logo — ela me entregou o remédio. Sou chato mesmo, mas acho uma frescura ter que ficar tomando remédio. E outra, es