Minha mãe notou o meu sumiço de dois dias, e foi difícil convence-la de que estava tudo bem comigo, e de fato estava, graças a Alexander. Disse que estava na mansão Petrov, e isso pareceu acalma-la. Nunca contei a verdade sobre esse assunto, e agora não seria o momento, Miguel faleceu, ela ligou dois dias atrás para contar e não havia escutado sua voz tão triste desde a morte da minha vó Alissa.Mais uma vez ela perdeu uma pessoa que amava profundamente, e mais uma vez ouvi a poderosa Hanna Devan chorar, chorei junto ao telefone. Não sou boa com palavras, não sabia o que dizer a ela, só consegui dizer um "sinto muito". Eu gostava de Miguel, ele vinha nos visitar junto com a Death algumas vezes, eram a família da minha mãe, por escolha, por adoção, então também eram a minha. Flashback onDesligo a chamada, o celular caindo em cima do sofá após escapar de minhas mãos sem forças para mantê-lo envolvido. Ando até Alexander, afundando a cabeça em seu peito. - Ele morreu. - Conto com a vo
Nos olhamos em silêncio, ela aperta o robbie ao corpo e joga uma mecha de cabelo para trás antes de sorrir e balançar a cabeça em negativo, dá para ouvir o ar sair de seu nariz quando ela solta uma leve risada nasal em descrédito.- Em que realidade você vive, Lana? - move a cabeça em questionamento. - O que? - Uma careta de desentendimento se forma em meu rosto enquanto ela avança alguns passos em minha direção. - Acha que é assim?Reviro os olhos.- Eu já sei, mãe. Já sei que ele tem os meus direitos, que ele é subchefe e tem todo o poder do mundo! - Mexo os braços, gesticulando. - Só que se você e meu pai fizerem algo, podem dar um jeito de me tirar daqui. Não estou pedindo para tirar meus direitos dele, sei que isso não vai acontecer mas queria ficar longe dele agora. Ele é louco, mamãe! - bato o dedo do lado da cabeça. - E eu sei que vai dizer que gosto dele e gosto disso, e sim, eu gosto dele mas tem certas coisas que eu não tenho aguentar! Ele acabou de me agredir! - me desco
Dia seguinte...MOSCOU, 16:25PMParo na sacada, Kelly está tomando chá, atenta ao seu livro. — Posso conversar com você? - pergunto encostada na porta de vidro da sacada. Se vira para mim após levar um leve susto e ao se dar conta de que se trata de mim, sorri e deixa seu livro de lado. — Sim, meu amor. Sente aqui. - dá batidinhas na cadeira ao seu lado. Faço o que ela pede. — Vim falar do louco do seu filho. - limpo a garganta.— Sem ofensas...Ela ri divertida. — Entendo...coloquei ele no mundo, sei bem quem Alexander é.Ela não sabe tanto quanto imagina, ficaria decepcionada se soubesse.— E eu estou descobrindo aos poucos, não está sendo tão divertido quanto imaginei. - balanço os ombros. — Eu gosto dele mas tem coisas difíceis de aguentar.— E uma delas é o ciúme excessivo. - presume.— Sim, eu tive a brilhante ideia de falar com minha mãe e pedir ajuda para me livrar disso depois de um surto que ele passou dos limites. Pedi para fazer faculdade fora do país e quando voltas
Já rolei para todos os lados da cama, meu corpo aqueceu cada centímetro desse colchão grande demais para uma pessoa só e nenhuma posição foi confortável o suficiente. Sinto um incomodo, não sei se físico, psicólogo, ou na alma...talvez os três, só sei que está em mim e não consigo me livrar dele desde que vi os dois malditos riscos no palito. Já gritei de desespero, chorei de tristeza, tremi de medo e puxei os cabelos em aflição, me deixei sentir cada uma das inúmeras emoções que se poderia tirar de tudo isso. Agora, quanto a Alexander...sinto raiva, decepção e tristeza como se tivesse sido abandonada. De todas as dores que ele me causou, essa foi a pior de todas, odeio injustiças e isso é sem dúvida injusto comigo. Essa era a idade de eu estar fazendo muitas coisas, não presa a uma criança só que ele não liga, mais que ele seja o pai disso que carrego, ele nunca irá entender a diferença. A diferença entre ser pai e mãe. Seu corpo não vai mudar em nada, ele continuará intacto e toda
Já faz horas que tudo que eu tenho feito durante essa maldita festa é cumprimentar as centenas de convidados e receber os parabéns, não só pelo casamento mas também pela "sorte" e honra de ter sido a escolhida pelo subchefe para ser a segunda dama. Também tirei diversas fotos para o álbum de casamento junto a Alexander e outras convidados, em todas elas é nítida minha infelicidade, e que bela lembrança para ficar para o resto da vida. -Okay...o que houve? Estou sentindo o clima daqui, e não foi pelo vestido, ainda não deu tempo de brigarem por isso. E sua mãe já brigou com a minha...- O que minha mãe foi dizer a Kelly?- pergunto a Kate já sem paciência nenhuma. - Não sei, elas brigaram e já fizeram as pazes, sabe como as duas são. Dou de ombros. - Vamos para a primeira dança. - Alexander torna a se aproximar de mim, seu tom mostra que ele não está muito disposto, mas vai seguir o protocolo. Eu também não estou. Não o respondo, apenas o sigo de forma mórbida e robótica. No meio
Saindo do carro a noite parece ter se tornado mais fria, o que faz com que eu me agarre mais ao sobretudo. Ele envolve minha cintura e eu o acompanho.Andamos por um longo tempo até chegar em uma ponte e não muito ao longe me impressiono quando vejo um enorme castelo. - Carcassone, é aqui que vamos ficar. - Só um pouco extravagante...mas eu gostei... muito. Acima de todas as minhas expectativas, fico feliz com isso porque parece que ele se lembrou do quanto eu amo castelos e toda a história por trás deles. Ele abre as portas do castelo e é ainda mais impressionante por dentro. Nós subimos andares de escadas até chegar em um corredor pelo qual ele me guia, meu coração bate rápido em expectativa. Quando chegamos a uma porta dupla, ele a abre revelando o quarto mais chique que já vi na vida. Tenho quase certeza que esse lugar não se alugava...não até Alexander Petrov aparecer e conseguir esse feito único...com dinheiro e poder se consegue qualquer coisa, inclusive mobiliar um castel
PARIS, 18:15A cidade de Paris já está parcialmente isenta de luz natural, mas ainda há um parte do céu ao longe que não está escura e sim pintada de um roxo intenso que vai se tornando gradativamente azul escuro. O clima está frio, não tanto quanto na Rússia, diria até que um frio agradável. O tempo não está nublado, pelo contrário, o céu está limpo e as estrelas são bem visíveis. Um tanto clichê dizer isso mas Paris é lindo, e muito romântico, e mais clichê ainda escolher um lugar tão óbvio para passar a lua de mel, porém, é inegavelmente perfeito. Minha mão direita está aquecida pela de Alexander enquanto andamos com elas cruzadas, seu toque é firme e como era de se esperar, também possessivo. Seu corpo anda bem próximo ao meu e todo olhar que vem até mim rapidamente se desvia ao encontrar a feição mortal e ameaçadora dele, reparei isso nos últimos minutos de caminha pela cidade. Um sorriso involuntário se coloca em meu rosto. Esses dias tem sido muito felizes ao lado dele, dormi
Acordo novamente mas desta vez já estamos no carro, e só me lembro disso quando olho pela janela. Ao observar, vejo que não estamos indo no caminho da minha casa e nem da dele, não tenho tempo de perguntar antes de ver um enorme portão preto e dourado, tão dourado que suponho que seja banhado de ouro, se abrindo. É aí que eu entendi tudo. - Está pronta para sua nova vida, Senhora Petrov? - Pergunta ansioso com um sorriso no rosto enquanto o portão de fecha atrás de nós no carro que vai adentrando a propriedade. Passamos por um enorme jardim apenas de gramado, extremamente verde e bem cortado. - Espero que sim...Ele sai do carro, dando a volta e abrindo a porta para mim, estendendo sua mão para me ajudar a sair. - Antes de irmos, se livra daquele perfume na sua mala, não deixa ele entrar na minha casa nova ou eu vou vomitar. - Mando parar de fabricar em uma hora. Dou risada para ele até a hora que meu olhar desvia para a faixada da enorme mansão que me deixa boquiaberta. Só d