OLIVER LUTHOR Eu tomei essa decisão para deixar a minha avó mais tranquila, ela ficou muito aborrecida depois que a Karah rejeitou sua ajuda. Comentei com minha avó sobre o meu plano de comprar o terreno e depois devolver a casa pronta e ela adorou ideia. Até aí estava tudo bem, o problema é que a Luiza ouviu a minha conversa com vovó e agora fica tocando nesse assunto o tempo todo. Eu já estou achando cansativa a história com a Luiza. Nós acabamos brigando.— Mas, Oliver, você não tem que ficar se envolvendo com esse tipo de gente, você sabe o que essa mulher é. Ela quer se aproximar de você para ter status e dinheiro! — Ela entrou no meu escritório, enquanto estava falando com os engenheiros que irão trabalhar na construção da nova casa.— Luiza, por mais que eu te considere, eu não lhe dei o direito de se meter em assunto que não lhe diz respeito. Eu sei que ultimamente nós estamos tendo um relacionamento íntimo, mas não passa de sexo, você concordou com isso. Eu estou fazendo i
No dia seguinte, estava em meu escritório na empresa, quando minha avó ligou desesperada, me mandando ligar a tv, imagina o meu pânico quando vi a Karah saindo de um ônibus com armas apontadas para sua cabeça.— Mas que porra é essa? — perguntei.— O ônibus que a Karah pega para ir trabalhar foi sequestrado, os bandidos colocaram explosivos em todas as poltronas e estão ameaçando os passageiros. Oliver, olha nas janelas do ônibus, eles estão apontando armas para a menina! — Ela respondeu desesperada. — Calma, vovó, a polícia já está lá e tem bombeiros e paramédicos também, não vai acontecer nada com ela — falei, mais para mim mesmo que para ela. — Meu Deus, por que essa menina tem que sofrer tanto? Não faz nem duas semanas que a casa dela caiu com ela dentro, agora isso, essa menina não tem paz — ela murmurou com compaixão. — Acalme-se, vovó, ela vai se sair bem. Eu preciso desligar agora, mas caso a senhora precise pode ligar, ok. Não se preocupe, as autoridades vão resolver e ela
KARAH LANGEu fiz alguns exames e como não tinha nenhum problema físico, fui liberada no mesmo dia. Para minha surpresa, o policial Bruno estava na recepção me esperando. — Então, você está melhor agora, moça? — Ele perguntou, gentilmente, vindo em minha direção.— Sim, eu estou melhor. Obrigada pela preocupação. E o meu nome é Karah — respondi, oferecendo a mão para me apresentar.— Muito bom saber disso, Karah, é um bonito nome. — Ele sorriu, e que sorriso bonito ele tinha. — Bom, se você não se importar, posso te dar uma carona para casa. Aceita? — Ele perguntou, ainda sorrindo. Ele é mesmo muito bonito. — Claro que aceito! Depois de ser sequestrada por três terroristas, nada melhor do que voltar para casa na companhia do policial que acabou com eles. — respondi e comecei a andar, seguindo-o até seu carro.O carro dele é um belo carro. No caminho até o prédio do Lucas, ele foi me contando sobre sua carreira. Seu relato só me fez ter certeza de que ele é um homem muito bacana. Co
— Alô! Neste número eu falo com a proprietária do terreno que está à venda? — Surpreendi-me com a rapidez que apareceu um comprador.— É sim… — Nós conversamos por alguns minutos e, mais rápido do que eu imaginava e pelo preço que eu pedi, fechamos negócio. Aparentemente a minha sorte resolveu mudar. Agora é só decidir o que fazer com o dinheiro, eu tenho muitas ideias, talvez eu possa até começar um negócio próprio. Acabei rindo do meu excesso de positividade. Até parece que setenta mil reais daria para abrir um negócio em plena cidade de São Paulo. Até poderia ser um investimento inicial, se eu tivesse um teto para morar e como me sustentar até que o negócio começasse a dar lucro. Os meus dois dias de desempregada estão me possibilitando ter muito tempo para pensar. Algo que eu não fazia com frequência quando estava trabalhando, meu tempo para mim mesma era escasso. Após me dar conta que o meu dinheiro era insuficiente para me tornar minha própria chefe, acabei decidindo viajar,
OLIVER LUTHOR Eu queria muito falar com a Karah, poder me explicar e resolver nossas diferenças, mas ao vê-la com aquele policial acabei voltando para casa sem cumprir com meu objetivo. Como já era esperado, a minha avó achou que eu não fiz porque não quis. — Oliver, você ao menos tentou? — perguntou, após ouvir minhas explicação. — A senhora ouviu o que eu acabei de dizer? Eu não falei com ela porque estava acompanhada. — Acompanhada? Oliver, você poderia ter se aproximado e pedido para conversar! Eu aposto que você sequer tentou de verdade — faz um muxoxo com a boca, eu acabei rindo da sua expressão excessiva de desgosto. — Você está rindo? Eu já disse para você resolver isso e não aceitarei que essa situação continue! — Eu irei resolver. Não se preocupe, a sua protegida vai voltar a falar com a senhora. — Deixei-a reclamando na sala e fui em direção ao meu quarto. Após sair do banho, ouvi batidas na porta. — Entre! — Oliver, eu posso falar com você? — perguntou
Talvez se eu mostrar um pouco de bondade, ela não se mantenha tão arredia. Nos próximos dois dias, eu não tive muito tempo, foram uma maratona de reuniões e papéis para ler e assinar, então tive que adiar meus planos de uma nova tentativa. Mas, aparentemente o destino resolveu jogar a meu favor. Após encerrar uma reunião, que aconteceu em um restaurante próximo à minha casa, acabei encontrando-me com a Karah, ela estava indo em direção à praça do condomínio. Ela tentou passar por mim e até desviou o rosto para o outro lado, tentava evitar o contato comigo, mas eu não iria perder essa oportunidade, bloqueei seu caminho. Ela estava vestida de maneira casual, calça jeans e camiseta, o tênis confortável e personalizado para caminhada, me fez questioná-la se estava procurando um emprego. — Oliver, eu não quero confusão, já estava indo embora — respondeu, seca e mantendo distância. — Não perguntei se você estava indo embora, Karah, eu perguntei se estava procurando por um emprego — fale
KARAH LANG Abri os meus olhos e tive dificuldade em mantê-los abertos; uma claridade excessiva me incomodou. Pisquei algumas vezes e ao notar o quarto estranho, branco, muito branco, tentei levantar-me. — Você finalmente acordou, minha querida — uma voz doce soou ao meu lado. Ainda com a consciência entorpecida pelo sono, não prestei muita atenção em quem estava falando. — Eu… acho que sim — respondi, esfregando os olhos na tentativa de melhorar minha visão. — Onde eu estou? A minha pergunta soou baixa, enquanto eu tentava processar a cena ao meu redor. — Você está no hospital. — Por quê? — Você perdeu a consciência, nós ficamos assustados… — enquanto ela respondia, as imagens foram tomando forma na minha mente. Eu havia acabado de sair da casa do senhor Afonso e me encontrei com o Oliver. Nós discutimos e eu não me lembro de mais nada. Isso significa que… foi ele quem me trouxe ao hospital? O que ele vai pensar agora, que eu criei essa cena para me aproxima
A minha respiração acelerou no segundo em que o vi. Tentei me acalmar quando o médico se aproximou, mas falhei, meu coração batia tão forte que era possível ver o meu peito balançando. Tanto que o doutor ergueu uma sobrancelha, encarando-me: eu fingi uma tosse e aproveitei para puxar o ar e depois soltei, mas não adiantou muito, pois o Oliver me encarava a alguns passos de distância.— Bom dia, mocinha — cumprimentou o médico, com sua voz agradavelmente calma, enquanto se aproximava. — Senti algum desconforto? — Bom dia. Não, eu não sinto nada — respondi, tentando mostrar calma. Ele vestiu as luvas nas mãos e abriu meus olhos, um de cada vez, verificando com sua lanterna. — Você realmente não sentiu nada ao acordar? — sua pergunta soou como se não tivesse concordado com a minha resposta. Eu novamente neguei, realmente não senti nada diferente quando acordei.— Não.— Você já perdeu a consciência outras vezes? E antes de apagar o que você sentiu? — continuou perguntando, enquanto c