BárbaraMinha tática estava funcionando perfeitamente. Quero muito juntar meu irmão e minha amiga. Eles parecem não perceber, mas estão mais apaixonados do que nunca. Fico indignada vendo essa enrolação sem que nenhum dos dois dê o primeiro passo. Meu irmão sempre foi bem atirado, nunca teve medo de magoar ninguém. Agora, vê-lo nessa postura toda cuidadosa, com medo de machucar a Melissa, me deixa surpresa e, ao mesmo tempo, mais tranquila. Isso só mostra o quanto ele a respeita e a valoriza.Mas o que realmente me pegou foi ouvir o Henry dizer que abriria mão dela para vê-la feliz, mesmo que fosse com outro. Esse não é o meu irmão de antes. Ele jamais diria algo assim. Na verdade, diria o oposto, com certeza! Se a Melissa soubesse disso, tenho certeza de que ela se derreteria de chorar. Até eu, que sou durona, quase chorei. Agora, imagine ela, que é tão sentimental.Depois de conversarmos e brincarmos na sala, subimos para o quarto da Melissa. Ela estava numa indecisão tremenda, pens
MelissaA reação de Bárbara me surpreendeu. Eu não esperava que ela me olhasse com desconfiança, como se eu tivesse feito algo errado. Senti-me como se estivesse diante de Henry, com seu olhar de reprovação. Embora soubesse que ele não se limitava a um olhar; viriam questionamentos e sua fúria, disso eu tinha certeza. Mas, naquele momento, senti-me fuzilada pela dúvida de Bárbara.— Mel, não brinca, você me faz ter um ataque!— Juro que queria estar brincando, Bárbara, mas não estou. — Ela me olhou confusa.— Como assim o Edu te deu essa cesta, Mel? Quando, onde e por que isso? Caramba, me sinto traída, como você não me falou nada disso! — Ela argumentou, e tentei ser amena, já que nem me lembrava mais dessa cesta. Do mesmo jeito que a deixei em cima da mesa do quarto, ali ela ficou; o único que mexeu nela foi Henry, pegando bombons. Mas tentei explicar à minha amiga, que parecia desconfiada demais.— Bárbara, deixa de ser exagerada, amiga. Foi ontem, não tive nem tempo para lembrar d
MelissaBárbara voltou ao hospital. Ela disse que queria avisar ao Henry pessoalmente que ele poderia ficar aqui em casa. Minha doidinha agora era também ciumenta, algo que eu desconhecia, mas que achei engraçado. Ela mencionou que traria o Henry assim que ele recebesse alta, e meu coração disparou só de imaginar tê-lo aqui por perto. Poder cuidar dele e não precisar me preocupar se ele estava se cuidando bem era um alívio.Dora chegou logo em seguida, e, para nossa felicidade, seus exames não apresentaram nenhuma alteração. Eu gostava muito da Dora, considerava-a quase como parte da família. Confiava nela tanto que deixava meu bem mais precioso sob seus cuidados.Conversando com Dora, decidi preparar algo especial para o jantar. Planejei cozinhar mais cedo para que, quando ele chegasse, pudesse se alimentar. Dora sugeriu alguns pratos que Henry gostava, e optei por uma torta de frango. Ele adorava tudo que levasse massa, e achei que seria uma boa escolha para sua recuperação. Sabia q
Melissa e Bárbara desceram sem a Mia, e pelo horário, acreditei que minha pequena já tivesse dormido. Bárbara desceu com um semblante arteiro; minha irmã não era nada normal, conhecia bem essa guria, e estava com cara de quem queria aprontar alguma. Ela chegou de mansinho, abraçando o Ricardo.— Ricardinho, meu amigo, ou amigo do meu irmão, sei lá. Vamos aproveitar que está cedo e pegar uma balada? — Bárbara falou ao Ricardo, que a olhou surpreso; nem eu esperava que ela dissesse isso.— Balada? Bárbara, seu irmão acabou de sair do hospital. — Ele a questionou.— Eu sei, mas ele precisa descansar, não é, mano? — Falou, dirigindo-se a mim; ela me deu um abraço, e pensei que sabia o que ela estava tramando. — Deve estar cansado. A Melissa já me disse no quarto que estava cansada, quase me colocou para fora, mas antes disse estar com dor nas costas, é tensão demais. — Melissa fez cara de confusa, e Bárbara sorriu para mim e piscou o olho. — A bonita até pediu uma massagem, mas não tenho
ContinuaçãoEles partiram. Antes de entrarmos em casa, avistamos Rômulo acompanhado de uma moça que eu não via há tempos; sabia que ela era sua ex-namorada, então supus que haviam reatado. Ele se aproximou com ela, enquanto eu permaneci um pouco atrás de Melissa.— Olá, boa noite, Melissa, Henry. Não sei se lembram da Lisa. — Rômulo cumprimentou, ao que Melissa respondeu, e eu, mais atrás, assenti em cumprimento aos dois.— Oi, Rômulo, lembro sim. Se não me engano — e me desculpem se estiver errada —, ela era sua namorada, estou certa? — Melissa perguntou, e ambos assentiram.— Sim, éramos namorados e reatamos. — A moça respondeu sorridente, recebendo um beijo no dorso da mão. Fiquei meio sem jeito; ainda era estranho lidar com outros casais enquanto não éramos mais um.— Ah, que bom, parabéns, felicidades a vocês. Nunca é tarde para dar uma chance ao amor. — Melissa disse, deixando-me feliz ao ouvir isso, mas pensei que ela nem se lembrava de que eu estava ali, pois, ao me olhar, fic
HenryCurioso para saber se era ela mesma que andava de um lado para o outro, levantei da cama, mas antes de eu ir até a porta ela bateu.— Entra, Melissa — falei, observando a porta abrir lentamente. Ela entrou de mansinho.— Deu o horário do seu remédio — disse ela. Olhei para ela, incrédulo.— Sério! — falei, frustrado. Jurava que ela viria falar sobre nós, ou perguntar se eu estava chateado, sei lá. Minha cabeça andava pensando de menos, ou seria demais? Isso não importava; só sei que me frustrou ouvi-la falando sobre o remédio.— Sério por quê? Tem que tomar — ela falou, como se não percebesse o que eu queria.— Eu sei, mas não gosto.— Não tem que gostar, tá bom? É só colocar na boca, tomar água e pronto; não vai fazer mal nenhum.— Envenenou a água por eu te dar trabalho demais? — brinquei, e ela fez careta.— Você é igualzinho à Bárbara, hein. Pare com isso, beba logo — ela me entregou o remédio. Sou chato mesmo, mas acho uma frescura ter que ficar tomando remédio. E outra, es
BarbaraRicardo e eu decidimos ir a um bar para nos distrair. Ao chegar, notei que havia um show ao vivo, o que me agradou bastante. Sentamos em uma das mesas, e reconheci um dos músicos como um velho amigo. Para minha surpresa, avistei Lennon em outra mesa, acompanhado de uma mulher muito bonita. Ele nos viu, e acenei em cumprimento. Lennon se aproximou, sempre simpático e perfumado.— Bárbara, que surpresa — disse ele, beijando meu rosto.— Oi, Lennon. Surpresa estou eu; sempre venho aqui e não sabia que você também frequentava este lugar — respondi, enquanto ele olhava distraído para o palco.— Na verdade, é minha primeira vez aqui. Fui convidado pela minha prima, que veio passar uns dias em São Paulo e já esteve aqui muitas vezes — explicou, voltando-se para Ricardo, que ainda não conhecia.— Ah, meu Deus, que falta de educação a minha. Lennon, este é Ricardo, melhor amigo do meu irmão e meu amigo também. Ricardo, este é Lennon, ex-namorado da Mel. Acho que já ouviu falar do famos
RicardoCaramba, acho que não foi uma boa ideia trazer a Bárbara aqui. Ela está empolgada demais; tentei moderar seu consumo de bebidas, mas, sempre que a Alice me distrai, Bárbara já está com outra garrafa cheia na mão. Tenho uma reunião amanhã com a mãe dela, e Bárbara não quer ir embora de jeito nenhum. O que faço agora?— Nossa, gato, tô louca para beijar a sua boca. — Alice é insistente demais; quanto mais a rejeito, mais ela insiste.— Espera, Alice, quero falar com a Bárbara. — Digo, enquanto ela tenta beijar meu rosto. Além dela, tem outra que não lembro o nome.— Para com isso, Ricardo, está nos evitando a noite toda. — Essa é menos insistente, mas tenta sentar no meu colo.— Acho que vocês já beberam demais. Está na hora de irem embora também. — Digo a elas.— Vamos fazer um programinha a dois.— Não tô afim, Alice, você não faz meu tipo. — Sou direto, esperando que ela desista. Já tentou me beijar, e a outra sentou no meu colo. As pessoas devem estar nos olhando, pensando q