2 semanas depois...
Meu irmão havia me feito prometer jamais tocar no assunto com ninguém, seria o nosso segredo ele disse.
Pietro não dormia mais direto, escutava ele sussurrar coisas sem sentido durante a noite, se debatia com pesadelos e acordava assustado e suando.
Passei a ir me deitar com ele todas as madrugadas. Passava a velar seu sono até não aguentar mais e também cair no sono.
Quando acordava ele não estava mais. Naquela madrugada não tinha sido diferente, assim que ele dormiu e começou seus tormentos me espremi em seu lado. Em sua caminha de solteiro, passando as mãos em seus cabelos, dizendo que estava tudo bem, até ele se acalmar.
— Camile! —escutei mamãe chamar. Eu estava tão sonolenta, que escutava longe sua voz.
—Camile!—chamou novamente— porque está deitada, novamente na cama de seu irmão? —indagou.
Abri meus olhos com dificuldade, me recordando que mais uma vez Pietro havia tido pesadelos e que eu tinha ido deitar com ele para ver se conseguia acalma-lo.
Mamãe parada na beira da cama, esperava minha resposta.
—Acordei de madrugada e fiquei com medo, então o mano me deixou deitar com ele —menti. Para que ela não desconfiasse de nada.
—E para agradecer você mijou na cama dele? — ironizou puxando os lençóis molhados, com um sorriso no rosto.
Eu tinha cinco anos mais já fazias quase três ou quatro, que deixará de mijar na cama. E não me lembrava de se quer ter tido vontade de ir ao banheiro.
— Aí, mamãe me desculpa! —Pedi. Me levantando indo para o banheiro —estava com muito medo de levantar de madrugada e o mano estava dormindo, devo ter pego no sono novamente— justifiquei.
—Minha querida por mim não tem problema, mais seu irmão deve estar uma fera— Falou apertando meu nariz com o indicador, em um gesto de carinho.
Entrei no banheiro verificando se realmente tinha feito xixi nas calças, porém eu já sabia a resposta aquela pergunta.
Tirei minha roupas e fui para o chuveiro, molhei mais um pouco da minha calça, para mamãe não notar que minha roupa está seca.
Sai do banheiro levando minha roupa para o tanque observando que a roupa do meu irmão já estava lá.
Ele sempre levantava antes, desaparecia pela manhã inteira só voltando à tarde no horário de mamãe ir trabalhar.
Naquele dia no entanto, pra minha surpresa quando entrei na cozinha para tomar meu café Pietro já estava sentado à mesa.
— Me desculpe...— começou corando. Não deixei que terminasse.
—Eu que deveria me desculpar por ter feito xixi em você e na sua cama Pietro. —falei dando risada, para disfarçar ele me olhou surpreso, mais logo compreendeu.
—Tá certo mana, da próxima vez pode me chamar que te levo ao banheiro, tá bom! — disse dando mais credibilidade a nossa pequena encenação.
—Esqueçam isso —mamãe pediu, colocando pães e café à mesa — já limpei toda a bagunça e coloquei o colchão para secar. Hoje à noite estará novo em folha. Mais minha princesa, não precisa ter medo de levantar pra ir ao banheiro ou de dormir em sua cama—afirmou.
—Tá bom mamãe —falei pegando um pão para comer — É que a noite a casa parece mal assombrada — justifiquei sem ênfase.
— As únicas assombração nesta casa são as baratas e lagartixas— declarou, rindo de seu próprio comentário.
— Pois é! e não é uma ótima razão pra ter medo? —Mamãe balançou a cabeça rindo mais ainda.
Mamãe era assim, sempre leve e sorridente, eu tinha puxado a ela com olhos e cabelo encaracolados na cor de café e pele morena em um marrom claro.
—Meus amores vou trabalhar daqui a pouco, hoje vocês não vão pra casa da vovó pois ela mais uma vez não está bem, mais pedi pra Carlos dar uma olhada em vocês de vez enquanto, então se precisarem de alguma coisa é só falar com ele.
Meu irmão ficou tenso, tão tenso que achei que tinha virado uma estátua, mais então, levantou e saiu.
— O que deu nele hoje? —Mamãe perguntou.
— Deve estar bravo comigo por ter feito xixi em sua cama—respondi, mais estava preocupada com Pietro.
Eu e Pietro éramos assim brigávamos o tempo todo e por tudo, mais quando precisávamos, faríamos tudo um pelo outro.
Já passava da hora de mamãe ir trabalhar e Pietro não havia voltado, mamãe já estava preocupada.
— Vou matar Pietro, ele sabe que tenho que ir trabalhar. —Dizia, porém notava-se sua preocupação— sabe que tem que estar aqui com você, oposto que está com os amigos na serralheria—meu irmão ia muito na serralheria, com seus amigos Marcos e Renê para brincar ou conversar seja lá o que faziam juntos.
Mais algo me dizia que ele não estava com os amigos.
—Camile! você está queimando alguma coisa? — mamãe perguntou minutos depois. Veio até mim para verificar — que cheiro é esse? —perguntou, depois de ver que não queimava nada.
— Acho que está vindo lá de fora — falei também curiosa pra saber de onde vinha.
Saímos para fora procurando de onde vinha. Havia muita fumaça, mais não vinha da nossa casa. A fumaça vinha da casa ao lado da casa de Carlos, que agora subia labaredas de fogo.
—Meu Deus! —mamãe gritou —precisamos chamar a polícia e os bombeiros— ela parecia aterrorizada.
—Fique aqui querida! —pediu —não saia daqui, nem por um segundo. Mamãe vai na Lilian pegar o telefone emprestado é bem rapidinho—explicou, saindo.
Lilian era nossa outra vizinha. Uma enfermeira muito amorosa, que sempre estava nos ajudando.
Saiu correndo em direção ao portão. Para ir pedir que ligasse para os bombeiros, visto que não tínhamos telefone.
Pietro entrou pelo portão em seguida, sua expressão era sombria. Não pareceu se importar com o fogo que subia cada vez mais.
— A casa de Carlos está pegando fogo — informei, como se ele já não estivesse visto.
—Já vai tarde — murmurou tão baixo que pensei ter escutado coisas, mais sua expressão dizia que não.
Mamãe não demorou como havia prometido. Avisou que ficaria em casa naquele dia. Tinha aproveitado e ligado pra sua patroa e explicado o que estava acontecendo.
Mamãe, Dona Lurdes, como alguns costumava chamá-la era uma mulher trabalhadora, duro em uma lanchonete de hotel na cidade. Quando tinha folga trabalhava de diarista pra ajudar ainda mais.
Pedro meu pai também não ficava atrás, sempre fazendo uma coisa aqui e outra ali, tudo que aparecia ele ia fazer, era um homem distante da família, quase nunca ficava conosco e quando ficava nunca se aproximava muito. Na época ele estava fazendo mais um trabalho fora. Pietro se parecia com ele em muitos pontos. Era fechado e deixava poucos se aproximar de verdade.
O fogo foi apagado e não demorou para a polícia aparecer. Não fizeram perguntas para mim ou para Pietro, afinal éramos crianças. Só falaram com mamãe.
— Então? você viu se o Sr. Carlos tinha alguma visita ou se alguém entrou na casa? —ouvi o policial perguntando.
— Não, Carlos é casado mais sua mulher está viajando pelo que sei, porque? Ele está bem? Não, me diga que... – ela não terminou de perguntar. A resposta estava estampada na cara do rapaz jovem que vestia uma farda preta.
—Pelo que tudo indica, sim! Os indícios indicam que o incêndio foi criminoso. E que Carlos estava dentro da casa, mas não consegui sair ou foi impedido. Ainda não temos todas as informações ao certo —informou o policial em voz baixa. Olhando em nossa direção para certificar de que não prestávamos atenção a conversa.
Ao ouvir aquilo, olhei para meu irmão que parecia não se importa com nada.
Havia nele uma expressão vazia, seus olhos era duas pedras inabalável, não se via nenhuma expressão ou qualquer vestígio de sentimento.
Naquele momento eu soube, ninguém precisava me dizer o que ele havia feito.
Camile.25 anos Dias atuais ... Fazia dois anos que papai havia morrido. Mamãe e eu vínhamos tocando a pousada, happiness (felicidade).Quando há treze anos. Pietro desapareceu sem deixar rastros. Papai comprou o sitio e fez a pequena pousada. Onde oferecíamos hospedagem e alimentação. Tudo fresco e do campo.No início, eu os ajudava a distância. Não morávamos juntos. Eu havia caído na besteira de me casar aos dezoito anos. Morava com André em um apartamento não muito longe.Não durou muito, em razão de André meu ex-marido ter me traído com uma das enfermeiras que trabalhava com a gente no hospital.Eu havia feito o curso de enfermagem ainda no ensino médio, então, assim que terminei consegui emprego em um hospital. Tinha pouco mais de dezenove anos quando Andr
Alex.Há três meses, nosso capo havia morrido em uma emboscada. Uma merda de uma emboscada que eu poderia ter evitado, se não tivesse sido burro e estupido.Pietro começou de baixo na organização. Tinha aparecido do nada com seus dezessete anos. Conquistou seu lugar. Participou da iniciação da máfia italiana uma das piores, mesmo sendo velho para isso.Kleber o capo, passou a admirar Pietro e o considerava tanto que passou a liderança para Pietro. O que gerou revolta em muitos dentro da organização. Causando divisão entre os nossos. Agora Pietro estava morto e havia me deixado em seu lugar.Pietro e eu éramos unha e carne ele era um irmão pra mim, assim como meus dois irmãos de sangue, Victor e Sebastian. Não teria nada que eu não fizesse por meus irmãos e sei que fariam o mesmo por mim.
Alex.Bati na porta de Cristian logo cedo, ele demorou a responder, o que já me irritou.Abriu a porta todo bagunçado. Pelo jeito ainda estava meio embriagado.Porra! deveria ter trago alguém mais responsável —pensei.— Chefe! —exclamou, arregalado os olhos ao perceber minha fúriaEstava na companhia de duas mulheres, que sorriam para mim. Na esperança que eu fosse participar da brincadeira.—Mande-as, embora! —ordenei — E vá se arrumar! Isso não é férias, Cazzo! — bradei fazendo as meninas se assustarem.— Sim! Chefe, desculpa.Entrou pedindo para as meninas saírem, as duas por sua vez foram logo pegando suas roupas. Deveriam estar hospedadas na pousada também, porque nem se deram ao trabalho de se vestirem. Saíram enroladas em Lençóis.&md
Camile.Eu havia acabado de chegar dos afazeres do sítio. Jennifer disse que havia um hóspede me aguardando pra uma conversa.Imaginei ser algum hóspede interessado em fazer eventos. Festa de empresa ou até mesmo casamentos ou aniversários.Entrei no banheiro do vestiário e tomei um banho rápido. Troquei de roupa colocando um vestido leve e fresco. Me arrumei da melhor forma possível. Soltei minha juba dando Leves batista com creme pra não estragar os cachos e fui em direção ao escritório onde o suposto cliente aguardava.Entrei constatando, que na verdade era os dois engomadinhos estrangeiros, que tinham me procurado no curral. Pelo sotaque acreditava ser italianos.— Ok! vamos ao que interessa então ... — fui dizendo e se sentando do outro lado da mesa.— Boa tarde! pra você também — ironi
Alex.Camile fez o resto do trajeto totalmente em silêncio; não sei no que tanto pensava, mas eu via a dor em seus olhos.A garota era forte, eu tinha que admitir. Depois de tudo que passou não chorou nenhuma vez, só ameaçou chorar quando falei que seus amigos corria perigo.E que PORRA! O que foi aquilo, quando foi cuidar do meu braço, seu toque suave em minha pele, parecia brasa quente, me queimando de um jeito tão bom, que tive que focar pra não ficar duro e parecer um maldito tarado.Quando fui trocar de camisa. Senti seus olhos me avaliando, porém foi tão rápido que pensei não ter interesse.Depois de algumas horas de viagem, chegamos na pequena pista de pouso, onde um jatinho já nós esperava.Assim que recebi a ligação do meu irmão, dizendo que alguns dos podres havia descoberto a localiza&cce
Camile.Ouvir todas aquela coisa que Alexei me disse, foi de mais para mim, minha cabeça estava a milhão, muitos pensamentos e perguntas que eu não conseguia expressar no momento, então eu apenas precisava de tempo pra digerir.Alexei veio até mim com um notebook e um fone. Na tela a figura de alguém que mesmo muito mais velho eu conhecia bem. Peguei o notebook colocando na mesinha da aeronave, coloquei o fone e apertei o play.— Olá! minha pequena caracol – ele começou a dizer no vídeo, me fazendo dar um sorriso pela forma carinhosa que ele sempre me chamava, sem impedir as lágrimas que agora rompiam todas as barreiras — se você está vendo esse vídeo. Significa que eu não pude cumprir a promessa que me fiz, de acabar com os problemas da organização e ir até você.— Quero que voc&e
Camile.Desci uma escada larga com luminárias nas paredes, iluminando os degraus. Lá embaixo era uma sala enorme com um grande sofá no centro e uma enorme televisão na parede, poltronas dava um charme ao lugar. Do outro lado via-se uma porta balcão de vidro que dava pra um enorme jardim, e do lado da escada também tinha outra porta grande de madeira com janelas combinado.Terminei de descer as escadas, notando que embaixo dela pegando uma parte da sala havia um jardim de inverno, com pedras brancas e uma fonte. Estava admirada com o bom gosto.—Uau está é a fera? —escutei uma voz vindo da porta próximo a mim, chamando minha atenção.Na porta que dava pra cozinha estava Alex, com outros dois que acreditava ser seus irmãos, havia uma boa semelhança, um deles não me pareceu estranho, mas acho que era só impressão.
Alex.Estava no escritório com Sienna minha prima. Que desde que Camile havia chegado, passou a frequentar mais a mansão.Camile recusava um casamento grande e também disse não querer casar com vestido de noiva. Tentei argumentar com ela dizendo que provavelmente seria o único casamento que ela teria. Mas ela dizia que não se importava, pois não era de verdade. Aquilo não deveria, entretanto me incomodava, me incomodava pra caralho.Tínhamos marcado a data pro final de semana, em uma cerimônia simples em casa mesmo, tudo seria montado no quintal pra no máximo 80 pessoas.Mas, Camile mal saia do quarto, saindo somente para fazer as refeições e correr nos limites da propriedade.Depois que chegou, havia me feito um único pedido, que fui incapaz de recusar. Ela queria ir ao tumulo do irmão, então á levei, ela passou qua