Doze anos se passaram desde que descobri sobre os Medalhões da Supremacia. Desde então, acirrei o monitoramento dos movimentos dos necromantes para saber de imediato quando eles encontrassem os próximos artefatos o que ainda não ocorrera. Eu os deixava trabalharem para mim sem saberem, planejava pegá-los no momento certo e tomaria os artefatos deles no momento oportuno.
Mas aquelas vozes passaram a me chamar de tempos em tempos e percebi que isso ocorria sempre que os necromantes estavam nas imediações em posse daquela joia específica, a Ágnosthráfsma, segundo relatavam meus espiões. A Phylathánatos não me chamava assi
Decidi que não sairia do lado da rainha até que ela desse à luz. Adiei compromissos, viagens e negociações com a anuência do rei que percebera nosso entrosamento.Eu tinha, pela primeira vez, uma pessoa que se importava comigo sem segundas intenções, que se importava comigo sem interesse no meu sangue, no meu potencial financeiro ou no meu sexo e eu retribuía, de coração, da mesma forma.Seguia a rainha para todo lado como se fosse sua dama de companhia, cuidava de sua saúde,
Urias Pagliari nascera trazendo alegria e dor. A mim, muito mais dor do que alegria. O príncipe era o sétimo filho de Victório a nascer com vida e o vigésimo terceiro a ser concebido. O sétimo filho de um sétimo filho.— Não pude salvá-la, majestade! — murmurei ajoelhada aos pés de Victório, perto da cama quando ele entrou no quarto, se aproximou e contemplou a cena.— Oh, não, minha amada Valentina! Não! — Pranteou jogando-se ao chão de joelho
Nove anos se passaram desde a morte de Valentina e quatro décadas desde que minha obsessão pela joia dos necromantes teve início. Inúmeras foram minhas tentativas infrutíferas de tomar posse da relíquia dos magos e matá-los, nenhuma que eles tivessem percebido, é claro. Cuidadosa, abortava os planos antes que falhassem como foi quando invadi furtivamente a Fortaleza dos Ossos e assim consegui me manter à espreita, paciente e aguardando. Afinal, tempo era uma coisa que eu tinha de sobra. Muito mais do que eles, é claro, e por isso agiria apenas no momento certo.Os necromantes, no entanto, eram precavidos demais pa
A corte de Nova Roma nunca soube que eu adentrara ao território ûno e, na minha quarta incursão ao reino bárbaro, antes de chegarmos ao nosso destino, fomos abordados por um exército de soldados chamados de “samurais”. Encontraram-nos vagando em suas terras pelas rotas previamente traçadas por meus arautos que, depois eu soube, cruzaram as rotas dos batedores deles, “os invisíveis” como eram chamados, pois ninguém nunca os vira.Se não fosse por minha empatia mágica e pela sorte que tivemos por eles terem consigo alguém que compreendia nossa língua, uma batalha teria sido travada.
— Ora, ora! Baronesa Taramar di Milano! — pronunciou-se o vampiro conselheiro em perceptível tom de surpresa com a voz mais aveludada que eu já ouvira, falando em minha língua.Vi em seus modos que eu herdara o dom da empatia mágica dele. Era um homem belo, magro, alto e de feições delicadas. Rosto estreito e longo, queixo pontudo, lábios finos e rubros. Nariz pequeno e empinado, cabelos negros bem aparados a exemplo da barba quase inexistente e semblante que sustentava profundos olhos negros.O i
No dia seguinte, quando todos ainda dormiam, Eyphan veio a mim e postou-se ao lado de fora do meu aposento projetando a sombra pela parede de papel. Eu escutara seus passos se aproximando e entendi que pretendia ter comigo. Saí e o encarei. Ele falou em um sussurro tão baixo que só eu poderia ouvir:— Taramar, Taramar... quem diria?! Ou devo chamá-la Zeta Della Torre? — concluiu com um questionamento que eu mesma deixara de fazer há muito tempo.— Taramar di Milano, por favor. Zeta Della Torre foi a menin
No total, encontrara quatro covis no território ûno nos últimos quarenta anos, dois dos quais, com um ovo cada. Assim, apesar de certa dificuldade em esconder os covis tanto de Ûnia quanto de Nova Roma, tudo corria conforme o planejado. Com a exceção de que, na minha mais recente viagem, não pude limpar o último covil descoberto por conta desse contratempo com a corte ûna.Durante a viagem até a fronteira, enquanto éramos escoltados, planejei voltar à Nova Roma, convencer Victorio a assinar e selar uma carta formal, voltar à Ûnia e convencer Ken a permitir que eu andasse sem supervisão em seu territóri
A notícia me pegou desprevenida e, se eu ainda fosse humana, minhas pernas teriam esmorecido. Martinus se aproximou preocupado com minha reação.— Temos que ir! — falei baixo no ouvido dele.O capitão olhou para Krasso mais uma vez e inquiriu:— Onde?— Último capítulo