A voz era estranha, parecia estar puxando algo, ou algo assim...Ela estava prestes a sair do cubículo do banheiro, quando ouviu a voz de um homem:- Minha querida, finalmente te encontrei, estava morrendo de saudades!Ela ficou surpresa, aquela voz era claramente a de Amadeu e rapidamente recuou a mão que estava prestes a abrir a porta."Parece que Amadeu é realmente audacioso. Sua esposa é uma garota tão decente, não esperava que ele também tivesse um caso. Parece que nenhum homem é confiável."- Menos, você sente minha falta? Você não tem outra paixão agora? - Uma mulher disse com um tom ácido. - Olha só para você, tão carinhoso na entrada do restaurante. Por que não é assim comigo? Você disse que sou importante para você! Bobagem, não vi nada disso, você só sabe falar!- Isso é loucura, só você me atrai. - Ela ouviu sons de movimento. - Seja boazinha, deixa eu te beijar, estou com muita saudade.As palavras ousadas de Amadeu a fizeram corar e seu coração acelerar.- Aquela era minh
Joyce estava um pouco relutante em ouvir o que Luiza dizia e falou descontente:- Cunhada! Você não sabe dar valor à boa vida que tem. Você sabe como o meu irmão é com você, não sabe? Ser uma dona de casa em tempo integral, confortável e relaxada, não é tudo graças ao meu irmão trabalhando duro lá fora? O que te dá o direito de ser tão exigente e autoritária?Luiza olhou friamente para Joyce:- O quê? Está doendo ouvir falar do seu irmão? Desde quando você tem que se meter no que eu e seu irmão conversamos?Joyce revirou os olhos.- Eu...- Eu o quê? Qual o problema em ser uma dona de casa em tempo integral? - Ela interrompeu Joyce bruscamente. - Parece que você tem algum problema com isso, não é? Não é à toa que você fez questão de ir à Mansão Kam Fai para experimentar ser a Sra. Barreto. Foi bom, não foi?O olhar de Luiza era penetrante e desafiador, como se ela tivesse sido muito complacente no passado, permitindo que Joyce a visse como uma mulher fácil de manipular.- Seu irmão con
Antes mesmo de chegar em casa, Ivana já havia adormecido.Depois de estacionar o carro, Vitor pegou a filha e a levou no colo até o seu pequeno quarto.Com a criança devidamente acomodada, ele se preparava para tomar um banho.O celular de Vitor tocava sem parar, ele dava uma olhada e desligava, parecendo inquieto. Luiza sabia muito bem que ele não atenderia na frente dela.Pegando um pijama e levando o telefone consigo, Luiza foi ao banheiro, abriu o chuveiro e, em seguida, deixou a porta do banheiro entreaberta, atenta aos sons do lado de fora. Como esperado, ela ouviu Vitor falando em voz baixa ao telefone.Luiza ligou para Eunice, mas a linha estava ocupada.Sem dúvida, Vitor estava falando com ela. Luiza estava tão irritada que tremia.Ela tomou um banho rápido e saiu do banheiro. Vitor, ao ouvir o barulho, desligou o telefone rapidamente e voltou da varanda, tentando parecer despreocupado:- Amor, você terminou o banho?Ele sorriu falsamente, pegou a toalha das mãos dela e começo
Ambos se assustaram e os olhos de Vitor se estreitaram subitamente, enquanto os de Luiza se tornaram mais incisivos, o olhando de forma agressiva, ela disse, sem dúvida:- Atenda o telefone! - O corpo de Vitor ficou rígido, preso no lugar. - Vitor, se você tem um pingo de consciência, atenda este telefone na minha frente, vou te dar mais uma chance!Luiza olhou para ele, abraçando a criança que ainda chorava, endireitando a espinha:- Eu sempre pensei que mesmo que todos os homens do mundo traiam, meu Vitor não faria isso, mas você me decepcionou.Luiza finalmente gritou a frase que menos queria enfrentar, nunca imaginou que entre eles surgiria a palavra traição.Assim que Luiza falou, suas lágrimas caíram como chuva, se misturando ao choro da criança, representando uma tristeza e desolação infinitas.Sob a ameaça dela, Vitor lentamente tirou o telefone. O toque do telefone soava mais claro e estridente, totalmente discordante do clima atual.Luiza olhava para Vitor, ele parado lá, olh
Ela olhou para o telefone que não parava de tocar, sem saber como descrever seus sentimentos. O momento era incrivelmente preciso. Vitor havia acabado de sair e o telefone começou a tocar. Não precisava nem dizer, era certamente Vitor relatando a situação assim que saiu.Luiza atendeu o telefone com calma:- Hum! Eunice!- O que você está fazendo? Ivana já melhorou? - A voz de Eunice soava alegre, como se estivesse de bom humor.Ela pensou com amargura: "Claro! Como ela poderia estar mal? Com a confusão entre mim e Vitor, ela só tinha a ganhar."- Você também está livre hoje? Ligando para mim logo cedo! - Luiza respondeu com um tom irônico.- Eu não sou uma máquina, também preciso recarregar e me lubrificar! - Ela riu. - Quer tomar um café comigo?- Ivana ainda está em casa, estou brincando com ela aqui! - Respondeu Luiza, despreocupada.- Ótimo, traga ela para eu brincarmos um pouco. Na última vez, você estava tão irritada que eu nem ousei ficar muito. - Eunice brincou com Luiza.Luiz
Ao terminar a volta completa pela casa, Luiza se sentiu um pouco desapontada, pois não encontrou nem um par de chinelos masculinos na casa de Eunice.Luiza suspeitava se Eunice havia arrumado tudo antes, já que ela chegou duas horas atrasada para as buscar, tempo suficiente para Eunice esconder qualquer coisa.Era realmente um esforço cuidadoso.Talvez percebendo que Luiza estava distraída, Eunice pegou vários petiscos para Ivana e ligou a TV de tela grande, colocando um desenho animado para ela. Depois, se sentou ao lado de Luiza, a examinando atentamente, fazendo com que Luiza se sentisse desconfortável.Eunice colocou a mão sobre a de Luiza, acariciando o dorso de sua mão.- Fale! - Incentivou.Luiza, nervosa, olhou para ela e retirou a mão, dizendo com cautela:- Falar o quê?- Fale o que está no seu coração. - Disse Eunice gentilmente, como se a estivesse induzindo.Luiza sorriu friamente por dentro, encarando Eunice com um tom igualmente frio:- O que eu teria para falar? Ao que
Ela estava incrédula, as chaves que segurava lado a lado simplesmente não combinavam. Ela começou a se questionar, como poderiam ser diferentes? Será que ela havia injustiçado Eunice? Ou será que aquela mulher não era ela e as chaves de Vitor escondiam algum segredo?Esse resultado a pegou de surpresa, ela não sabia se deveria se sentir aliviada ou frustrada.Luiza estava atônita, sentindo uma estranha sensação de alguém se aproximando. Ela se virou abruptamente, levando um susto ao ver Eunice parada atrás dela, com um semblante tranquilo.- Você encontrou a resposta? - Perguntou Eunice, com um tom sereno, como uma sábia manipuladora dos bastidores.Luiza, com os lábios tremendo, olhou para Eunice, sentindo que não conseguia mais a entender, e claro, estava embaraçada por ter sido descoberta. Ela se endireitou, a encarando com olhos ferozes.- Eunice, o que você está tentando dizer? Por que você me enganou? Qual é a sua verdadeira relação com Vitor?A calma de Eunice pegou Luiza despre
Ela balançou a cabeça.- As imagens da câmera de vigilância que consegui estão muito turvas, não dá para ver o rosto da mulher. - Ela estava abraçada por Vitor, que a cobria com seu corpo.- Você tem o vídeo agora? - Perguntou Luiza.Eunice pegou o celular e enviou a ela um vídeo de vigilância. Naquela noite, as ruas estavam cheias de gente. A figura de Vitor apareceu no vídeo apenas por um instante, usando o sobretudo que Luiza tinha passado para ele. Sua alta estatura era notável, abraçando uma mulher com uma blusa rosa, cujo rosto estava oculto pelo seu grande corpo.Ela ampliou a imagem, mas ainda assim não conseguiu ver o rosto da mulher. Por baixo do sobretudo de Vitor, ele usava uma camisa branca com gravata.- Ele realmente é ardiloso e calculista! - Disse Luiza, com lágrimas turvando seus olhos.Eunice, em silêncio, se aproximou e se sentou ao seu lado, a abraçando pelos ombros. Luiza, com o celular na mão, chorava inconsolavelmente e disse:- Naquela noite, eu o vi pela live