Quando cheguei ao hospital, vi que havia policiais por toda parte do lado de fora do quarto. Dei um suspiro de desprezo e, em pensamento, xinguei: “Que vergonha! Nunca vi alguém chamar tanta atenção sem estar na prisão.”Assim que me aproximei da porta, o Advogado Abílio saiu de dentro.- Como está?- Está melhor agora! Deram a ele um calmante! - Disse o Advogado Abílio.- Está acordado ou dormindo? - Perguntei, pensando que ele estaria dormindo por causa do calmante.O Advogado Abílio sussurrou: - Deram uma dose pequena, então ele está acordado agora, mas mais calmo.Ao ouvir isso, entrei no quarto.Havia dois policiais lá dentro, sempre de olho nele. Quando abri a porta, Vitor, com o rosto pálido, se virou para mim. No momento em que me viu, ele desabou.Chorava como uma criança.Me aproximei dele, o olhando de cima, e só depois de um tempo falei: - O quê? Realmente não quer mais viver?Na verdade, ao ver ele chorar, para ser honesta, também me senti muito triste. As pessoas eram r
Eu não sabia se ele havia realmente entendido minhas palavras ou se havia sido atingido pelo peso delas, mas, de repente, ele parou de chorar e mergulhou em um silêncio pensativo.Ao ver Vitor daquele jeito, fiquei assustada.Será que eu fui dura demais?Com tantos golpes consecutivos, realmente era uma calamidade para ele.Embora suas ações fossem irritantes, naquele momento ele parecia vulnerável.Respirei fundo e observei sua postura e emoções.Num instante, ele olhou para mim, com o rosto pálido e sem cor, parecendo muito mais velho. Cheguei até a duvidar se aquele ainda era o Vitor que eu conhecia, que costumava ser tão vibrante e confiante.Naquele momento, diante de mim, ele parecia resignado e desamparado, como se a noite estivesse prestes a cair.- Luiza, eu ainda posso limpar meu nome, não é? Os projetos que eu supervisionei, eu juro que não houve nenhum corte de custos, mas aquele na Cidade F, eu realmente não sei, foi a Catarina que armou!Suas emoções se acalmaram e seus p
Ele me chamou urgentemente: - Luiza, estou com saudades da Ivana!Aquela frase me deixou ao mesmo tempo triste e irritada.Me virei lentamente, olhando para Vitor na cama. - Então você precisa agir como um homem. Suas ações passadas já tiveram um grande impacto na criança. Ela foi ridicularizada e agredida na escola, e suas feridas ainda não cicatrizaram! Pense no que você trouxe para ela!Fiz uma pausa antes de continuar:- Se você não quer que ela viva sob essa sombra negativa, precisa se comportar como um ser humano, para que um dia ela possa se orgulhar de você! Tudo depende do seu esforço!Depois de falar, olhei para Daniel, que esteve ao meu lado o tempo todo. Naquele momento, eu estava realmente emocionada. Era ele quem sustentava todo o nosso mundo, o meu e o da Ivana.- Daniel, vamos embora. - Murmurei suavemente.Daniel assentiu com a cabeça e segurou minha mão enquanto saímos juntos. Ouvi um soluço vindo de trás de nós, seguido por um choro alto e desesperado.Os dois poli
Ouvi as palavras de Liz e assenti seriamente. Sabia que apenas alguém que realmente se preocupava comigo poderia falar assim.- Eu entendo. Depois de ajudar ele a limpar seu nome desta vez, estou saindo de cena completamente. Eu disse a ele agora pouco para parar de me moralizar. Não tenho mais a responsabilidade ou o dever de sempre defender ele! Decidi por mim mesma que, seja como mãe da nossa filha ou como esposa dele, é o fim da linha para mim.Liz me olhou com seriedade e disse: - Isso mesmo! Se lembre disso! Não importa quanto você se sacrifique, algumas coisas devem ser reservadas para pessoas que merecem! E quanto ao Vitor... - Liz fez uma careta e balançou a cabeça. - Não vale a pena! Ele não merece! Ele e Daniel são completamente diferentes, não há comparação, não importa em termos de economia ou posição social, apenas em termos de caráter, ele já perdeu feio! Se você começar a sentir pena de novo, se lembre das coisas terríveis que ele fez com você antes.Sorri sem dizer na
No dia em que Liz recebeu alta, fui a buscar no hospital e, por acaso, encontramos Catarina no saguão.Liz sussurrou para mim: - Como ela consegue estar em todo lugar?Eu dei um sorriso indiferente. - Pedi ao Hugo para investigar. Catarina sempre vem ao hospital porque seu pai está internado aqui, dizem que é por causa de câncer de reto.Liz resmungou desdenhosamente: - É tudo por causa de se envolver em coisas que só trazem desgraça às pessoas!Quando Catarina nos viu saindo juntas, rindo e conversando, nos lançou um olhar enviesado e sarcástico, dizendo: - Não esperava que saíssem tão rápido. Cuidado para não terem que voltar logo.Respondi com um resmungo de desprezo: - Quem planta vento, colhe tempestade. Se ousar fazer algo novamente, não terá tanta sorte!Ela parou, me olhando arrogantemente, transformando a batalha velada em um confronto direto. - Luiza, não se exalte demais. É melhor deixar uma saída para si mesma.Liz sempre a ignorava, mas dessa vez não conseguiu se con
Eu dei um passo à frente, ainda a observando atentamente. - Ameaçar você? Sinceramente, não me rebaixaria a isso! Apenas não suporto essa sua atitude!Ela me olhou furiosa. - Você acha que tem tanta sorte? Ou que o Daniel realmente pode te proteger?Olhei nos seus olhos, rindo desdenhosamente. - Pelo menos, ele está me protegendo muito bem agora! Qualquer um que tentar me machucar sofrerá as consequências! Já vimos mais de um exemplo disso! E não me importo se você quiser tentar, afinal, se não for para o inferno, quem vai? - Eu sorri maliciosamente. - Sua experiência não sustenta sua ambição, e você tem feito muitas coisas erradas. Seu fim está próximo!Minhas palavras a enfureceram, e ela levantou a mão para me bater...No entanto, era uma pena que ela fosse mais baixa do que eu, e eu já estava preparada. Quando ela tentou me dar um tapa, eu a bloqueei rapidamente e então revidi com força, dando a ela um tapa forte.Não sei se ela sentiu dor, mas minha mão ficou dormente!Depois d
Eu olhei para Luís com muita desculpa e disse baixinho: - Desculpe, Sr. Luís. Não fique chateado com ela. Ela foi insultada há pouco tempo. Não é de se admirar que esteja com raiva!Luís assentiu desanimado, ainda olhando na direção em que o carro de Liz havia partido. - Não se preocupe, a culpa é minha. Obrigado por cuidar dela durante esse tempo.Forcei um sorriso. - Não precisa me agradecer. Afinal, ela se machucou por minha causa. Vou voltar para a empresa agora.Durante toda a conversa, os olhos de Luís permaneceram fixos no carro que se afastava, revelando tristeza em seu rosto.Depois que Amanda e eu entramos no carro, ela me disse: - Essa Liz realmente não tem consideração. Mesmo que não goste, o Sr. Luís é um dos maiores na Cidade J. Todo mundo deveria mostrar respeito, mas ela? Não demonstra nenhum respeito!Suspirei levemente. - Água derramada não se recupera.Amanda suspirou também. - Dá para ver que Luís ainda se importa muito com Liz.- Quanto mais ele se importa, m
Lúcia disse isso com uma expressão intrigante, olhando para mim com um sorriso ambíguo. Eu sabia exatamente o que ela estava fazendo, começando a jogar seus jogos mentais comigo. Conhecia bem o seu interior, apesar do sorriso brilhante, suas palavras doces escondiam amarguras. Suspeitava que seus verdadeiros motivos não fossem tão simples. Não acreditava que tinha vindo até ali apenas por coincidência para me visitar, afinal, não tínhamos uma amizade tão profunda. Ela falava como se fôssemos boas amigas brincando, mas também como um desafio entre rivais, mais ainda como alguém se deleitando com os infortúnios alheios!Eu, por outro lado, fingi que não percebia, afinal, Lúcia não era uma pessoa boa, certamente não era minha amiga!Peguei a xícara de café, dei um gole calmamente e, de maneira leve, perguntei: - Então, Srta. Lúcia, de onde veio essa informação?Minha calma a deixou um tanto desconcertada, mas eu não dei a ela brechas. Ela estava claramente frustrada!Na superfície, el