KARAH LANG
Depois de horas naquela lata de sardinha, nós finalmente descemos, finalmente estamos no hotel. É um sufoco essa viagem todos os dias. O hotel é enorme, tem uma fachada glamurosa, espaços perfeitamente decorados, se você pensar em luxo é o Sandler Hotel. Como todos os dias, assim que chegamos já vamos logo nos trocar e pegar os carrinhos de limpeza, temos muito trabalho para fazer. Eu estou indo tranquila para elevador de serviço quando meu pobre carrinho tromba com a jararaca da Maria, ela é a gerente daqui. Uma loira ridícula e exibida, se acha a última bolacha do pacote e gosta de pisar na classe trabalhadora, que no caso, somos nós o pessoal da limpeza. —Você não enxerga não, sua incompetente! Olha o que você fez, sua inútil! —Ela grita passando as mãos no pé que foi pisado pelas rodinhas do carrinho. Coitadas das rodinhas. —Me desculpe, senhorita Maria, eu realmente sinto muito, vou providenciar o kit de primeiros socorros e ... —eu estou sendo sarcástica, mas ela, claro, me interrompeu com toda sua arrogância. —Nada disso! Anda, vá logo para sua limpeza antes que eu resolva demitir você e contratar pessoas mais qualificadas! —grita e sai mancando, eu não consigo conter minha alegria ao ver a cena e saio rindo. Eu sigo com meu trabalho. Hoje está um dia louco aqui o hotel foi vendido e os responsáveis estão só os nervos tentando deixar tudo impecável para a visita do novo dono. A Maria é a mais empolgada de todos, dizem que o novo CEO é um gato, ele é bem famoso, falam até que ele é uma lenda jovem dos negócios e por ser bonito a Maria fica com a periquita coçando. Eu estou trabalhando cantando, contente da vida, afinal minha noite foi maravilhosa. Eu estou distraída quando ouço passos atrás de mim seguidos da voz única do meu hóspede preferido. —Oi princesa! —É o Victor quem chega e já vem logo me abraçando. O Victor é filho do magnata do café, sempre se hospeda nesse hotel. Nós nos conhecemos numa situação constrangedora quando eu estava limpando a suíte dele. Ele não me ouviu chamando e eu não sabia que ele já estava lá, então o bendito saiu do banheiro completamente nu, sem nadinha cobrindo o corpo, vê um homem daquele tamanho como veio ao mundo, foi muito estranho, mas hoje ainda rimos da situação e o melhor, nos tornamos amigos. —Oi príncipe, veio novamente nos prestigiar com sua ilustre visita, que prazer! —brinco. Nós nos damos muito bem, ele é milionário, mas nem parece, ele é super humilde e trata todos como igual. —Claro! Como eu poderia deixar de desfrutar do excelente ambiente daqui, além é óbvio, de ver as belas camareiras, são as mais bonitas do mundo —Ele diz e abre um largo sorriso. Ele é muito fofo e também é muito bonito. A Maria já tentou várias vezes ir pra cama com ele, mas ele odeia o tipo arrogante dela e eu dou muita risada quando ele conta sobre as cantadas que recebe dela. Nós ficamos conversando enquanto termino a limpeza da sua suíte, assim que termino, ele como sempre, me dá uma gorjeta bem gorda. Eu saio ainda mais feliz do quarto e vou para os próximos, no final do dia já estou exausta, passa das cinco da tarde quando finalmente fechamos nosso turno, eu me troco e a Hanna fica esperando para irmos pra casa.É mais uma luta ter que ficar esperando o ônibus, ficamos esperando por quase meia hora no ponto, até que finalmente o coletivo chegou, nos esprememos lá dentro, horário de pico é ainda pior, ônibus lotado ao extremo, trânsito lento, é uma luta mais árdua para voltar pra casa. É um trajeto de mais de duas horas até chegar no subúrbio. —Então, e o gato de ontem como foi? — A Hanna pergunta rindo. Eu quase não consigo esconder as marcas do meu pescoço com maquiagem. —Você sabe que foi muito bom, né! Cara, o homem é muito, muito gostoso —falei me jogando no sofá —ele tem uma pegada tão forte que leva a gente nas nuvens, fora que também é muito lindo —suspiro e fecho os olhos lembrando de cada detalhe do homem. A Hanna ri da minha cara. —Eu não acredito que você está apaixonada por um cara que você nem conhece. Já sei! Por que você não volta à boate e vê se consegue encontrar com ele outra vez? —Ela fala animada. A Hanna adora bancar o cupido. —Você está louca! Eu jamais quero encontrar com ele novamente. Imagina minha vergonha. Ele acha que eu sou uma prostituta — falei balançando as mãos. —Só você explicar que era só um jogo, que não tem nada disso, que era só uma brincadeira de despedida de solteiro. Não complica as coisas, Karah —Ela tenta me persuadir. —E você acha mesmo que ele vai acreditar em mim? Eu transei com ele, Hanna, sem conhecê-lo e fiz isso sem nenhum pudor. Nós continuamos conversando e eu confesso, realmente queria vê-lo novamente, mas e se ele me xingar ou não quiser nem olhar na minha cara? O jeito que ele me tratou depois ainda está bem vivo na minha memória, não foi nada bom ser desprezada. Eu vou deitar um pouco triste, eu estou mesmo com saudades do meu gato gostoso, de sentir novamente todas aquelas sensações. No outro dia estamos novamente na luta, ônibus lotado, trânsito lento, chefe insuportável, alguns hóspedes tão chatos que a vontade é jogá-los do vigésimo andar, resumindo: tudo na mesma. Estamos nos preparando para iniciar a rotina quando a Maria entra toda produzida, está toda elegante no seu salto quinze e com cara de piranha pronta pra atacar. Hoje é a visita do tal novo chefe, as funcionárias estão num fogo só, ô mulherada fácil. Eu posso muito julgar elas, né! Fui pra cama com um homem me passando por garota de programa, e nem sei o nome dele, olha a minha hipocrisia. Quando eu estou indo para minha próxima limpeza vejo um homem andando lado a lado com uma mulher muito chique e bonita, eu literalmente perco o fôlego, quando vi quem é o homem. É ele, realmente ele, o homem da boate, e está acompanhado de uma mulher maravilhosa. Eu parei com meu carrinho de limpeza, sem conseguir dar mais um passo sequer, fiquei sem palavras, sem chão, sem tudo. Eles vêm andando em minha direção conversando alegremente, meu coração dispara e o medo toma conta de mim. É agora que ele me reconhece, faz um escândalo e eu perco meu emprego. Eu mal consigo respirar quando eles estão chegando perto, mas quando me preparo para me defender dos seus questionamentos, ele simplesmente passa por mim, isso mesmo, ele nem passou por mim e me notou. Eu fiquei triste, confesso, fiquei mal perceber que sou invisível pra ele, mas eu estava de peruca loira, como ele poderia me reconhecer, né? É melhor assim.Doeu vê ele abraçando outra mulher todo sorridente, muito diferente do homem bravo da boate. Eu me senti tão insignificante quando ele passou do meu lado e nem me viu. Realmente essa indiferença dele me afeta, eu trabalho o resto do dia cabisbaixa, tanto que a Hanna nota minha tristeza. —O que houve com você, mulher? Por que está com essa cara? —Ela pergunta assim que saímos do ônibus. —Você não vai acreditar no que vou te falar, mas vai lá — faço uma pausa dramática e olho pra ela —eu vi o homem da boate hoje lá no hotel —digo lentamente e ela fica boquiaberta. —Você realmente viu o gato? Mas e aí, continua, como foi? —pergunta histérica. —E aí nada, ele nem olhou pra mim — falei triste —ele estava acompanhado de uma mulher maravilhosa e pelo jeito ele é muito rico, não vai enxergar uma simples camareira como eu, né! Minha noite foi muito ruim, não consegui parar de pensar naquele homem. A Hanna até tentou me convencer a ir atrás dele no dia seguinte, me explicar e me aproxi
É Oliver e está tão magnífico como sempre. Eu respirei fundo e respondi o mais indiferente que consegui. —Desculpa, senhor, acho que está me confundindo com alguém — respondo e viro-me para continuar minha bebida. O problema é que eu falei rápido demais e ele como não é bobo, percebeu imediatamente meu nervosismo. Mas como eu não vou ficar nervosa na frente do homem que está fedendo legal com o meu psicológico? É impossível ficar normal. — Estou mesmo? Então por que você está tão nervosa? —Questiona divertido —Além do mais, eu acho muito difícil que duas mulheres com o mesmo corpo, resolvam fazer uma tatuagem exatamente igual e no mesmo lugar —completou olhando para as minhas pernas bem onde começa minha tatuagem. Eu puxo o vestido para baixo cobrindo completamente o desenho e ele dá aquele sorriso que imediatamente deixa minhas pernas bambas e, claro, minha calcinha molhada. Só de pensar nas maravilhas que aquela boca faz eu já fico excitada, mas me contenho, eu não posso conti
OLIVER LUTHOR Eu realmente não esperava encontrar essa mulher outra vez, mas pelo visto a boate é o ponto de trabalho dela. Ela é muito gostosa e morena ficou ainda mais linda, aqueles cabelos negros caindo nas costas deu a ela um charme que eu não resisti e fui até ela, só de pensar nela toda quente e muito molhada meu pau fica duro na hora. Eu a levei para um dos meus hotéis e nós tivemos horas de uma paixão louca, essa mulher me deixa muito excitado, eu mal consigo me controlar perto dela. Agora estou aqui deitado ao seu lado, estamos completamente exaustos. Eu me levanto e vou até o banheiro me lavar, fico um tanto surpreso quando vou remover a camisinha e tem sangue nela. Estranho. Eu tomo meu banho e volto para o quarto, vendo ela deitada na mesma posição, resolvi questioná-la: —Você está bem? —Pergunto. Ela continua deitada lá, sem se mexer. —Sim. Por que a pergunta? —Respondeu sem se virar. Ela está muito diferente do outro dia. —Você já tinha feito sexo anal antes? —Perg
Ela sorri e eu posso finalmente reparar em como ela é linda. Ela é muito simpática e adorável, e isso só ressalta sua beleza. Se eu tivesse uma avó queria que fosse assim. Ela conversa comigo e pede para avisar o neto dela onde ela está, pego meu telefone, disco o número e entrego o aparelho a ela. Deu pra vê que ela é uma avó muito amorosa, ela conversa com o neto com em um tom carinhoso, mas ele parece está dando um sermão nela por não avisar a ele antes, eu acho graça da conversa dos dois. Depois de explicar e fazer ele se acalmar ela passa o endereço do hospital, o número do quarto e desliga. —Desculpe, minha querida, meu neto é muito temperamental, ele me trata como se eu fosse um bebê que não pode andar sozinha — Ela reclama e eu acabo rindo. —Ele está certo nisso. Já pensou se eu não estou no ponto de ônibus na hora, algo pior teria acontecido com a senhora. —Ela abre um sorriso caloroso. —Você vai gostar do meu neto, ele é um menino muito bom, assim como você. Vocês se d
—Mas Karah, e se o senhor Oliver chega bem na hora das fotos? — questiona externando minha preocupação, eu também já pensei nisso — Você tem que tomar cuidado, eu já falei pra você contar pra ele, conversar e esclarecer as coisas — como sempre, ela me pressiona para contar a verdade, insiste que eu devo fazer isso antes que ele descubra sozinho. — Está tudo bem, Hanna, se tudo der certo eu posso trabalhar como modelo e assim finalmente sair do hotel — falei confiante. Depois que essa oportunidade surgiu, eu estou certa que posso sair dessa sem maiores problemas. Pena que no final nada é como esperamos. [...] Eu estou trabalhando hoje, mas meu pensamento está na sessão de fotos, a ansiedade está me matando e eu admito que estou com medo de dar errado, sei lá, estou com medo de fazer poses feias e perder essa chance única na minha vida. Eu realmente estou com muitas expectativas. Durante todo o dia eu fico uma pilha de nervos, fui até rude com alguns hóspedes folgados, eu sempre so
Eu tento me soltar pra fugir, mas o Oliver segura forte o meu braço. Ele me arrasta para uma sala enorme, tem uma mesa grande no centro e várias poltronas confortáveis uma ao lado da outra, essa é a sala onde a Maria faz as reuniões com os chefes. — Agora você vai me explicar qual é o seu jogo! — Ele me empurra pra dentro da sala com força, fecha a porta no trinco e olha para mim com raiva — É melhor você não mentir pra mim! — Avisa e eu sinto o perigo em suas palavras e no seu olhar assassino.— O senhor quer me machucar? — pergunto quase num sussurro de tanto medo, mas também estou bem excitada com sua presença — Eu não estou fazendo jogo nenhum, estou aqui apenas trabalhando. — Você realmente acha que pode brincar comigo, garota! — fala com a voz tão fria quanto gelo — Pois eu vou te dizer que não, eu não sou alguém com quem se brinca — ele fala aproximando-se de mim, eu tento me esquivar, mas ele é muito rápido e segura meu pescoço. Eu olho para ele quando sua mão começa a fech
OLIVER LUTHOR Eu estou tranquilo aproveitando o desfile, que por sinal está maravilhoso, quando entra ela, justamente ela na passarela, a morena da boate. Está linda, muito perfeita, eu sinto raiva quando vejo todos aqueles homens olhando e cobiçando ela. Eu sei que ela dorme com muitos deles, mas mesmo assim isso me incomoda, o que é ridículo, se eu sei qual é a profissão dela, enfim. Eu tenho certeza que ela está planejando algo, não é coincidência ela está sempre no meu caminho depois daquela noite, vira e mexe ela aparece e isso com certeza tem algo por trás. Eu vou atrás dela assim que ela sai da passarela, a Luiza percebeu algo, mas não me perguntou nada quando saí apressado. Como já era de se esperar nós dois sempre pegamos fogo juntos. Eu planejei apenas conversar e pedir explicações, mas no final, eu não resisti e nem ela. É muito gostoso transar com ela, eu admito que estou gostando desses momentos de prazer, mas eu ainda vou descobrir qual é a dela e, ai dela se estiver m
— Por favor, me chame de Amanda apenas, afinal somos colegas de trabalho, temos o mesmo chefe durão — Ela sorri e é realmente adorável.Eu saí do escritório muito feliz e triste ao mesmo tempo. Como tudo de bom pode acontecer justamente quando eu não posso aceitar? É tão injusto. As coisas boas estão bem ao alcance das minhas mãos e ao mesmo tempo estão tão longe da minha atual realidade.Eu estou saindo do escritório quando encontro a Hanna com uns papéis na mão, ela está toda feliz.—Ei, Hanna, o que você está fazendo aqui? Para onde está indo? — pergunto confusa ao vê-la sem o uniforme no horário de trabalho. — Eu estou indo embora, Karah! — Ela quase grita. — Eu estou indo para o meu felizes para sempre — me abraçou dando pulos, me deixando ainda mais curiosa.— Anda, conta logo, desembucha mulher! — pego o papel e quase caio no chão — Você foi demitida! Como assim você foi demitida? — questiono balançando ela.— Eu não fui demitida, eu me demiti, meu amor — diz com um sorriso ma