Capítulo 2 ♡

Lunna Vincent Kalk

— Aí meu Deus... — Exclamo assustada levando minha mão até a minha boca

— Sinto muito, sei que é difícil, mas eu tentei de tudo pra conseguir recuperar a empresa, infelizmente não consegui. — Diz — Você é uma menina de ouro, com apenas vinte e três anos, seu currículo é incrível, você vai conseguir um emprego rápido

Sempre fui uma garota estudiosa, mesmo não tendo condições financeiras, passei minha vida toda trabalhando e quando fiz aniversário de dezesseis anos, juntei minhas economias com meus pais e consegui comprar um computador de segunda mão com linhas na tela, e quando descobri que o mundo da internet usei para o meu crescimento, descobrir muitas plataformas online de cursos, fiz todos que consegui, contabilidade, recursos humanos, passava horas e dias estudando. Com o dinheiro que sobrava pagava os certificados, pois eram documentos de comprovações, por isso meu currículo é tão extenso.

Na época do colegial, por ter um nível avançado pude ultrapassar algumas séries, o que me fez terminar mais cedo. Quando completei dezoito anos, entrei na Universidade publica, finalizando um ano mais cedo do que orientado na grade curricular de Administração, sonhando com minha mãe em abrir nossa empresa para vender as roupas que criavámos

Pórem minha felicidade durou pouco, infelizmente eles sofreram um acidente de carro no meu último ano da faculdade, foi um choque pra mim, pela primeira vez na minha vida me vi sozinha, todos da minha família eram são afastados, a única que tenho contato é minha avó materna, com quem falo aos fins de semana

— Tudo bem senhor Cárter, sei que não é culpa sua, só espero mesmo que eu consiga outro emprego e rápido — Falo

Saio da sala do senhor Cárter caminhando totalmente alheia de tudo que transcorre em minha volta, arrumo minhas coisas na caixa, pórem sou despertada dos meus pensamentos com o meu celular tocando sem ao menos olhar no visor atendo a chamada

— Alô? — Atendo colocando o porta retrato com a foto dos meus pais na bolsa por medo de quebrar na caixa

— Oi querida. — Ouço a voz da minha avó

— Oi vó... Aconteceu alguma coisa? — Pergunto estranhando pois hoje é quinta feira, e só conversamos no final de semana

— Não querida, não aconteceu nada — Fala tristonha, já sei que quer alguma coisa – É só que...

Minha relação com a minha avó nunca foi afetiva, ela só se aproximou quando eles morreram sabendo que sou filha única, e eventualmente acabei recebendo ajuda financeira do governo enquanto a herança do meu pai estava sendo homologada na justiça, pois era uma quantia alta e não sabiamos. Mas graças a Deus essa quantia ajudou a comprar minha casa, meu carro e deixar no banco para qualquer possível emergência. 

Minha avó descobriu pois ela estava me visitando quando o advogado me telefonou, começou a me pedir dinheiro praticamente todos os meses

— Fala logo vó... — Falo revirando meus olhos.

— Querida, eu queria saber se você vai deixar minha mesada hoje ou amanhã na conta?. — Ela pergunta direta. Bingo!

Desde então passei a sustentar não somente a minha avó como também as outras filhas dela que são tudo um bando de falsas, deixo uma metade na conta dela na primeira semana do mês, e com a outra metade pago meu financiamento estudantil parcelado, deixando meu salário para sustento da casa

— Eu deposito apenas na outra semana vó, primeira semana do mês lembra?. — Falo bufando

— Tudo bem minha menina, vou deixar você trabalhar, beijos. —  Responde amorosamente

Quem vê realmente acredita que ela é muito boa, mais ninguém conhece a dona

Elizabeth Vincent como eu. De boa, ela não tem nada.

Verifico todas as gavetas, coloco minha bolsa pendurada no meu ombro direito e agarro minha caixa. E um filme passa em minha cabeça. Chego no estacionamento colocando tudo no banco traseiro, e antes de sair com o carro me sento no banco do motorista e fico sem saber o que vou fazer daqui para frente, decido ligar para Brooke

— Oi miguxaaa. — Fala toda animada dando entonação ao logo “a”

Com minha amiga não tinha tempo ruim, está sempre sorrindo, sendo positiva, uma pessoa com o coração enorme. Conheci Brooke no primeiro dia de aula na escola e desde então estamos sempre juntas em tudo, ou melhor quase tudo. Brooke seguiu para o marketing, fizemos algumas aulas juntas, mas nada nos separava

— O que aconteceu? — Pergunta preocupada após ouvir meu soluço

— Fui demitida, a empresa faliu — Falo sem pausa enquanto choro

— Sinto muito — Diz — Você é a Lunna, nerd, a garota mais brilhante que eu conheço, vai dar um jeito, tenho certeza. Mas tarde vou levar pizza, sorvete e chocolates, nada como um filme para nos alegrar — Me despeço respirando fundo tentando dispersar as lágrimas e conseguir dirigir.

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