HELENA BORGESQuando ouvi toda aquela movimentação na entrada da mansão, mais cedo, realmente fiquei temerosa de que mais uma vez aqueles homens tivessem voltado até aqui para me procurarem. E após o ataque no barco de Victor, e o fato de levarem aquela mulher, realmente estava me sentindo insegura.No entanto, nunca passou pela minha cabeça que seria o irmão mais novo do Victor. Victor falou algumas vezes de Matteo, mas ouvi muito mais dele pela Sra. Rúbia, que parecia ter um carinho todo especial por aqueles irmãos.Imaginei que ele condenaria o Victor por estar com uma mulher grávida de outro homem e que me trataria rudemente e de forma desrespeitosa. Mas aconteceu exatamente o contrário. Matteo parecia muito feliz em me conhecer, inclusive elogiando minha beleza.O ponto alto daquele momento foi Victor ter me chamado pelo apelido carinhoso que ele me deu. Senti-me lisonjeada por saber que ele não tratava mais ninguém com nenhum termo carinhoso, além da Clara. Olhei para aquele hom
No entanto, antes que eu conseguisse expressar minhas preocupações, a Sra. Rúbia chegou até a sala informando que o almoço estava pronto e que ela serviria dentro de alguns minutos. Convidei Chiara para nos acompanhar até a cozinha e lá auxiliei aquela senhora com a mesa. Chiara parecia admirada com nossa relação. — Quando cheguei aqui, a Sra. Rúbia me tratou como uma verdadeira filha. Terminei criando muito carinho por ela.— Você tem muita sorte, Helena. As funcionárias de Matteo parecem robôs. Às vezes, tenho a impressão de ter alguma doença contagiosa pelo fato de elas não conseguirem ficar muito tempo em minha presença. Parecem ratos assustados.— Talvez as experiências que elas tenham com outras senhoras antes de você, não tenham sido boas, bambina. Você já tentou conversar com elas?— Normalmente, esse tipo de conversa tenho mais com a governanta. Sempre acerto tudo com a Sra. Judith. Aquela mulher parece andar com um Manual de Boas-Condutas na mão.— Talvez o problema não est
VICTOR SALVATOREFoi engraçado e emocionante perceber o quão Helena ficou surpresa quando me referi ao bambino que ela espera como nosso. No entanto, precisava que ela se acostume com isso, pois esta criança pertencerá a mim após a reunião de hoje, e ela não poderá retroceder em sua decisão de ficar ao meu lado.Novamente, voltei a beijá-la. Um beijo doce que reflete meus sentimentos por ela. Limpo os vestígios de lágrimas de seu rosto e seguro sua mão, conduzindo-a de volta para a sala de refeições. Percebo-a um pouco constrangida, mas logo Matteo a envolve em uma conversa aleatória e o clima se torna leve novamente.As horas passaram rápidas. Andrea fez sinal indicando sobre a reunião, e informamos às nossas mulheres que retornaremos em breve para o lado delas.— Zia Helena, podemos ir para a piscina? — Ouvi Clara pedir e, no mesmo momento, parei de caminhar.— Helena, preciso que você fique em casa com a bambina. Evitem sair para a área externa. — Ela me olhou sem entender minhas o
Quando encerramos aquela reunião, fomos direto para a sala onde as mulheres e minha bambina estavam. Clara, ao nos ver, demonstrou toda sua empolgação, pois eu havia prometido levá-la até a praia, e ela sabia que o que prometia, eu cumpria.— Vamos nos arrumar para ir até a praia, piccola. — Matteo brincou com Clara.— Evviva! — Clarinha gritou, o que nos fez sorrir.Naquele momento, todos nos dirigimos aos nossos quartos para que pudéssemos nos trocar. Havia pedido que Helena transferisse todas as suas coisas para meu quarto, mas antes de seguir para lá, ela entrou no quarto da minha bambina para ajudá-la.Era maravilhoso perceber como Helena amava Clara, mesmo sem possuir laços sanguíneos. Sua dedicação, seu cuidado, seu carinho, até mesmo sua paciência, eram comoventes. Não tinha dúvidas alguma de que nosso bambino, que estava crescendo em seu ventre, seria muito amado por ela. Era muito fácil se apaixonar por essa mulher.Assim que ela terminou com Clara, minha bambina correu para
Quando chegamos em casa, Helena estava bastante nervosa. Matteo e Andrea me olharam esperando instruções, mas naquele momento minha única preocupação era Helena. Eu não sabia como essa ragazza estava suportando tantas provações.Angus, como um bom tenente, sabia exatamente o que precisava fazer. Rapidamente, minha casa estava cercada pelos meus soldados. Não seria fácil invadir aquele lugar. Fui até Helena e a abracei, tentando confortá-la enquanto sentia seu corpo tremer. Isso não era bom para ela, nem para o bambino. Talvez fosse exatamente isso que aquele figlio de puttana desejasse.— Amore mio, olhe para mim… — Pedi, segurando seu rosto entre minhas mãos. — Aquele stronzo nunca vai pôr as mãos dele em você. Vamos matá-lo antes que isso aconteça.O olhar dela estava cheio de medo, e, como médico, eu sabia que precisava agir. A Sra. Rúbia, ao ver o estado de Helena, prontamente trouxe minha maleta médica. Eu precisava aplicar um calmante na minha esposa antes que ela sofresse um co
Aquilo precisaria ser mantido em sigilo. Confiava em todos que estavam comigo naquela ilha. Mesmo os soldados seriam incapazes de me trair. Todos haviam sido escolhidos com muito cuidado. Em relação aos reforços, todos já tinham encontrado Helena aqui, então não poderiam dar qualquer testemunho sobre o que aconteceu antes.— Helena, preciso que você mantenha a mente aberta em relação a este documento. Ele é essencial para podermos contar com o apoio da Famiglia.Ela me olhou e eu peguei o documento, colocando-o sobre a mesa diante dela. Helena franziu o cenho ao pegar o papel com cautela. Ela começou a ler e eu senti meu coração acelerar, sem saber o que ela pensará sobre tudo aquilo. Aquele era nosso contrato de casamento, datado para meses atrás, antes mesmo de ela ter chegado à ilha.Era uma farsa, mas uma farsa bem elaborada. Se ela assinasse, ela estaria aceitando nossa união, e tudo a partir daí se tornaria bastante real. Isso daria a ela e ao bambino proteção sob as regras da m
HELENA BORGESTinha que confessar que não foi fácil para mim assinar aquele contrato. No mundo ‘normal’, você se casa e, caso esse casamento não dê certo, vocês se separam. No mundo de Victor, o mundo da máfia, isso não existia, como ele mesmo falou.Nos conhecemos há pouquíssimo tempo, com toda essa pressão em minha vida acontecendo. E quando as coisas normalizarem? E quando não existir mais uma ameaça à minha vida? E quando ele assumir o papel de DON novamente? Será que tudo continuará sendo como é? Será que ainda vamos ter essa conexão que temos? Será que ele vai continuar dando a mim a liberdade que ele prometeu? Eram tantas dúvidas que pensei se não seria melhor arriscar com o Dominik do que arriscar com a máfia italiana. No entanto, ele falou algo que realmente pesou na balança. Meu filho nunca deixaria de ser um filho de mafioso, dessa forma seria uma moeda de troca para qualquer um que tivesse esse conhecimento.— O que tanta te preocupa, Helena? — Chiara perguntou, percebend
Resolvi relaxar um pouco na banheira. Um momento para refletir sobre tudo que estava acontecendo. Realmente tive medo de que Dominik descobrisse meu paradeiro, mas pelo que vi, Victor estava preparado para enfrentar aquele desgraçado.Enchi a banheira, adicionei alguns óleos essenciais, peguei meu celular e coloquei uma música relaxante. Tirei minha saída de banho e o biquíni antes de mergulhar na água. A água morna foi aliviando a tensão dos meus músculos, e eu fechei meus olhos para aproveitar esse momento de relaxamento.Não sei quanto tempo fiquei ali, mas quando abri os olhos, encontrei Victor encostado no batente da porta, me observando. Abri um sorriso ao vê-lo ali, mas tive que admitir que fiquei um pouco envergonhada. Ele caminhou até a banheira e se sentou na borda.— Você não tem noção do quanto é maravilhoso te observar assim, relaxada. Sem mencionar que é uma bela imagem para admirar.— Para Victor. Você vai me deixar sem graça.— O que posso fazer se minha esposa é uma b