Sophia entrou no quarto especial, com os pés hesitantes atravessando uma linha invisível entre controle e a rendição. Giovanni fechou a porta atrás dela com um clique suave, mas que soou como uma sentença inevitável.O ambiente era sofisticado e escuro, paredes de madeira elegante e cortinas pesadas que garantiam a privacidade absoluta. A iluminação era baixa, lançando sombras misteriosas que se arrastavam pelo chão polido. Havia uma cama larga ao centro, mas também poltronas luxuosas e prateleiras decoradas com objetos que sugeriam prazer e poder em medidas equivalentes.— Tire o casaco. — A voz de Giovanni soou firme, autoritária, sem deixar espaço para questionamentos. Sophia obedeceu sem pensar, deslizando o casaco dos ombros e revelando o vestido verde que abraçava seu corpo de forma provocante. O olhar de Giovanni percorreu cada linha de seu corpo como um toque palpável, analisando cada detalhe.— Aproxime-se de mim, Sophia. — Ele ordenou, com os olhos azuis escuros como a noi
A cadeira era confortável, mas a vulnerabilidade que ela provocava em Sophia era incômoda e intensa. A madeira fria contra sua pele exposta contrastava com o calor que se acumulava sob a superfície do seu corpo. Suas mãos repousavam no colo, tensas, enquanto os olhos fixavam-se em Giovanni, que agora caminhava até uma prateleira discreta ao lado da lareira.Quando ele se virou novamente, algo em sua postura fez o estômago de Sophia se contrair. Giovanni segurava fitas e cordas negras de seda, o tecido macio brilhando sob a luz morna do ambiente. Seus olhos estavam escuros, famintos.— Sente-se bem, nena? — ele perguntou, com a voz baixa, carregada de intenção.Sophia assentiu, mas o gesto foi pequeno, quase imperceptível. Giovanni se aproximou com a lentidão de um predador.— Relaxe. Hoje, vou apenas dar um vislumbre do que se entregar para mim. A voz dele a envolveu como um toque invisível. Ela abriu a boca para responder, mas a respiração vacilante só permitiu que um sopro escapass
Giovanni manteve os olhos cravados nela enquanto seus dedos continuavam explorando-a com uma precisão cirúrgica e um domínio cruel. Ele não tocava com pressa. Cada movimento era estudado, como se estivesse esculpindo suas reações com toques sutis e profundos. O som da respiração ofegante de Sophia preenchia o silêncio do quarto, misturando-se ao tilintar quase imperceptível das cordas tensionadas a cada estremecimento involuntário de seu corpo.— Você sente isso, não sente? — ele sussurrou, curvando-se para beijar o canto de sua boca, os lábios provocando sem dar — sente o quanto seu corpo me obedece, mesmo quando sua mente ainda tenta resistir.Sophia arfou, os olhos fechados, os lábios entreabertos como se tentasse conter algo — uma confissão, um grito, um pedido.— Eu devia odiar você… — ela pensou, mas a frase se dissolveu dentro do calor que a consumia.Porque não havia ódio naquele instante. Havia submissão. Havia a entrega de uma mulher que, por mais que carregasse orgulho e f
Com o corpo de Sophia ainda estremecendo, Giovanni a observava com olhos famintos, mas frios como aço. Havia algo selvagem em sua quietude, não era ternura, era o olhar de um predador que observa sua presa rendida, ciente de que ela não podia mais fugir. O calor no quarto parecia se condensar ao redor deles, denso e pulsante como um segundo coração.Ele a deitou sobre a cama com um gesto firme. Sem palavras suaves, sem promessas. Apenas ação. E quando suas mãos voltaram a tocar sua pele, não havia carinho, havia posse. Havia controle.— Ainda não terminei com você, Sophia. — A voz dele soou baixa, áspera, como um aviso.Ela o olhou com os lábios entreabertos, o peito arfando, o desejo ainda vibrando so
O silêncio que se instalou no quarto depois que Giovanni saiu era pesado, quase doloroso. A porta do banheiro se fechou com um clique abafado, e tudo o que restou foi o som da própria respiração de Sophia, ainda descompassada, ainda ecoando o que ele havia feito com seu corpo.Ela permanecia nua sobre os lençóis amassados, os cabelos espalhados como uma coroa de rendição. Cada parte sua ardia, não apenas do prazer, mas da ausência.Ele não era dela. E isso doía mais do que deveria.O som da água sendo ligada atrás da porta pareceu um lembrete cruel: Giovanni se lavava sozinho, em silêncio, sem convidá-la, sem sequer olhar para trás. Ele havia tirado tudo dela: a força, o cont
A luz da manhã filtrava-se timidamente pelas frestas da janela, acariciando o quarto de Sophia com uma doçura que ela não sentia por dentro. O despertador não havia tocado, mas ela já estava acordada. Na verdade, mal dormiu.A noite passada ainda estava viva em sua pele. Nos olhos, nos seus pensamentos.Ela passou as mãos pelo rosto, respirou fundo e tentou deixar tudo para trás. Precisava ser forte, pela irmã, pela mãe, por si mesma, mesmo que parte dela soubesse que já havia cruzado uma linha da qual seria difícil voltar.Levantou-se, caminhando até o guarda-roupa. Vestiu uma calça jeans escura, uma blusa branca de mangas compridas, e prendeu os cabelos em um coque frouxo. Se olhou no espelho com uma expressão neutra, quase convencida de que estava bem.Mas seus olhos… entregavam a verdade.Seguiu para a cozinha e, ao se aproximar, um sorriso genuíno, ainda que cansado, escapou de seus lábios ao ver a cena diante de si.Hanna estava sentada numa das cadeiras altas, balançando as per
Giovanni saiu da cafeteria com passos firmes, elegantes, como se cada movimento fosse uma declaração silenciosa de controle absoluto. As mãos estavam enterradas nos bolsos do paletó escuro, e seu rosto… inexpressivo. Um mármore esculpido com perfeição, sem fissuras, sem emoção aparente. Era a imagem exata do homem que o mundo conhecia: Giovanni Bianchi, calculista, intocável, imperturbável.Ao seu lado, Vítor caminhava em silêncio. O melhor amigo, advogado, confidente. Sabia que aquele silêncio não era paz, era tempestade.Porque ele conhecia Giovanni como poucos. Sabia o que se escondia por trás da fachada fria e dos gestos contidos. E naquele andar rígido, no maxilar cerrado, nos olhos que não se fixavam em nada, estava claro: algo estava fora do eixo.Sophia. A distração que Giovanni não conseguia tirar da mente. Entraram no carro preto que os aguardava na frente. Vítor tomou o banco do passageiro. Giovanni, como de costume, sentou-se no banco traseiro, em silêncio. O motorista de
O relógio parecia correr mais devagar naquela tarde. Sophia terminou de servir o último cliente, limpou as mãos no avental e olhou pela janela da cafeteria. A cidade fervilhava do lado de fora, mas dentro dela, havia apenas ansiedade. O encontro com a médica não saía de sua cabeça.Pegou sua bolsa, avisou discretamente à colega que sairia um pouco mais cedo e saiu pela porta dos fundos. Logo em seguida, chamou um táxi. O motorista, um senhor de aparência simpática, perguntou o destino, e ela apenas mostrou a tela do celular com o endereço que Giovanni havia enviado.O percurso foi silencioso. Sophia olhava as ruas passando rapidamente, tentando conter a inquietação que crescia a cada quilômetro. Quando o carro finalmente parou, ela olhou pela janela e engoliu em seco.O prédio era imponente. Alto, de fachada espelhada, com colunas elegantes e uma recepção toda em mármore branco. Pessoas bem vestidas entravam e saíam, todas em ternos alinhados, vestidos finos, saltos caros. Ela desceu