Em dezembro, na Cidade D, a temperatura já estava abaixo de zero, e à noite fazia ainda mais frio. Embora o aquecedor estivesse ligado no quarto, dormir uma noite inteira com um pijama fino definitivamente não seria confortável.Vanessa acordou de repente de madrugada, sem nem entender direito por que, e viu que Bryan ainda não havia ido embora. Com seu corpo de 1,90 m, ele estava encolhido ao lado dela, com os olhos fechados e uma expressão de cansaço em seu rosto."Ele conseguiu dormir assim?", Vanessa murmurou em sua mente.Vanessa ficou irritada. Ela pegou o travesseiro, pensando em jogá-lo para tirar ele da cama, mas quando viu o jeito encolhido dele, hesitou. Depois de um tempo, puxou o cobertor, cobrindo metade dele e se virou de costas para dormir novamente."Se pegar uma gripe, bem feito!", pensou ela.Não se sabe se foi o destino ou se a maldição de Vanessa durante a noite teve algum efeito, mas na manhã seguinte, logo depois de se levantar, Bryan adoeceu.Quando um dos empre
Valentino era amigo de Bryan e, teoricamente, ele não deveria ajudar Vanessa. Ela estava apenas apostando, apostando que ele tinha um coração bondoso como um médico.E, de fato, ela apostou certo.O carro branco seguia tranquilamente em direção ao centro da cidade.— Vou deixar claro, eu não estou te ajudando. Eu só achei isso de repente muito interessante.— Interessante como?— Eu quero saber qual vai ser a reação do Bryan quando ele acordar e descobrir que você sumiu.Vanessa respondeu com um tom indiferente:— Que reação ele teria? Ele já está prestes a se casar com Violeta, não está?— Casar? Quem te disse isso? — Valentino franziu as sobrancelhas.— Você também não sabe? Esquece, não quero falar sobre isso.Valentino percebeu que a expressão de Vanessa estava abatida, e o que ela dizia soava estranho. Ele logo deduziu que havia algum mal-entendido, mas decidiu não insistir e, em vez disso, ficou mais curioso.— Tudo bem, você não precisa dizer nada. Vou te levar de volta.Do outr
Severino foi levantado pela gola, o rosto dele foi ficando pálido.Ao lado, Michele ficou aflita e disse:— Sr. Bryan, você não pode ser tão injusto assim! A Vanessa foi levada pela sua avó, eu e o advogado Severino não a vemos há dias, como pode nos acusar dessa forma? Se não acredita, pergunte aos outros. A Vanessa apareceu aqui na empresa?Os funcionários na porta começaram a murmurar.— É verdade, a Srta. Vanessa não apareceu por aqui.— Onde será que a Srta. Vanessa está?O som de uma vibração veio do bolso, fazendo Bryan finalmente soltar Severino.— Alô?Era uma ligação de Valentino.— Onde você se meteu? A família Barbosa inteira está te procurando! Está doente e saindo por aí? — Disse Valentino.— Estou ocupado agora, tenho que desligar.— Ei, espera. Você está procurando a Vanessa, não está? Ela está no hospital.— Ela está com você? — Os olhos de Bryan se estreitaram de repente. — Por que não me avisou?— Como eu ia te avisar? Não fui eu quem a trouxe. Eu só a vi agora, na s
Ele não queria passar por isso uma segunda vez.Valentino deixou seu escritório para que os dois ficassem a sós.Vanessa olhou para o rosto machucado de Bryan e perguntou:— O que aconteceu?— Nada, só me bati.Depois de um breve silêncio, Vanessa não insistiu mais em saber como ele havia se machucado e disse:— Eu vou ficar com esse bebê, mas não quero voltar para a mansão da sua família.— Está bem.Com o rosto frio, Vanessa continuou:— Quanto a me casar com você, ainda não decidi. Já que você cancelou o noivado, talvez seja melhor assim. Vamos nos separar por um tempo, esfriar a cabeça.As sobrancelhas de Bryan se franziram levemente, seus lábios rígidos se moveram um pouco e ele disse apenas:— Está bem.Essa palavra pesava como uma tonelada.Vanessa ficou imóvel por um segundo, inclinou levemente a cabeça e disse:— Obrigada.Sem mais explicações, ela pegou sua bolsa e casaco e saiu.— Eu te levo.— Não precisa, eu volto sozinha. — Vanessa recusou de maneira firme e saiu sem hesi
Bryan estava sentado no carro, com as mãos esqueléticas apoiadas no volante. O som do celular vibrando soava especialmente claro no espaço fechado. Ao ver o nome do contato na tela, Bryan pressionou diretamente o botão do viva-voz do carro.Antes que ele pudesse dizer algo, uma voz feminina soou do outro lado da linha:— Soube que você vai se casar. Como uma coisa tão importante acontece e você nem me avisa?— Agora você já sabe, não é?— Se não fosse alguém me avisar, como eu saberia?Bryan hesitou por um segundo e logo adivinhou:— Foi o Valentino que te contou?— Não importa quem me contou, pela nossa relação, você não acha que eu mereço um convite para o seu casamento?— Essa questão ainda não está resolvida. Vamos falar sobre isso quando for oficial.Na verdade, ter ou não ter um casamento era outra história.Do outro lado, a mulher ficou desconfiada.— O que você quer dizer com ainda não está resolvido? Pelo seu tom, parece que você está enfrentando problemas. A garota não aceito
No escritório, algumas funcionárias fofoqueiras estavam reunidas em volta do computador, olhando para as notícias.— Não é possível, isso é falso demais, a família Barbosa não precisa de dinheiro.— Você não entende, entre os ricos, tudo se resume a troca de interesses. Quem recusaria dinheiro? Da última vez, quando ele teve aquele rumor com a filha do Grupo Camargo, também não disseram que era por causa de um casamento arranjado?— Não é à toa que a Srta. Vanessa tem estado com uma cara tão ruim desde que voltou a trabalhar.Enquanto conversavam, uma das funcionárias de repente se endireitou, alarmada.— Srta. Vanessa!As vozes de fofoca cessaram imediatamente, e o escritório ficou tão silencioso que causava desconforto.— O que vocês estão olhando?— Na... Nada!A tela do computador era grande demais para que pudessem escondê-la a tempo.Os olhos de Vanessa se fixaram na página da notícia. O título em letras maiúsculas e negrito chamou atenção:“Bryan leva empresária milionária expat
Bryan olhou para as notícias com um olhar ligeiramente sombrio.— O que vocês pretendem fazer?— Linda já preparou dois planos. Um é pedir para a mídia retirar a notícia, como se nada tivesse acontecido. O outro é emitirmos uma declaração esclarecendo que se trata da sua mãe.Na noite anterior, Bryan tinha ido ao hotel para ver sua mãe. Mas alguma mídia, não se sabe qual, teve a audácia de tirar fotos e publicar a matéria logo na manhã seguinte.— Da última vez que tivemos algo assim, nós simplesmente pedimos à mídia para retirar a notícia. Dessa vez, só estamos considerando essa segunda opção para evitar que a Srta. Vanessa veja e entenda errado. — Eduardo lembrou.Ao ouvir isso, um brilho passou pelos olhos de Bryan. Após alguns segundos, ele levantou os olhos e disse:— Não precisa complicar. É só uma fofoca. Deixe como está.— Deixar como está? — Eduardo ficou atônito.— Não entendeu? — A voz fria e cortante ecoou no escritório.Eduardo imediatamente balançou a cabeça repetidamente
— Srta. Vanessa, chegamos. — A voz de Annie trouxe Vanessa de volta aos seus pensamentos.Do lado de fora da janela, o velho bairro se revelava. Era a cerimônia de inauguração da reconstrução pós-desastre. Vanessa, como a proprietária da empresa Imobiliária Segura, fazia questão de comparecer pessoalmente para cortar a fita, mostrando o compromisso da empresa com o projeto e buscando recuperar um pouco de sua reputação.Assim que saiu do carro, Annie soltou um leve suspiro:— Não é o carro do Sr. Bryan?Vanessa levantou os olhos rapidamente, fixando o olhar na placa familiar, estacionada logo em frente, praticamente chegando ao mesmo tempo que elas.“Ele também veio?”, ela se perguntou em seu coração.— Srta. Vanessa. — Eduardo se avistou e cumprimentou imediatamente.Bryan tinha acabado de sair de seu carro, seus dedos hábeis abotoavam o paletó enquanto ele levantava o olhar em direção a Vanessa. Seus olhos, calmos, não revelavam nenhuma emoção.Vanessa franziu a testa.— O que você e