Capitulo 4

Alex.

Há três meses, nosso capo havia morrido em uma emboscada. Uma merda de uma emboscada que eu poderia ter evitado, se não tivesse sido burro e estupido.

Pietro começou de baixo na organização. Tinha aparecido do nada com seus dezessete anos. Conquistou seu lugar. Participou da iniciação da máfia italiana uma das piores, mesmo sendo velho para isso.

Kleber o capo, passou a admirar Pietro e o considerava tanto que passou a liderança para Pietro. O que gerou revolta em muitos dentro da organização. Causando divisão entre os nossos. Agora Pietro estava morto e havia me deixado em seu lugar.

Pietro e eu éramos unha e carne ele era um irmão pra mim, assim como meus dois irmãos de sangue, Victor e Sebastian. Não teria nada que eu não fizesse por meus irmãos e sei que fariam o mesmo por mim. Assim como Pietro fez.

Mais Porra! O que ele me pediu em troca do trono da máfia italiana LA RETE. Era de foder! Pietro sempre foi reservado. Nunca disse de onde veio e nem falava sobre seu passado, simplesmente apareceu um dia dizendo que queria provar seu valor e fez por onde. Claro que sempre soube que ele era brasileiro, no entanto nada além disso e também nunca perguntei.

Antes dele morrer fez um vídeo para os membros do concelho. Dizendo que caso alguma coisa lhe acontecesse eu deveria assumir o trono. O que me deixou surpreso e feliz ao mesmo tempo. Entretanto com a condição que eu deveria me casar com sua irmã mais nova Camile. Afim de mantê-la protegida de seus inimigos e manter sua mãe a salto.

Eu não era ingênuo. Casamentos arranjados aconteciam o tempo podo na máfia. Meus pais mesmo haviam se casado por uma aliança. No entanto uma era dois membros da máfia se casarem em uma aliança, porém aquela garota não era do nosso mundo, como eu iria convencer a menina se casar comigo.

— Maledizione !!! —bradei ao ouvir mais uma vez a porra da gravação —O que Pietro estava pensando quando me pois nessa merda?

—Pensando em salvar a irmãzinha e colocar você no comando — disse Sebastian com um sorrisinho de merda na cara.

—Vá se foder Sebastian! Não estou pra suas gracinhas! – Avisei, puto da vida. Ele levantou as mãos pra cima em forma de rendição, mais sem perder o sorriso de merda.

—PORRA! Me casar com a irmã dele. Eu nem sabia que ele tinha uma. Porque só não me pediu para cuidar dela eu teria cuidado, Cazzo! – xinguei furioso, indo pegar um copo para beber no intuito de me acalmar pela milésima vez, desde de o dia que vi o vídeo, há três meses atrás.

—Porque era a única forma de mantê-la segura -afirmou Victor que até o momento estava calado – de que outra maneira, ele obrigaria você ou no caso, nós a cumprir nossa palavra? Não que, não cumpriríamos, porém não poderíamos estar 24 horas com a garota, garantindo sua proteção, dado que estamos há sei lá quando km de distância. Você não faria o mesmo? —perguntou, sentando no sofá que tinha no escritório onde estávamos.

— Sem falar que os rumores de que a garota, Tenha informações sobre os infiltrados na organização, está se espalhando cada vez mais. E vai aparecer muitos que acredita nisso para ir atrás dela— me lembrou.

—Nem sabemos se isso é verdade! – justifiquei — afinal Pietro não tinha contato a anos com essa menina.

— Sendo verdade ou mentira. Quando os caras colocarem as mãos na garota, não vai restar nada dela. Você sabe bem como eles trabalham. Você não faria o mesmo por melissa? —Victor questionou, se referindo a nossa irmã mais nova.

Há alguns anos atrás minha irmãzinha havia sofrido um acidente de carro, que a levou a óbito. O carro era de Victor e foi sabotado. Victor se consumia pela culpa desde então.

Todos na sala ficaram em silêncio, sentindo a tristeza e a dor da perda de nossa pequena Melissa, ela tinha dezessete anos. E seria sempre nossa pequena.

—Olhe pelo lado positivo, a menina é uma gata! —Sebastian disse, pra aliviar a tenção olhando pra foto que estava na tela do laptop.

Pietro havia deixado informações exclusivamente para mim em um pen drive. Junto tinha uma foto da garota. Com uns vinte e cinco anos morena clara, cabelos e olhos negros, com cachos volumosos que se emoldurava em seu rosto lindo, boca na cor natural rosada. Na foto ela sorria um grande sorriso, olhando para câmera em uma self. Devia concordar com Sebastian a menina era linda com certeza.

—Que seja! Já estou fodido mesmo — declarei, passando as mãos no cabelo — amanhã vou pegar o voo para o Brasil. Reservei dois quartos na pousada da menina, e espero voltar com ela para cá o quanto antes.

Pegamos um voo comercial, Cristian me acompanhava. Ele era um dos nossos seguranças, confiava nele tanto quanto meus irmãos, já estávamos juntos a muitos anos. E juntos já havíamos enfrentado muitos inimigos.

Cristian havia perdido sua mulher a muitos anos, depois de se distanciar dela na tentativa de protege-la. A garota sofreu horrores, pelo distanciamento e frieza que ele direcionou a ela, na tentativa de deixa-la fora do radar de alguns de seus inimigos, só para no final ser dilacerado encontrando-a em um beco jogada aos cães.

Eu e meus irmão, incluindo Pietro, ajudamos a encontrar e punir cada um dos responsáveis, mas desde então Cristian se afundou em vícios de bebidas e mulheres tentando preencher um buraco negro que nunca se fecharia.

O aeroporto ficava em outra cidade. Então alugamos um carro pra irmos até a tal pousada, era um pouco longe. Quando chegamos já passava das cinco da tarde fui direto pra recepção fazer o check-in.

Victor tinha estado na cidade e feito uma investigação, da garota e de seus amigos, Porém eu mesmo teria que resolver essa questão. Então pedi para ele ficar com Sebastian cuidando da coisas até eu voltar.

Tentei ganhar tempo com o concelho na intenção de adiar ou quem sabe até esquecer essa hipótese. Mas claro que foi em vão, eles não me nomearia capo enquanto não me casasse. Como Pietro havia pedido.

Então eu estava com cargo provisório e eles tinham me dado um prazo de quatro meses para resolver. Já havia se passado três. Eu tinha trinta dias pra contar a verdade a garota e convence-la a se casar comigo.

—Boa tarde! Posso ajudar? —perguntou, a garota da recepção. Uma loirinha bonita de olhos claros e óculos.

—Boa tarde! Fiz reserva para dois quartos – informei, entregando um documento falso que havia Mandado fazer especialmente para a ocasião.

—Há sim! Sr. Nicolas, seu quarto e de seu amigo já estão prontos – avisou se levantando e pegando duas chaves – vou pedir pra Tabita levarem vocês até os quartos-assenti com a cabeça.

— Tabita! – chamou por uma mulher branca com cabelo liso preto e olhos cor de mel, usava calça social e botas pretas, uma camiseta e jaqueta por cima, lábios vermelhos e olhos marcados, do jeitinho que eu gosto- pensei.

— Você pode mostrar ao Sr.Nicolas e seu amigo os quartos?

— Claro! — respondeu simpática.

—Tabita! – se apresentou estendendo sua mão pra mim em um comprimento, que retribuí.

— Nicolas e esse é meu amigo Braean – apresentei com os nomes falsos das identidades.

— Sejam bem vindos! Espero que nossa pousada lhe traga o conforto necessário. Para que você e seu amigo, possam desfrutar da melhor experiência em nossa cidade- ela falava caminhando em nossa frente. Observei que em momento nenhum focou em mim ou em Cristian como se não tivesse nenhum interesse.

—Aqui estamos! – disse abrindo uma das portas e entregando a outra chave a Cristian – O quarto de vocês são um ao lado do outro e são ligados por uma porta, mas podem manter trancada se assim preferir. Aqui está o cronograma da pousada- nos entregou um portfólio —com horário das refeições e passeios. Espero que gostem da hospedagem. Qualquer coisa pode pedir a Jennifer a loira da recepção ou a mim, estaremos a disposição! Posso ajudá-los em algo Mais? – dizia simpática, mas um tanto robotizada.

—Não! Obrigado – respondi, ela assentiu com a cabeça e saiu.

—Porra! Que gostosa – Cristian comentou.

— A garota se quer olhou pra nós — afirmei revirando os olhos pro comentário dele – e tinha uma aliança de noivado. Não percebeu?

—É uma pena podíamos nos divertir – gracejou.

Cristian era um mulherengo, saia pegando geral. Bastava olhar pra ele que se desse mole, pegava.

Não que eu fosse santo longe disso. Também gostava de mulheres quanto mais melhor, Porém gostava de selecionar as que eu ficava. Não saia com qualquer uma.

Entrei em meu quarto dando as costas pra Cristian. Que por sua vez foi para seu quarto.

O lugar era simples, nada luxuoso, porém agradável. No centro do quarto havia um cama grande king com lençóis branco bem arrumado. O quarto em um tom pastel com frigobar, uma pequena mesa com cadeiras e um sofá. A pequena varanda dava uma linda visão para um campo verde com árvores e também tinha uma lareira.

Não sei pra que? Neste país fazia um calor infernal, talvez houvesse época do ano que esfriasse apesar de eu duvidar que chegasse a tanto.

Eu já tinha vindo ao Brasil algumas vezes. Na verdade tínhamos bastantes negócio no país. Por isto sabia bem o idioma, mais nossos negócios era mais pro lado do rio de janeiro e nas divisas do Paraguai.

— Amanhã eu procuro a fulaninha —falei comigo mesmo. Deixando minha pequena mala de mão no canto e indo tomar um banho pra descansar.

Não sabia o que poderia me aguardar no dia seguinte. Como contaria pra ela e pra mãe que Pietro estava morto e que ela teria que se casar comigo. Porra! Nem eu estava acreditando nessa merda, dirá a garota!

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo