PRÓLOGO
CAIXA DE PANDORA: UMA HISTÓRIA QUE NÃO ACABOU
Na mitologia Grega, Pandora foi a primeira mulher que existiu. Pandora não resistiu à curiosidade, abriu a caixa e os males escaparam. .... Por mais depressa que providenciasse fechá-la, restou apenas um único: a esperança. O mito da Caixa de Pandora sugere que, apesar de todos os males e todas as angústias, ao menos podemos nos apegar à esperança, "a última que morre". Faz parte da curiosidade humana querer saber como e por que as coisas acontecem no mundo da maneira como elas ocorrem.
Para isso criou Pandora, a primeira mulher. Antes de enviá-la à terra, entregou-lhe uma caixa, recomendando que ela jamais fosse aberta. Dentro dela, os deuses haviam colocado um arsenal de desgraças para o homem: a discórdia, a guerra, a inveja, a dor e todas as doenças do corpo e da mente.
Sarah, por ter uma beleza fora do comum, acaba arrumando um emprego como assessora parlamentar, mas, na verdade não é só um belo emprego, seu envolvimento com a política também trazia um compromisso com a corrupção.
A verdade é que ela descreve a vida dela como perfeita, mora em um local perfeito, finge ter um namorado perfeito, o homem dos sonhos de qualquer uma, o trabalho dos sonhos, vizinhos dos sonhos, um político que se diz ser seu amigo incondicionalmente e que faria tudo por ela. Mas nem tudo é perfeito né? Isso nunca existiu e nunca vai existir na vida de ninguém, político nenhum tem qualquer intenção de repartir sua vida de luxo e regalias com ninguém. A vida de Sarah vira a cravelha a partir do momento em que o seu amigo político lhe entrega uma missão, provas da caixa de pandora guardado em uma caixa de segredos chinesa, a promessa de muito dinheiro e uma viagem pela Europa com tudo pago, era uma boa proposta, mas, Sarah queria mais, sabia do andamento das investigações e o perigo que isso representava, guardando essa caixa, então fez sua proposta:
- Eu vou te ajudar, mas quero levar minhas primas, tenho três que são idênticas a mim, sem elas não vou – Explica sua proposta.
- Tudo bem, sei que posso confiar em você, só não garanto o mesmo voo e o mesmo hotel em Paris – Diz, aceitando a proposta de Sarah, o político.
- Sem problemas, tinha prometido para elas uma aventura dessas, então agora vou cumprir, agradeço o entendimento, vou guardar sua caixa até você me pedir de volta – Diz Sarah, expressando um sorriso sedutor.
- Amanhã vou pedir para meus assessores providenciar, por favor, me envia por e-mail, os nomes, todos os dados delas, urgente – Explica o parlamentar.
- Ok, amanhã, sem falta, farei isso – Diz Sarah, se despedindo do parlamentar.
Segredos mais do que obscuros podem vim à tona e o que, ou quem você achava que era de um jeito na verdade não é nada como se achava, e assim sucessivamente muitas coisas surgem e muitos problemas, que antes Sarah nunca imaginou enfrentar estará enfrentando. Esse sim é o adequado tempo para Sarah mostrar e se testar e descobrir se é forte ou se por ter tido uma vida "perfeita" talvez não consiga enfrentar tudo.
Os noticiários locais mostram em seus telejornais, o governador, deputados, servidores públicos e empresários recebendo dinheiro, tudo gravado. Torna-se o escândalo mais bem documentado da história do país. Um homem ligado ao ex-governador é acusado no envolvimento em vários esquemas de corrupção no governo local.
Responde muitos processos na Justiça. Entre as imagens divulgadas, havia de tudo: presidente da Câmara Legislativa, pondo nas meias o pagamento que recebia – que, segundo as investigações da polícia, isso era corriqueiro, em caixas, em bolsas, até na cueca, os políticos locais, carregavam as propinas.
Anos depois do escândalo, alguns personagens foram varridos do mapa político e encontram novas ocupações, outros, ninguém sabe o paradeiro, o envolvimento das polícias locais, de autoridades do judiciário, despertou uma rede de combate as testemunhas, a milícia e grupos de extermínios começaram a fazer parte da caixa de pandora, a limpeza começava a ser feita, algumas provas ainda estavam para serem reveladas, um parlamentar guardava algumas provas, que envolviam autoridades policiais e judiciais. A viagem de um aliado do ex-governador frequentemente ao exterior, após o mesmo ser solto, era uma situação que incomodava.
Partidos e políticos suspeitos de envolvimento no caso, mas que não foram filmados, se safaram alegando exatamente isso: sem vídeo, não havia comprovação. Não por acaso, a Câmara Legislativa através de aliados fazia seu papel e arquivava tudo, mas, com isso criava inimizades e a guerra fria continuava nos bastidores da política local.
Os vídeos envolvendo políticos influentes da capital do país são só parte do impressionante acervo produzido por delatores, ex-delegados de polícia civil, que responde na Justiça por inúmeros crimes, ex-militares da polícia militar e bombeiros. A fabricação de dossiês por esses agentes públicos também é uma forma corriqueira de criarem rixas e inimizades políticas, a chegada dos grupos milicianos a capital federal é um fator, que preocupa, e vai trazer muitas mortes.
Protegido pela polícia federal, o delator do esquema continua morando na capital federal. Volta e meia, é visto em eventos sociais. Depois do escândalo, conteve-se um pouco, tenta fazer aliados, mas a morte ronda a sua volta, não tem uma vida normal, como qualquer cidadão. Para tentar sobrevier, voltou a falar com os promotores. Deu novos detalhes do esquema. O homem que devastou a cúpula do executivo e do legislativo agora volta seus canhões para o Judiciário.
O Parlamentar, que carrega consigo esses documentos e vídeos, agora corre contra o tempo, sua estratégia é tentar colocar essas provas fora da capital federal e do país, pois o envolvimento de autoridades do executivo, legislativo, judiciário, e agora com a entrada da milícia, o perigo presentemente não será só de escândalos, mas de corpos, a milícia carrega em seus recados, corpos com marcas, cada uma mostra sua marca, quando deixa corpos nas ruas e locais ermos da cidade, trazendo o medo e o terror para os que se envolvem como eles.
No aeroporto Juscelino Kubitschek, Eduardo abraça Sarah, uma despedida breve ou uma despedida para sempre, não se tem essa resposta, o que Sarah carrega pode comprometer sua vida, do seu namorado e de suas primas, Letícia e as gêmeas Lídia e Lidiane. O parlamentar e um de seus seguranças, observa Sarah do estacionamento do aeroporto, mas, não é só ele que está por ali, um homem de outro local do estacionamento usa um pequeno binóculo para observar a movimentação de Sarah e o parlamentar, o observador não deixa o local até os dois tomarem seus destinos.
Capítulo I MISSÃO, PARIS... .... Estava terminando minha segunda garrafa de vinho, um vinho vagabundo, mas era do jeito que eu gostava, tinto e suave. Já passava da meia noite, ouvia uns gritos lá fora, na avenida, apesar de estar no décimo andar, parecia uma briga ou um assalto, em Águas Claras, não era comum uma gritaria daquela, nem tão pouco um assalto, mas o tempo tinha mudado e agora a ninguém tinha mais sossego em lugar algum, até minhas missões pareciam mais tranquilas em ralação ao dia a dia das cidades do Distrito Federal. Pensei em dar uma olhada pela janela, a gritaria já tomava conta de todo o local, mas o celular vibrou e tocou sua musiquinha tradicional do fabricante do aparelho, estava recebendo uma mensagem de voz, e naquela hora poderia ser algo incomum, logo percebi que a mensagem era importante, apesar
CAPÍTULO II - PRIMEIRO DIA CHEGANDO EM PARIS Chegando em Lisboa, após quase dez horas de voo, me encaminhei imediatamente para pegar a conexão para Paris, peguei o voo 434 com destino ao aeroporto de Orly. Antes da decolagem do voo, foi informado pela comandante, que toda tripulação era composta por mulheres, nesse momento aconteceu alguma manifestação de alguns homens e mulheres oriundos do Brasil, algumas senhoras da alta sociedade brasiliense fizeram comentários e três ou quatros homens as apoiaram, pareciam não acreditar na capacidade da tripulação e tentaram gerar desconfiança com manifestações sem créditos dos demais passageiros, realmente a maioria não deu atenção e o voo foi tranquilo, no final com uma excelente aterrissagem, o qual a tripulação foi aplaudida. Desembarquei no aeroporto de Orly, percebi que já tinh
CAPÍTULO III – SEGUNDO DIA UM PASSEIO CONVENCIONAL Acordei cedo, sempre faço isso quando tenho compromisso, me antecipo para tudo. O café da manhã é servido em um porão, gostei muito do café da manhã, que é servido em uma espécie de porão/caverna! Com três espaço, não muito grande, mas bem limpo e bem conservado. É servido com muitos produtos naturais, gostei muito do café da manhã do hotel, pelo menos isso, por enquanto. Aguardei Sarah ansioso, se é que o convite tinha sido sério, ainda pairava muita desconfiança, achava que ela já desconfiava de algo, não acreditava que uma mulher com o estilo dela, estava ali pura e simplesmente tentando esconder ou revelar algo de um sistema tão complexo, como a “Operação Caixa de Pandora”, sem saber de nada ou está bem atenta com quem se aproximasse de si. &
CAPÍTULO IV ENTORNO DO DISTRITO FEDERAL – BRASIL Um veículo Sienna preto se aproxima da entrada da chácara Perdizes, nas proximidades da cidade do Gama, o portão automático se abre, o veículo chega próxima a garagem da residência, existem dois carros na garagem, uma camionete prata da GM e um veículo de passeio da Volkswagen. Dois homens de estatura média, vestindo jaquetas pretas e calças jeans descem do veículo. Um homem sai da casa e recebe os visitantes: - Araújo, Cabo velho, quanto tempo, você resolveu sumir daqui, foi para a reserva, aí se mandou, que bom que voltou para nos visitar – Quem é o companheiro aí, eu não lembro ou não conheço – Diz Mourão apertando a mão do amigo de Araújo. - Esse é um grande amigo Mourão, mas não é daqui ele trabalhava na polícia de Goiás, agora pensa em um parceiro bom, aí não arrega para nada, es
Capítulo V PELAS RUAS DE PARIS... Estava apenas a três quilômetros e meio do Museo de Louvre, mas não dava para chegar lá tão rápido, deveria chamar o amigo desconhecido, o Senegalês. Tinha que percorrer a parte de fora do Museo de Louvre, mais três mulheres iriam percorrer aqueles lugares, minha missão era descobrir, quem eram essas mulheres, o que carregavam e qual delas era o alvo principal, seria a Sarah, tinha pensado nisso, mas não conhecia as outras. Não demorou muito e o Senegalês chegou, esboçava seu sorriso e abria a porta do veículo para deixar entender que era um motorista de aplicativo, apesar do carro não está caracterizado como um. - Allons où ami – Diz o Senegalês esboçando um sorriso irônico. - Vamos ali na puta que o pariu, deixa de ser fresco e fala minha língua, sei que sabe, fica dando essa de Francês forçado não
Capítulo VI UMA NOITE NO RIO SENA O Senegalês estava enganado, depois do sumiço de Sarah pelas ruas de Paris, também fiquei desconfiado, mas quando a noite parecia chegar, ela também chegou, e como uma pessoa que cumpre seus compromissos, pediu que a aguardasse mais um pouco, pois iria se arrumar, depois do susto, já podia ficar bem tranquilo agora, esperar mais um pouco não iria me fazer nenhum mal, minha rotina e minha experiência, esperar, ter paciência era comum. A espera valeu apenas, depois de algum momento a borboleta saiu de seu casulo, era tão linda, as luzes de Paris iriam ganhar uma luz mais brilhante, mais bela nessa noite, falei que iria chamar um taxi, um Uber, mas fui contido, a ideia era usar o transporte público e andar pelas ruas de Paris como se isso fosse uma coisa casual, então não podia questionar a vontade da bela borboleta que queria bater assas pela cidade. &n
Capitulo VII DISTRITO FEDERAL, CIDADE DO GUARÁ – Brasil A ELIMINAÇÃO Na QE 28 da cidade do Guará II, um veículo C3 prata ronda pela rua, meia noite, ainda não chama atenção, nesse horário ainda circula alguns veículos pelas quadras locais. Quatro horas da manhã o telefone de Sarah começa a vibrar em sua bolsa, a luz e a vibração não chama atenção, então ele toca até a ligação cair. Eduardo insiste várias vezes, mas Sarah não atende, aí acaba entendendo, que a viagem de sua namorada com as primas, não parece coisa de pacote promocional de viagens, e que se for o que anda pensando, pode estar correndo perigo. Eduardo recebe uma ligação de um amigo, mas depois de não ser atendido por Sarah, arruma uma desculpa e não vai rolar drogas essa noite. Imediatamente Eduardo começa a arrumar sua pequena comercialização de dro
CAPÍTULO VIII – TERCEIRO DIA UMA MORTE MISTERIOSA A luz que entrava pela janela, me incomodava, acordei tentando mês esquivar da claridade, esfregando os olhos com as mãos, mas, parecia entrar por todos cantos do quarto, enquanto tentava ficar sentado na cama, percebi que não estava sozinho no quarto e que não era Sarah, que ainda estava por ali. Ao percorrer o quarto com um olhar mais preciso, percebi que havia três pessoas comigo ali, despertou um alerta, mas ouvi uma voz: - Bonjour, Police de paris? – Disse uma policial que parecia chefiar os outros ali. - Bonjour. – Falei timidamente aguardando outra indagação. Antes que alguém falasse algo, os dois outros policiais vasculhavam a coisas, minha carteira já estava com um deles, que a abriu e pegou minha i