Encontrei Liz e entrei no carro dela, nós duas pegamos fomos juntas em um carro.Quando saímos, o céu estava ainda mais sombrio, como o fundo de uma panela preta, com apenas uma pequena fenda branca no horizonte. Era uma sensação sufocante e assustadora.- Maldito tempo, parece que vai chover muito! Nós realmente demos azar, por que escolhemos um dia desses? - Liz dirigia enquanto olhava para o céu assustador e sombrio. - Mas faz tanto tempo que não chove!Olhando para as nuvens escuras se movendo, brinquei meio sério: - Quando eu era criança, tinha muito medo desse tipo de tempo! Sempre sonhava com um céu preto como carvão, com apenas uma fenda de luz, como se fosse uma rachadura. Sempre acordava assustada, e minha mãe... Quando Liz ouviu o que eu disse, olhou para mim de forma estranha. Fiquei um pouco confusa e perguntei: - O que foi?Ela me olhou com mais atenção e perguntou: - Quando você era criança?Respondi vagamente, balançando a cabeça: - Sim...Mas quando terminei de re
O vento e a chuva nos pegaram de surpresa assim que deixamos os limites da Cidade J. Uma tempestade desabou sobre nós como se fossem baldes de água. Mesmo prevendo a chuva, não esperávamos que chegasse tão rápido.- Liz, meu Deus, está muito forte, não acha?Liz dirigia com muito cuidado, esticando o pescoço para ver a estrada à frente, mas não conseguia enxergar muito longe. O limpador de para-brisa estava funcionando sem parar, mas a chuva era tão forte que não fazia muita diferença.- E se procurássemos um lugar seguro para parar e esperar um pouco? Essa chuva não deve durar muito! - Sugeri a Liz, enquanto olhava para fora, sentindo minhas pálpebras piscarem incessantemente, me deixando agitada sem motivo aparente.- O pior agora, na nossa posição, é um deslizamento de terra! Além disso, quem sabe quanto tempo essa chuva vai durar? Olha só como o céu está escuro e pesado. Tenho medo de que, quanto mais esperarmos, pior vai ficar. Se houver um deslizamento, será ainda mais perigoso.
No momento em que agarrei a mão da Liz, ela se lançou sobre mim com toda sua força. Meu corpo se inclinou descontroladamente para o lado esquerdo. Me senti tudo girar ao meu redor enquanto Liz me abraçava firmemente. O carro virou violentamente, e nossos gritos foram abafados por um som horrível e ensurdecedor...Parecia que finalmente tudo parou, experimentei uma breve sensação de tontura, como se tivesse perdido a consciência.Não sabia quando, mas de repente me vi sendo despertada por água gelada. De repente, minha mente se recuperou, recobrei a consciência, sentindo uma dor aguda latejando em meu braço.- Liz!Minha voz era fraca, meu corpo ainda estava sendo segurado por Liz, que estava sob mim, mas ela não soltava a minha mão.- Liz... - Eu chamei novamente, sem resposta. Havia um leve cheiro de sangue no ar, misturado com o cheiro da chuva e o amargor das plantas.- Liz, como você está? Liz...Eu tentei ajustar meu corpo para olhar debaixo de mim, onde Liz estava presa.De repe
Um grito terrível ecoou pelo ar, e eu me ergui bruscamente, sentindo um braço me envolver. - Luiza, não tenha medo...Ofegante, abri os olhos abruptamente, encarando os traços delicados diante de mim. Com o coração ainda palpitando, olhei para ele com uma expressão assustada, murmurando: - Daniel... Eu... Fomos atingidos por um carro, e fui arremessada para fora, através do vidro...Seus olhos se fixaram firmemente em mim. - Luiza, você lembrou de alguma coisa, não lembrou?Fiquei atônita, sem saber como responder, pois, o que acabou de acontecer parecia apenas um sonho.- Não tenha medo, tudo já passou, olhe! - Daniel me consolou suavemente.Olhei em volta, ainda atordoada, então lembrei de Liz, que estava sob mim. Instintivamente, olhei para a cama ao meu lado e, como se fosse despertar de um transe, exclamei: - Liz, onde está a Liz?Daniel bateu levemente em minhas costas e sussurrou em meu ouvido: - Ela ainda está sendo socorrida!Senti um calafrio percorrer meu corpo. - Soco
- Sr. Daniel, a pessoa já foi resgatada. Ela teve as costelas fraturadas, o baço foi removido devido a uma ruptura, ela sofreu uma concussão e ainda está inconsciente, precisando de observação contínua.Essa notícia me atingiu como um choque elétrico. Como ela poderia estar tão gravemente ferida? Era como se tivéssemos acabado de salvar uma vida por um triz.- Doutor, ela ainda está em perigo? - Luís tremia ao falar.- Em breve, a paciente será transferida para a UTI, onde continuará a ser monitorada. Se, dentro de 24 horas, seus sinais vitais e outros dados estiverem normais e ela recobrar a consciência, poderá ser transferida de volta para o quarto comum.Após as instruções do médico, ele voltou para a sala de emergência.Meu corpo involuntariamente tremeu. Murmurei: - Tudo isso por minha causa! Se não fosse por mim, ela não teria se ferido tão gravemente!Eunice rapidamente me consolou: - Luiza, não se culpe tanto. Vamos ver ela na UTI mais tarde!Quarenta e oito horas depois, Liz
Eu terminei de falar, olhei para ela com um sorriso radiante e examinei seu rosto com concentração.Seu rosto empalideceu por um instante, mas voltou ao normal em um piscar de olhos. Ainda sorrindo, ela me lembrou: - Você tem que dirigir com cuidado!Ela realmente era audaciosa. Apenas essa sutil mudança era suficiente para explicar tudo.Semicerrei os olhos e tranquilamente respondi: - Obrigada! Graças às suas palavras de sorte, tenho sorte!Então, dei um passo para fora e fui diretamente ao carro, dizendo ao motorista: - Vamos para empresa!Desde que me machuquei, Daniel não me permitia dirigir, então ele providenciou um motorista para mim.Enquanto pensava an razão por qual ela veio ao hospital, peguei meu celular e liguei para Hugo, o instruindo: - Descubra por que a Catarina veio ao hospital.Antes mesmo de encerrar a ligação, recebi outra ligação no meu celular, era Isabela.- Onde você está?- No caminho de volta para a empresa!- É urgente?- Sim! Preciso resolver algumas c
- Filho de peixe, peixinho é! Se a mãe dele é assim, o que será dele no futuro? - Comentei de leve. Internamente, eu ponderava sobre como esse pequeno, ao crescer, se desenvolveria.Se ele tivesse alguém bom para cuidar dele, poderia se tornar uma criança boa. Mas se não recebesse uma boa orientação, poderia se desajustar.Enquanto eu pensava, a mãozinha dele agarrou meu cabelo e ele tentou o colocar na boca.- Luiza, e se o Vitor não quiser ficar com ele no futuro, o que faremos? Esse menino é tão indefeso! Depois de cuidar dele esses dias, até me apeguei. Afinal, ele é uma vida! - Natalia olhou para mim, preocupada. - Mas... Eu...Na verdade, eu entendia completamente o que Natalia queria dizer. Mesmo que ela gostasse muito dele, não poderia o manter consigo, afinal, a origem desse garoto ainda era um mistério.- Não se preocupe tanto, aguente mais alguns dias. Vou pensar em uma maneira de fazer a polícia investigar e encontrar o pai biológico dele! É melhor para ele conhecer suas o
Sua resposta me deixou perplexo. Olhei para Isabela com suspeita e perguntei, hesitante: - Sobre... Mim?- Sim! - Seu olhar profundo me analisou.- O que está acontecendo? - Perguntei seriamente para Isabela. Pela expressão dela, eu podia perceber que a notícia sobre mim provavelmente era séria.Ela desviou o olhar e não respondeu diretamente à minha pergunta, parecendo perdida em pensamentos. - Afinal, o que está acontecendo? Em relação a mim? Por que é tão complicado? Olhei para Isabela com perplexidade, lançando três perguntas de uma vez, e ela pareceu preocupada.- Não é que seja complicado, é que... Tudo isso é um pouco estranho!Ela parecia bastante hesitante, e eu nunca tinha visto Isabela tão cautelosa por causa de algo assim.- Você não tinha decidida se deveria me contar antes de me chamar? - Eu a encarei seriamente.- Claro que não! - Isabela revirou os olhos. - Foi enquanto discutíamos um negócio... Descobrimos isso! Dê uma olhada primeiro! - Isabela entregou seu celular