Igor ficou pálido de repente.— Chega. — Vanessa franziu a testa, interrompendo Bryan. Para Igor, ela relaxou um pouco os lábios comprimidos e disse. — Pode ir.A mão de Igor, que estava caída ao lado do corpo, se apertou e depois relaxou, sem forças.— Certo, eu vou embora. O contrato está com vocês, vejam se há algo errado e me avisem se precisarem de alguma coisa. Desculpem mais uma vez.— Patrícia, acompanhe o convidado. — A voz fria de Bryan ecoou pela sala.Igor hesitou por um instante, depois deu alguns passos e saiu.Com o som do motor desaparecendo ao longe, o silêncio foi tomando conta do ambiente, a ponto de o ar parecer congelar, deixando uma pressão que tornava difícil até respirar.Vanessa se levantou.— Onde você vai? — Bryan a chamou.— Vou descansar no quarto.— Se eu não tivesse voltado, você pretendia descansar junto com ele?Vanessa levantou a cabeça de repente.— Você sente prazer em me humilhar assim?— Sou eu quem está te humilhando? Eu saí por um momento, e você
Vanessa olhou para ele, forçada a erguer o rosto, ela parecia teimosa como uma flor cheia de espinhos, serena e forte. Mesmo sem conseguir dizer uma única palavra, seu olhar dizia a Bryan que queria ir embora.Bryan apertou ainda mais a bochecha dela, fazendo ela gemer baixinho enquanto o intenso desejo de posse ardia nos seus olhos frios.— Esquecer de mim? Nem pense nisso.As sobrancelhas de Vanessa se franziram de imediato enquanto tentava se libertar, mas ele a empurrou de volta para o sofá, e seu olhar frio fez ela estremecer. Ela cerrou os punhos, mas não conseguiu se soltar. Rangendo os dentes, ela disse:— Bryan, não me faça odiar você.O semblante de Bryan escureceu, e ele aliviou um pouco a força na mão.Vanessa se soltou imediatamente e se afastou para o outro lado do sofá, criando uma distância segura entre eles. Sentou-se pesadamente, como se quisesse demonstrar sua insatisfação.O silêncio mortal na sala fez parecer que o tempo havia parado.— Senhor, você já jantou? Gost
Vanessa colocou a tigela na bandeja e sorriu para Patrícia.— Você também deveria ir descansar.Claramente, ela nem tinha escutado o que Patrícia disse.Patrícia saiu, sem outra escolha.— Para quê tudo isso, afinal?Depois que Patrícia se foi, Vanessa ficou encostada no travesseiro, incapaz de pegar no sono por um bom tempo. As pessoas eram diferentes, e a força de Bryan a deixava sem qualquer capacidade de resistência. Ao vislumbrar o lado sombrio dele, um medo profundo crescia dentro dela.Por vários dias, Bryan dormiu no escritório. Embora Vanessa estivesse descansando na mansão, eles quase não se viam, nem mesmo nas refeições, e essa situação permaneceu até que Helen tomou conhecimento do ocorrido.Na hora do almoço, Bryan estava sentado na sala de jantar quando Patrícia entrou.— Senhor, a Srta. Vanessa disse que não está com fome agora e prefere comer mais tarde. Posso levar a comida para o quarto dela depois.— Entendi. — Respondeu Bryan, franzindo ligeiramente a testa. — Eu me
Na sala de estar, Helen deu uma bronca pesada em Bryan.— Quantos anos você tem para fazer um escândalo por causa de uma coisa dessas? Não importa o motivo, o que significa trancar a Vani aqui e não deixar ela sair? Agora você se acha muito importante, só porque é presidente do Grupo Barbosa?Bryan ficou sem palavras, engolindo a bronca em silêncio.— Se eu soubesse que você ia agir assim, nunca teria deixado você voltar para o país. Parece que o jeito da sua avó se refletiu em você, pensei que longe dela, você teria se tornado alguém normal, mas pelo visto o sangue não mente, você tem a mesma falta de noção. — Helen estava furiosa. — Vani, você se machucou? O que ele fez com você? Fala para mim, não tenha medo, eu estou do seu lado.O tom carinhoso de Helen aqueceu o coração de Vanessa.— Madrinha, eu estou bem.— Viu só como a Vani é compreensiva? — Helen lançou outro olhar de reprovação a Bryan.— Senhora, o jovem senhor fez isso apenas porque a Srta. Vanessa estava com febre e ele
Bryan abriu uma caixa e tirou um relógio delicado, que começou a limpar cuidadosamente.— Pode ir para onde quiser, não vou me importar.O relógio brilhante pressionava o dorso da mão de Vanessa, e o toque frio do metal a fez estremecer, enquanto seu pulso era agarrado com firmeza. Bryan ajeitou o fecho do relógio pessoalmente para ela.— Esse relógio tem um sistema de localização. Para onde quer que você vá, eu vou saber.Vanessa ficou com uma expressão de incredulidade.— Não se mexa. — A voz de Bryan soou em tom de aviso. — Se esse relógio se perder ou se você não estiver com ele, é melhor nem sair de casa.A humilhação crescia dentro dela, Vanessa cerrou os punhos, respondendo palavra por palavra:— Bryan, você é um pervertido.— Pode dizer o que quiser.Bryan virou o rosto para olhar pela janela, mas sua mão continuava segurando firmemente a mão de Vanessa, sem nenhuma intenção de soltá-la.Do outro lado, na mansão da família Ribeiro.Desde o incidente no hotel, três dias atrás, E
— Você estava na família Barbosa? — Michele ficou surpresa. — Eu não sabia, não.Vanessa franziu levemente a testa e ficou confusa.— Não foi você que contou para o Igor que eu estava na família Barbosa?— Por que eu contaria isso para o Igor? Nem se eu soubesse. Você acha que eu ia querer estragar sua vida e contar para ele ir te incomodar?...— Quando Igor foi te procurar de novo? Esse cara é insistente, né?Pensando melhor, Vanessa lembrou que Igor não tinha má intenção, ele só foi pedir desculpas. Não havia razão para mentir, então ela resolveu não pensar mais nisso.— Deixa para lá. Me conta como estão as coisas lá na fábrica.Ela não tinha ido à empresa nos últimos dias, e a Imobiliária Segura estava negociando uma parceria com uma fábrica de materiais de construção nos arredores, toda conduzida por Michele.— O preço está praticamente acertado, mas eu não entendo muito de controle de qualidade. Acho que você precisa ir lá ver pessoalmente.— Certo. — Vanessa olhou para o relógi
— Quem não faz nada de errado, não teme os fantasmas. — A voz do jovem estava fria e impessoal, enquanto escondia a faca na manga. Se não fosse por ela ter caído e, por reflexo, ele ter a segurado, aquele golpe já teria atingido seu coração.Enquanto o jovem se aproximava lentamente, Vanessa, alheia ao perigo que se aproximava, segurava o peito e explicava:— Embora eu não tenha feito nada de errado, o medo de fantasmas é algo natural, não é? — Ela de repente fixou o olhar no rosto do jovem. — Você se feriu?O jovem hesitou por um momento.Vanessa estendeu a mão em direção a ele, mas, instintivamente, ele recuou dois passos, com desconfiança.— O que você quer?— Fica calmo, eu só quero ver o seu ferimento. Como é que você fez o curativo e ainda está sangrando?Ele tocou a face, sem perceber, e realmente encontrou sangue, mas não parecia se importar. — Estou bem.— Bem, você acha? — Vanessa o puxou sem dar ouvidos. — Deixa eu ver.O jovem queria se soltar, mas quando a mão morna tocou
— Aliás, você é trabalhador dessa fábrica? — Vanessa perguntou de repente, sem virar para trás.O jovem se assustou, e a faca com brilho gelado que ele tinha mostrado voltou rapidamente para trás.— Sim.— Ninguém faz plantão no armazém à noite?— Não.Enquanto conversavam, um barulho repentino vindo de fora do armazém silencioso se fez ouvir.A luz dos faróis dos carros entrou pelas frestas da porta da fábrica, e logo o som de correntes sendo puxadas ecoou, com a porta sendo aberta do lado de fora.Sob a luz dos faróis, uma figura alta passou por todos, puxando Vanessa para seus braços.Vanessa tentou se soltar, mas não conseguiu.Bryan a apertou fortemente em seu abraço e disse, com a voz fria misturada com uma pontada de desespero:— Está tudo bem?Vanessa parou, mas não respondeu.— Srta. Vanessa, realmente me desculpe, o responsável pelo armazém não sabia que você ainda estava aqui dentro e acabou trancando a porta. A culpa é minha, não avisei a eles, pensei que você já tivesse id