A corte de Nova Roma nunca soube que eu adentrara ao território ûno e, na minha quarta incursão ao reino bárbaro, antes de chegarmos ao nosso destino, fomos abordados por um exército de soldados chamados de “samurais”. Encontraram-nos vagando em suas terras pelas rotas previamente traçadas por meus arautos que, depois eu soube, cruzaram as rotas dos batedores deles, “os invisíveis” como eram chamados, pois ninguém nunca os vira.
Se não fosse por minha empatia mágica e pela sorte que tivemos por eles terem consigo alguém que compreendia nossa língua, uma batalha teria sido travada.
— Ora, ora! Baronesa Taramar di Milano! — pronunciou-se o vampiro conselheiro em perceptível tom de surpresa com a voz mais aveludada que eu já ouvira, falando em minha língua.Vi em seus modos que eu herdara o dom da empatia mágica dele. Era um homem belo, magro, alto e de feições delicadas. Rosto estreito e longo, queixo pontudo, lábios finos e rubros. Nariz pequeno e empinado, cabelos negros bem aparados a exemplo da barba quase inexistente e semblante que sustentava profundos olhos negros.O i
No dia seguinte, quando todos ainda dormiam, Eyphan veio a mim e postou-se ao lado de fora do meu aposento projetando a sombra pela parede de papel. Eu escutara seus passos se aproximando e entendi que pretendia ter comigo. Saí e o encarei. Ele falou em um sussurro tão baixo que só eu poderia ouvir:— Taramar, Taramar... quem diria?! Ou devo chamá-la Zeta Della Torre? — concluiu com um questionamento que eu mesma deixara de fazer há muito tempo.— Taramar di Milano, por favor. Zeta Della Torre foi a menin
No total, encontrara quatro covis no território ûno nos últimos quarenta anos, dois dos quais, com um ovo cada. Assim, apesar de certa dificuldade em esconder os covis tanto de Ûnia quanto de Nova Roma, tudo corria conforme o planejado. Com a exceção de que, na minha mais recente viagem, não pude limpar o último covil descoberto por conta desse contratempo com a corte ûna.Durante a viagem até a fronteira, enquanto éramos escoltados, planejei voltar à Nova Roma, convencer Victorio a assinar e selar uma carta formal, voltar à Ûnia e convencer Ken a permitir que eu andasse sem supervisão em seu territóri
A notícia me pegou desprevenida e, se eu ainda fosse humana, minhas pernas teriam esmorecido. Martinus se aproximou preocupado com minha reação.— Temos que ir! — falei baixo no ouvido dele.O capitão olhou para Krasso mais uma vez e inquiriu:— Onde?— O túnel tinha mais de vinte metros de largura e dez de altura, entrando uns cinquenta metros rocha adentro na horizontal, acabando em um abismo cujo fundo não se via. Descemos, escalando e o túnel com o qual nos deparamos lá embaixo fazia pelo meno mais cinco curvas em sentidos diversos e irregulares, até chegar na base da imensa montanha, supus e, finalmente, ao covil.Tal não foi nossa surpresa ao deparar-nos com uma fêmea adormecida ao lado de um enorme ovo! Explorando rápido o lugar, constatei que era um dos mais ricos covis que já vira! Pelo menos três vezes mais que a maioria e, o ovo… ah, aquele ovo era muito valioso! Era o fil24 - FURTIVA
Chegara a Nova Roma com excelentes expectativas e lá encontrei muitas coisas diferentes, a começar pelo fato de estarmos na iminência da coroação de uma nova rainha. Uma moça chamada Wlyn fora notada pelo rei durante minha ausência. Ela arrebatara o coração de Victorio a ponto de já estarem de casamento marcado. Procurei saber um pouco mais a respeito, afinal uma nova rainha não estava nos meus planos, pois uma mulher sempre poderia influenciar seu marido como a bisbilhoteira Constantina fizera.Descobri que Wlyn viera numa caravana de novos escravos e fora destacada para trabalhar no castelo. Victorio apaixo
No dia seguinte, decidi conhecer o tal batedor que trouxera informações tão precisas para o rei. Um dos meus lacaios me informou onde eles estava alojado e então fui até lá e bati à portaque não demorou a se abrir. O belo homem que se apresentou à porta pareceu surpreso, mas logo abriu um sorriso encantador.— A que devo a honra de ser importunado por tão bela senhora? Perdoe-me. Por tua juventude é óbvio que devo tratá-la por senhorita. Est
Súbito, percebi que era observada por um espírito intrometido. Óbvio, algum mago em viagem astral atrás de segredos, talvez até um dos necromantes mortos. Comecei a tomar os devidos cuidados para não revelar nada ao espírito, como falar sempre por códigos com o rei e o papa. Quanto a aspirante a rainha, mantinha certa influência sobre Victorio, mas naquela tarde tive uma audiência a sós com ele e o papa e reverti a situação com facilidade. Precisavam de mim mais do que nunca naquele momento de guerra e apesar de não se satisfazerem com minhas imposições, acabaram aceitando. Dentre elas, tomar cuidad