Continuação...— Não fala assim, amiga, parece até que a Renata é mais importante para ele do que você. E ela não é. — Bárbara comentou, me fazendo rir.— Você é demais, Bárbara. Mas não dou duas semanas para eles assumirem que estão juntos. — Disse, expressando o que realmente penso. — Agora vamos nos arrumar, ou a gente não sai, né?— Claro que vamos. Esqueci minha roupa, mas vou buscar e já volto, ok?— Vai lá, estou te esperando. Seu pai passou aqui hoje e ficou um bom tempo.— Vou falar com ele sobre o Henry. Essa história de ele vir aqui todos os dias não está legal para você. — Ela falou, mexendo no meu cabelo.— Não fale nada. Só quero que a Mia não sofra com a ausência dele. Logo as coisas entram nos eixos.— Amiga, você está falando isso há três semanas e tudo continua igual ou até pior. Ele poderia vir em um horário em que você não esteja em casa. Caramba! É impossível superar quando ele aparece todos os dias. Vi no seu olhar que ele ainda mexe com você. — Bárbara disse, me
MelissaMe tranquei no quarto, tentando evitar qualquer desentendimento ou situação incômoda com Henry. Nossa convivência está longe de ser boa, e detesto admitir, mas eu mesma me coloco em situações que alimentam esperanças onde não devia. Esse meu jeito… Sou boba demais, ou melhor, bobona. Preciso aprender a usar esse coração que sempre busca ver o melhor de uma forma que não me prejudique tanto. Chega. A partir de agora, vou me cuidar, e ninguém mais me fará de idiota.Fui para o banho tentando lavar a mente junto com o corpo. Henry, com sua presença constante aqui, me deixa completamente travada. Sinto um impulso de estar longe, de evitá-lo em tudo, mas a vida real não facilita as coisas. Saí do banho e, enquanto me trocava e arrumava meu cabelo, me peguei pensando em mudar o visual. Fiz minha maquiagem com capricho — sempre fui apaixonada por maquiagem, uma das poucas coisas que ainda consigo aproveitar sem reservas. Terminei, e ao olhar no espelho, vi alguém confiante e poderosa
**Henry**Fiquei surpreso ao ver Melissa tão linda e me perguntando como ela ainda consegue me surpreender. Me senti um bob0 ao observá-la, e tenho certeza de que ela percebeu. Sempre soube que ela era a mulher mais bonita que já tive, mas ainda assim sua beleza me pega de surpresa. O que me frustra é que não posso mais tocá-la como antes, sentir seu perfume, beijá-la quando chegava do trabalho… Caralh0, o que eu fiz!Pedi para conversarmos, mesmo sabendo que era tarde demais, e ela percebeu que eu não queria que ela saísse. Reagiu mal, como era de se esperar. Não sei onde estava com a cabeça ao fazer esse pedido. No calor do momento, ao vê-la daquele jeito, linda, tudo o que eu queria era que ela ficasse. Mas é claro que ela não ia concordar. O jeito agora é me conformar.Quando ela saiu do quarto, fiquei ali, remoendo a cena. Aquilo não era roupa para um jantar. Pela roupa, sei que não vão só sair com a Bárbara, vão para uma balada. A revolta bateu com força — eu sei que estou errad
Meu pai me fazia enxergar meus erros, e agora eles pareciam ainda mais óbvios. Pensava em como tudo mudou entre mim e Melissa depois que assumi a empresa da família e ela abriu sua loja. Essas mudanças nos distanciaram, e eu só percebi o tamanho do estrago agora.— Eu nunca achei que isso fosse necessário, pai, mas agora vejo o tamanho do erro.— Filho, isso muda tudo em um relacionamento. Quando sentimos algo, precisamos dizer. Mulher gosta de ouvir que é amada. E agora, o que você pretende fazer?— Fui um trouxa, pai, imaturo demais. Espero que o tempo me ajude a dar um rumo para minha vida, porque estou totalmente sem direção, sem esperanças — respondi, desviando o assunto. Falar de sentimentos sempre me incomodou.— E o trabalho? Sua irmã me contou que você não tem ido. O que houve?— Ah, pai, não tenho cabeça para ficar na empresa, passar o dia inteiro com a Renata em cima de mim desanima qualquer um. E pensar que, se não fosse aquele maldito dia com a Renata, eu e Melissa talvez
MelissaEstava a caminho da balada com Bárbara. O tempo todo fui cantando, tentando entrar no clima, mas confesso que me sinto um tanto estranha. Não consigo ficar confortável com essa situação; deixar Mia em casa é muito difícil para mim. Sou muito apegada à minha menina. Normalmente, só a deixo para ir trabalhar, então, por esse motivo, estou me sentindo péssima por deixá-la para curtir uma balada. Bárbara ainda tenta me animar e me tranquilizar, dizendo que estou fazendo o certo, que preciso viver. Mas é difícil essa ideia entrar na minha cabeça.Quando chegamos à balada, o lugar estava super animado e lotado, com o som alto e pessoas dançando. Algumas mulheres até arriscavam dançar em pequenos palcos. De longe, reconheci uma delas, e a raiva subiu rápido: a exibida da Renata estava lá com outras duas, se mostrando. Era só o que faltava para começar a estragar a minha saída. Minha antipatia por essa mulher é grande, mas eu e Bárbara passamos por ela sem dar atenção, mesmo com os ol
— Eu sabia que tinha te visto, Melissa, estou muito feliz em te ver. — Lennon me abraçou apertado, e não vou negar que senti um certo desconforto com a situação. Ele me soltou, e pude olhar o rosto do meu ex-namorado de muitos anos atrás. Eu tinha 18 anos quando namoramos, e durou um bom tempo — foram quatro anos de namoro. Após algum tempo do nosso término, conheci Henry.— Lennon, que surpresa e que susto ao mesmo tempo. Faz anos que não te vejo — falei, ajeitando minha roupa.— Te vi de longe. Nunca pensei que fosse te reconhecer assim; antes de eu te alcançar, você entrou no banheiro, então fiquei esperando sua saída para ter certeza que era você.— Olha só, ainda estou reconhecível depois de quase quatro anos — brinquei com ele.— Está ainda mais linda! Caramba, como pode isso? — Fiquei super tímida, mas agradeci.— Ah, obrigada. Agora preciso de outra bebida — disse, olhando para minha garrafa no chão.— Vem, eu que derrubei, eu que pago — disse ele, segurando minha mão. Sorri,
MelissaAinda estávamos na balada, bebendo, dançando muito, curtindo e conversando. Eu e Lennon relembrávamos muitos episódios do nosso namoro, que terminou como um fracasso total. Foram quatro anos juntos, mas no último ano passávamos meses sem nos ver. Hoje vejo muita maturidade em nós, e é até bom relembrar e achar graça disso tudo, já que, quando nos separamos, não havia mais sentimentos envolvidos. Ficaram apenas boas lembranças. Espero que um dia eu e Henry possamos esquecer o que passou e nos darmos bem assim também, mas eu e Lennon demoramos três anos para nos reencontrar.Bárbara está nos "shipando" e já cansei de falar que não tem nada a ver, mas ela insiste que eu deveria ser igual a ela: beijar e depois seguir em frente. Ela coloca muita fé em mim, mas sou uma romântica fanática a ponto de ser meio boba. Já Bárbara, que não é boba, estava arrancando uns beijos de um gatinho que eu não conheço, mas logo o dispensou. Não estranhe, ela é assim mesmo e sempre foi.— Até agora
Eu via Henry na minha mente, seu sorriso enquanto acariciava minha barriga.— Vou cuidar de vocês, de você e da nossa princesa. Vocês são a minha vida, Melissa.— Te amo, amor. Obrigada por tudo. Você é o homem mais especial que eu poderia ter na minha vida. — Seus dedos acariciavam meu rosto, limpando as lágrimas que escorriam dos meus olhos. Eram lágrimas de felicidade ao descobrirmos que esperávamos uma menina.— Morro sem você, amor. Não existe vida sem você. — Henry beijou meus lábios com carinho…Abri os olhos e limpei a lágrima que caíra. Estou vendo que a bebida não é uma boa companheira para mim. Lennon e Bárbara não notaram; eles conversavam enquanto eu voltava a beber e cantarolar.“Eu rodei não sei quantos km, Pra correr da saudade da gente, Procurando algum canto no mundo, Pra te esquecer só um pouquinho. O problema é que cê veio junto…”Eu cantava, e Bárbara já parecia ter notado meu sofrimento.— Muda de música, Lennon, pelo amor de Deus! Tira essa mulher desse