Olívia Bianchi -
Fomos até a cobertura e para o meu espanto, parecia ser o mesmo quarto do qual eu havia saído naquela manhã.
Ou será que era aquele em frente? – Perguntei mentalmente, mostrando-me confusa.
A porta foi destravada por um cartão magnético e então, Archie abriu a porta se mantendo parado embaixo do arco.
—Senhorita Bianchi, no banheiro tem toalhas limpas e um roupão. Pode ficar a vontade. Eu mandarei que providencie roupas limpas para você.
—Não há necessidade, senhor Simons. – Falei o vendo soltar um riso meio nasalado e me olhar de cima a baixo.
—Vai mesmo sair com cheiro de fritura? Sugiro que aceite. – Disse ele encarando o caro relógio em seu pulso. —Aceite como uma recompensa por ter ficado até tarde. A final, são vinte horas e ninguém trabalharia até esse horário.
Assim que ele falou, olhei assustada para ele, me lembrando que eu tinha um compromisso.
—Vinte horas? – Perguntei o vendo me olhar com as sobrancelhas vincadas.
—Algum problema?
—Não senhor, não é nada. Com licença! – Respondi entrando no quarto vendo a porta ser fechada em seguida.
Olhei em volta do lugar, me lembrando do cheiro encorpado do perfume do ambiente e das impecáveis cortinas brancas de tecido suave.
—Será que todos os quartos são assim? – Questionei me virando para olhar o ambiente e então, estalei a boca me desfazendo de tais pensamentos.
Caminhei até o banheiro e encontrei uma enorme banheira no centro do cômodo.
Respirei fundo e a liguei me despindo enquanto a via se encher.
Era comum que eu visitasse lugares assim para fiscalização, mas era a primeira vez que eu estava utilizando uma. Aquilo me deixou um pouco desconfortável, mas como disse o meu chefe, eu não poderia sair suja de óleo de cozinha, certo?
Entrei na banheira, sentindo a deliciosa água quente tocar minhas pernas e em questão de segundos, mergulhei meu corpo na água, movendo minhas mãos para espalhar as espumas.
Acabei relaxando demais e adormecendo.
Escutei algumas batidas na porta e acabei despertando, me levantando em seguida. Limpei todo o lugar e ao me enrolar na toalha, vi que também havia um chuveiro.
Levei a mão na testa me lembrando daquela manhã; eu havia escutado um barulho de chuveiro e se todas as suítes principais eram iguais, por que eu não fui inteligente o bastante para procurar por mim?
—Senhorita Bianchi, você está bem? – Perguntou Archie me vendo abrir a porta e o olhar me mostrando completamente envergonhada.
—Me perdoe, eu ...- Falei apontando para a banheira e o chuveiro, tentando encontrar a palavra certa para o explicar eu ter passado do limite.
Ele então, soltou um riso.
—Que bom que está bem. Esperarei lá fora! – Disse ele se retirando em seguida.
Caminhei até o quarto, encontrando uma sacola em cima da cama. Será isso que ele trouxe para mim? – Me questionei a abrindo, encontrando uma lingerie e um vestido de festa.
Era em um tom vermelho e de alça. Nas costas havia uma enorme fenda trançada por um fino pedaço do tecido.
Não havia outra opção ali, então eu o vesti tentando ignorar meu desconforto e ao sair do quarto, vi que os olhos dele foram imediatamente sobre mim.
—Obrigada pela gentileza! – Pedi em um tom fraco o vendo se aproximar e se colocar na minha frente.
—Não precisa agradecer. Apenas aceite como um presente. Onde precisa ir? Te levarei. – Disse ele me fazendo o olhar com espanto e levantar as mãos as movendo como um sinal de negação.
—Não há necessidade. Eu mesma pegarei um taxi. Muito obrigada! – Falei o vendo levar as mãos até os bolsos da calça as guardando e então, minha atenção foi tomada pelo toque do meu celular dentro da bolsa.
Eu olhei o número do aparelho e levei os olhos para Archie em seguida, me desculpando. —Com licença, preciso atender.
—A vontade! – Disse ele de forma educada e então, me virei e deslizei imediatamente o dedo sobre a tela do celular.
—Alô? – Perguntei esperando que alguém me respondesse do outro lado da ligação.
—"Senhorita Bianchi? Aqui é do hospital Santa Expedita e precisamos que venha com urgência. É sobre a sua avó!’’ – Disse a mulher, fazendo com que todo meu corpo se congelasse no chão.
Depois de tanto tempo em tratamento, não era possível que o meu maior medo de a perder seja concretizado e bem no meu aniversário! – Pensei sentindo meus olhos marejarem.
—"Senhora Bianchi? Está aí”? – Insistiu ela, tendo finalmente a minha voz chorosa como resposta.
—Sim, eu estou. – Respondi fraca, temendo o que ouviria a seguida.
—Não posso passar as informações por telefone. - Disse ela.
—Estou indo! - Respondi desligando a ligação.
Me virei para Archie o vendo me olhar confuso.
—Senhor Simons, eu preciso ir! – Falei saindo correndo pelos corredores, indo aos elevadores para seguir até a saída.
Entrei no elevador e apertei o botão do térreo de forma insistente, mesmo sabendo que aquilo não o faria ir mais rápido do que o normal.
E naquele instante, vendo que não havia mais ninguém ali, me entreguei sentindo meu mundo desmoronar. Foi difícil conter o choro.
As portas metálicas foram finalmente abertas e sai correndo de lá, me desculpando por sem ter intenção, acabar esbarrando em algumas pessoas.
Assim que cheguei na calçada, estendi o dedo para chamar um táxi e naquele momento, parecia que o universo me odiava. Começou a chover repentinamente e foi aí que não consegui mais conter minhas lágrimas.
—Que droga de aniversário! – Gritei irritada, vendo que nenhum carro parava para mim.
De repente, um pareceu vir em alta velocidade e quando percebi que ele estava prestes a me jogar mais água, meu corpo foi rapidamente virado e protegido por uma roupa.
Assim que levantei meus olhos para o olhar, me surpreendi ao ver Archie Simons abraçando meus ombros e me cobrindo com seu terno.
—Senhorita Bianchi, venha comigo! - Disse ele me guiando pela calçada.
Archie Simons – Tudo começou em um bar! Não era de costume ficar acompanhado quando o frequentava, até por quê eu gostava de frequentar esses lugares sozinho e depois de um dia exaustivo de trabalho. Pedi um “The Macallan 1926” e tomei vagarosamente. Enquanto me deleitava com o fino toque amadeirado da bebida, avistei uma garota sorrindo alegremente e gritando para todos que faltava pouco para o seu aniversário. Ela estava rodeada de pessoas, mas nenhuma delas me chamou tanta atenção como ela. Seus longos cabelos escuros, olhos azuis que realçava em sua incrível pele de porcelana e um batom vermelho nos lábios. —O que estou pensando? – Esfreguei meu rosto me virando para o barman o estendendo o copo. —Mais um, por favor! —Sim senhor! – Disse ele enchendo o copo. —Quem é aquela garota? – Perguntei o vendo olhar para a mulher e sorrir. —Aquela? Ela vem aqui as vezes com a amiga, mas é discreta com sua identidade. – Respondeu ele pegando um pano para limpar o balcão. —Entendi!
Olívia Bianchi –Andei apressada pelos corredores do hospital indo em direção ao quarto da minha avó.Assim que abri a porta, vi uma médica e mais alguns enfermeiros em volta dela e a cena me assustou.—Vovó! – Pedi vendo a enfermeira se virar para mim e levar o dedo indicador aos lábios como pedido de silêncio.—Senhorita Bianchi, me siga! – Disse ela saindo do quarto e então, fui atrás dela. Andamos até as escadas, pois, era um lugar mais afastado e então a mulher tocou meu ombro, respirando fundo.—Senhorita Bianchi, eu sinto muito! – Quando ela disse aquilo, me assustei e então, ela continuou. — Não podemos manter a sua avó aqui. O pagamento está atrasado desde o mês passado e ela precisa de mais uma cirurgia no coração.Quando a médica disse aquilo, senti meu chão desabar.—Doutora, por favor, aguente só mais um pouco! Eu voltei a trabalhar a pouco tempo e logo receberei. Estou fazendo o que posso. – Falei com uma voz de súplica, sentindo meus olhos marejarem.Minha avó era tudo
Olívia Bianchi -Assim que ele falou, eu o olhei fixamente e dei um passo me aproximando.—Me prove! Me prove do que é capaz e eu me caso com você! – Falei o vendo dar um riso ladino.—Não era pra você estar me testando, a final é você quem está precisando mais de ajuda aqui. – Disse ele soltando um riso. —Mas eu serei generoso com você!Assim que ele terminou de falar, tocou em um contato na tela e colocou o telefone no “viva-voz” o virando para mim.—Senhor Simons, em que devo a honra da tua ligação? – Perguntou uma voz masculina do outro lado da chamada e então, levei meus olhos até ele o vendo arquear uma sobrancelha.Archie sorriu e respondeu a pessoa em seguida.—Doutor Connor, preciso de um quarto vip no seu hospital e que o senhor trate uma paciente querida para mim. – Disse ele ainda mantendo os olhos em mim.—Uma querida paciente? Não é a vovó, certo?—É a avó da minha noiva. – Respondeu ele sorrindo para mim.—Oh, sendo assim, já cuidarei de tudo. Pode trazê-la. – Disse o h
Olívia Bianchi -Fiquei completamente assustada com a forma em que Archie havia dito aquilo, mas eu o segui, cumprindo com o que havia o prometido.Entramos no carro e só paramos quando chegamos em um enorme prédio todo envidraçado. Eu não sabia que ele tinha um escritório só dele. – Pensei.Descemos do carro e olhei para cima encarando a altura do lugar; havia no mínimo quinze andares ali. – Pensei mentalmente tentando os contar com os olhos.—O que foi? Tem medo de altura? – Disse ele se aproximando de mim, mantendo-se atrás. Ele então apontou basicamente para o último andar, me fazendo olhar na direção de seu dedo. —É lá que fica o meu escritório!—Eu não fazia ideia de que...- Comecei a falar, me contendo em seguida. Era mais um pensamento alto que saiu do meu controle.Ele então soltou um riso indescritível.—Vamos! – Disse ele caminhando para a entrada do lugar.Assim que passamos pelas portas de vidro, dois homens de preto e de corpo robusto vieram ao nosso encontro.—Senhor Si
Olívia Bianchi –Já havia se passado duas semanas desde que assinamos o contrato e me mudei para a Mansão Simons.O lugar era bem acinzentado, confesso. Não havia muita gente por lá, mesmo sendo em um lugar grande e de alta classe.Os poucos funcionários que havia, eram discretos e quase nunca conversavam. Ainda bem que permaneci com a minha rotina de trabalho, pois seria um tédio permanecer naquele lugar sozinha.Terminei de me arrumar e sai da casa encontrando o motorista ao meu aguardo bem na porta da casa.—Senhora Simons, tenho ordens para levá-la à empresa! – Disse ele indo até a porta de trás a abrir para mim.—Obrigada! -Agradeci entrando no veículo.Enquanto ele dirigia aproveitei a privacidade e peguei meu celular para ver as mensagens. Já fazia dias que eu estava as ignorando.Ao ver as de Alice, respirei fundo e bloqueei a tela do eletrônico. Ela estava perguntando onde eu estava e o porquê de eu não dar notícias a dias, a final, estávamos sempre juntas.Quando eu vi que e
Olívia Bianchi –Olhei assustada para aquela senhora e dei um passo para trás, vendo Archie guardar as mãos dentro dos bolsos da calça e se virar para ela, sorrindo.—Achei que só nos viríamos amanhã! – Disse ele com humor.A mulher fechou a porta e caminhou até ele o encarando com frieza.—E perder a chance de ver meu neto favorito? – Perguntou ela com ironia. Ela então, se virou para me olhar e franziu o senho. —E você, quem é?Naquele instante, senti meu corpo congelar.Archie soltou um riso e veio até mim abraçar meus ombros.—Vovó, conheça Olívia, minha esposa! – Disse ele com naturalidade a vendo o encarar com braveza.—Esposa? – Perguntou ela com um timbre frio, se virando para o olhar.E quando pensei que receberíamos uma bronca, tirei o braço dele de mim a vendo ir até ele e o dar um tapa no peito.—Como ousa se casar escondido? – Disse ela me olhando em seguida. —Me desculpa os modos dessa criança. Eu não o eduquei corretamente.—O quê? – Perguntei confusa. Na verdade, saiu
Meus olhos foram assustados até os dele e então, respirei fundo.—Sinto muito, eu ...- Antes de continuar a falar, ele virou o ingresso me mostrando o que estava escrito.E então, leu em voz alta.—Espero que pense bem e considere minha oferta! – Disse Archie sorrindo com ironia, me olhando. —Oferta?—Senhor Simons...- Antes que eu continuasse, ele tocou meu queixo e ficou ainda mais perto.—Me chame assim na empresa, já que não quer que nosso relacionamento venha a público. Das portas para dentro, eu sou seu marido.Engoli seco quando ouvi aquilo o vendo solta rum riso.—Eu sabia que aquela saia me traria problemas. – Disse ele em um tom aveludado, me soltando e se virando para me olhar. —A partir de hoje, use-as somente para mim!Quando ele disse aquilo, fiquei completamente assustada. Se era apenas um casamento contratual, para quê tanta possessão?—Você me ouviu Olívia? – Perguntou ele novamente, me tomando a atenção.—Sim senhor! – Falei o vendo dar um sorriso e tocar meu queixo
Despertei e esfreguei meus olhos, percebendo estar na minha cama.—O que aconteceu? – Perguntei confusa sentindo uma dor de cabeça forte. Ainda bem que era final de semana e eu não tinha com o que me preocupar naquele dia. – Pensei.Ameacei me levantar e ao olhar para o lado da cama, havia um copo de água e uma cartela de analgésico, junto a um papel escrito por uma letra impecavelmente bonita.“Você parecia cansada. Aproveite o dia de folga e não se esqueça do nosso compromisso”. – Assim dizia o bilhete.Naquele instante, me lembrei que teríamos um almoço na família dele.—Droga! – Resmunguei me levantando e tomei a medicação, indo rapidamente para o chuveiro. Eu não tinha uma roupa adequada para ir a esse encontro e então, precisava correr contra o tempo e ir às compras.Abri o registro do chuveiro e enquanto a água caía sobre o meu corpo, flashes da noite anterior surgiram em minha mente.Os lábios de Archie eram macios e não muito grossos; o hálito de vinho, o perfume que emanava