**Henry**Fiquei surpreso ao ver Melissa tão linda e me perguntando como ela ainda consegue me surpreender. Me senti um bob0 ao observá-la, e tenho certeza de que ela percebeu. Sempre soube que ela era a mulher mais bonita que já tive, mas ainda assim sua beleza me pega de surpresa. O que me frustra é que não posso mais tocá-la como antes, sentir seu perfume, beijá-la quando chegava do trabalho… Caralh0, o que eu fiz!Pedi para conversarmos, mesmo sabendo que era tarde demais, e ela percebeu que eu não queria que ela saísse. Reagiu mal, como era de se esperar. Não sei onde estava com a cabeça ao fazer esse pedido. No calor do momento, ao vê-la daquele jeito, linda, tudo o que eu queria era que ela ficasse. Mas é claro que ela não ia concordar. O jeito agora é me conformar.Quando ela saiu do quarto, fiquei ali, remoendo a cena. Aquilo não era roupa para um jantar. Pela roupa, sei que não vão só sair com a Bárbara, vão para uma balada. A revolta bateu com força — eu sei que estou errad
Meu pai me fazia enxergar meus erros, e agora eles pareciam ainda mais óbvios. Pensava em como tudo mudou entre mim e Melissa depois que assumi a empresa da família e ela abriu sua loja. Essas mudanças nos distanciaram, e eu só percebi o tamanho do estrago agora.— Eu nunca achei que isso fosse necessário, pai, mas agora vejo o tamanho do erro.— Filho, isso muda tudo em um relacionamento. Quando sentimos algo, precisamos dizer. Mulher gosta de ouvir que é amada. E agora, o que você pretende fazer?— Fui um trouxa, pai, imaturo demais. Espero que o tempo me ajude a dar um rumo para minha vida, porque estou totalmente sem direção, sem esperanças — respondi, desviando o assunto. Falar de sentimentos sempre me incomodou.— E o trabalho? Sua irmã me contou que você não tem ido. O que houve?— Ah, pai, não tenho cabeça para ficar na empresa, passar o dia inteiro com a Renata em cima de mim desanima qualquer um. E pensar que, se não fosse aquele maldito dia com a Renata, eu e Melissa talvez
MelissaEstava a caminho da balada com Bárbara. O tempo todo fui cantando, tentando entrar no clima, mas confesso que me sinto um tanto estranha. Não consigo ficar confortável com essa situação; deixar Mia em casa é muito difícil para mim. Sou muito apegada à minha menina. Normalmente, só a deixo para ir trabalhar, então, por esse motivo, estou me sentindo péssima por deixá-la para curtir uma balada. Bárbara ainda tenta me animar e me tranquilizar, dizendo que estou fazendo o certo, que preciso viver. Mas é difícil essa ideia entrar na minha cabeça.Quando chegamos à balada, o lugar estava super animado e lotado, com o som alto e pessoas dançando. Algumas mulheres até arriscavam dançar em pequenos palcos. De longe, reconheci uma delas, e a raiva subiu rápido: a exibida da Renata estava lá com outras duas, se mostrando. Era só o que faltava para começar a estragar a minha saída. Minha antipatia por essa mulher é grande, mas eu e Bárbara passamos por ela sem dar atenção, mesmo com os ol
— Eu sabia que tinha te visto, Melissa, estou muito feliz em te ver. — Lennon me abraçou apertado, e não vou negar que senti um certo desconforto com a situação. Ele me soltou, e pude olhar o rosto do meu ex-namorado de muitos anos atrás. Eu tinha 18 anos quando namoramos, e durou um bom tempo — foram quatro anos de namoro. Após algum tempo do nosso término, conheci Henry.— Lennon, que surpresa e que susto ao mesmo tempo. Faz anos que não te vejo — falei, ajeitando minha roupa.— Te vi de longe. Nunca pensei que fosse te reconhecer assim; antes de eu te alcançar, você entrou no banheiro, então fiquei esperando sua saída para ter certeza que era você.— Olha só, ainda estou reconhecível depois de quase quatro anos — brinquei com ele.— Está ainda mais linda! Caramba, como pode isso? — Fiquei super tímida, mas agradeci.— Ah, obrigada. Agora preciso de outra bebida — disse, olhando para minha garrafa no chão.— Vem, eu que derrubei, eu que pago — disse ele, segurando minha mão. Sorri,
MelissaAinda estávamos na balada, bebendo, dançando muito, curtindo e conversando. Eu e Lennon relembrávamos muitos episódios do nosso namoro, que terminou como um fracasso total. Foram quatro anos juntos, mas no último ano passávamos meses sem nos ver. Hoje vejo muita maturidade em nós, e é até bom relembrar e achar graça disso tudo, já que, quando nos separamos, não havia mais sentimentos envolvidos. Ficaram apenas boas lembranças. Espero que um dia eu e Henry possamos esquecer o que passou e nos darmos bem assim também, mas eu e Lennon demoramos três anos para nos reencontrar.Bárbara está nos "shipando" e já cansei de falar que não tem nada a ver, mas ela insiste que eu deveria ser igual a ela: beijar e depois seguir em frente. Ela coloca muita fé em mim, mas sou uma romântica fanática a ponto de ser meio boba. Já Bárbara, que não é boba, estava arrancando uns beijos de um gatinho que eu não conheço, mas logo o dispensou. Não estranhe, ela é assim mesmo e sempre foi.— Até agora
Eu via Henry na minha mente, seu sorriso enquanto acariciava minha barriga.— Vou cuidar de vocês, de você e da nossa princesa. Vocês são a minha vida, Melissa.— Te amo, amor. Obrigada por tudo. Você é o homem mais especial que eu poderia ter na minha vida. — Seus dedos acariciavam meu rosto, limpando as lágrimas que escorriam dos meus olhos. Eram lágrimas de felicidade ao descobrirmos que esperávamos uma menina.— Morro sem você, amor. Não existe vida sem você. — Henry beijou meus lábios com carinho…Abri os olhos e limpei a lágrima que caíra. Estou vendo que a bebida não é uma boa companheira para mim. Lennon e Bárbara não notaram; eles conversavam enquanto eu voltava a beber e cantarolar.“Eu rodei não sei quantos km, Pra correr da saudade da gente, Procurando algum canto no mundo, Pra te esquecer só um pouquinho. O problema é que cê veio junto…”Eu cantava, e Bárbara já parecia ter notado meu sofrimento.— Muda de música, Lennon, pelo amor de Deus! Tira essa mulher desse
HenryAcabei pegando no sono na cama da Melissa. Até estranhei, já que faz tempo que não durmo assim tão facilmente; ando com muita insônia e, muitas vezes, recorro à bebida para "apagar." Essa tem sido minha realidade desde que minha vida passou por uma mudança tão brusca.Mia já dorme a noite toda há tempos; ela é muito tranquila no conforto de casa, adora seu berço e aprendeu cedo a dormir bem. Nem à noite minha pequena dá trabalho. Acho que ela puxou a mãe, já que Melissa também é calma, ao contrário de mim, que sou ligado no 220.No meio da noite, ouvi um barulho de música. Sou assim, acordo fácil, já que meu sono anda leve. Olhei para o berço e vi que Mia dormia profundamente. Ainda deitado, olhei o celular: já eram 4h da manhã. Esfreguei os olhos.Levantei e fui até a janela do segundo andar, vendo uma caminhonete parada na porta de casa com a porta aberta e som alto. A raiva subiu. Nunca passamos por esse tipo de situação. Seria algum vizinho folgado? Fiquei tentado a descobri
MelissaAcordei cedo, como de costume, mas minha cabeça parecia que ia explodir. Nunca senti minha cabeça doer tanto. Suspirei e tentei me levantar da cama, mas o mundo girou.— Mandei muito mal. Não devia ter bebido tanto — murmurei, sentando na cama e notando que estava no meu quarto. Olhei ao redor, surpresa; mal sei como vim parar aqui.Agora é tarde para reclamar. O que foi feito, feito está, como diz minha mãe. Levantei e fui até o berço. Sorri ao ver minha pequena princesa, mexi em seus cabelos, e ela começou a acordar.Fui até o armário pegar uma troca de roupa. Não vou à loja hoje, então tratei de avisar minha gerente. Peguei o celular e, ao ligar a tela, vi que estava aberta em uma mensagem da Bárbara, mas não lembro de ter visto essa mensagem. Bem, quase não lembro de nada da noite passada, mas minha barriga reclamava de fome.Avisei a gerente e peguei minha roupa para tomar banho. Mia ainda se mexia no berço; ao me aproximar, passei a mão em seu rostinho, acordando-a de ve