A tarde não foi mais a mesma, após ver fotos do Caio naquele jornal, nervosa fui até o quarto tomar os meus tranquilizantes. Abro a janela e olho para o meu jardim respirando fundo e busco água para beber, e aos poucos fui me acalmando, jamais queria ver Caio novamente na minha vida e sem saber comprei o maldito jornal.
A imagem dele me faz lembrar o quanto Caio continua lindo, a sua beleza é indiscutível. Fui até o banheiro, lavei um pouco o meu rosto e prendo os meus longos cabelos, tenho que ocupar a mente para as lembranças do passado não virem me artomentar. Mais calma tento retomar a minha vida, afinal tenho o meu sítio para cuidar e dividas para pagar, estou bem escondida aqui e jamais Caio e eu iremos cruzar novamente o caminho um do outro. Ao chegar na cozinha, sei que Denise está preparando um chá pelo cheiro que está em toda a casa. — Por favor, senhora Mabel, sente-se fiz um chá calmante. — Quero uma xícara! — Falo desanimada. — Senhora Mabel aqui está o chá, perdão por não reparar nas revistas, pouco sei da sua história, não sabia que esse homem a faria tão mal. — Não precisa se desculpar Denise! Não temos culpa do que aconteceu com ele, homens e suas vaidades. Só lamento por mim, um dia ter largado tudo em nome de um amor que nunca existiu, eu não percebi que ele era ambicioso demais para terminar o nosso casamento por uma cadeira de CEO em outro país. — Lamento senhora Mabel. Denise fala e eu controlo os meus sentimentos, muita água já passou debaixo dessa ponte. Andei pelo meu sítio lugar esse rico e verde que transmite uma paz nem que seja momentânea. Acompanho Assis na colheita das verduras e hortaliças e em seguida fui na estufa onde planto rosas, a carroça já estava pronta, ponho tudo na charrete, sementes e adubos e sigo até lá. Por mais pequena que seja a minha plantação, cuido dela com todo carinho, mas percebo também que tem uns insetos devorando as minhas flores, inclusive as orquídeas, fico desanimada! Só queria saber que castigo é esse, queria chorar mais não chorei, eu sou uma mulher forte, não posso desanimar assim. Vai haver uma luz no fim do túnel e toda essa situação vai mudar. Trabalhei até me cansar e não ter mais forças e ao voltar para casa fim de tarde, encontro Kaique me esperando. — Tia Mabel estou achando triste — Ykaro fala me abraçando. — Estou apenas cansada, como foi o seu dia, meu anjo. — Falo na tentativa dele não sentir o quão triste estou. — Denise já me ajudou com o meu banho, tem as atividades a fazer. — Kaique fala carinhoso. — Vou só tomar um banho e vou te ajudar. Falo indo para dentro da casa, crianças tem uma energia tão boa que revigora, o que é peso se torna mais leve. Ao tomar banho lembro-me que o meu sonho era ser mãe, mas infelizmente esse sonho foi cortado da minha vida. Ajudei Kaique nas suas tarefas e após isso fui dormir e pela madrugada acabei sonhando com Caio, ele sorria para mim e eu não sabia decifrar o motivo daquele sorriso que um dia foi a minha vida, acordei sentando-me na minha cama. Procuro imediatamente água para beber e me acalmo por perceber que foi só um sonho e voltei a dormir. No dia seguinte acordei bastante tarde e fui me arrumar para descer quando recebo uma mensagem do banco avisando que o meu empréstimo foi negado, só terei direito ao empréstimo se eu tiver um avalista, o coração chora por que não tenho amigos ricos aqui e nem ninguém para fazer isso por mim. Acordar recebendo uma notícia dessa é terrível, e só me resta agora vender o sítio e o pior disso tudo é dar a notícia a Denise e a Assis. Infelizmente eles terão que se acostumar com essa realidade. Me vesti de coragem e sai do quarto, Denise na cozinha, Kaique fazendo os seus brinquedos de madeira, e com certeza Assis tinha ido para a cidade, ando lentamente até a cozinha e Denise ao me ver. — Venha tomar seu café, pelo horário dormiu bem! — Denise fala animada. — Não consegue o empréstimo! — Falo de uma vez. — Senhora Mabel — Denise fala surpresa. — Vou precisar vender o sítio, não tem saída, preciso pagar pelo tempo de trabalho de vocês e o restante voltar para o meu país de origem. — Falo triste sentando-me ao redor da mesa. — E eu, tia Mabel, onde e com quem vou ficar? — Kaique pergunta com a voz embargada. — O meu amor maior, não queria que você ouvisse conversar de adulto, você vem comigo aonde quer que eu vá. — Falo tentando não transparecer a minha tristeza. Falo e Kaique me abraça chorando, não queria que ele tivesse ouvido essa conversa, mas não posso omitir essa realidade da minha vida. — Tia Mabel, eu amo esse lugar lindo, não queria ir embora daqui. — Kaique se agarra mais a mim. — Kaique aqui também é a minha vida, mas a tia está falida e não me resta outra saída, só confia na titia. Que dia difícil foi esse meu, conversei com Assis e Denise que choraram com a decisão que tomei e juntos colocamos a placa de venda na grande porteira que dá acesso ao sítio, só espero que o novo dono cuide de tudo tão bem quanto eu cuidei e zelei por esse lugar mágico que trouxe luz a minha vida.Cheguei no hotel exausto, fui logo para debaixo do chuveiro tomar um banho eu me sentia sujo e após um delicioso banho de banheira pude então ligar o meu celular busco ler as notícias ao meu respeito e fico perplexo com cada injúria sobre mim tirei print de tudo, pois irei processar todos por cada mentira, e a tal Pâmela, a essa não irá ter mais paz na vida dela.Espero muito que eu encontre Mabel e essa tática de voltar para ela ajude a limpar meu nome enquanto consigo provas o suficiente para provar a minha inocência, continuo sem acreditar que estou nessa cama de gato. Alguém bate na porta do quarto e ao perguntar quem é Phil fala do outro lado da porta, então fui abrir a porta para ele.— Phil estou encrencado até a cabeça nesse escândalo, como vou limpar o meu nome? — Pergunto esperando ele me dar uma ótima notícia.— Contratei alguém para me ajudar a limpar a sua imagem. Em reunião discutimos sobre o nome da Mabel e tudo neste momento é válido e a nossa aposta maior é ela.— Eu
Assis improvisou uma placa de venda para o sítio e o acompanhei para pregar a placa na grande porteira.— Senhora tem certeza que essa é a saída? — Assis pergunta triste a me olhar.— Juro para você que não queria vendê-lo, pensei, pensei e não sei a quem recorrer, fiz algumas amizades, mas são pessoas simples colegas de profissão, a única pessoa extremamente rica que conheci foi a minha ex sogra e essa mesma nunca gostou de mim, é tanto que ela encheu o filho de propostas financeiras para que o mesmo me abandonasse.— Quem nesse mundo não gosta da patroa? — Assis pergunta.— Saiba que nesse tempo encontrei ela que nunca disfarçou não gostar de mim. — Falo tentando conter o choro.De nada adiantava o choro uma hora dessas e andando lentamente pelo jardim fui até o ateliê onde crio peças feita de barro e comecei a umedecê-lo e moldando o aos poucos e começo a criar um jarro, permito-me aqui derramar lágrimas sozinha e sorrir também por tudo o que aprendi aqui, o bom de tudo é olhar par
Enquanto estou me arrumando para ir para mais um dia de trabalho árduo as lembranças de um alguém que deixei no passado volta com força total as minhas lembranças, balanço a cabeça em negativa para espantar tais pensamentos, escolhas são escolhas e muito tempo já passou para ter arrependimentos. Larguei tudo para trás em prol dos meus sonhos e não posso deixar me levar por fantasmas do passado. Saí do meu andando rápido pelo corredor e ao descer a escada já avisto Phil meu amigo e assistente já me esperando na sala, ele ao me ver sorrir. — Caio Ross, primeiro bom dia. — Phil fala e nos cumprimentamos. — O que faz tão cedo aqui Phil, alguma novidade útil em relação as minhas férias, não aguento mais ficar nesse país, Irlanda é linda, mas acho que já está na hora de voltar para o meu país de origem rever amigos e falar de algum outro assunto que não seja só trabalho já alavanquei o suficiente toda a riqueza da minha família. — Que também são suas riquezas, as suas férias estão liber
A tarde está muito agradável, saio na varanda, olho para o céu, parece mais que vai chover e com ela me visto de coragem e vou visitar a horta do meu sítio. Horta que é colhida todas as manhãs para ser vendida todas as manhãs na cidade e é dessas vendas que sobrevivo e mantenho tudo aqui após ter abandonado a minha carreira de jornalista e mantenho também a família que vive aqui e trabalha comigo. Assis, Denise que são um casal que me acolheu desde que comprei o sítio e Kaique uma criança albina muito especial e carinhoso que o adotei depois da partida da sua mãe que também aqui vivia o que seria de mim sem Kaique que desde pequeno me alegra e me faz sorrir e ressurgir todas as manhãs, nos tratamos sempre como tia e sobrinho, ele sempre soube quem verdadeiramente foi a sua mãe e hoje com 8 anos ele já compreende muito coisa e ao chegar na plantação já encontro Assis.— Patroa Mabel ainda bem que veio até aqui, notei pequenos insetos nas verduras, não sei que tipo de praga é essa, venh
Uma semana foi o suficiente para deixar o meu advogado a par de tudo e o que ele fará nesses dias em que ficarei fora e de malas prontas sigo para o aeroporto e ao chegar Phil já me espera.— Dormiu no aeroporto Phil? — Pergunto em tom sarcástico.— Nunca faria isso, estou viajando com você porque estou de férias também ou não quer que eu viaje Caio?— Lógico que quero, você é o meu amigo desde que cheguei aqui, lógico que quero você viajando comigo.Não demorou, chegou a hora do nosso embarque e a viagem foi super tranquila, dormir algumas horas, fizemos uma escala e Phil olha para mim.— Não sabia que você era tranquilo assim numa viagem de avião, dormiu que nem uma criança.— Nem eu sabia Phil, não sou homem de dormir demais, te juro, mas foi bom assim que não chegarei tão cansado e poderei ir para uma boate quando eu chegar, estou louco para sair e dançar, transar e aproveitar a vida livremente longe do terno e gravata.— Você e as suas loucuras, eu estou fora dessas aventuras lou
Não consegui queimar as fotos minhas e do Caio as joguei novamente na caixa e fechei os olhos, as levei novamente para o quarto, tem horas que não entendo o porquê não consigo me desfazer do passado. Guardei a caixa e imediatamente fui ao banheiro e debaixo do chuveiro peço para esquecer todo o passado e aos poucos vou me acalmando.Organizei uma pasta com todos os documentos que preciso levar amanhã para o banco na cidade.Me vesti e ao descer para a cozinha Denise está preparando uma sopa de legumes e o cheiro está maravilhosa.— Senhora Mabel estou preparando uma sopa para aquecer o frio da noite.— Só pelo cheiro eu sei que está deliciosa! Onde está o Kaique? — Pergunto caçando ele.— Kaique está fazendo um boneco de madeira e Assis está o auxiliando.— Denise, ele é muito inteligente, nunca vi uma criança assim tão criativa. — Quando termino de falar, Kaique aparece.— Chegamos — Kaique fala entrando na sala.— Já estava com saudades — Falo abrindo os braços para lhe abraçar.Kai
O desespero começou a me tomar na cela, não consegui manter a calma. As horas pareciam não passar e eu nem sequer sei se Phil veio me defender, não tenho noção do tempo, não sei que horas são e de repente ouço passos vindo na minha direção, levantei rápido e é Phil.— Phil me tira daqui. Não quero ficar mais nessa cela. — Falo desesperado.— Caio, você está encrencado, trouxe o melhor advogado comigo, estamos esperando uma decisão se você vai responder às acusações de assédio preso ou livre.— Eu sou inocente, juro por tudo que não trisquei um dedo naquela mulher.— Caio se você fosse um homem casado, que já tivesse família ou um motivo a mais para vir a San Francisco, seria ótimo, usaríamos isso a seu favor, isso limparia mais a sua reputação. Suas fotos estão estampadas em todos os jornais e uma hora dessas a sua mãe já deve estar vindo para cá — Phil fala desanimado.— Drogaaaa! Só queria me divertir um pouco e acabei preso. — Grito.Ando de um lado para o outro buscando uma soluçã