OLIVER LUTHOR Eu queria muito falar com a Karah, poder me explicar e resolver nossas diferenças, mas ao vê-la com aquele policial acabei voltando para casa sem cumprir com meu objetivo. Como já era esperado, a minha avó achou que eu não fiz porque não quis. — Oliver, você ao menos tentou? — perguntou, após ouvir minhas explicação. — A senhora ouviu o que eu acabei de dizer? Eu não falei com ela porque estava acompanhada. — Acompanhada? Oliver, você poderia ter se aproximado e pedido para conversar! Eu aposto que você sequer tentou de verdade — faz um muxoxo com a boca, eu acabei rindo da sua expressão excessiva de desgosto. — Você está rindo? Eu já disse para você resolver isso e não aceitarei que essa situação continue! — Eu irei resolver. Não se preocupe, a sua protegida vai voltar a falar com a senhora. — Deixei-a reclamando na sala e fui em direção ao meu quarto. Após sair do banho, ouvi batidas na porta. — Entre! — Oliver, eu posso falar com você? — perguntou
Talvez se eu mostrar um pouco de bondade, ela não se mantenha tão arredia. Nos próximos dois dias, eu não tive muito tempo, foram uma maratona de reuniões e papéis para ler e assinar, então tive que adiar meus planos de uma nova tentativa. Mas, aparentemente o destino resolveu jogar a meu favor. Após encerrar uma reunião, que aconteceu em um restaurante próximo à minha casa, acabei encontrando-me com a Karah, ela estava indo em direção à praça do condomínio. Ela tentou passar por mim e até desviou o rosto para o outro lado, tentava evitar o contato comigo, mas eu não iria perder essa oportunidade, bloqueei seu caminho. Ela estava vestida de maneira casual, calça jeans e camiseta, o tênis confortável e personalizado para caminhada, me fez questioná-la se estava procurando um emprego. — Oliver, eu não quero confusão, já estava indo embora — respondeu, seca e mantendo distância. — Não perguntei se você estava indo embora, Karah, eu perguntei se estava procurando por um emprego — fale
KARAH LANG Abri os meus olhos e tive dificuldade em mantê-los abertos; uma claridade excessiva me incomodou. Pisquei algumas vezes e ao notar o quarto estranho, branco, muito branco, tentei levantar-me. — Você finalmente acordou, minha querida — uma voz doce soou ao meu lado. Ainda com a consciência entorpecida pelo sono, não prestei muita atenção em quem estava falando. — Eu… acho que sim — respondi, esfregando os olhos na tentativa de melhorar minha visão. — Onde eu estou? A minha pergunta soou baixa, enquanto eu tentava processar a cena ao meu redor. — Você está no hospital. — Por quê? — Você perdeu a consciência, nós ficamos assustados… — enquanto ela respondia, as imagens foram tomando forma na minha mente. Eu havia acabado de sair da casa do senhor Afonso e me encontrei com o Oliver. Nós discutimos e eu não me lembro de mais nada. Isso significa que… foi ele quem me trouxe ao hospital? O que ele vai pensar agora, que eu criei essa cena para me aproxima
A minha respiração acelerou no segundo em que o vi. Tentei me acalmar quando o médico se aproximou, mas falhei, meu coração batia tão forte que era possível ver o meu peito balançando. Tanto que o doutor ergueu uma sobrancelha, encarando-me: eu fingi uma tosse e aproveitei para puxar o ar e depois soltei, mas não adiantou muito, pois o Oliver me encarava a alguns passos de distância.— Bom dia, mocinha — cumprimentou o médico, com sua voz agradavelmente calma, enquanto se aproximava. — Senti algum desconforto? — Bom dia. Não, eu não sinto nada — respondi, tentando mostrar calma. Ele vestiu as luvas nas mãos e abriu meus olhos, um de cada vez, verificando com sua lanterna. — Você realmente não sentiu nada ao acordar? — sua pergunta soou como se não tivesse concordado com a minha resposta. Eu novamente neguei, realmente não senti nada diferente quando acordei.— Não.— Você já perdeu a consciência outras vezes? E antes de apagar o que você sentiu? — continuou perguntando, enquanto c
OLIVER LUTHOR Arritmia cardíaca. Eu encarei a mulher que recebia a notícia sem transmitir qualquer reação que demonstrasse que ela estava preocupada com sua própria saúde. Eu não gostei. Ela estava calma demais, até mesmo o médico parecia dar mais importância ao fato. Eu imaginei a minha conversa com ela de muitas formas, imaginei que não seria mesmo fácil convencê-la de que eu não iria mais perseguir ou intimidá-la, mas eu não contei que acabaria comigo levando-a para emergência. Eu fiquei preocupado pra caralho! Ainda mais depois que a segurei em meus braços e percebi o quanto ela emagreceu. A minha mente fez uma retrospectiva de todas as minhas malditas atitudes que eu tive contra ela e um arrependimento descomunal tomou conta de mim. Eu fui um tremendo filho da puta com ela, é sem motivo nenhum. É como ela me disse mais de uma vez: o único erro dela foi ter transado comigo naquela noite e ter escondido que nunca foi garota de programa, fora esta mentira, ela não cometeu mais
A confirmação da minha percepção veio logo depois que o doutor Daniel saiu. — Senhora Clarice, eu sei que está fazendo isso de coração, mas eu não posso aceitar a ajuda de vocês — ela disse palavra por palavra, agora com uma certeza absoluta. Sinto-me nervoso só de pensar onde ela queria chegar com isso. — Como assim, o que você quer dizer com isso? — perguntou minha avó, seu olhar divergindo entre confuso e desgostoso, mostrando o quanto ela desejava que a resposta não fosse o que imaginava. Karah não a encarou para responder, acredito que estava fugindo do olhar de decepção que minha avó daria após ouvir suas palavras, ela olhou para baixo e segurou a mão da minha avó. — Eu agradeço de coração tudo que vocês fizeram por mim. Eu estou realmente lisonjeada e não conseguirei expressar em palavras o quanto fiquei emocionada com tanto carinho da senhora, mas eu não posso continuar usufruindo deste tratamento caro, porque este hospital é caríssimo, o mais caro de São Paulo — sorri ant
KARAH LANG O que ele quer agora? — pensei, olhando o Oliver que acabou de guardar o telefone. Ele não pretende ficar aqui me fazendo companhia, então essa atitude de mandar a senhora Clarice para casa foi bem inesperada. Ou talvez não, ele quer conversar comigo a sós para me lembrar dos avisos que ele sempre dá, os quais eu já decorei todos, e posso detalhar até mesmo cada mínimo detalhe da sua expressão enquanto ele fala as palavras.— Eu vou para casa agora, minha querida, vou ficar te esperando — a voz da senhora Clarice chama minha atenção de volta para a conversa. Ela estava com um sorriso tão grande e falou com tamanha alegria que eu desisti de esclarecer a ela que eu não poderia visitá-la.Após a despedida, Oliver a acompanhou até a saída. Enquanto aguardava sua volta, eu fiquei pensando na conversa de minutos atrás, foi estranha, em alguns momentos eu até pensei que talvez o Oliver pudesse ter mesmo mudado, que não seria exagero as palavras da senhora Clarice, mas… isso se
KARAH LANG Seu beijo me pegou totalmente de surpresa, tanto que eu demorei a reagir. Eu sei que não deveria aceitar, ele só estava fazendo isso por mero desejo sexual, sempre foi assim da parte dele, é apenas sexo. Mas eu não sou tão forte quanto deveria ser, não é nada fácil resistir quando tudo o que você deseja está bem na sua frente e ao seu alcance. Suas mãos apertaram em volta dos meus cabelos, puxando levemente os fios, enquanto sua língua passeava pela minha boca, deixando-me molhada. Eu amo esse homem e estava com muita saudade desse contato. — Eu senti muita falta disso… — sussurrou ele, mordiscando meu lábio inferior. — Você é gostosa pra caralho, Karah — deixou a minha boca e falou no meu ouvido. Sem conseguir controlar meus instintos, um gemido escapou dos meu lábios quando sua boca fez um caminho lento, deixando beijos em meu pescoço. — Nós não podemos, nós… — tentei empurrá-lo. Mas, no minuto seguinte abracei seu pes