Capitulo 5

Alex.

Bati na porta de Cristian logo cedo, ele demorou a responder, o que já me irritou.

Abriu a porta todo bagunçado. Pelo jeito ainda estava meio embriagado.

Porra! deveria ter trago alguém mais responsável —pensei.

— Chefe! —exclamou, arregalado os olhos ao perceber minha fúria

Estava na companhia de duas mulheres, que sorriam para mim. Na esperança que eu fosse participar da brincadeira.

—Mande-as, embora! —ordenei — E vá se arrumar! Isso não é férias, Cazzo! — bradei fazendo as meninas se assustarem.

— Sim! Chefe, desculpa.

Entrou pedindo para as meninas saírem, as duas por sua vez foram logo pegando suas roupas. Deveriam estar hospedadas na pousada também, porque nem se deram ao trabalho de se vestirem. Saíram enroladas em Lençóis.

— Te encontro em vinte minutos, na recepção —avisei saindo.

Eu estava furioso com a irresponsabilidade de Cristian. Tudo bem que já havíamos sondado o terreno e não achamos nada suspeito, porem se deixar distrair dessa maneira. Era inaceitável e eu teria uma boa conversa com ele depois.

Pontualmente Cristian estava na recepção assim como lhe ordenara, havia tomado banho e já vestia o terno que era de praxe na máfia.

— Vamos acabar logo com essa merda, pra irmos embora, de preferência ainda hoje— disse mal humorado, indo na direção da recepcionista loira.

Claro que não esperava que a menina fosse aceitar assim facilmente, largar tudo e ir embora comigo. Na noite anterior estive pensando no assunto. Decidi que iria contar pra ela somente lá na Itália, assim ficaria bem mais fácil convence-la.

Se fosse outra pessoa não daria opção a Camile. Mais eu jamais seria capaz de obriga-la. Nem mesmo pelo trono. Daria outra maneira se necessário. Não iria forçar uma garota a abandonar toda sua vida para viver comigo na marra.

— Olá! tudo bem? Preciso falar com a Srtª Camile, você pode nos dizer onde a encontro? — Perguntei a recepcionista, a garota parecia não ter mais que dezenove anos, levantou as sobrancelhas num sinal de curiosidade.

—Camile uma hora dessas, está cuidando do sítio— informou —se quiser pode falar com ela no horário do almoço as treze horas. É o horário que ela estará no escritório, ou pode falar agora com a Tabita— avisou

A menina me avaliava dos pés à cabeça, coisa que não havia feito no dia anterior, fiquei curioso pra saber porque.

—Não! o assunto é somente com Camile— afirmei — poderia nós mostrar a direção, podemos ir até ela— pedi ansioso para acabar logo com aquilo. A menina deu um leve sorriso em uma expressão de choque, mais também de diversão, não entendi muito bem o motivo mais também não iria perguntar.

— Vocês vão ao curral desse jeito? —sondou, em um tom divertido, olhando pra nossas roupas.

— sim! qual o problema com nossas roupas? —indaguei, ela deu de ombros, ignorando minha pergunta.

— Bom! Só seguir por ali —informou apontando uma pequena trilha.

Pegamos a trilha por uns dez minutos. Encontramos um barracão de madeira coberto, porém aberto nas laterais só com cercas baixas.

Dentro dele havia duas pessoas, um rapaz alto moreno de cabelo liso e um moça de costas sentada em um banquinho, sabia que era Camile.

Ela vestia calça jeans e uma galocha branca, mais que estava toda suja, a mulher usava seus cabelos presos em uma transa comprida, e tirava leite de uma vaca, aquilo era surpreendente.

—Bom dia! —antecipou o rapaz que estava junto a ela. Fazendo-a notar nossa presença. Ela se virou sem parar o que fazia, para nós avaliar.

— Bom dia! —respondi um tanto seco – estou procurando a Srtª. Camile— Embora já soubesse que a mesma estava ali.

Os dois se olharam entre si — porra! o que era aquilo —pensei. Será que eram namorados? talvez noivos ou quem sabe até casados.

Talvez se fossem o conselho cancelaria aquela palhaçada. —pensei com esperança —não! Com certeza não. Victor havia investigado tudo, ele me diria se ela fosse casada.

Achei que não iriam responder. Quando ela se levantou limpando as mãos em uma toalhinha.

— Pois então acharam— respondeu fria — no que posso ajuda-los—Falou pegando o balde de leite que já está a cheio e despejando e um galão grande.

— É um assunto delicado, que gostaríamos de tratar em particular — respondi olhando para o homem ao seu lado, que fez uma careta de desgosto.

—Eu não sei que tipo de assunto eu possa ter para tratar com dois engomadinhos— disse amarga, sem parar o que fazia.

Desamarrando um laço que prendia o bizarro a uma vaca soltando os dois. Virou pra mim e Cristian parando bem a nossa frente na beira da cerca.

Porra! a mulher era muito mais bonita que na foto. Seu olhar penetrante e de poucos amigos, me causou arrepios pelo corpo todo. Sentindo algo no meio das minhas pernas dar sinal.

Apesar das roupas velhas e desgastadas, que acreditava ser própria para o trabalho —que pelo visto fazia muito bem — não escondia em nada sua beleza, cachos de seus cabelos se desvencilhava da trança, caindo em seus olhos, os seios fartos, impedia a camisa que usava de fechar todos os portões, Porém ela usava uma preta básica por baixo, não deixando nada a mostra, sua camisa presa por dentro e sua calça jeans mostrava bem suas curvas e pernas torneadas, uma típica falsa magra.

— O que vocês são, empresários? — quis saber —querendo comprar minha pousada? Não está à venda! —afirmou no final.

—Não somos empresário. Como eu disse é um assunto delicado, que precisa ser abordado em particular— Rebati, já perdendo minha paciência, ela pareceu notar pois levantou uma das sobrancelhas em sinal de desafio, o que me fez rir, Porque ela não fazia ideia de quem eu era, e jamais me intimidaria.

Ela se afastou da cerca de madeira que nos separava, voltando a fazer o que havia parado.

— Como podem ver eu estou ocupada, então se querem conversar comigo, vá a recepção da pousada e marque um horário com Jennifer— ralhou. Puxando uma vaca no mesmo local em que a outra sairá. Essa por sua vez pisou em um monte de estrume fazendo voar em meus sapatos e calça, o que me deixo mais puto, foi ver seu sorriso de deboche, virei e sai pra não matar um ali mesmo.

Eu poderia muito bem força-la e me escutar ali mesmo. Colocando aquele cara para correr, Porém isso só a deixaria irritada e eu teria muitas perguntas para responder, coisa que eu não queria no momento. Então me dignei voltar para pousada.

— Figlio Di Puttana— xinguei em meu idioma, assim adentramos no quarto.

— Temos que admitir, a mulher e osso duro de roer! — Cristian parecia se divertir com a situação.

—O que pretende fazer agora? — Questionou.

— Vá na recepção e marque a porra, de um horário—ordenei.

Cristian saiu de imediato, voltando minutos depois.

—As uma da tarde Camile estará no escritório. A recepcionista garantiu que ela atende todos os hóspedes nesse período.

Fomos tomar café da manhã, visto que não podíamos fazer mais nada por enquanto. O café era muito melhor do que eu esperava. Tudo ali era fresco pelo que uma funcionária informou, tudo vinha do próprio sítio da pousada. O que me fez lembrar de Camile tirando leite. Havia queijo e pães, variados bolos e doces e o tradicional pão de queijo mineiro.

Depois do café, liguei para meus irmãos.

—E aí cara! Já marcou o dia do casório! – provocou Sebastian.

— Vai a merda! — xinguei —a mulher é uma peste, não quis nem falar comigo, duvido que aceitei qualquer acordo.

— Há-Há-Há— Sebastian disparou a gargalhar.

— Dá pra tirar esse merda da linha! — falei com Victor.

—E o que pretende fazer agora? —perguntou Victor sem dar muita atenção ao que eu disse de Sebastian. De nós três Victor era o mais centrado, sempre se mostrando sério e imparcial.

— Vou tentar falar com ela novamente mais tarde. Quando vier ao escritório. Hoje de manhã, quando fui falar com ela havia um homem eles pareciam próximos. Acha que é possível ter alguma coisa entre eles? —sondei com uma pontada de esperança.

— Impossível, eu teria notado, ela não tem ninguém além da mãe e os amigos e ainda que tivesse, você conhece as leis da nossa máfia, pra virar capo tem que ser eleito pelo antigo chefe ou derrotá-lo de forma limpa e junta em uma luta corpo a corpo. Ainda assim pra conseguir a luta você precisa de motivos pra querer seu posto. Pietro o nomeou mais com condições—denotou.

— Você tem que casar com Camile, se ela já estiver casada ou teria que separar pra ser sua mulher ou ficar viúva. Caso contrário você perderia o direito ao trono, dando oportunidade para que outro realize a tarefa — explicou.

—Porra! Eu não ligaria pra essa merda toda, se eu soubesse que ela é irmã de Pietro.

Sabia que se não cumprisse o que Pietro pediu, o concelho não só me tiraria o direito como daria a oportunidade de outro membro cumprir. E isso eu não poderia permitir.

—Alex, eu sei que você acha que deve isso a ele — silenciou— mais você sabe que poderia só protege-la...

Ele tinha razão, eu devia a Pietro se não fosse por mim, ele ainda estaria vivo e Camile estaria salva, mais o idiota tinha que ir me resgatar. Porra! Aquilo me doía na alma.

— Se eu não fizer, outro poderia se casar com ela ficando com o dinheiro e com a cadeira de capo, tirando de mim qualquer poder de defende-la por ele — ouvi Victor bufar ao telefone, sabia que eu tinha razão

—Isso com certeza iria acontecer!  — constatou.

— Há, garota vai me odiar quando descobrir que, seu irmão morreu por minha causa — afirmei Antes de desligar.

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