VICTOR SALVATOREEu estava tentando demonstrar para Helena uma calma que eu estava longe de sentir. Minha cabeça estava trabalhando a uma velocidade exorbitante, com cada possibilidade que poderia acontecer. Mas em nenhuma delas eu permitiria que aquele stronzo colocasse suas mãos na minha coniglietta. Deixei o quarto com Helena, mas antes de chegarmos à sala de refeições, ela me parou. Olhou na direção daquela sala e depois para mim novamente.— Podemos não contar que estamos juntos, por favor? — Ela pediu e eu a encarei.— Não vou mentir para ninguém, Helena. Você é minha e faço questão de que todos saibam disso.— Victor, estou esperando um bebê de outro. O que vão comentar a respeito? Por favor?— Eu afirmei que você é minha Helena, consequentemente esse bambino que você carrega também é meu. Desafio alguém a dizer o contrário.Aquela mulher me olhou, parecendo chocada com minhas palavras. No entanto, não poderia ser diferente. Eu a escolhi e o bambino veio no pacote. Ele seria c
Estávamos na sala quando ouvimos uma comoção na frente da mansão. Fiquei tranquilo, pois já imaginava quem seria. No entanto, percebi Helena nervosa, imaginando que fossem aqueles idiotas. — Fique tranquila, ragazza. Já estava esperando essa visita, e nada tem a ver com os Rossi. — Disse, tranquilizando-a.Minutos depois, meu irmão apareceu, acompanhado de sua esposa e de nosso consigliere. Assim que Clara os viu entrando, correu gritando em direção ao meu irmão, que se abaixou, pegando-a nos braços. Aquilo nos provocou algumas risadas.— Piccola, você cresceu demais desde a última vez. O que estão te dando aqui, fermento? — Minha bambina ficou rindo das idiotices do meu frattelo.Meu irmão veio em minha direção para me cumprimentar, mas seus olhos estavam na mulher ao meu lado. Ergui minha sobrancelha para ele, que logo percebeu meu questionamento.— Você não podia escondê-la mais, frattelo. Dei o tempo de que você precisava, não me culpe pela minha curiosidade. Você a despertou dep
De fato, era ótimo contar com o apoio dele naquele momento. Ele estava absolutamente certo. Embora saiba que Helena ficará muito chateada quando descobrir tudo, essa era a única maneira de garantir a segurança dela e de seu bambino. Eu precisava afirmar que ele era nosso para obter a proteção da Famiglia para ambos.Com o contrato de nosso casamento, ela teria que se adaptar a algumas regras e precisava que Chiara a ajudasse com isso. Eu sabia que meu retorno não seria fácil, voltando especialmente comprometido, mas estava disposto a tudo por aquela mulher, e todos conheciam minha reputação.— Quando meu sobrinho nasce? — Matteo perguntou.— Pelas contas dela, dentro de dois meses. Mas preciso que um especialista a examine. Ela passou por muito estresse nos últimos meses e aquele bambino mexe muito.— Por que você mesmo não a examinou? — Andrea perguntou. Matteo também me encarou, curioso.— Porque não sou especialista. Jamais me perdoaria se algo acontecesse com ela ou com aquele bam
HELENA BORGESQuando ouvi toda aquela movimentação na entrada da mansão, mais cedo, realmente fiquei temerosa de que mais uma vez aqueles homens tivessem voltado até aqui para me procurarem. E após o ataque no barco de Victor, e o fato de levarem aquela mulher, realmente estava me sentindo insegura.No entanto, nunca passou pela minha cabeça que seria o irmão mais novo do Victor. Victor falou algumas vezes de Matteo, mas ouvi muito mais dele pela Sra. Rúbia, que parecia ter um carinho todo especial por aqueles irmãos.Imaginei que ele condenaria o Victor por estar com uma mulher grávida de outro homem e que me trataria rudemente e de forma desrespeitosa. Mas aconteceu exatamente o contrário. Matteo parecia muito feliz em me conhecer, inclusive elogiando minha beleza.O ponto alto daquele momento foi Victor ter me chamado pelo apelido carinhoso que ele me deu. Senti-me lisonjeada por saber que ele não tratava mais ninguém com nenhum termo carinhoso, além da Clara. Olhei para aquele hom
No entanto, antes que eu conseguisse expressar minhas preocupações, a Sra. Rúbia chegou até a sala informando que o almoço estava pronto e que ela serviria dentro de alguns minutos. Convidei Chiara para nos acompanhar até a cozinha e lá auxiliei aquela senhora com a mesa. Chiara parecia admirada com nossa relação. — Quando cheguei aqui, a Sra. Rúbia me tratou como uma verdadeira filha. Terminei criando muito carinho por ela.— Você tem muita sorte, Helena. As funcionárias de Matteo parecem robôs. Às vezes, tenho a impressão de ter alguma doença contagiosa pelo fato de elas não conseguirem ficar muito tempo em minha presença. Parecem ratos assustados.— Talvez as experiências que elas tenham com outras senhoras antes de você, não tenham sido boas, bambina. Você já tentou conversar com elas?— Normalmente, esse tipo de conversa tenho mais com a governanta. Sempre acerto tudo com a Sra. Judith. Aquela mulher parece andar com um Manual de Boas-Condutas na mão.— Talvez o problema não est
VICTOR SALVATOREFoi engraçado e emocionante perceber o quão Helena ficou surpresa quando me referi ao bambino que ela espera como nosso. No entanto, precisava que ela se acostume com isso, pois esta criança pertencerá a mim após a reunião de hoje, e ela não poderá retroceder em sua decisão de ficar ao meu lado.Novamente, voltei a beijá-la. Um beijo doce que reflete meus sentimentos por ela. Limpo os vestígios de lágrimas de seu rosto e seguro sua mão, conduzindo-a de volta para a sala de refeições. Percebo-a um pouco constrangida, mas logo Matteo a envolve em uma conversa aleatória e o clima se torna leve novamente.As horas passaram rápidas. Andrea fez sinal indicando sobre a reunião, e informamos às nossas mulheres que retornaremos em breve para o lado delas.— Zia Helena, podemos ir para a piscina? — Ouvi Clara pedir e, no mesmo momento, parei de caminhar.— Helena, preciso que você fique em casa com a bambina. Evitem sair para a área externa. — Ela me olhou sem entender minhas o
Quando encerramos aquela reunião, fomos direto para a sala onde as mulheres e minha bambina estavam. Clara, ao nos ver, demonstrou toda sua empolgação, pois eu havia prometido levá-la até a praia, e ela sabia que o que prometia, eu cumpria.— Vamos nos arrumar para ir até a praia, piccola. — Matteo brincou com Clara.— Evviva! — Clarinha gritou, o que nos fez sorrir.Naquele momento, todos nos dirigimos aos nossos quartos para que pudéssemos nos trocar. Havia pedido que Helena transferisse todas as suas coisas para meu quarto, mas antes de seguir para lá, ela entrou no quarto da minha bambina para ajudá-la.Era maravilhoso perceber como Helena amava Clara, mesmo sem possuir laços sanguíneos. Sua dedicação, seu cuidado, seu carinho, até mesmo sua paciência, eram comoventes. Não tinha dúvidas alguma de que nosso bambino, que estava crescendo em seu ventre, seria muito amado por ela. Era muito fácil se apaixonar por essa mulher.Assim que ela terminou com Clara, minha bambina correu para
Quando chegamos em casa, Helena estava bastante nervosa. Matteo e Andrea me olharam esperando instruções, mas naquele momento minha única preocupação era Helena. Eu não sabia como essa ragazza estava suportando tantas provações.Angus, como um bom tenente, sabia exatamente o que precisava fazer. Rapidamente, minha casa estava cercada pelos meus soldados. Não seria fácil invadir aquele lugar. Fui até Helena e a abracei, tentando confortá-la enquanto sentia seu corpo tremer. Isso não era bom para ela, nem para o bambino. Talvez fosse exatamente isso que aquele figlio de puttana desejasse.— Amore mio, olhe para mim… — Pedi, segurando seu rosto entre minhas mãos. — Aquele stronzo nunca vai pôr as mãos dele em você. Vamos matá-lo antes que isso aconteça.O olhar dela estava cheio de medo, e, como médico, eu sabia que precisava agir. A Sra. Rúbia, ao ver o estado de Helena, prontamente trouxe minha maleta médica. Eu precisava aplicar um calmante na minha esposa antes que ela sofresse um co