Dante
Meu coração salta em meu peito a cada tic tac do grande relógio à minha frente. Meu peito se infla em felicidade por estar em pé à espera da minha amada Eva e lufadas de desespero saem dos meus pulmões com a possível ideia de sua desistência.
Posso afirmar que nunca passei por um momento como esses onde a felicidade, desespero e ansiedade se mesclam em meu interior.
Nesses onze anos sem Eva, acreditei que jamais encontraria a felicidade novamente e posso afirmar que vivia somente para me culpar e martirizar, pois minha vida perdeu o sentindo junto com a morte da minha amada, afinal eu realmente acreditei que ela não estava mais viva.
Com o seu retorno tudo que me tornei em todos os anos de sua ausência adormeceu.
Confesso que lutei muito com o meu próprio interior para não entregar-me novamente a ilusão de que ela estaria viv
EvaMal consigo prestar a atenção nas palavras do padre, pois observar Dante é meu maior prazer no momento.Seus olhos azuis estão mais intensos e escuros do que o normal e o brilho de felicidade refletido neles preenche meu peito.Eu amo esse homem desde que me conheço por gente e não posso negar isso. Sei que por muitos anos tivemos nossas desavenças, mas hoje posso dizer que vencemos juntos todos os obstáculos impostos em nossos caminhos.— Pode beijar a noiva — o padre finalmente diz e quando menos espero Dante me segura em seus braços colando seus lábios nos meus em um beijo intenso.Uma salva de palmas e muitos assobios me fazem rir e com muito custo Dante encerra nosso beijo no exato momento em que vejo Hugo emprestando um lenço para Robert que se afoga em lágrimas.Royal, Jack e Max ao lado de Dante permanecem alinha
DanteAinda posso sentir meus dedos dormentes por serem pressionados com força enquanto o médico instruí Eva a respirar e fazer força. O que ao meu ver não era tão simples por ter uma criança prestes a sair de dentro dela.Isso ainda me incomoda e simplesmente não consigo entender como uma mulher pode ter o poder de gerar uma vida.Confesso que no momento em que fui convidado a entrar junto de Eva na sala não hesitei, mas ao estar ao seu lado vendo-a urrar de dor senti todo o meu mundo balançar por ser incapaz de ajudá-la naquele momento. Ainda assim, lhe ofereci minhas palavras de puro amor que no momento poderiam ser irrelevantes, mas sei que para Eva aquilo a acalmava.Às vezes em que chorei em minha vida foram bem poucas, na morte da minha mãe, na possível morte de Eva e no nascimento do meu primeiro herdeiro.Sim, não conti
Dante VoyallerObservo o pequeno menino de olhos azuis analisar o pai com uma expressão perdida, enquanto o pequeno bebê de cabelos avermelhados esperneia nos braços do homem ao lado.— Suanoiva foi escolhida, seu dever a partir de hoje é zelá-la, amá-la e ela será sua esposa.- O homem à sua frente diz sério e o garotinho continua a encará-lo com dúvidas e suspeitas.Como em um filme, épocas importantes da minha vida passam pelos meus olhos, todo o crescimento de Eva e o entendimento do que as palavras de Donatel significaram naquela noite.Minha mente foca em um momento em especial, no sorriso fácil da jovem a minha frente, naqueles cabelos esvoaçantes que tanto chamam a minha atenção, ela ainda era pequena e o vestido rosa delicado balançava com o vento.Eva segura minhas mã
Dante Voyaller— Dante. — Eva envolve meu pescoço, me abraçando apertado e solto um gemido ao sentir meu corpo dolorido.— Ivi... — sussurro apoiando minha mão em suas costas perdido e desorientado. — O que aconteceu? A quanto tempo estou aqui? — resmungo e a única coisa que ela sabe fazer é chorar e acariciar meus cabelos.Apoio meu rosto na base do seu pescoço inspirando seu cheiro maravilhoso.— Isso é um sonho? — questiono incerto. — Não lembro de sonhar com esse momento.— Isso não é sonho, você está vivo, você está aqui. — Ela sorri olhando em meus olhos e um grande alíviopercorre o meu peito, mas minha mente está confusa demais para lembrar de tudo corretamente, me sinto entorpecido, sonolento e perdido.— Não lembro
— Como Donatel consegue ser tão horrível e asqueroso? — Pergunta com desdém.— Ele não queria filhos Ivi, queria soldados e fez de tudo para conseguir isso.— Parte do objetivo aquele velho asqueroso concluiu, pois ele realmente criou soldados fortes e blindados, mas se esqueceu que bem no fundo de cada um de vocês ainda bate um coração. — Ela apoia a mão no peito sorrindo.— Talvez você tenha razão, mas nem sempre consigo proteger a todos como gostaria. — Falo com pesar.— Por que diz isso?— Jack passou a me odiar depois do acordo assinado por Donatel e Edgar, mas não há nada que eu possa fazer, já tentei de tudo e foi em vão.— Você mesmo disse para dar um crédito a Royal, então dê um a Jack. Sei que
— Não adianta discutirmos sobre isso, foi votado e assinado, não seremos nós a ir contra algo tão grande, além do mais não ganharíamos essa batalha, pois é cômodo e conveniente para os velhotes. — Apoio as mãos no encosto da poltrona expondo a verdade. —Não é conveniente nos envolvermos com algo tão grande com Donzel esperando um deslize de nossa parte, afinal, isso geraria polêmica e pode abalar alianças fiéis que discordem com nossos atos. Seria imprudência da nossa parte deixar que isso aconteça debaixo dos nossos narizes dando a possibilidade de Donzel atacar sem medo já que nossas alianças estariam enfraquecidas.— Dante tem razão. — Jack resolve dar um parecer em meio a sua passividade sobre a situação. — Não adianta tentarmos mudar as regras principais, temos
Entro e trancando a porta atrás de nós, pois não queria ser interrompido, não antes de sentir Eva por completo, de vê-la gemer e tremer em meus braços ao chegar no ápice de seu prazer.Sedento avanço em sua direção, mas ela apoia as mãos em meu peito me fazendo parar. Ergo a sobrancelha e ela sorri deslizando as mãos por meus ombros, descendo pelos meus braços até finalmente ter meu paletó caído ao chão. Seus olhos desejosos só me deixava ainda mais louco, mas era maravilhoso demais vê-la me despindo para impedir seus atos, então deixa que suas mãos delicadas passeiem por cada botão da minha camisa abrindo-os com uma calma que faz cada célula do meu corpo ansiar por ela até finalmente deixar o pano cair ao chão.— Ivi… — Sussurro apoiando as mãos em
EvaAcordei na sala da biblioteca um pouco antes do horário de almoço, com o corpo coberto por meu sobretudo estava encolhida no móvel sem o calor do corpo de Dante sobre o meu. Ele provavelmente tinha coisas para fazer, mas confesso que esperei tê-lo ao meu lado quando abrisse os olhos vã expectativa sabendo a correria que é sua vida.Ao me trocar segui para nosso quarto, tomei um banho, vesti uma calça confortável, uma cashmere cinza e uma botinha cano curto já que o clima começava a mudar para um vento mais fresco.Ao sair do quarto e passar pelos corredores vejo Jack sentado no jardim com os cotovelos apoiados no joelho e as mãos sobre o rosto em uma postura de desgosto e derrota.O homem que conheci no subsolo desta casa não é nada comparado ao que vejo prostrado sem esperanças do lado de fora. Jack é um verdadeir