Quando chegamos em casa, Helena estava bastante nervosa. Matteo e Andrea me olharam esperando instruções, mas naquele momento minha única preocupação era Helena. Eu não sabia como essa ragazza estava suportando tantas provações.Angus, como um bom tenente, sabia exatamente o que precisava fazer. Rapidamente, minha casa estava cercada pelos meus soldados. Não seria fácil invadir aquele lugar. Fui até Helena e a abracei, tentando confortá-la enquanto sentia seu corpo tremer. Isso não era bom para ela, nem para o bambino. Talvez fosse exatamente isso que aquele figlio de puttana desejasse.— Amore mio, olhe para mim… — Pedi, segurando seu rosto entre minhas mãos. — Aquele stronzo nunca vai pôr as mãos dele em você. Vamos matá-lo antes que isso aconteça.O olhar dela estava cheio de medo, e, como médico, eu sabia que precisava agir. A Sra. Rúbia, ao ver o estado de Helena, prontamente trouxe minha maleta médica. Eu precisava aplicar um calmante na minha esposa antes que ela sofresse um co
Aquilo precisaria ser mantido em sigilo. Confiava em todos que estavam comigo naquela ilha. Mesmo os soldados seriam incapazes de me trair. Todos haviam sido escolhidos com muito cuidado. Em relação aos reforços, todos já tinham encontrado Helena aqui, então não poderiam dar qualquer testemunho sobre o que aconteceu antes.— Helena, preciso que você mantenha a mente aberta em relação a este documento. Ele é essencial para podermos contar com o apoio da Famiglia.Ela me olhou e eu peguei o documento, colocando-o sobre a mesa diante dela. Helena franziu o cenho ao pegar o papel com cautela. Ela começou a ler e eu senti meu coração acelerar, sem saber o que ela pensará sobre tudo aquilo. Aquele era nosso contrato de casamento, datado para meses atrás, antes mesmo de ela ter chegado à ilha.Era uma farsa, mas uma farsa bem elaborada. Se ela assinasse, ela estaria aceitando nossa união, e tudo a partir daí se tornaria bastante real. Isso daria a ela e ao bambino proteção sob as regras da m
HELENA BORGESTinha que confessar que não foi fácil para mim assinar aquele contrato. No mundo ‘normal’, você se casa e, caso esse casamento não dê certo, vocês se separam. No mundo de Victor, o mundo da máfia, isso não existia, como ele mesmo falou.Nos conhecemos há pouquíssimo tempo, com toda essa pressão em minha vida acontecendo. E quando as coisas normalizarem? E quando não existir mais uma ameaça à minha vida? E quando ele assumir o papel de DON novamente? Será que tudo continuará sendo como é? Será que ainda vamos ter essa conexão que temos? Será que ele vai continuar dando a mim a liberdade que ele prometeu? Eram tantas dúvidas que pensei se não seria melhor arriscar com o Dominik do que arriscar com a máfia italiana. No entanto, ele falou algo que realmente pesou na balança. Meu filho nunca deixaria de ser um filho de mafioso, dessa forma seria uma moeda de troca para qualquer um que tivesse esse conhecimento.— O que tanta te preocupa, Helena? — Chiara perguntou, percebend
Resolvi relaxar um pouco na banheira. Um momento para refletir sobre tudo que estava acontecendo. Realmente tive medo de que Dominik descobrisse meu paradeiro, mas pelo que vi, Victor estava preparado para enfrentar aquele desgraçado.Enchi a banheira, adicionei alguns óleos essenciais, peguei meu celular e coloquei uma música relaxante. Tirei minha saída de banho e o biquíni antes de mergulhar na água. A água morna foi aliviando a tensão dos meus músculos, e eu fechei meus olhos para aproveitar esse momento de relaxamento.Não sei quanto tempo fiquei ali, mas quando abri os olhos, encontrei Victor encostado no batente da porta, me observando. Abri um sorriso ao vê-lo ali, mas tive que admitir que fiquei um pouco envergonhada. Ele caminhou até a banheira e se sentou na borda.— Você não tem noção do quanto é maravilhoso te observar assim, relaxada. Sem mencionar que é uma bela imagem para admirar.— Para Victor. Você vai me deixar sem graça.— O que posso fazer se minha esposa é uma b
VICTOR SALVATOREQuando abri a porta de meu quarto mais cedo e vi que era a minha piccola, cujo rosto estava banhado com algumas lágrimas, fiquei nervoso, imaginando o que havia acontecido para ela estar daquela maneira. No entanto, ela pediu para falar com Helena. Aquilo me surpreendeu.Acompanhei minha bambina até o banheiro e percebi que Helena também se mostrou preocupada com o que havia acontecido. No entanto, quando Clara revelou o que aconteceu, Helena rapidamente tinha uma solução. Era impressionante o quanto as duas se davam tão bem. Pareciam se completar como mãe e filha.Eu percebia que cada gesto de cuidado que Helena tinha com minha filha fortalecia ainda mais o laço especial que elas compartilhavam. Era como se minha filha já se sentisse filha de Helena, mesmo sem um laço sanguíneo entre elas. Era notório o amor que ambas sentiam uma pela outra, e admirável a maneira como Helena a tratava.Quando ambas chegaram à sala vestidas de maneira muito parecida, acreditei que tod
Quando chegamos ao nosso quarto, percebi que Helena estava pensativa. Algo a estava perturbando, e isso era evidente. Esperei que ela cuidasse de toda sua higiene e preparo para dormir. Assim que ela se sentou em nossa cama, eu a questionei.— O que está deixando essa sua cabecinha tão preocupada?— Agora que você reassumiu novamente a máfia, vamos precisar ir para a Itália?— Provavelmente, sim, amore mio. Preciso me apresentar ao conselho e também fazer sua apresentação.— E se eles não me aceitarem, Victor?— Eles não poderão fazer nada a respeito, Coniglietta. Eu já te declarei como minha, e aquele que não aceitar estará desafiando o DON da máfia, o que não é uma boa ideia para alguém dentro da organização.— Eu queria aprender um pouco mais sobre o seu mundo antes de entrar nele de verdade.— Coniglietta, isso é impossível, amore mio. Depois que você assinou aquele documento, não tem mais volta. Você tem alguma dúvida? — Perguntei com um certo receio.— Não é isso, Victor. Não es
HELENA BORGESVictor conseguiu adiar nossa ida para a Itália por alguns dias. Eu realmente não queria chegar a um local estranho para mim, com um idioma que eu não dominava completamente, e em um mundo que eu não sabia como me portar, nem o que esperar.Chiara e a Sra. Rúbia estavam me ajudando no que podiam, assim como os rapazes. Com a ameaça de Dominik, Victor pediu para não ficarmos na área externa, o que deixou Clara um pouco chateada devido às aulas de natação, mas eu disse para ela que, assim que chegássemos à casa nova, retornaríamos às aulas.Recebemos a visita do amigo de Victor, que era obstetra, para que eu pudesse me consultar. Eu estava ansiosa por isso. O Dr. Diego não era italiano, mas espanhol, o que me surpreendeu. Rapidamente, Victor explicou que a máfia italiana não se limita apenas à Itália, ela tinha conexões em outros países também.— Podemos fazer a consulta agora ou após o almoço. O que você prefere, Diego? — Victor perguntou.Aquele médico me olhou e percebeu
VICTOR SALVATOREEu não imaginei que aquele stronzo fosse tão longe com aquela ameaça, mas cometi um terrível erro subestimá-lo. Achei que ele deveria ter muito a perder. No entanto, eu não permitiria que as coisas ficassem fáceis para ele. Os tiros vinham de todos os lados, mas as paredes de vidro estavam aguentando bem aquele ataque.Helena, Chiara, Sra. Rúbia e minha bambina não estavam na sala conosco quando os tiros começaram, o que me deixou quase desesperado. Pensei em ir procurá-las, mas Matteo disse que Chiara sabia o que fazer, então nos concentramos em dar as ordens e atirar contra aqueles que estavam tentando invadir nossa propriedade.Minuto depois, elas apareceram na sala. Helena estava de mão dada com uma Clara muito assustada. Meu olhar cruzou-se com o dela por um segundo, e, mesmo que ela estivesse tentando manter a calma pela bambina, seu olhar mostrava medo. Parei por um momento o que estava fazendo e fui até elas.— Vão para o quarto e se tranquem lá. Não abra a po