— Você estava na família Barbosa? — Michele ficou surpresa. — Eu não sabia, não.Vanessa franziu levemente a testa e ficou confusa.— Não foi você que contou para o Igor que eu estava na família Barbosa?— Por que eu contaria isso para o Igor? Nem se eu soubesse. Você acha que eu ia querer estragar sua vida e contar para ele ir te incomodar?...— Quando Igor foi te procurar de novo? Esse cara é insistente, né?Pensando melhor, Vanessa lembrou que Igor não tinha má intenção, ele só foi pedir desculpas. Não havia razão para mentir, então ela resolveu não pensar mais nisso.— Deixa para lá. Me conta como estão as coisas lá na fábrica.Ela não tinha ido à empresa nos últimos dias, e a Imobiliária Segura estava negociando uma parceria com uma fábrica de materiais de construção nos arredores, toda conduzida por Michele.— O preço está praticamente acertado, mas eu não entendo muito de controle de qualidade. Acho que você precisa ir lá ver pessoalmente.— Certo. — Vanessa olhou para o relógi
— Quem não faz nada de errado, não teme os fantasmas. — A voz do jovem estava fria e impessoal, enquanto escondia a faca na manga. Se não fosse por ela ter caído e, por reflexo, ele ter a segurado, aquele golpe já teria atingido seu coração.Enquanto o jovem se aproximava lentamente, Vanessa, alheia ao perigo que se aproximava, segurava o peito e explicava:— Embora eu não tenha feito nada de errado, o medo de fantasmas é algo natural, não é? — Ela de repente fixou o olhar no rosto do jovem. — Você se feriu?O jovem hesitou por um momento.Vanessa estendeu a mão em direção a ele, mas, instintivamente, ele recuou dois passos, com desconfiança.— O que você quer?— Fica calmo, eu só quero ver o seu ferimento. Como é que você fez o curativo e ainda está sangrando?Ele tocou a face, sem perceber, e realmente encontrou sangue, mas não parecia se importar. — Estou bem.— Bem, você acha? — Vanessa o puxou sem dar ouvidos. — Deixa eu ver.O jovem queria se soltar, mas quando a mão morna tocou
— Aliás, você é trabalhador dessa fábrica? — Vanessa perguntou de repente, sem virar para trás.O jovem se assustou, e a faca com brilho gelado que ele tinha mostrado voltou rapidamente para trás.— Sim.— Ninguém faz plantão no armazém à noite?— Não.Enquanto conversavam, um barulho repentino vindo de fora do armazém silencioso se fez ouvir.A luz dos faróis dos carros entrou pelas frestas da porta da fábrica, e logo o som de correntes sendo puxadas ecoou, com a porta sendo aberta do lado de fora.Sob a luz dos faróis, uma figura alta passou por todos, puxando Vanessa para seus braços.Vanessa tentou se soltar, mas não conseguiu.Bryan a apertou fortemente em seu abraço e disse, com a voz fria misturada com uma pontada de desespero:— Está tudo bem?Vanessa parou, mas não respondeu.— Srta. Vanessa, realmente me desculpe, o responsável pelo armazém não sabia que você ainda estava aqui dentro e acabou trancando a porta. A culpa é minha, não avisei a eles, pensei que você já tivesse id
Vanessa virava e revirava na cama, sem conseguir dormir. Não tinha comido muito no jantar, o que a deixou com o estômago um pouco desconfortável. Então, decidiu descer para procurar algo para comer.Assim que desceu, viu uma figura na sala de jantar.Bryan estava com uma mão apoiada na mesa, e a outra segurando a parte de trás da cabeça, curvado e imóvel.— O que aconteceu com você?Vanessa desceu apressada as escadas.— Não é nada. — Bryan levantou os olhos para olhar para ela e se endireitou com esforço. — Por que ainda não foi dormir?Vanessa olhou para os grãos de café espalhados pelo chão e franziu a testa.— Você está com dor de cabeça?— Não.— Vou ligar para o Dr. Valentino.Antes que ela pudesse desbloquear a tela do celular, Bryan segurou sua mão.— Não precisa ligar, eu só queria fazer uma xícara de café.Olhando para ele, com uma expressão normal, Vanessa ainda estava desconfiada.— Café? A essa hora da noite?Vanessa conseguiu tirar a mão dele, começou a juntar os grãos de
Imobiliária Segura.Vanessa tinha acabado de sair da reunião matinal.— Srta. Vanessa. — Annie entrou com um sorriso e um pacote laranja nas mãos. — Alguém deixou isso para você na recepção, disse que era para devolver.Vanessa abriu o pacote e ficou ligeiramente surpresa.Dentro havia um lenço de seda da Hermès.— Quem trouxe isso? — Perguntou ela.— A recepção disse que foi um jovem, parecia bem novo. Ele deixou o pacote e foi embora.— Quando ele saiu?— Acabou de sair agora.Vanessa imediatamente saiu correndo para alcançar ele.Ao chegar na entrada do prédio do World Trade Center, ela finalmente avistou a silhueta do jovem. Ela quis chamar ele, mas se deu conta de que nem sabia o nome dele. Então, correu um pouco mais e gritou:— Ei!O jovem se virou, surpreso ao ver Vanessa ali.Vanessa ergueu o pacote para mostrar e perguntou:— Foi você quem deixou isso para mim?— Eu não deixei para você, eu devolvi. Sujei o seu lenço ontem.— Eu tenho vários desses lenços, você deveria devolv
— Um copo não é o suficiente. — O Sr. Walter empurrou diretamente a garrafa de vodca recém-aberta para ela. — Já está tarde, não faz sentido ir devagar.— Srta. Vanessa. — Annie, ao lado, ficou desesperada.Uma garrafa de vodca, Vanessa não ia arriscar a vida assim, ia?Vanessa, sem mudar a expressão, respondeu:— Sr. Walter, se eu beber essa garrafa, nosso contrato será assinado, certo?— Sem problemas.Diante de todos, Vanessa derramou o álcool no decantador e, de jarra em jarra, foi enchendo a garganta. O álcool forte e picante desceu pela garganta, atingindo o estômago e intestino, provocando uma contração violenta.Aplausos vieram dos presentes.De fato, a capacidade de beber de Vanessa não era tão boa quanto a de Michele, e no final, ela quase perdeu a consciência.— A Srta. Vanessa realmente tem uma boa tolerância para álcool. — O Sr. Walter, com a taça na mão, foi até ela. — Vem, tome mais uma.Vanessa não tinha nem forças para recusar. Annie, desesperada ao lado, olhava aflita
— Cuidado.— Ai, como você conseguiu beber tanto? — Na mansão da família Barbosa, Bryan carregou Vanessa para dentro, enquanto Helen ajudava a puxar o cobertor, fazendo uma crítica enquanto ajudava. — Por que você não foi mais cedo? A Vani não pode beber, o médico já falou.Bryan não respondeu, apenas foi até o banheiro e torceu uma toalha quente.Vendo isso, Helen deu uma tapinha em Patrícia e fez um sinal para que ela a seguisse para fora. Bryan usou a toalha quente para limpar o rosto e as mãos de Vanessa.Ela se virou, desconfortável, mas segurou sua mão, murmurando:— Michele, quero beber água.Bryan franziu a testa, embora não gostasse de ela ter chamado outro nome, ainda assim pegou um copo de água para ela.— Quantas vezes eu já falei para não beber fora de casa? — Disse Bryan.Vanessa, como se não tivesse ouvido, bebeu a água e se virou, voltando a dormir.Bryan, que já tinha vivido mais de trinta anos, nunca tinha sido tratado como um simples ajudante. Diante de Vanessa, com
Vanessa olhou com um olhar sombrio e disse:— Não precisa. Hoje eu não vou.— Está bem. Depois de beber tanto ontem, é melhor descansar em casa.Bryan parecia não notar o estado emocional de Vanessa. Saiu sem olhar para trás.Vanessa olhou para o relógio no pulso, tirou imediatamente e o jogou no lixo. A preocupação sufocante de Bryan já a havia deixado sem ar.No caminho para a empresa.Eduardo começou a relatar a situação financeira do Grupo Camargo:— Como você previu, o Grupo Camargo decidiu retornar ao país porque realmente enfrentam problemas financeiros sérios. A cadeia de capital está gravemente comprometida, embora mantenham as aparências.— Sem interferência ou ajuda externa, quanto tempo eles podem aguentar?— Menos de seis meses. — Respondeu Eduardo, fornecendo uma estimativa conservadora.Os olhos de Bryan se estreitaram ligeiramente, e seus lábios finos soltaram duas palavras:— Muito tempo.Eduardo sentiu um frio na espinha.— A Sra. Barbosa tem uma boa relação com a fam