Capítulo 9 Desgraças nunca vêm sozinhas
Ela sorriu amargamente, disse apenas um "tudo bem" e desligou o telefone.

Naquele momento, Eunice parecia uma mulher cheia de artimanhas. Diante dela, se mostrava solidária, a aconselhando a demonstrar seu valor. Mas agora, zombava dela na frente do marido, dizendo que ela estava ociosa. Quão imprevisíveis são os corações humanos.

Não era de admirar que ela tentasse a sondar falando de Vitor. Agora, ficava claro que era puro nervosismo. E, naquela noite, Vitor também a disse que havia muito não via Eunice.

A sensação de ter sido enganada a feria profundamente. Naquela cidade estranha, as duas pessoas em quem ela confiava plenamente e tratava com todo o coração a enganavam descaradamente. Ela nem sabia mais em quem poderia confiar.

Olhando fixamente para a janela, ela não hesitou em ligar para o celular de Vitor.

Como esperado, a resposta de Vitor foi a mesma de Eunice.

Tomada pela raiva, ela correu para o café, mas no exato momento em que entrou, o telefone tocou. Era a professora do jardim de infância, informando que Ivana havia caído do escorregador e foi levada ao hospital.

Ela ficou pálida de medo e rapidamente pegou um táxi para o jardim de infância. No carro, ligou para Vitor, avisando ele sobre o acidente da filha.

Os dois chegaram juntos ao Hospital Central e encontraram a filha na emergência. Ela chorava convulsivamente, coberta de suor. A dor no coração dela era como se estivesse sendo dilacerada, e rapidamente tomou a criança dos braços da professora, a abraçando fortemente, enquanto repreendia os professores por sua negligência.

Vitor, também pálido, perguntou ansiosamente ao médico sobre as lesões de Ivana. O médico explicou detalhadamente o diagnóstico, por sorte, a menina era pequena e flexível, e caiu em uma almofada de espuma. Havia um grande arranhão na testa e um leve trauma craniano. Ela precisaria ficar no hospital para observação, pois havia vomitado a caminho.

A professora responsável por Ivana, com os olhos vermelhos de choro, olhava constantemente para Vitor. O diretor do jardim de infância também estava lá, pedindo desculpas incessantemente.

Embora descontente, Vitor manteve sua compostura, questionando racionalmente sobre o incidente. O diretor explicou que a queda ocorreu na pequena plataforma do escorregador, onde um menino chamado Moisés a empurrou.

Ao ouvir isso, ela sentiu um arrepio de terror. A altura era de pelo menos um metro e meio.

- Como vocês cuidam das crianças? Nós, pais, confiamos tanto em vocês, entregamos nossos filhos a vocês, e é assim que vocês cuidam do meu filho? - Ela não aguentava mais e explodiu em um grito.

Seu estado deixou Vitor surpreso. Em todos esses anos, ela nunca havia se descontrolado tanto. Até Ivana, que estava em seus braços, se assustou e começou a chorar novamente.

Vitor rapidamente tentou a acalmar, enquanto o diretor do jardim de infância, com uma expressão culpada, corria para fazer os procedimentos de internação e acomodou a criança no quarto do hospital.

Assim que terminou, Eunice ligou perguntando onde ela estava. Ela ficou sem palavras. Como não saberia onde estava? Mesmo assim, contou a Eunice que Ivana havia caído e estava no hospital.

Pouco depois, Eunice chegou apressada ao quarto do hospital, ansiosa para saber sobre a condição de Ivana.

Vitor também estava lá e ambos pareciam calmos, mas ela notou uma comunicação sutil em seus olhares, especialmente em Vitor, que parecia um pouco nervoso.

Ela reprimiu seus sentimentos e fingiu ignorância, perguntando casualmente a Eunice:

- Você terminou a reunião tão cedo?

- Sim! Não era nada importante! - Eunice respondeu evasivamente e então perguntou. - Você me ligou por algum motivo?

- Não! Sou apenas uma desocupada. Foi Vitor quem disse que fazia tempo que não te via e eu pensei em almoçarmos juntos! - Ela falou, observando Eunice atentamente.

Como esperado, Eunice olhou rapidamente para Luiza e disse calmamente:

- Se quiserem almoçar juntos, quando Ivana estiver bem, eu convido vocês para um grande banquete! - Depois de falar, ela acariciou gentilmente a cabeça de Ivana e perguntou com voz suave. - Que tal, queridinha? Quando Ivana melhorar, ela decide. O que você quiser comer, eu compro!

Ivana, com os olhos brilhando de lágrimas, acenou tristemente com a cabeça, franzindo os lábios.

Neste momento, havia um grande inchaço em sua testa.

Luiza instintivamente afastou a mão de Eunice, pensando consigo mesma: “Ela realmente não tem boas intenções, posando como uma madrasta ideal. Já está tentando ganhar o favor da criança? Ainda não pensei em ceder meu lugar a você!”

Eunice pareceu perceber a distância de Luiza, ficando um pouco atordoada. Olhou para Luiza e perguntou suavemente:

- O que houve?
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