Bati na porta de Cristian logo cedo, ele demorou a responder, o que já me irritou.
Abriu a porta todo bagunçado. Pelo jeito ainda estava meio embriagado.
Porra! deveria ter trago alguém mais responsável —pensei.
— Chefe! —exclamou, arregalado os olhos ao perceber minha fúria
Estava na companhia de duas mulheres, que sorriam para mim. Na esperança que eu fosse participar da brincadeira.
—Mande-as, embora! —ordenei — E vá se arrumar! Isso não é férias, Cazzo! — bradei fazendo as meninas se assustarem.
— Sim! Chefe, desculpa.
Entrou pedindo para as meninas saírem, as duas por sua vez foram logo pegando suas roupas. Deveriam estar hospedadas na pousada também, porque nem se deram ao trabalho de se vestirem. Saíram enroladas em Lençóis.
— Te encontro em vinte minutos, na recepção —avisei saindo.
Eu estava furioso com a irresponsabilidade de Cristian. Tudo bem que já havíamos sondado o terreno e não achamos nada suspeito, porem se deixar distrair dessa maneira. Era inaceitável e eu teria uma boa conversa com ele depois.
Pontualmente Cristian estava na recepção assim como lhe ordenara, havia tomado banho e já vestia o terno que era de praxe na máfia.
— Vamos acabar logo com essa merda, pra irmos embora, de preferência ainda hoje— disse mal humorado, indo na direção da recepcionista loira.
Claro que não esperava que a menina fosse aceitar assim facilmente, largar tudo e ir embora comigo. Na noite anterior estive pensando no assunto. Decidi que iria contar pra ela somente lá na Itália, assim ficaria bem mais fácil convence-la.
Se fosse outra pessoa não daria opção a Camile. Mais eu jamais seria capaz de obriga-la. Nem mesmo pelo trono. Daria outra maneira se necessário. Não iria forçar uma garota a abandonar toda sua vida para viver comigo na marra.
— Olá! tudo bem? Preciso falar com a Srtª Camile, você pode nos dizer onde a encontro? — Perguntei a recepcionista, a garota parecia não ter mais que dezenove anos, levantou as sobrancelhas num sinal de curiosidade.
—Camile uma hora dessas, está cuidando do sítio— informou —se quiser pode falar com ela no horário do almoço as treze horas. É o horário que ela estará no escritório, ou pode falar agora com a Tabita— avisou
A menina me avaliava dos pés à cabeça, coisa que não havia feito no dia anterior, fiquei curioso pra saber porque.
—Não! o assunto é somente com Camile— afirmei — poderia nós mostrar a direção, podemos ir até ela— pedi ansioso para acabar logo com aquilo. A menina deu um leve sorriso em uma expressão de choque, mais também de diversão, não entendi muito bem o motivo mais também não iria perguntar.
— Vocês vão ao curral desse jeito? —sondou, em um tom divertido, olhando pra nossas roupas.
— sim! qual o problema com nossas roupas? —indaguei, ela deu de ombros, ignorando minha pergunta.
— Bom! Só seguir por ali —informou apontando uma pequena trilha.
Pegamos a trilha por uns dez minutos. Encontramos um barracão de madeira coberto, porém aberto nas laterais só com cercas baixas.
Dentro dele havia duas pessoas, um rapaz alto moreno de cabelo liso e um moça de costas sentada em um banquinho, sabia que era Camile.
Ela vestia calça jeans e uma galocha branca, mais que estava toda suja, a mulher usava seus cabelos presos em uma transa comprida, e tirava leite de uma vaca, aquilo era surpreendente.
—Bom dia! —antecipou o rapaz que estava junto a ela. Fazendo-a notar nossa presença. Ela se virou sem parar o que fazia, para nós avaliar.
— Bom dia! —respondi um tanto seco – estou procurando a Srtª. Camile— Embora já soubesse que a mesma estava ali.
Os dois se olharam entre si — porra! o que era aquilo —pensei. Será que eram namorados? talvez noivos ou quem sabe até casados.
Talvez se fossem o conselho cancelaria aquela palhaçada. —pensei com esperança —não! Com certeza não. Victor havia investigado tudo, ele me diria se ela fosse casada.
Achei que não iriam responder. Quando ela se levantou limpando as mãos em uma toalhinha.
— Pois então acharam— respondeu fria — no que posso ajuda-los—Falou pegando o balde de leite que já está a cheio e despejando e um galão grande.
— É um assunto delicado, que gostaríamos de tratar em particular — respondi olhando para o homem ao seu lado, que fez uma careta de desgosto.
—Eu não sei que tipo de assunto eu possa ter para tratar com dois engomadinhos— disse amarga, sem parar o que fazia.
Desamarrando um laço que prendia o bizarro a uma vaca soltando os dois. Virou pra mim e Cristian parando bem a nossa frente na beira da cerca.
Porra! a mulher era muito mais bonita que na foto. Seu olhar penetrante e de poucos amigos, me causou arrepios pelo corpo todo. Sentindo algo no meio das minhas pernas dar sinal.
Apesar das roupas velhas e desgastadas, que acreditava ser própria para o trabalho —que pelo visto fazia muito bem — não escondia em nada sua beleza, cachos de seus cabelos se desvencilhava da trança, caindo em seus olhos, os seios fartos, impedia a camisa que usava de fechar todos os portões, Porém ela usava uma preta básica por baixo, não deixando nada a mostra, sua camisa presa por dentro e sua calça jeans mostrava bem suas curvas e pernas torneadas, uma típica falsa magra.
— O que vocês são, empresários? — quis saber —querendo comprar minha pousada? Não está à venda! —afirmou no final.
—Não somos empresário. Como eu disse é um assunto delicado, que precisa ser abordado em particular— Rebati, já perdendo minha paciência, ela pareceu notar pois levantou uma das sobrancelhas em sinal de desafio, o que me fez rir, Porque ela não fazia ideia de quem eu era, e jamais me intimidaria.
Ela se afastou da cerca de madeira que nos separava, voltando a fazer o que havia parado.
— Como podem ver eu estou ocupada, então se querem conversar comigo, vá a recepção da pousada e marque um horário com Jennifer— ralhou. Puxando uma vaca no mesmo local em que a outra sairá. Essa por sua vez pisou em um monte de estrume fazendo voar em meus sapatos e calça, o que me deixo mais puto, foi ver seu sorriso de deboche, virei e sai pra não matar um ali mesmo.
Eu poderia muito bem força-la e me escutar ali mesmo. Colocando aquele cara para correr, Porém isso só a deixaria irritada e eu teria muitas perguntas para responder, coisa que eu não queria no momento. Então me dignei voltar para pousada.
— Figlio Di Puttana— xinguei em meu idioma, assim adentramos no quarto.
— Temos que admitir, a mulher e osso duro de roer! — Cristian parecia se divertir com a situação.
—O que pretende fazer agora? — Questionou.
— Vá na recepção e marque a porra, de um horário—ordenei.
Cristian saiu de imediato, voltando minutos depois.
—As uma da tarde Camile estará no escritório. A recepcionista garantiu que ela atende todos os hóspedes nesse período.
Fomos tomar café da manhã, visto que não podíamos fazer mais nada por enquanto. O café era muito melhor do que eu esperava. Tudo ali era fresco pelo que uma funcionária informou, tudo vinha do próprio sítio da pousada. O que me fez lembrar de Camile tirando leite. Havia queijo e pães, variados bolos e doces e o tradicional pão de queijo mineiro.
Depois do café, liguei para meus irmãos.
—E aí cara! Já marcou o dia do casório! – provocou Sebastian.
— Vai a merda! — xinguei —a mulher é uma peste, não quis nem falar comigo, duvido que aceitei qualquer acordo.
— Há-Há-Há— Sebastian disparou a gargalhar.
— Dá pra tirar esse merda da linha! — falei com Victor.
—E o que pretende fazer agora? —perguntou Victor sem dar muita atenção ao que eu disse de Sebastian. De nós três Victor era o mais centrado, sempre se mostrando sério e imparcial.
— Vou tentar falar com ela novamente mais tarde. Quando vier ao escritório. Hoje de manhã, quando fui falar com ela havia um homem eles pareciam próximos. Acha que é possível ter alguma coisa entre eles? —sondei com uma pontada de esperança.
— Impossível, eu teria notado, ela não tem ninguém além da mãe e os amigos e ainda que tivesse, você conhece as leis da nossa máfia, pra virar capo tem que ser eleito pelo antigo chefe ou derrotá-lo de forma limpa e junta em uma luta corpo a corpo. Ainda assim pra conseguir a luta você precisa de motivos pra querer seu posto. Pietro o nomeou mais com condições—denotou.
— Você tem que casar com Camile, se ela já estiver casada ou teria que separar pra ser sua mulher ou ficar viúva. Caso contrário você perderia o direito ao trono, dando oportunidade para que outro realize a tarefa — explicou.
—Porra! Eu não ligaria pra essa merda toda, se eu soubesse que ela é irmã de Pietro.
Sabia que se não cumprisse o que Pietro pediu, o concelho não só me tiraria o direito como daria a oportunidade de outro membro cumprir. E isso eu não poderia permitir.
—Alex, eu sei que você acha que deve isso a ele — silenciou— mais você sabe que poderia só protege-la...
Ele tinha razão, eu devia a Pietro se não fosse por mim, ele ainda estaria vivo e Camile estaria salva, mais o idiota tinha que ir me resgatar. Porra! Aquilo me doía na alma.
— Se eu não fizer, outro poderia se casar com ela ficando com o dinheiro e com a cadeira de capo, tirando de mim qualquer poder de defende-la por ele — ouvi Victor bufar ao telefone, sabia que eu tinha razão
—Isso com certeza iria acontecer! — constatou.
— Há, garota vai me odiar quando descobrir que, seu irmão morreu por minha causa — afirmei Antes de desligar.
Camile.Eu havia acabado de chegar dos afazeres do sítio. Jennifer disse que havia um hóspede me aguardando pra uma conversa.Imaginei ser algum hóspede interessado em fazer eventos. Festa de empresa ou até mesmo casamentos ou aniversários.Entrei no banheiro do vestiário e tomei um banho rápido. Troquei de roupa colocando um vestido leve e fresco. Me arrumei da melhor forma possível. Soltei minha juba dando Leves batista com creme pra não estragar os cachos e fui em direção ao escritório onde o suposto cliente aguardava.Entrei constatando, que na verdade era os dois engomadinhos estrangeiros, que tinham me procurado no curral. Pelo sotaque acreditava ser italianos.— Ok! vamos ao que interessa então ... — fui dizendo e se sentando do outro lado da mesa.— Boa tarde! pra você também — ironi
Alex.Camile fez o resto do trajeto totalmente em silêncio; não sei no que tanto pensava, mas eu via a dor em seus olhos.A garota era forte, eu tinha que admitir. Depois de tudo que passou não chorou nenhuma vez, só ameaçou chorar quando falei que seus amigos corria perigo.E que PORRA! O que foi aquilo, quando foi cuidar do meu braço, seu toque suave em minha pele, parecia brasa quente, me queimando de um jeito tão bom, que tive que focar pra não ficar duro e parecer um maldito tarado.Quando fui trocar de camisa. Senti seus olhos me avaliando, porém foi tão rápido que pensei não ter interesse.Depois de algumas horas de viagem, chegamos na pequena pista de pouso, onde um jatinho já nós esperava.Assim que recebi a ligação do meu irmão, dizendo que alguns dos podres havia descoberto a localiza&cce
Camile.Ouvir todas aquela coisa que Alexei me disse, foi de mais para mim, minha cabeça estava a milhão, muitos pensamentos e perguntas que eu não conseguia expressar no momento, então eu apenas precisava de tempo pra digerir.Alexei veio até mim com um notebook e um fone. Na tela a figura de alguém que mesmo muito mais velho eu conhecia bem. Peguei o notebook colocando na mesinha da aeronave, coloquei o fone e apertei o play.— Olá! minha pequena caracol – ele começou a dizer no vídeo, me fazendo dar um sorriso pela forma carinhosa que ele sempre me chamava, sem impedir as lágrimas que agora rompiam todas as barreiras — se você está vendo esse vídeo. Significa que eu não pude cumprir a promessa que me fiz, de acabar com os problemas da organização e ir até você.— Quero que voc&e
Camile.Desci uma escada larga com luminárias nas paredes, iluminando os degraus. Lá embaixo era uma sala enorme com um grande sofá no centro e uma enorme televisão na parede, poltronas dava um charme ao lugar. Do outro lado via-se uma porta balcão de vidro que dava pra um enorme jardim, e do lado da escada também tinha outra porta grande de madeira com janelas combinado.Terminei de descer as escadas, notando que embaixo dela pegando uma parte da sala havia um jardim de inverno, com pedras brancas e uma fonte. Estava admirada com o bom gosto.—Uau está é a fera? —escutei uma voz vindo da porta próximo a mim, chamando minha atenção.Na porta que dava pra cozinha estava Alex, com outros dois que acreditava ser seus irmãos, havia uma boa semelhança, um deles não me pareceu estranho, mas acho que era só impressão.
Alex.Estava no escritório com Sienna minha prima. Que desde que Camile havia chegado, passou a frequentar mais a mansão.Camile recusava um casamento grande e também disse não querer casar com vestido de noiva. Tentei argumentar com ela dizendo que provavelmente seria o único casamento que ela teria. Mas ela dizia que não se importava, pois não era de verdade. Aquilo não deveria, entretanto me incomodava, me incomodava pra caralho.Tínhamos marcado a data pro final de semana, em uma cerimônia simples em casa mesmo, tudo seria montado no quintal pra no máximo 80 pessoas.Mas, Camile mal saia do quarto, saindo somente para fazer as refeições e correr nos limites da propriedade.Depois que chegou, havia me feito um único pedido, que fui incapaz de recusar. Ela queria ir ao tumulo do irmão, então á levei, ela passou qua
Camile.Se passaram duas semanas, desde que vim pra Itália. Estava na mansão de Alex em Florença. Uma grande propriedade com muito espaço em volta deixando-a isolada, não vi no dia que cheguei pois estava apagada.Todos os dias saia as seis da manhã, para correr, o que no momento era a única coisa que me dava a sensação de liberdade, mesmo tendo Cristian e Lian que sempre me acompanhava de uma certa distância.Passava a maior parte do tempo em meu quarto, Alex havia pego meu celular, pois dizia que era perigoso alguém me rastrear, disse que assim que as coisas melhorassem eu poderia ter outro, também destruirá meu Kindle achando ser um tablet o que me deixou furiosa.Nos casaríamos em quatro dias. Me sentia horrível, não pelo casamento, mas por não poder ter minha família e amigos por perto. Saber que estavam sofrend
Capitulo 12. Alex. Ver meu irmão babando em cima de Camile fez meu sangue ferver como larva em um vulcão, queria ter furado os olhos de Sebastian assim como Victor sugeriu.Camile estava magnífica, usava um vestido vermelho um pouco a baixo dos joelhos, que se moldava ao seu corpo, deixando sua cintura fina e suas cochas grossas bem desenhadas, dando muita imaginação a qualquer marmanjo, seus cabelos cacheados e compridos estavam ainda mais volumosos formando grandes cachos jogados para o lado, somando ainda mais beleza ao seu rosto e em sua boca carnuda um batom claro.Quando me aproximei e senti seu corpo colar ao meu, seu aroma delicioso, quase me faz perder meu auto controle.Mas o que estava me deixando mais puto era saber que ela n&ati
Capitulo 13Camile. Estava tudo indo muito bem. Alex tinha sido um fofo na viagem até a festa, e ainda tinha me dado uma aliança de noivado, no entanto comigo nada, nunca era perfeito.Bastou vinte minutos afastado de mim que já apareceu outra pra se pendurar em seus pescoço.Eu não ia negar pra mim mesma e dizer que aquilo não era ciúmes, porque era claro que era, não era nenhuma iludida. Minha vontade era de entrar lá e quebrar a cara daquela fulaninha.Mas, a quem eu estava querendo enganar, tinha pedido por aquilo, afinal eu mesma havia dito a ele que poderia ficar com quem ele quisesse, mesmo que tenha pedido pra ser discreto, coisa que os dois não foram nem um pouco.No entanto o que eu esperava dele?fidelidade?Á quem?Á louca que não quer nada com ele Mas, que