- Oi amor, chegamos.
- Aaai, como estou cansada, vamos ter que ir direto ao tribunal. Não dá tempo de ir para o hotel.
- Ontem você dormiu tarde?
- Um pouco, fiquei terminando de montar...
- Dra. Jaque!
Olhei para o lado, com aquele sorrisão estampado no rosto. - Mark?
- Não me disse que vinha! Me dá um abraço...
Abracei-o, por alguns minutos me esqueci que estava quase atrasada e principalmente que estava acompanhada, Henrique ficou nos olhando.
- Nem eu sabia, só fiquei sabendo depois que desligou.
- Você está linda! Senti sua falta, já fazem mais de dois meses. Vai ficar até quando?
- Nós iremos ficar só até amanhã, né amor? Prazer eu sou Henrique, o namorado da Jaque!
- Ah! Eu sou Mark, amigo dela.
- Vamos amor, se não iremos nos atrasar.
- Tchau Mark, nos falamos. - Henrique pegou minha mão e fomos pegar um táxi.
- Não sabia que tinha amigos íntimos aqui no Japão!
“Quando chegou isso?” Peguei o pacote, olhei, não tinha remetente. Perguntei para o porteiro. - O senhor viu quando chegou este pacote? - Olha senhorita, ele não estava na sexta-feira, então não deve ter sido o correio. Quer que eu pergunte para o colega que ficou no final de semana? - Não precisa. Obrigada. Vou subir e descansar um pouco. - Teve um senhor aqui, na quarta-feira, parecia estrangeiro. Ele perguntou pela Doutora que trabalha no aeroporto. - Disse meu nome? - Não senhorita. - Como ele era? Aparentava ser oriental? Ele deu uma risadinha. - Olha senhorita, só se ele for do oriente médio! Mas não entendo muito desse tipo de coisa, mas era alto, falava muito enrolado, com a pele mais escura que a minha. - Que estranho. Não lembro de ninguém assim... Obrigada. Vou deixar essa caixa aqui e irei pedir para alguém buscar. O Nome dele é Cristiano, ou alguém em nome dele. Pode entregar a caixa. <
- Bom dia amor! - Oi, o que faz aqui Henri? Não foi para outro quarto? Desculpa, bom dia! - Senti sua falta de madrugada e vim dormir com você. Você tomou seu remédio para dormir, né? - Sim, não estava conseguindo dormir. Esta mudança de horários me deixa bem desorientada. - Mas dormiu cedo pelo menos! - Na verdade não, eu saí um pouco. - Ah! Às vezes eu queria que você fosse menos sincera, vem vamos tomar café, não podemos nos atrasar... - Quer que eu minta Henrique? Um advogado pedindo para seu cliente mentir, irônico! - Não meu amor, é que sua sinceridade machuca às vezes. - Não me pergunta! Eu não irei mentir sabe disso, se não confiarmos um no outro não podemos ficar juntos. - Ai, eu odeio e amo esse seu jeito! Droga. Onde foi? - Quer saber mesmo? - Olhei para ele que me fitou sério. - Então tá... Fui ver o Mark. Vou me arrumar... Senti na sua voz que ele não gostou, mas engoliu seco
- Quanto tempo sem falar com ele Jaque? - Ele quem? - O Henrique, quem mais seria? Ah, claro. O bonitinho. - Mark, Mina. O nome dele é Mark. - Isso, Mark, o bonitinho. Acabei rindo dela. Afinal os últimos dias têm sido bem difíceis, agora que saiu o resultado do tal pacote, e na verdade, foi só uma brincadeira, segundo o Cristiano para me assustar. Ainda não funcionou. Terão que investir mais... Olhei para ela. - Irá fazer quinze dias, ele ficou emburrado do nada, por causa, já te contei, da bonequinha de porcelana deles. - Aquela menina é o demônio. - Não acredito que ela seja tudo isso, só que tem poder demais, é o que eu acho. - Pode ser, até é um pecado eu falar assim... - Virou religiosa agora? - Não, por quê? - Pecado? - Foça de expressão, só isso. Estou sendo injusta. Ela não foi tão horrível quando ficou no seu lugar. Claro que não se compara com você ou a Nayara. Mas foi
- Intoxicação alimentar de novo Jaque? - Aham! Odeio viajar, ainda mais quando é um país com alimentação muito diferente da nossa. - Viu, ficar sem comer tem suas vantagens. - É tão ruim quanto isso. - Pelo menos eu não fico vomitando! - Ai, chega Mina. Chegou alguma coisa urgente? - Já coloquei na sua mesa, quer que eu adiante o caso? - Não, deixa que eu leio. Pega um suco para mim, por favor? - Laranja? - Sim. Pode ser. Yamina saiu enquanto eu fiquei lendo os documentos. - Eita, dois dias no hospital muda uma pessoa. - Oi, poderia ter emagrecido mais... - Credo, criatura. Você já está magra. Às vezes acho que está com o mesmo transtorno que a Mina. - Eu, Nay? Como tipo um Tiranossauro Rex. Acha que eu fiquei doente por quê? - Está certa. Passei rapidinho para te ver. - Obrigada. Aonde irá agora? - Tenho só duas audiências de adoção, daqui a pouco.
- Droga Jaqueline, Los Angeles , o que você tem na cabeça? - Eu? O que você acha que eu tenho na cabeça? Seu pai me humilhou em uma audiência, sabe o que é isso? Ele deveria ter me apoiado, eu estava defendendo os interesses de uma criança de quatro anos e um bebê de oito meses. Estou indo embora Henrique, se quiser pode ir comigo, caso contrário pode ficar na sua vida linda e maravilhosa. Eu não vivo do dinheiro dele. Cansei. - Meu amor, não considere o que meu pai fez! - Não considerar? Como? Ele me expôs, usou um sigilo pessoal usado na entrevista psicológica para derrubar meu caso, nosso caso! Falar da minha infância como se eu me baseasse nela para montar meus casos. Só por ter sofrido abuso. Como ele soube? Isso foi sigiloso, ele não podia ter mexido nos meus arquivos. Eu me senti invadida mais uma vez... Ele me abraçou forte. – Certo foi horrível mesmo. Ele não tinha esse direito! Mas pense amor... - Já pensei Henrique. Estou desacredit
- Sinto muito amor. Não lembrei do almoço. - Tudo bem Henri. Aproveitei e almocei com a Nay. - Não sei mais o que fazer, conforme o dia se aproxima, eu fico mais desorientado, eu achei que fosse amanhã. Quando me ligou eu estava em reunião, fiz reserva para amanhã. Vamos almoçar amanhã, por favor. - Que estava em reunião você disse. Mas tudo bem, podemos ir amanhã. Não tenho nada marcado, estou só fazendo volume aqui mesmo. - Sinto de verdade, eu poderia ter adiado. Agora você é minha prioridade. - Eu entendi amor. Vamos antes que comece o filme. - Com quem estava ao telefone quando cheguei? - Estava acertando alguns detalhes sobre minha mudança. Por quê? - Eu, sei lá. Parecia tão à vontade, você é tão polida quando conversa ao telefone. Estava rindo e parecia tão próxima da pessoa que estava conversando. - Eu já disse, irei repetir. Tenho amigos em Los Angeles. Não só lá, tenho amigos em muitos lugares.
- Me liga quando chegar! Se não puder te atender eu retorno depois. Não esquece que eu te amo. - Eu te ligo, mas se eu esquecer pode me ligar também, não espera por mim! - Está bem Líli! Boa viagem amor! Embarquei no avião e parecia que eu estava leve, só de não ter mais contatos com algumas pessoas, não entendo o motivo da Nay não querer ir comigo, ele sofre tanto quanto eu, não tem ninguém que segure ela, pelo menos que eu saiba. Agora serão algumas horas. Algumas poucas horas para minha liberdade emocional... Chegamos, desci, peguei minha mala e vamos lá, vida nova. - Doutora! - Oi Mark, é Jaque! - Gosto de chamá-la assim, percebi que não gosta que a chamem assim... - Doutora é título que estava estampado no catão da minha vida passada. Ele segurou minhas mãos e ficou me olhando. - Você está ainda mais linda. Queria beijá-la... - Não Mark, não terminei com meu namorado. - Ok. Trouxe só isso de
- Mina, o que deu na sua cabeça? - Eu engordei. Achei que se ficasse sem comer uns três dias, não faria diferença. - Fez! Olha eu aqui, tive que cancelar dois compromissos importantes. Mina, vem comigo. Arranjo um trabalho de assistente para você lá! Assim posso te ajudar. - Mas meus pais, sabe? Eles irão sentir minha falta, eu sou tudo que eles têm! - Não terão mais se continuar com essa bobagem de não querer comer. Pelo menos procura um médico e faz exercícios. - Demora demais Jaque! - É, está certa. Morrer é mais rápido! - Que isso Jaqueline? - Yamina, pensa nas pessoas a sua volta, seus pais no caso. Se não quer ir comigo por causa deles, eu entendo. Agora, isso que está fazendo! Você está no hospital, quem está com eles? E outra coisa, pode levá-los junto. Eu consigo isso fácil para vocês! Esse tempo que estou lá já conheci muita gente... - Mas não quero ajuda. Quero crescer por mim. - Faz o concurs