Jayson.
Pego o jornal no Hall do prédio depois de uma corrida pelo parque. Jogo ele sobre a mesa e vou até a geladeira para pegar um pouco de suco, lanço a mão em algumas torradas e me sento para comer.
Ainda não engoli o fato da Melissa ter aceitado o pedido de casamento do Paker, mas até esse casamento acontecer eu a faço voltar pra mim.
Sorrio com o pensamento.
Vou mandar rosas e chocolates para a casa dela. Tenho certeza que ela vai adorar e claro vai ficar balançada.
Abro o Jornal e leio a primeira notícia.
"De namorada a esposa em menos de 24h"
Uma foto da Melissa e Paker saindo de mãos dadas de uma capela em Vegas. A notícia diz que eles se casaram naquela capela e que o casal apaixonado já conta com um herdeiro. Relata ainda que eles passaram a noite em uma suite não muito chique em dos hotéis perto da capela.
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Melissa..._Você ama aquele desgraçado! Ama aquele preto de merda? Ele te faz gozar? Hum!? Ele consegue te dar prazer? Como eu fazia? - Jayson pergunta entre os dentes.Olho nos olhos dele. Ele está transtornado de tão bêbado.ELE ME FAZ MUITO MELHOR DO QUE VOCÊ JÁ FEZ EM TODA MINHA VIDA! - Minha mente grita. Mas tudo que sai pela minha boca é:_Me deixa ir... Por favor Jayson... Tenho que pegar o nosso filho na escola. - minha mente agora está focada no meu filho._Agora é nosso filho!? Por que não me contou antes? Tive que descobrir essa merda toda sozinho._Você não ia acreditar! - tento me explicar._Eu esperei que viesse até mim para me ouvir, eu esperei. Eu fui atrás de você e você estava be
MelissaAbro os olhos devagar, a claridade me incomoda um pouco, então volto a fechar e depois abrir os olhos, o foco da minha visão ganha força e vejo o que está ao redor é percebo estou hospital.A minha mente arde com as lembranças de ontem... Foi mesmo ontem!?Tento analizar meu corpo, mexo os dedos, as pernas as mãos e os braços. Todo o meu corpo doi. Tento me levantar e tudo que consigo fazer é soltar um gemido de dor.Um barulho é ouvido no quarto. Tento ver de onde vem e sinto medo. Uma certa apreensão até que o rosto de Coffee aparece no meu campo de visão. Sorrio._ Gracas a Deus! Você acordou! Eu... Senti tanta sua falta... Você não pode morrer e me deixar aqui. Não agora ouviu!?_S.si.im. - Minha voz rouca e baixa quase não é ouvida sorrio para ele apesar de toda dor que eu sinto._Vou chamar a infermera.Eu tento cham
Melissa._Com certeza não é isso que eu quero. Eu quero ficar com você, quero te tocar, quero beijar todo seu corpo, fazer amor com você, mas, cada vez que vejo as manchas nele eu me sinto culpado._Eu deveria ter ido te buscar aquele dia, você não precisa andar de ônibus, metrô nada disso! Eu sou seu marido, posso te dar um carro, você nem precisa mais trabalhar se quiser, eu ficaria satisfeito em te ver terminar os estudos..._Não é culpa sua. - Tento me aproximar dele devagar. Não pense assim... Não se afaste de mim, eu preciso de você. Preciso do seu carinho... Eu sinto falta do seus beijos e do seu corpo, eu sinto sua falta.Alcanço sua mão e coloco ela no meu rosto. Coffee me mostra um sorriso triste._Me beija, por favor. - SuplicoEle se abaixa e me beija lenta e cuidadosamente. Mas eu prendo sua camisa em meus dedos e o trago para mais perto de mim.
Melissa._Com certeza não é isso que eu quero. Eu quero ficar com você, quero te tocar, quero beijar todo seu corpo, fazer amor com você, mas, cada vez que vejo as manchas nele eu me sinto culpado._Eu deveria ter ido te buscar aquele dia, você não precisa andar de ônibus, metrô nada disso! Eu sou seu marido, posso te dar um carro, você nem precisa mais trabalhar se quiser, eu ficaria satisfeito em te ver terminar os estudos..._Não é culpa sua. - Tento me aproximar dele devagar. Não pense assim... Não se afaste de mim, eu preciso de você. Preciso do seu carinho... Eu sinto falta do seus beijos e do seu corpo, eu sinto sua falta.Alcanço sua mão e coloco ela no meu rosto. Coffee me mostra um sorriso triste._Me beija, por favor. - SuplicoEle se abaixa e me beija lenta e cuidadosamente. Mas eu prendo sua camisa em meus dedos e o trago para mais perto de mim.
JaysonEstava deitado na cama, me sentia um merda, meu coração em pedaços, minha reputação uma merda e a auto estima nem sei se quer existia naquele momento...Estava sem esperança nenhuma! Tinha perdido metade da perna direita. Estava com vida, mas morto. Ouvi o som da porta, mas não olhei para ver quem era, toda hora uma enfermeira aparecia com cara de reprovação para aplicar as medições.Já tinha quase um mês que tinha acordado e sinceramente queria voltar a dormir. Ouvia com frequência as enfermeiras falando sobre como Melissa estava machucada quando foi resgatada. Eu lembro de ter batido nela, lembro que iria estrupra-la, ou talvez eu tenha feito isso...Tudo isso poderia ter ficado em segredo, mas não... Todos sabem do filho da puta que eu sou! Eu não tenho mágoa da Mel, ela tinha prestou depoimento, tinha mesmo que contar o que aconteceu... Minha voz ainda sai muito rouca e minha gargan
JaysonRecomeçar nunca é fácil, principalmente quando falta uma parte do seu corpo. O sentimento de incapacidade é muito grande, sua autoestima beira o negativo. Você tem medo, porque tudo é novo e relativamente mais difícil. O que não quer dizer que seja impossível, o apoio da família e amigos é essencial.Eu tentei focar ao máximo na minha recuperação, foi difícil me adaptar a prótese, difícil encontrar algo que me desse prazer em fazer... Mas minha fisioterapeuta e amiga me ajudou muito, eu tentei vários esportes corrida, basquete, o próprio futebol, já estava desistindo quando encontrei a natação.Foi nela que me encontrei, no principio como parte do tratamento, depois como hobby, e agora como fonte de renda.Dentro desses quatro anos pós acidente e dois que comecei a competir eu consegui dois ouros, sete medalhas de prata e uma de bronze. No começo meu avó era meu único e suficiente patrocinador ago
MelissaJá se passaram quatro anos desde o dia que fui ao hospital falar com Jayson. Confesso que pensei que sentiria muitas coisas, mas não senti nada além compaixão e um tremendo alívio depois de realmente ter perdoado.Eu já havia perdoado ele antes... Mas precisava dizer a ele... Quando minha filha nasceu a minha felicidade pareceu ficar ainda maior. Kessy. Uma linda menina de pele morena!A felicidade dos homens da casa pareceu não ter lugar. Ambos babavam na pequena Kessy. Eu acabei tendo que concordar com ter um carro, a minha rotina de mãe, dona de casa e professora numa escola estava mesmo muito agitada.Quando Kessy completou um ano eu voltei para a universidade, me formei e consegui um bom emprego, Coffee não gosta muito que eu trabalhe, mas ele não me impede, ele sabe o quanto eu gosto de ser independe
Estamos no começo da primavera, eu entrei nessa nova escola. Já é difícil entrar numa escola nova. Numa escola nova em um estado diferente, em um país diferente? Muito pior!Eu tenho uma vantagem. Faço amizade muito rápido. Fiz amizade com uma senhora hoje no mercado. Eu sei sou inacreditável!Na sala de aula consegui uma amiguinha também. Talvez estar numa escola Americana não seja tão ruim quanto nos filmes......Já tem uma semana que estou nessa escola. Todos parecem legais. Mas uma pessoa me chamou a atenção. O rapaz de camisa escura.Existem vários grupos aqui. O das patricinhas, os nerds, os emos, os gays, os jogadores, as líderes de torcida, os que não são de lugar nenhum como eu, os tímidos, os viciados em jogos...Mas esse rapaz de cabelos negros está sempre sozinho... Nunca vi ele conversar com ninguém, ou com alguma garota, nada. Ele está sempre sozinho, sempre com