Melissa.
_Com certeza não é isso que eu quero. Eu quero ficar com você, quero te tocar, quero beijar todo seu corpo, fazer amor com você, mas, cada vez que vejo as manchas nele eu me sinto culpado.
_Eu deveria ter ido te buscar aquele dia, você não precisa andar de ônibus, metrô nada disso! Eu sou seu marido, posso te dar um carro, você nem precisa mais trabalhar se quiser, eu ficaria satisfeito em te ver terminar os estudos...
_Não é culpa sua. - Tento me aproximar dele devagar. Não pense assim... Não se afaste de mim, eu preciso de você. Preciso do seu carinho... Eu sinto falta do seus beijos e do seu corpo, eu sinto sua falta.
Alcanço sua mão e coloco ela no meu rosto. Coffee me mostra um sorriso triste.
_Me beija, por favor. - Suplico
Ele se abaixa e me beija lenta e cuidadosamente. Mas eu prendo sua camisa em meus dedos e o trago para mais perto de mim.
JaysonEstava deitado na cama, me sentia um merda, meu coração em pedaços, minha reputação uma merda e a auto estima nem sei se quer existia naquele momento...Estava sem esperança nenhuma! Tinha perdido metade da perna direita. Estava com vida, mas morto. Ouvi o som da porta, mas não olhei para ver quem era, toda hora uma enfermeira aparecia com cara de reprovação para aplicar as medições.Já tinha quase um mês que tinha acordado e sinceramente queria voltar a dormir. Ouvia com frequência as enfermeiras falando sobre como Melissa estava machucada quando foi resgatada. Eu lembro de ter batido nela, lembro que iria estrupra-la, ou talvez eu tenha feito isso...Tudo isso poderia ter ficado em segredo, mas não... Todos sabem do filho da puta que eu sou! Eu não tenho mágoa da Mel, ela tinha prestou depoimento, tinha mesmo que contar o que aconteceu... Minha voz ainda sai muito rouca e minha gargan
JaysonRecomeçar nunca é fácil, principalmente quando falta uma parte do seu corpo. O sentimento de incapacidade é muito grande, sua autoestima beira o negativo. Você tem medo, porque tudo é novo e relativamente mais difícil. O que não quer dizer que seja impossível, o apoio da família e amigos é essencial.Eu tentei focar ao máximo na minha recuperação, foi difícil me adaptar a prótese, difícil encontrar algo que me desse prazer em fazer... Mas minha fisioterapeuta e amiga me ajudou muito, eu tentei vários esportes corrida, basquete, o próprio futebol, já estava desistindo quando encontrei a natação.Foi nela que me encontrei, no principio como parte do tratamento, depois como hobby, e agora como fonte de renda.Dentro desses quatro anos pós acidente e dois que comecei a competir eu consegui dois ouros, sete medalhas de prata e uma de bronze. No começo meu avó era meu único e suficiente patrocinador ago
MelissaJá se passaram quatro anos desde o dia que fui ao hospital falar com Jayson. Confesso que pensei que sentiria muitas coisas, mas não senti nada além compaixão e um tremendo alívio depois de realmente ter perdoado.Eu já havia perdoado ele antes... Mas precisava dizer a ele... Quando minha filha nasceu a minha felicidade pareceu ficar ainda maior. Kessy. Uma linda menina de pele morena!A felicidade dos homens da casa pareceu não ter lugar. Ambos babavam na pequena Kessy. Eu acabei tendo que concordar com ter um carro, a minha rotina de mãe, dona de casa e professora numa escola estava mesmo muito agitada.Quando Kessy completou um ano eu voltei para a universidade, me formei e consegui um bom emprego, Coffee não gosta muito que eu trabalhe, mas ele não me impede, ele sabe o quanto eu gosto de ser independe
Estamos no começo da primavera, eu entrei nessa nova escola. Já é difícil entrar numa escola nova. Numa escola nova em um estado diferente, em um país diferente? Muito pior!Eu tenho uma vantagem. Faço amizade muito rápido. Fiz amizade com uma senhora hoje no mercado. Eu sei sou inacreditável!Na sala de aula consegui uma amiguinha também. Talvez estar numa escola Americana não seja tão ruim quanto nos filmes......Já tem uma semana que estou nessa escola. Todos parecem legais. Mas uma pessoa me chamou a atenção. O rapaz de camisa escura.Existem vários grupos aqui. O das patricinhas, os nerds, os emos, os gays, os jogadores, as líderes de torcida, os que não são de lugar nenhum como eu, os tímidos, os viciados em jogos...Mas esse rapaz de cabelos negros está sempre sozinho... Nunca vi ele conversar com ninguém, ou com alguma garota, nada. Ele está sempre sozinho, sempre com
Jayson.Ouço o professor dar sua explicação sobre a matéria, de fato estava entediado, já sabia aquela matéria e as explicações estavam ficando chatas._Bom dia turma. - Ely Fisher a diretora da escola para na porta. - Temos uma aluna nova esse ano. - Ela diz para os alunos e o professor, então faz um sinal com as mãos chamando a garota escondida do lado de fora da sala - O nome dela é Melissa Melker, ela veio do Brasil e ficará conosco até o fim do ano letivo.Uma garota linda, ela tem olhos castanhos claros e o cabelo cai cheio de anéis até a cintura. Ela sorri com brilho nos olhos, sinto algo diferente nela. A gorato se senta ao meu lado, o único lugar vago já que todos tem medo mim... Sinto o cheiro de morango vindo dela, ela me olha sorri tímida.Como alguém pode sorrir como ela, tem brilho nos olhos!?Estefany Carvim fala com ela alguma coisa e ela somente sorri, não como sorriu pr
MelissaDepois do jogo Summer insistiu que eu fosse a tal festa. Nem de longe era o que eu queria, porém acabei cedendo.Estava até gostando de estar lá, apesar de me sentir uma estranha no meio de tantos corpos suados e de todo aquele cheiro de álcool, estava gostando da companhia do rapaz que conversava comigo.Bill Murray um rapaz de olhos azuis profundos, um galanteador nato e bêbado.Ele tenta me beijar algumas vezes, me desvio em todas. Mas permaneço conversando com ele. Estava me divertindo do seu estado alcoolizado._Quero te dar uma coisa. - Ele diz. - Está no meu carro vem.Acompanho ele pela rua escura até um caminhonete prata de vidros bem escuros, me encosto nela esperando que ele abra e pegue o que quer que queira me dar.
MelissaDepois daquele fatídico dia Bill apareceu na escola com um enorme hematoma no rosto. Ele disse que havia caído e não me olhou em nenhum momento, não me dei ao trabalho de desmentir, ninguém deu.Dou graças a Deus por isso, não quero que ninguém saiba, porque sinto uma enorme vergonha.O que me põe em constante aflição é o Jayson, não consegui falar com ele.Eu o vejo na sala, e algumas vezes no corredor mas não consigo me aproximar,só olho para ele o tempo todo.Saio do banheiro apressada, carregando muitos cadernos na mão. Estou decida a falar com meu herói no intervalo, mesmo que para isso tivesse que me sentar com ele no refeitório.Bato num muro de pele e músculos.Olhando para cima o vejo com um meio sorriso, olhos em tons de verde como folhas no inverno, ele é muito bonito.Minhas coisas caem no chão e o que não caiu
MelissaAs oito em ponto Jay Jay para na minha porta para me pegar, não tem ninguém em casa, então, só deixo um bilhete dizendo que volto antes das dez.Ficamos em silêncio por um tempo, durante o trajeto._Como é Brasil? - Ele pergunta sem tirar os olhos da estrada._É lindo... E quente... E as pessoas são... diferentes... Menos reservadas eu acho..._Legal. Deixou algum namorado por lá?_Não! - Eu dou uma pequena risada. - Com certeza não. Eu nunca namorei!Sinto o olhar dele sobre mim, mas não olho em sua direção. Meu rosto começa a esquentar e sei que estou muito vermelha._Por que? - Ele pergunta, mas não vejo julgamento na sua voz._Bom... Eu não saia muito, estava sempre estudando... Ninguém se interessou mesmo eu acho. - Sou sincera._Você é muito bonita. Talvez tivesse muitos i