Ambos se assustaram e os olhos de Vitor se estreitaram subitamente, enquanto os de Luiza se tornaram mais incisivos, o olhando de forma agressiva, ela disse, sem dúvida:- Atenda o telefone! - O corpo de Vitor ficou rígido, preso no lugar. - Vitor, se você tem um pingo de consciência, atenda este telefone na minha frente, vou te dar mais uma chance!Luiza olhou para ele, abraçando a criança que ainda chorava, endireitando a espinha:- Eu sempre pensei que mesmo que todos os homens do mundo traiam, meu Vitor não faria isso, mas você me decepcionou.Luiza finalmente gritou a frase que menos queria enfrentar, nunca imaginou que entre eles surgiria a palavra traição.Assim que Luiza falou, suas lágrimas caíram como chuva, se misturando ao choro da criança, representando uma tristeza e desolação infinitas.Sob a ameaça dela, Vitor lentamente tirou o telefone. O toque do telefone soava mais claro e estridente, totalmente discordante do clima atual.Luiza olhava para Vitor, ele parado lá, olh
Ela olhou para o telefone que não parava de tocar, sem saber como descrever seus sentimentos. O momento era incrivelmente preciso. Vitor havia acabado de sair e o telefone começou a tocar. Não precisava nem dizer, era certamente Vitor relatando a situação assim que saiu.Luiza atendeu o telefone com calma:- Hum! Eunice!- O que você está fazendo? Ivana já melhorou? - A voz de Eunice soava alegre, como se estivesse de bom humor.Ela pensou com amargura: "Claro! Como ela poderia estar mal? Com a confusão entre mim e Vitor, ela só tinha a ganhar."- Você também está livre hoje? Ligando para mim logo cedo! - Luiza respondeu com um tom irônico.- Eu não sou uma máquina, também preciso recarregar e me lubrificar! - Ela riu. - Quer tomar um café comigo?- Ivana ainda está em casa, estou brincando com ela aqui! - Respondeu Luiza, despreocupada.- Ótimo, traga ela para eu brincarmos um pouco. Na última vez, você estava tão irritada que eu nem ousei ficar muito. - Eunice brincou com Luiza.Luiz
Ao terminar a volta completa pela casa, Luiza se sentiu um pouco desapontada, pois não encontrou nem um par de chinelos masculinos na casa de Eunice.Luiza suspeitava se Eunice havia arrumado tudo antes, já que ela chegou duas horas atrasada para as buscar, tempo suficiente para Eunice esconder qualquer coisa.Era realmente um esforço cuidadoso.Talvez percebendo que Luiza estava distraída, Eunice pegou vários petiscos para Ivana e ligou a TV de tela grande, colocando um desenho animado para ela. Depois, se sentou ao lado de Luiza, a examinando atentamente, fazendo com que Luiza se sentisse desconfortável.Eunice colocou a mão sobre a de Luiza, acariciando o dorso de sua mão.- Fale! - Incentivou.Luiza, nervosa, olhou para ela e retirou a mão, dizendo com cautela:- Falar o quê?- Fale o que está no seu coração. - Disse Eunice gentilmente, como se a estivesse induzindo.Luiza sorriu friamente por dentro, encarando Eunice com um tom igualmente frio:- O que eu teria para falar? Ao que
Ela estava incrédula, as chaves que segurava lado a lado simplesmente não combinavam. Ela começou a se questionar, como poderiam ser diferentes? Será que ela havia injustiçado Eunice? Ou será que aquela mulher não era ela e as chaves de Vitor escondiam algum segredo?Esse resultado a pegou de surpresa, ela não sabia se deveria se sentir aliviada ou frustrada.Luiza estava atônita, sentindo uma estranha sensação de alguém se aproximando. Ela se virou abruptamente, levando um susto ao ver Eunice parada atrás dela, com um semblante tranquilo.- Você encontrou a resposta? - Perguntou Eunice, com um tom sereno, como uma sábia manipuladora dos bastidores.Luiza, com os lábios tremendo, olhou para Eunice, sentindo que não conseguia mais a entender, e claro, estava embaraçada por ter sido descoberta. Ela se endireitou, a encarando com olhos ferozes.- Eunice, o que você está tentando dizer? Por que você me enganou? Qual é a sua verdadeira relação com Vitor?A calma de Eunice pegou Luiza despre
Ela balançou a cabeça.- As imagens da câmera de vigilância que consegui estão muito turvas, não dá para ver o rosto da mulher. - Ela estava abraçada por Vitor, que a cobria com seu corpo.- Você tem o vídeo agora? - Perguntou Luiza.Eunice pegou o celular e enviou a ela um vídeo de vigilância. Naquela noite, as ruas estavam cheias de gente. A figura de Vitor apareceu no vídeo apenas por um instante, usando o sobretudo que Luiza tinha passado para ele. Sua alta estatura era notável, abraçando uma mulher com uma blusa rosa, cujo rosto estava oculto pelo seu grande corpo.Ela ampliou a imagem, mas ainda assim não conseguiu ver o rosto da mulher. Por baixo do sobretudo de Vitor, ele usava uma camisa branca com gravata.- Ele realmente é ardiloso e calculista! - Disse Luiza, com lágrimas turvando seus olhos.Eunice, em silêncio, se aproximou e se sentou ao seu lado, a abraçando pelos ombros. Luiza, com o celular na mão, chorava inconsolavelmente e disse:- Naquela noite, eu o vi pela live
De fato, Vitor retornou rapidamente ao escritório e, ao ver ela sorrindo serenamente, perguntou diretamente:- Amadeu te ligou? Onde você foi tão cedo?- Sim, ele me ligou dizendo que você viria trabalhar. Fiquei surpreso, você não mencionou nada ontem à noite. - Ele tirou o casaco, o pendurou e então olhou para ela. - Aproveitei para dar uma olhada em um canteiro de obras.- Foi uma decisão de última hora. Hoje levei Ivana à creche e de repente senti que tinha tempo livre!Ele se aproximou, se sentou ao lado dela e a observou:- No caminho de volta, pensei que, se você realmente quer trabalhar, deveria ir para o escritório de administração. Acho que seria perfeito para você: horários flexíveis, sem pressão. Além disso, seria bom ter alguém cuidando dos nossos assuntos pessoais.- Não, eu quero ir para o departamento de marketing. Acho que é o lugar onde me encaixo melhor! - Ela rejeitou sua sugestão e expressou sua própria opinião, parecendo um pouco teimosa.Ela entendeu claramente a
Ela discou o número e uma voz mecânica a informou que o telefone estava desligado. De repente, ela se agachou no chão, querendo chorar mas sem lágrimas. No entanto, pensando na filha, que ainda não sabia o que estava acontecendo, ela se levantou com esforço, retirou o cartão e correu de volta, com as pernas fracas.Voltando ao saguão, ela tentou ligar para Eunice, mas o telefone também estava desligado. Ela estava tão ansiosa que começou a andar em círculos. "Por que todos os telefones estão desligados agora?" Ela se sentia desesperada, sem ninguém para recorrer, então decidiu ligar para a família Barreto. Já era mais de uma da madrugada e ela estava preocupada em acordar os idosos.Como esperado, ao atender, a voz de sua sogra soou alarmada:- Luiza, o que aconteceu? É tão tarde, o que houve?Ao ouvir sua pergunta, Luiza sentiu uma dificuldade enorme em falar. Ela explicou, pedindo desculpas, que Ivana estava com febre alta no hospital e que ela não tinha dinheiro. Os idosos desligara
Ela ficou perplexa por um momento, mas logo recuperou o espírito. Sim, ela não podia perder tudo assim, sem mais nem menos, perder o que deveria ser dela. Mesmo que ela lutasse e ainda assim perdesse, não teria mais arrependimentos.O telefone já não tocava mais.Olhando fixamente para os olhos calmos e determinados de Eunice, ela começou a se acalmar gradualmente e sua mente também ficou mais clara.- Eu entendi! - Luiza enxugou o rosto e falou para Eunice. - Estou grata por ter alguém lúcido ao meu lado neste momento, sempre me lembrando do que devo fazer.Quando o telefone tocou novamente, ela já tinha controlado todas as suas emoções. Eunice te passou o telefone com um aceno de cabeça muito sério.- Você consegue!Ela respirou fundo, pegou o telefone e deslizou a tela com calma:- Alô! Marido! Você finalmente ligou. Eu queria perguntar, onde está o dinheiro da nossa conta? Ivana pegou pneumonia aguda, tivemos que vir ao hospital no meio da noite, mas eu não tinha dinheiro. Usei o c