Olívia Bianchi –
Andei apressada pelos corredores do hospital indo em direção ao quarto da minha avó.
Assim que abri a porta, vi uma médica e mais alguns enfermeiros em volta dela e a cena me assustou.
—Vovó! – Pedi vendo a enfermeira se virar para mim e levar o dedo indicador aos lábios como pedido de silêncio.
—Senhorita Bianchi, me siga! – Disse ela saindo do quarto e então, fui atrás dela. Andamos até as escadas, pois, era um lugar mais afastado e então a mulher tocou meu ombro, respirando fundo.
—Senhorita Bianchi, eu sinto muito! – Quando ela disse aquilo, me assustei e então, ela continuou. — Não podemos manter a sua avó aqui. O pagamento está atrasado desde o mês passado e ela precisa de mais uma cirurgia no coração.
Quando a médica disse aquilo, senti meu chão desabar.
—Doutora, por favor, aguente só mais um pouco! Eu voltei a trabalhar a pouco tempo e logo receberei. Estou fazendo o que posso. – Falei com uma voz de súplica, sentindo meus olhos marejarem.
Minha avó era tudo para mim, eu não poderia perdê-la. Precisava conseguir dinheiro para pagar o tratamento dela, era o mínimo que eu podia fazer por ela ter me criado sozinha por todos esses anos.
De repente, a médica se aproximou e segurou minhas mãos.
—Não está sobre o meu controle. Eu fiz o que pude. – Disse ela levando a mão até o jaleco, me estendendo um cartão em seguida. —Esse é o melhor cardiologista que conheço. Essa clínica recebe algumas pessoas ao ano para tratamento gratuito. Pode falar com ele se quiser. Boa sorte!
Ela falou aquilo e sorriu fraco, se retirando em seguida.
Olhei para o papel em minhas mãos e então, me encostei na parede sentindo as lágrimas quente descerem sobre meus olhos.
—O que faço? – Me questionei entre lágrimas, sentindo um aperto em meu coração.
A hipoteca da casa estava atrasada, meu armário estava quase vazio e eu ainda tinha que trabalhar bastante para ter ao menos o dinheiro para pagar o hospital.
Sequei meus olhos e me movi decidida a dar um jeito.
Peguei meu celular e liguei para algumas pessoas para pedir emprestado, mas sem sucesso.
Minha última tentativa era Henry Stuart, meu ex-noivo.
Peguei meu telefone em mãos e disquei o número dele, ouvindo chamar algumas vezes e quando eu estava prestes a deixar meu orgulho vencer e desligar o telefone, ele atendeu.
—Alô! – Disse ele do outro lado da chamada.
Ao fundo havia um barulho alto de música e vozes de mulheres. Aquilo me deu nojo, pois me fez recordar de quando o encontrei no apartamento dele com outra em sua cama.
Triste lembrança!
Respirei fundo e deixei que minha voz saísse fraca.
—Henry onde você está? – Perguntei o ouvindo dar um riso de sarcasmo.
—O que foi? Se arrependeu de me largar? Eu sabia que me ligaria. – Disse ele com deboche.
—Preciso falar com você. Onde está? Vou até ai! – Falei o ouvindo respirar fundo.
—Me diz aonde você está que eu vou até você. – Disse ele com um timbre alegre.
—Eu estou no hospi...- Antes que eu terminasse de falar, meu celular foi arrancado da minha mão e jogado no chão com fúria.
—Ei! – Resmunguei me virando e ao ver que era Archie, o olhei assustada. —Senhor Simons o que está fazendo?
—Está tão desesperada ao ponto de se humilhar? – Perguntou ele com os olhos escurecidos.
—Sim eu estou. E o que isso tem a ver com você?
—Eu pago! – Disse ele me deixando confusa.
—O quê?
—Se vai se vender para qualquer um, eu pago por você. – Disse ele com a voz furiosa me deixando com raiva. E então, ele continuou. —Não era o que estava fazendo? Ligando para um qualquer para pedir o dinheiro do tratamento?
—Isso não é da sua conta. Acha que todos tem a vida fácil como a sua? É a minha avó quem está falecendo e eu preciso pagar por essa conta. – Falei irritada dando alguns passos indo em direção ao quarto dela e antes de chegar a porta, meu braço foi brutalmente puxado.
—Eu disse que pago pelo tratamento da sua avó e todas as suas despesas atrasadas. – Disse ele me olhando furioso.
—Eu não sou surda. E aí, acha que vou dormir com você por isso?
—Eu não disse isso, mas também não sairá de graça. – Disse ele me fazendo soltar um riso desacreditado.
Virei o rosto para o lado e respirei fundo, evitando perder a linha. E então, voltei a encará-lo com raiva.
—É melhor do que ele então? – Perguntei o vendo travar o maxilar e se aproximar, me prendendo na parede.
Ele levou um braço ao lado do meu corpo me prendendo enquanto guardou a outra mão no bolso da calça.
—Eu assumo tudo e acabarei com seus problemas! – Disse ele me olhando fixamente. —Case-se comigo por dois anos e tudo o que tenho também será seu.
—O quê? – Perguntei mostrando-me assustada. —Senhor Simons, o senhor é meu chefe.
—Isso não importa. – Disse ele como se realmente não tivesse problema. —Eu preciso arrumar uma esposa e você precisa de dinheiro. Aceite ou assistirá sua avó morrer mais rápido sendo expulsa daqui.
Quando ele disse aquilo, respirei fundo e virei meu rosto, fechando os olhos para não o encarar.
Ele parecia estar certo; eu precisava continuar o tratamento da minha avó e não tinha condições. E como eu realmente precisava daquele dinheiro, a oferta acabou parecendo interessante.
Virei o rosto para o olhar, vendo-o se desprender da parede e se afastar para me olhar.
—Posso resolver isso agora mesmo em apenas uma ligação! – Disse ele tirando o celular de dentro do bolso do terno. —Com alguns segundos, coloco sua avó no melhor hospital da cidade, sendo tratada pelos melhores médicos. Ela terá tudo o que precisa, não só ela como você também. É você quem decide.
Olívia Bianchi -Assim que ele falou, eu o olhei fixamente e dei um passo me aproximando.—Me prove! Me prove do que é capaz e eu me caso com você! – Falei o vendo dar um riso ladino.—Não era pra você estar me testando, a final é você quem está precisando mais de ajuda aqui. – Disse ele soltando um riso. —Mas eu serei generoso com você!Assim que ele terminou de falar, tocou em um contato na tela e colocou o telefone no “viva-voz” o virando para mim.—Senhor Simons, em que devo a honra da tua ligação? – Perguntou uma voz masculina do outro lado da chamada e então, levei meus olhos até ele o vendo arquear uma sobrancelha.Archie sorriu e respondeu a pessoa em seguida.—Doutor Connor, preciso de um quarto vip no seu hospital e que o senhor trate uma paciente querida para mim. – Disse ele ainda mantendo os olhos em mim.—Uma querida paciente? Não é a vovó, certo?—É a avó da minha noiva. – Respondeu ele sorrindo para mim.—Oh, sendo assim, já cuidarei de tudo. Pode trazê-la. – Disse o h
Olívia Bianchi -Fiquei completamente assustada com a forma em que Archie havia dito aquilo, mas eu o segui, cumprindo com o que havia o prometido.Entramos no carro e só paramos quando chegamos em um enorme prédio todo envidraçado. Eu não sabia que ele tinha um escritório só dele. – Pensei.Descemos do carro e olhei para cima encarando a altura do lugar; havia no mínimo quinze andares ali. – Pensei mentalmente tentando os contar com os olhos.—O que foi? Tem medo de altura? – Disse ele se aproximando de mim, mantendo-se atrás. Ele então apontou basicamente para o último andar, me fazendo olhar na direção de seu dedo. —É lá que fica o meu escritório!—Eu não fazia ideia de que...- Comecei a falar, me contendo em seguida. Era mais um pensamento alto que saiu do meu controle.Ele então soltou um riso indescritível.—Vamos! – Disse ele caminhando para a entrada do lugar.Assim que passamos pelas portas de vidro, dois homens de preto e de corpo robusto vieram ao nosso encontro.—Senhor Si
Olívia Bianchi –Já havia se passado duas semanas desde que assinamos o contrato e me mudei para a Mansão Simons.O lugar era bem acinzentado, confesso. Não havia muita gente por lá, mesmo sendo em um lugar grande e de alta classe.Os poucos funcionários que havia, eram discretos e quase nunca conversavam. Ainda bem que permaneci com a minha rotina de trabalho, pois seria um tédio permanecer naquele lugar sozinha.Terminei de me arrumar e sai da casa encontrando o motorista ao meu aguardo bem na porta da casa.—Senhora Simons, tenho ordens para levá-la à empresa! – Disse ele indo até a porta de trás a abrir para mim.—Obrigada! -Agradeci entrando no veículo.Enquanto ele dirigia aproveitei a privacidade e peguei meu celular para ver as mensagens. Já fazia dias que eu estava as ignorando.Ao ver as de Alice, respirei fundo e bloqueei a tela do eletrônico. Ela estava perguntando onde eu estava e o porquê de eu não dar notícias a dias, a final, estávamos sempre juntas.Quando eu vi que e
Olívia Bianchi –Olhei assustada para aquela senhora e dei um passo para trás, vendo Archie guardar as mãos dentro dos bolsos da calça e se virar para ela, sorrindo.—Achei que só nos viríamos amanhã! – Disse ele com humor.A mulher fechou a porta e caminhou até ele o encarando com frieza.—E perder a chance de ver meu neto favorito? – Perguntou ela com ironia. Ela então, se virou para me olhar e franziu o senho. —E você, quem é?Naquele instante, senti meu corpo congelar.Archie soltou um riso e veio até mim abraçar meus ombros.—Vovó, conheça Olívia, minha esposa! – Disse ele com naturalidade a vendo o encarar com braveza.—Esposa? – Perguntou ela com um timbre frio, se virando para o olhar.E quando pensei que receberíamos uma bronca, tirei o braço dele de mim a vendo ir até ele e o dar um tapa no peito.—Como ousa se casar escondido? – Disse ela me olhando em seguida. —Me desculpa os modos dessa criança. Eu não o eduquei corretamente.—O quê? – Perguntei confusa. Na verdade, saiu
Meus olhos foram assustados até os dele e então, respirei fundo.—Sinto muito, eu ...- Antes de continuar a falar, ele virou o ingresso me mostrando o que estava escrito.E então, leu em voz alta.—Espero que pense bem e considere minha oferta! – Disse Archie sorrindo com ironia, me olhando. —Oferta?—Senhor Simons...- Antes que eu continuasse, ele tocou meu queixo e ficou ainda mais perto.—Me chame assim na empresa, já que não quer que nosso relacionamento venha a público. Das portas para dentro, eu sou seu marido.Engoli seco quando ouvi aquilo o vendo solta rum riso.—Eu sabia que aquela saia me traria problemas. – Disse ele em um tom aveludado, me soltando e se virando para me olhar. —A partir de hoje, use-as somente para mim!Quando ele disse aquilo, fiquei completamente assustada. Se era apenas um casamento contratual, para quê tanta possessão?—Você me ouviu Olívia? – Perguntou ele novamente, me tomando a atenção.—Sim senhor! – Falei o vendo dar um sorriso e tocar meu queixo
Despertei e esfreguei meus olhos, percebendo estar na minha cama.—O que aconteceu? – Perguntei confusa sentindo uma dor de cabeça forte. Ainda bem que era final de semana e eu não tinha com o que me preocupar naquele dia. – Pensei.Ameacei me levantar e ao olhar para o lado da cama, havia um copo de água e uma cartela de analgésico, junto a um papel escrito por uma letra impecavelmente bonita.“Você parecia cansada. Aproveite o dia de folga e não se esqueça do nosso compromisso”. – Assim dizia o bilhete.Naquele instante, me lembrei que teríamos um almoço na família dele.—Droga! – Resmunguei me levantando e tomei a medicação, indo rapidamente para o chuveiro. Eu não tinha uma roupa adequada para ir a esse encontro e então, precisava correr contra o tempo e ir às compras.Abri o registro do chuveiro e enquanto a água caía sobre o meu corpo, flashes da noite anterior surgiram em minha mente.Os lábios de Archie eram macios e não muito grossos; o hálito de vinho, o perfume que emanava
Eu ainda precisava comprar o vestido e quando Archie segurou meu pulso me puxando com ele, freei meus pés no chão e o vi parar para me olhar.—Eu ainda não fiz o que precisava fazer! – Falei o vendo olhar para trás de mim, vendo a mesma mulher de antes se aproximar.—Se importa em ir sozinha? Preciso acompanhá-la! – Disse ele vendo a mulher respirar fundo e revirar os olhos.Ele então, travou o maxilar e soltou meu pulso, se virando para a olhar.—Isso são modos?—Ah, tanto faz. Como sempre me troca por uma garota já nem me importo mais! – Disse ela se movendo para sair e então, ele a chamou a repreendendo.—Every! – Disse ele com a voz fria e autoritária. Se aquela mulher não se amedrontou com aquilo, acredite, eu sim.E então, ela continuou andar acenando para ele sem nem ao menos se virar e aquilo o deixou furioso.Eu o olhei e me senti sem- graça. Nem ao menos sabia quem era ela e acabei os interrompendo. A final, era tudo contratual, que direito eu tinha de me intrometer?—Senhor
Quando Archie disse aquilo o olhei e soltei um riso. —Sem essa! Por mim? – Perguntei o vendo terminar de vir até mim e me virar para o espelho. Ainda atrás de mim, Archie me encarou pelo reflexo e tocou meus ombros com a ponta dos dedos, descendo suavemente pelos meus braços. Naquele instante, eu não fazia ideia se o olhava nos olhos ou encarava as partes do meu corpo que ele tocava, mas acredite, aquilo foi mais sensual do que parecia. Respirei fundo e então, ele se aproximou do meu ouvido, cochichando. —Sexy sem vulgaridade. – Disse ele voltando a postura, ainda me olhando através do espelho. —Uma divina senhora Simons. Disse ele tirando as mãos de mim e as guardando nos bolsos da calça, se afastando um pouco para que eu me olhasse. O vestido era creme; ele exibia meus ombros com um estilo de babado, deixando meu colo também exposto. Não havia decote e muito menos detalhes, mas era elegante com seu modelo justo, desenhando meu corpo. Virei algumas vezes para saber se não hav