Lunna Vincent Kalk
— Aí meu Deus... — Exclamo assustada levando minha mão até a minha boca
— Sinto muito, sei que é difícil, mas eu tentei de tudo pra conseguir recuperar a empresa, infelizmente não consegui. — Diz — Você é uma menina de ouro, com apenas vinte e três anos, seu currículo é incrível, você vai conseguir um emprego rápido
Sempre fui uma garota estudiosa, mesmo não tendo condições financeiras, passei minha vida toda trabalhando e quando fiz aniversário de dezesseis anos, juntei minhas economias com meus pais e consegui comprar um computador de segunda mão com linhas na tela, e quando descobri que o mundo da internet usei para o meu crescimento, descobrir muitas plataformas online de cursos, fiz todos que consegui, contabilidade, recursos humanos, passava horas e dias estudando. Com o dinheiro que sobrava pagava os certificados, pois eram documentos de comprovações, por isso meu currículo é tão extenso.
Na época do colegial, por ter um nível avançado pude ultrapassar algumas séries, o que me fez terminar mais cedo. Quando completei dezoito anos, entrei na Universidade publica, finalizando um ano mais cedo do que orientado na grade curricular de Administração, sonhando com minha mãe em abrir nossa empresa para vender as roupas que criavámos
Pórem minha felicidade durou pouco, infelizmente eles sofreram um acidente de carro no meu último ano da faculdade, foi um choque pra mim, pela primeira vez na minha vida me vi sozinha, todos da minha família eram são afastados, a única que tenho contato é minha avó materna, com quem falo aos fins de semana
— Tudo bem senhor Cárter, sei que não é culpa sua, só espero mesmo que eu consiga outro emprego e rápido — Falo
Saio da sala do senhor Cárter caminhando totalmente alheia de tudo que transcorre em minha volta, arrumo minhas coisas na caixa, pórem sou despertada dos meus pensamentos com o meu celular tocando sem ao menos olhar no visor atendo a chamada
— Alô? — Atendo colocando o porta retrato com a foto dos meus pais na bolsa por medo de quebrar na caixa
— Oi querida. — Ouço a voz da minha avó
— Oi vó... Aconteceu alguma coisa? — Pergunto estranhando pois hoje é quinta feira, e só conversamos no final de semana
— Não querida, não aconteceu nada — Fala tristonha, já sei que quer alguma coisa – É só que...
Minha relação com a minha avó nunca foi afetiva, ela só se aproximou quando eles morreram sabendo que sou filha única, e eventualmente acabei recebendo ajuda financeira do governo enquanto a herança do meu pai estava sendo homologada na justiça, pois era uma quantia alta e não sabiamos. Mas graças a Deus essa quantia ajudou a comprar minha casa, meu carro e deixar no banco para qualquer possível emergência.
Minha avó descobriu pois ela estava me visitando quando o advogado me telefonou, começou a me pedir dinheiro praticamente todos os meses
— Fala logo vó... — Falo revirando meus olhos.
— Querida, eu queria saber se você vai deixar minha mesada hoje ou amanhã na conta?. — Ela pergunta direta. Bingo!
Desde então passei a sustentar não somente a minha avó como também as outras filhas dela que são tudo um bando de falsas, deixo uma metade na conta dela na primeira semana do mês, e com a outra metade pago meu financiamento estudantil parcelado, deixando meu salário para sustento da casa
— Eu deposito apenas na outra semana vó, primeira semana do mês lembra?. — Falo bufando
— Tudo bem minha menina, vou deixar você trabalhar, beijos. — Responde amorosamente
Quem vê realmente acredita que ela é muito boa, mais ninguém conhece a dona
Elizabeth Vincent como eu. De boa, ela não tem nada.Verifico todas as gavetas, coloco minha bolsa pendurada no meu ombro direito e agarro minha caixa. E um filme passa em minha cabeça. Chego no estacionamento colocando tudo no banco traseiro, e antes de sair com o carro me sento no banco do motorista e fico sem saber o que vou fazer daqui para frente, decido ligar para Brooke
— Oi miguxaaa. — Fala toda animada dando entonação ao logo “a”
Com minha amiga não tinha tempo ruim, está sempre sorrindo, sendo positiva, uma pessoa com o coração enorme. Conheci Brooke no primeiro dia de aula na escola e desde então estamos sempre juntas em tudo, ou melhor quase tudo. Brooke seguiu para o marketing, fizemos algumas aulas juntas, mas nada nos separava
— O que aconteceu? — Pergunta preocupada após ouvir meu soluço
— Fui demitida, a empresa faliu — Falo sem pausa enquanto choro
— Sinto muito — Diz — Você é a Lunna, nerd, a garota mais brilhante que eu conheço, vai dar um jeito, tenho certeza. Mas tarde vou levar pizza, sorvete e chocolates, nada como um filme para nos alegrar — Me despeço respirando fundo tentando dispersar as lágrimas e conseguir dirigir.
❤
Lunna Vincent KalkNada como um bom pijama velho, um pote de sorvete para afogar as mágoas depois de passar a tarde enviando currículo para todos os lugares possível. Estou deitada em um sofá e a Brooke no outro vendo um filme no qual não sei o nome, na verdade não estou nem prestando atenção.Ouço meu celular tocar na mesinha de centro, vejo um número desconhecido, então desligo. Não demora muito o mesmo número liga novamente— Deve ser cobrança ou aquelas ligações erradas — Divago— Ou não! — Divaga enfiando pipoca na boca. Volto a me ajeitar no sofá, quando pela terceira vez o telefone toca — Atende logo, ou você ganhou na loteria ou alguém está morrendo— Alô? — Atendo a ligação enquanto vou abaixando o volume do filme— Olá, Boa Noite! Poderia falar com a senhorita Lunna Vincent Kalk — Ouço me sentando no sofá atraindo a atenção de Brooke que por um milagre para de comer, comfirmo que sou eu— Olá Lunna, me chamo Úrsula, da Zumach.Inc. Recebemos seu currículo via e-mail, gostaría
Balaço minha cabeça afastando meus pensamentos negativos, logo o elevador chega no térreo e as portas se abrem, assim que chego no trigésimo andar e as portas se abrem, sou presenteada pela vista do Rio Hudson, uma coisa mais linda, respiro fundo e me aproximo da recepção, uma moça sorri pra mim, retribuo o sorriso me aproximando de sua baía— Senhorita Kalk?. — Me cumprimenta educada — Sim — Sorrio apertando sua mão — Por favor me chame somente de Lunna — Peço educadamente— Prazer, sou a Úrsula. — Retribuindo meu aperto de mão— Muito prazer, muito obrigada por me informar sobre a entrevista. — Agradeço— Disponha menina, irei avisar ao senhor Zumach, que você chegou. — Diz pegando o telefone e digita um ramal do seu chefe efetua a ligaçãoInforma para o chefe que estou na recepção e seu nome me desperta curiosidade. Ele provavelmente é alemão, nome é diferente chega ser um tanto estranho na pronuncia— Tudo certo Lunna, o chefe está á sua espera — Acena para que eu a siga — Me acom
— Acho que informei tudo, caso tenha esquecido de algo minha doméstica irá lhe repassar — Explicou e pego o papel de sua mão — Aqui está o documento de acordo com o seu serviço, nele está planos no qual terá direito, salário ... — Conforme ele fala vou seguindo com os olhos e quando paro no valor do meu salário disfarço um pequeno engasgo — Alguma objeção?— Muito obrigada pela oportunidade — Me levanto sorrindo abertamente incapaz de esconder minha felicidade mediante a este emprego. Aperto sua mão me despedindo olhando nos seu olhos, e novamente sinto um arrepio percorrer todo o meu corpo— Gostaria que fosse até minha casa, se possível amanhã mesmo para conhecer o local onde você irá morar e também as crianças. Será que tem disponibilidade? — Pergunta com sua boca se curvando em um sorriso pequeno e simples— Claro ficarei muito feliz em conhece-las, mais uma vez obrigada — Agradeço me virando para ir em direção a porta e sinto seu olhar queimando minhas costas— Disponha, até aman
A Empire Zumach é a empresa que herdei no lugar do meu pai, pois meu avô em seu testamento passou tudo o que ele tinha para mim, e não para o meu pai. Quando eu assumi a Empire, a empresa era bem sucedida, mas não com a fortuna incontável que é hoje. Trabalhei muito duro, dia e noite para fazê-la crescer, e hoje eu ser considerado o homem mais rico do mundo, com a empresa mais lucrativa do mundo. Minha sede de crescer ainda mais, faz com que eu não pare de trabalhar incansavelmente todos os dias para expandi-la ainda mais, o que gera a raiva incontrolável do meu pai.Chego na empresa passando direto pela barreira de segurança da garagem no subsolo, estaciono na minha vaga reservada, saio do carro arrumando meu blazer e ativando o alarme do carro indodireto para a entrada que dá acesso ao hall dos elevadores, aperto o botão do meu elevador privativo e clico o botão do trigésimo. Não demora muito chego no meu andar, cumprimento Úrsula que está na recepção— Bom dia Úrsula, traga-me um
Dois dias depoisMais cedoNão sei como prosseguir com a minha vida, com meu dia de trabalho. Já fazem dois dias da entrevista e ainda estou com a fisionomia dela na minha memória. A beleza dela é coisa de outro mundo, ao mesmo tempo que estou encantado, estou perturbado com um sentimento de que estou traindo a memória da minha mulherA Katherine não merece que eu a desrespeite sua memória assim, com esses pensamentos, podem me achar hipócrita pois me permito dormir com outras mulheres, mas sentir algo além do que sentir agora, isso eu sinto que não posso, não posso fazer isso com a mãe das minhas filhas que morreu para que elas pudessem viverNão consigo esquecer os olhos dela são os olhos azuis esverdeados brilhantes, como os das minhas filha que ficam azuis quando acordam ou choram e na maioria das vezes ficam verdes pois dizem que os olhos delas mudam dependendo da claridade. O que foi estranho no começo, pois os meus olhos são de um castanho escuro e Kate são azuis, o que pela ló
Desço o último degrau da escada e sorrio com minhas meninas correndo pelo gramado, o que é sempre assim, elas sempre voltam agitadas da casa de minha mãe, mas é uma reação boa, pois sei que foram apenas as três, quando minha mãe as levam e sei que meu pai esteve presente, elas voltam piores do que foram— Papai — Grita Alice correndo em minha direção sendo seguida por Clarisse— Oi minhas bebês — Pego minha levada no colo e logo repito o movimento com minha outra levada — Como foi na casa da vovó?— Foi tudo bem — Responde Clarisse e logo se aproxima como se quisesse falar em meu ouvido — O vovô não estava lá, então foi muito divertido, a vovó não ficou chorando e a gente brincou muito de chá da tarde— Isso é muito bom filha — Beijo a bochecha das duas — Vocês lembram né, se o vovô fizer qualquer coisa, é pra falar com o papai, e não ficar com medo, tá?. O papai é o melhor amigo de vocês, e vai sempre defender vocês— Tá bom papai — Fala Alice sendo seguida por Clarisse com um aceno
Depois de alguns minutos já estamos na estrada, mandei uma mensagem para Brooke falando o local escondido que deixei a chave reserva para ela e logo desligo meu celular para admirar a vista. Algo que já estou começando a sentir falta é de dirigir, uma das regras é que eu deveria sempre sair com as meninas com os seguranças ou com os seus carros que são blindados, e meu neném não é nada disso, é um simples recém-nascido que consigo arcar❤Não demora muito entramos no condomínio onde seria minha próxima moradia nos meses seguintes, algumas casas mais simples logo começam a aparecer, Valentina havia me falado que este condomínio é somente do chefe, as casas menores são dos funcionários para que possam morar com suas famílias perto. Paramos em frente ao portão principal onde Terry se identifica e me olham também confirmando nossa entrada e avisto a casa. Mesmo já tento visto antes, sua grandeza e beleza me surpreendem mais uma vez. Dá pra morar umas cinquenta pessoas facilmente neste lug
— Vamos tomar nosso café da manhã? — Valentina pergunta estendendo o braço para a direção da sala de jantar que está perfeitamente farta com todos os tipos de pão e bolo a nossa disposição— Claro — Respondo sorrindo mas continuo apreensiva relembrando das coisas que senhor Zumach falou que elas aprontaram com as outras babás e Valentina também alertou. Vou na frente com Val enquanto tento o máximo ouvir o que elas cochicham— Ela é muito bonita né? — Ouço uma delas cochichando com a outra me fazendo sorrir discretamente para que elas não percebam — É, ela parece uma modelo — Diz a outraTomamos nossos acentos, as meninas tomando as duas cadeiras na lateral e eu estou sentada na outra lateral de frente para elas deixando a cadeira na ponta vaga. Valentina disse que na mesa eu teria minha vaga definida no dia a dia, mas em eventos no qual o senhor Zumach teria que ir com as meninas eu sempre terei que sentar ao lado delas— O senhor James não está em casa, ele só poderá chegar na hora